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DOENÇA RESPIRDOENÇA RESPIRDOENÇA RESPIRDOENÇA RESPIRDOENÇA RESPIRAAAAATÓRIATÓRIATÓRIATÓRIATÓRIA INTRODUÇÃO O aparelho respiratório dos eqüídeos pode ser dividido em via respiratória anterior e via respi- ratória posterior. A região denominada de via res- piratória posterior é composta por laringe, tra- quéia, brônquios e pulmões, sendo os brônquios as estruturas anatômicas afetadas pela D.P.O.C. O ar inalado obviamente não é estéril e con- tém muitos contaminantes como partículas de pó, pólen de plantas, substâncias químicas, alérgenos em geral, bactérias, fungos e vírus. Devido ao contato direto entre órgãos do aparelho respirató- rio e ar inalado, este aparelho pode ser considera- do a principal interface entre o ambiente externo e o ambiente interno do corpo, o que torna neces- sária a presença de mecanismos físicos e fisioló- gicos de defesas para a manutenção da saúde do cavalo. Estas barreiras de defesas são caracteriza- das pela presença de células do sistema imunoló- gico, presença de células com funções especiali- zadas no tecido que reveste o trato respiratório e pela produção de muco, as quais protegem o or- ganismo do animal contra muitos agentes respon- sáveis por doenças alérgicas, infecciosas e outras. Dentre as principais doenças respiratórias, a D.P.O.C. é considerada de grande importância no Brasil. D.P.O.C. A D.P.O.C. (Doença Pulmonar Obstrutiva Crô- nica) também é conhecida como obstrução recor- rente das vias aéreas (ORVA), enfermidade infla- matória da respiração, bronquiolite crônica, bron- quite crônica e enfisema crônico. Esta enfermi- dade é caracterizada por redução de diâmetro dos brônquios, presenças de processo inflamatório e obstrutivo brônquico e limitação crônica e pro- gressiva do fluxo de ar nas vias respiratórias. A causa ou o desencadeamento da D.P.O.C. pode ser devido a processos primários (bronquite e bronquiolite), à inalação de particulas alérgenas, a infecções bacterianas, virais ou fúngicas e até mesmo, segundo indícios recentes, devido à pre- disposição genética. As conseqüências desta en- fermidade podem ser muito prejudiciais aos ani- mais, principalmente aos cavalos atletas que po- dem apresentar redução de performance e intole- rância ao exercício. Esta enfermidade é caracterizada por redução de diâmetro dos brônquios, presenças de processo O aumento da freqüência respiratória durante o repouso é a primeira manifestação clínica que animais com D.P.O.C. apresentam. Outros sinais que podem ser observados nesta enfermidade são: tosse crônica, secreção nasal, dificuldade expira- tória, perda de apetite e até mesmo redução do peso. Nos casos mais graves as narinas podem apresentar-se mais dilatadas e o abdômen com uma linha muscular de esforço. O diagnóstico da D.P.O.C. geralmente é baseado no histórico clíni- co do animal e no exame físico geral, principal- mente o exame do trato respiratório. Há também outros meios de diagnosticar esta enfermidade, incluindo o lavado traqueal, que pode ser neces- sário para investigar problemas secundários, e o lavado bronco-alveolar. Este último método-di- agnóstico é mais indicado para comprovação da D.P.O.C. do que o lavado traqueal. O tratamento da D.P.O.C. envolve, além do uso de medicamentos específicos, a correção do manejo geral. A alteração do ambiente freqüenta- do pelo cavalo, principalmente por aqueles ani- mais que permanecem em baias durante um lon- go período de tempo, é de extrema importância para se obter sucesso no tratamento. Torna-se ne- cessário o uso de cama de maravalha livre de po- eira; porém, em muitos casos, o mais adequado é a troca da cama de maravalha por pisos de borra- cha, os quais contém quantidades mínimas de par- tículas alérgenas ou até mesmo ausência destas. Outra alteração de manejo muito importante e que deve ser seguida quando possível é a manutenção do animal em ambiente mais arejado como pi- quetes, por exemplo, durante o maior período de tempo. Recomenda-se também a substituição do feno por capim fresco (verde); mas, em algumas situações em que não é possível esta troca da ali- mentação, indica-se umedecer o feno a ser forne- cido diariamente. Já em casos extremos em que é necessário retirar o feno da dieta, pode-se substi- tuí-lo por produtos de feno fermentados ou ou- tros produtos alimentares completos que existem no mercado. O tratamento da D.P.O.C. pode envolver o combate a infecções bacterianas secundárias atra- vés da utilização de antibióticos por um curto pe- ríodo de tempo e sob supervisão de um médico veterinário. Outro aspecto importante da terapia inflamatório e obstrutivo brônquico e limitação crônica e progressiva do fluxo de ar nas vias respiratórias. DOENÇA RESPIRDOENÇA RESPIRDOENÇA RESPIRDOENÇA RESPIRDOENÇA RESPIRAAAAATÓRIATÓRIATÓRIATÓRIATÓRIA é diminuir a inflamação presente nos pulmões, a qual está associada à reação alérgica. Os medicamentos que podem ser utilizados para a reversão da constrição brônquica são os corticosteróides e broncodilatadores, sendo estes últimos os mais indicados devido ao reduzidos efeitos colaterias quando comparados aos efeitos relacionados com o uso de corticosteróides. Du- rante uma crise severa, o principal problema é a constrição das vias aéreas. Nestas situações, os broncodilatadores aliviam o estresse respiratório por causarem relaxamento das vias aéreas obstru- ídas, revertendo o problema respiratório e garan- tindo até mesmo a sobrevivência do animal. Deve- se, no entanto, ter cautela quanto ao uso destes produtos devido aos seus possíveis efeitos adver- sos. Os corticosteróides, por exemplo, suprimem o sistema imune e podem predispor o organismo a infecções, além de favorecerem o desenvolvi- mento de laminite (aguamento). Já a atropina, quando usada como broncodilatador, pode ter grande impacto negativo sobre a motilidade in- testinal, induzindo a síndrome cólica em alguns casos. Um medicamento aprovado pelo FDA para uso em eqüinos e que oferece excelentes resultados na terapia da D.P.O.C. é o clenbuterol, um ago- nista β2 específico com ação broncodilatadora, cujo uso é consagrado e muito comum em diver- sos países da Europa, demonstrando elevado su- cesso no tratamento da D.P.O.C. Este princípio- ativo pode ser utilizado por via oral, o que o torna bastante prático, sendo bem absorvido pelo trato gastrintestinal, além de apresentar pouco ou ne- nhum efeito colateral, se utilizado nas dosagens corretas. Outro modo de administração do clen- buterol para o tratamento da D.P.O.C. é por via inalatória, que também apresenta efeitos extrema- mente benéficos. Portanto, pelo menos dois pontos devem ser considerados para o sucesso ser obtido na terapia da D.P.O.C.: a correção ou melhora do manejo dos animais, através da mudança do ambiente e/ ou forma de fornecimento da alimentação, e utili- zação de medicamentos broncodilatadores, como clenbuterol, eficazes e seguros para controle e prevenção das alterações respiratórias. � M.V. Douglas Willens de Souza douglas@vetnil.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SMITH, BRADFORD P. Tratado de Medicina Interna de Grandes Animais. Volume 1. São Paulo: Manole, 1993. THOMASSIAN, ARMEN. Enfermidades dos cavalos. 4ª edição. São Paulo: Varela, 2005. http://www.continuingeducation.com/pharmtech/asthma/ tabfig.html http://www.respir.com/grandpuclic/ asthmecruseobstruction.asp Figura 1: Contração da musculatura lisa brônquica, ocasionando redução do diâmetro aéreo e limitação do fluxo de ar através dos bronquíolos. Figura 2: Detalhe da contração da musculatura lisa brônquica. Figura 1 Figura 2
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