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Aulas Penal I (Daniela)

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Direito Penal I 
Prof: Daniela Portugal
danielacarvalhoportugal@gmail.com
Provas— 17/03 e 12/05
Bibliografia: Paulo Busato; Rogerio greco; Cesar bittencourt; Paulo Queiroz; jurez cirino*; zafrone e pirangleni*
1- Conceito
É um ramo do direito público responsável pela tutela dos bens júridicos mais preciosos (finalidade), q tem como principal característica a peculiaridade da sua sanção, a pena privativa de liberdade.
2- Caracteres do direito penal
O direito penal nos moldes atuais, se caracteriza por viabilizar a imposição da vontade do estado seja nos crimes de ação penal publica, seja nos de ação penal privada, uma vez superado historicamente o paradigma da vingança entre particulares
Obs: 
- Ação penal publica: regra geral, ou seja, se a lei n fizer nenhuma ressalva significa q ele eh de ação penal publica (neste caso o MP vai ter que oferecer denuncia)
- Privada: excepcional, a lei tem que dizer expressamente que ela eh privada. A vitima por intermédio do seu advogado poderá iniciar o processo através de uma queixa crime (ação penal publica de iniciativa privada)
3- Direito penal objetivo e subjetivo
Objetivo: corresponde ao conjunto de normas penais que prevêem e limitam a incidência do controle punitivo (ordenamento juridico)
Subjetivo: corresponde ao que chamamos de jus puniendi (direito de punir). O estado eh titular exclusivo do direito de punir. O direito penal subjetivo eh limitado pelo direito penal objetivo.
4- Direito penal substantivo e adjetivo
Substantivo (material): É aquele que define crimes e comina as sanções. É o corpo do Direito Penal (Código). 
Adjetivo (formal): É o direito processual, ou seja, aquele que define regras de aplicação do direito material.
Obs: hoje há que se reconhecer o caráter instrumental do processo penal, o processo eh instrumento do direito material.
5- Direito penal comum x complementar x especial
Comum: corresponde aquele disciplinado no código penal (principio da reserva o código), destinado como regra para toda e qualquer pessoa
Complementar: complementa o direito penal comum, podemos identifica-lo nas leis extravagantes que cuidam de matérias também destinadas a sociedade em geral promovendo uma espécie de atualização do regramento juridico
Especial: ele não esta voltado para toda e qual que pessoa, tratando de destinatários específicos, de condutas especificas. ex direito penal militar
6- Método
causal-explicativo: (primeira ideia de método que surge no direito): parte de um raciocínio indutivo ( partia de premissas menores; ex.se eh negro eh criminoso)
logico-juridico: raciocínio dedutivo ( parte de premissa maior): identifica-se a partir de uma dedução fenomenológica a essência estrutural do comportamento que se quer definir como sendo criminoso. Uma vez construída uma formula geral e abstrata, poderá ela operar efeitos jurídicos sempre que for possível, de forma logica, subsumir o tipo incriminador a uma série de condutas. (moldes gerais e abstratos)
7- Fontes
O direito penal, por estar relacionado a aplicação da pena privativa de liberdade tem como exclusiva fonte incriminadora, a lei (principio da legalidade estrita.) Os costumes por tanto n criam crimes, só a lei pode.
Obs: a jurisprudência muito embora n seja muito tratada, também corresponde a uma fonte do direito
8- Evolução histórica
Vingança privada
Quando ocorria um crime a reação a ele era imediata por parte da própria vitima, por seus familiares ou por sua tribo. Comumente esta reação era superior à agressão, não havia qualquer idéia de proporcionalidade.
Foi um período marcado por lutas acirradas entre famílias e tribos, acarretando um enfraquecimento e até a extinção das mesmas. Deu-se então o surgimento de regras para evitar o aniquilamento total e assim foi obtida a primeira conquista no âmbito repressivo: a Lei de Talião (jus talionis)
O termo talião de origem latina tálio + onis, significa castigo na mesma medida da culpa. Foi a primeira delimitação do castigo: o crime deveria atingir o seu infrator da mesma forma e intensidade do mal causado por ele.
O famoso ditado “olho por olho, dente por dente” foi acolhido como principio de diversos códigos como o de Hamurabi[2] e pela Lei das XII Tábuas (Lex XII Tabularum).
Com o passar do tempo á própria Lei de Talião evoluiu, surgindo a possibilidade do agressor satisfazer a ofensa mediante indenização em moeda ou espécie (gado, vestes e etc). Era a chamada Composição (compositio).
“A composição é, assim, uma forma alternativa de repressão aplicável aos casos em que a morte do delinqüente fosse desaconselhável, seja porque o interesse do ofendido ou dos membros de seu grupo fosse favorável à reparação do dano causado pela ação delituosa”.J. Leal
Vingança divina (idade média)
É o direito penal imposto pelos sacerdotes, fundamentalmente teocrático; o Direito se confundindo com a religião.
O crime era visto como um pecado e cada pecado atingiam a um certo deus. A pena era um castigo divino para a purificação e salvação da alma do infrator.
Era comum neste período o uso de penas cruéis e bastante severas.
Seus princípios podem ser verificados no Código de Manu (Índia)[3] e no Código de Hamurábi, assim como nas regiões do Egito, Assíria, Fenícia, Israel e Grécia.
“Se alguém furta bens do Deus ou da Corte deverá ser morto; e mais quem recebeu dele a coisa furtada também deverá ser morto”.(Código de Hamurábi – art.6º.)
Vingança institucionalizada
Direito penal comum:
 chama-se comum por marcar a separação entre estado e religião (canônico x comum), marca também uma unificação de poder (absolutista)
Caracteristicas:
extremamente cruel (tortura); insegurança jurídica (a decisão do soberano pesa muito); n conhecia a pena privativa de liberdade 
Período humanitário:
Em fins do século XVII,I com a propagação dos ideais iluministas, ocorreu uma conscientização quanto às barbaridades que vinham acontecendo, era preciso romper com os convencionalismos e tradições vigentes. Houve um imperativo para a proteção da liberdade individual em face do arbítrio judiciário e para o banimento das torturas, com fundamento em sentimentos de piedade, compaixão e respeito à pessoa humana.
Almejava-se uma lei penal que fosse simples, clara, precisa e escrita em língua pátria, deveria ser também severa o mínimo necessário para combater a criminalidade, tornado assim o processo penal rápido e eficaz. (sistematização das normas jurídicas (movimento codificador)
conhece a pena privativa de liberdade
9- Escolas penais:
São chamadas “escolas penais” as diversas correntes filosófico-juridico em matéria penal que surgiram nos Tempos Modernos.
a) Escola clássica
Também chamada de Idealista, Filosófico-jurídica, Crítico Forense, nasceu sob os ideais iluministas.
Para a Escola Clássica, a pena é um mal imposto ao indivíduo merecedor de um castigo por motivo de uma falta considerada crime, cometida voluntária e conscientemente.
A finalidade da pena é o restabelecimento da ordem externa na sociedade.
Esta doutrina possui princípios básicos e comuns, de linha filosófica, de cunho humanitário e liberal (defende os direitos individuais e o principio da reserva legal, sendo contra o absolutismo, a tortura e o processo inquisitório). Foi uma escola importantíssima para a evolução do direito penal na medida em que defendeu o individuo contra o arbítrio do Estado
A pena é meio de tutela jurídica, desta forma, se o crime é uma violação do direito, a defesa contra este crime deverá se encontrar no seu próprio seio. A pena não pode ser arbitrária, desproporcional; deverá ser do tamanho exato do dano sofrido, deve se também retributiva, porém a figura do delinqüente não é importante,.Este é talvez um dos pontos fracos desta escola.
Princípios fundamentais:
1) O crime é um ente jurídico, ou seja é a infração do direito.
2) Livre arbítrio no qual o homem nasce livre e pode tomar qualquer caminho, escolhendo pelo caminho do crime, responderá pela sua opção.
3) A pena é uma retribuição ao crime (Pena retributiva)4) Método dedutivo, uma vez que é ciência jurídica
5) reprovabilidade ( o sujeito responde por causa de algo que e fez)
teve duas fases:
1 fase: justiça divina x justiça humana
 2 fase: estudo do crime
nomes importantes
-carrara; benthan; beccaria
b) Escola positiva
O crime começou a ser examinado sob o ângulo sociológico, e o criminoso passou também a ser estudado, se tornando o centro das investigações biopsicológicas.
Este movimento foi iniciado pelo médico Cesare Lombroso (1835-1909) com sua obra L´uomo delinqüente (1875). Na concepção deste médico existia a idéia de um criminoso nato, que seria aquele que já nascia com esta predisposição orgânica, era um ser atávico uma regressão ao homem primitivo.
Verifica-se então que esta escola nega o livre-arbítrio, abomina a idéia da Escola Clássica que afirmava que o crime era o resultado da vontade livre do homem.
A responsabilidade criminal é social por fatores endógenos e a pena não poderia ser retributiva, uma vez que o indivíduo age sem liberdade, o que leva ao desaparecimento da culpa voluntária. Propõem-se então a medida de segurança, uma sanção criminal que defende o grupo e ao mesmo tempo recupera o delinqüente, e que viria em substituição à pena criminal. Esta medida deveria ser indeterminada até a periculosidade do indivíduo desaparecer por completo.
Princípios Fundamentais:
a) método indutivo
b) o crime é visto como um fenômeno social e natural oriundo de causas biológicas físicas e sociais (busca identificar características dos criminosos)
c) responsabilidade social em decorrência do determinismo e da periculosidade.
d) a pena era vista como um fim a defesa social e a tutela jurídica
e) periculosidade ( o sujeito responde por ser "perigoso")
f) trabalha com medida de segurança (prevenção)
filmes: minority report / a ilha do medo
c) Escola moderna alemã 
Configura-se como uma direção política criminal, tendo uma importante função conciliatória e ordenadora. O ponto de partida é a neutralidade entre livre-arbítrio e determinismo, com a proposta de imposição de pena, com caráter intimidativo, para os delinqüentes normais e de medida de segurança para os perigosos (anormais e reincidentes), sendo esta última com objetivo de assegurar a ordem social, com fim único de justiça.
Principios fundamentais:
a) considera o crime como fato juridico
b) o sujeito responde tanto por ser perigoso, quanto por ter feito algo
c) aproveita alguns elementos da escola clássica e da positiva, construindo um tratamento diferenciado 
d) descontroi o pensamento de Lombroso, pois acredita que uma pessoa se torna criminosa a partir de fatores sociais não genético.
art 26- caracteriza o ser imputável e inimputável
10- Funções da pena
a) Teorias legitimadoras
Ao longo da evolução das organizações políticas e das teorias da pena, surgiram três correntes principais que buscavam a legitimação do uso da força estatal para a imposição de uma sanção penal. São elas: as teorias absolutas, as relativas e as mistas.
1- Teoria absoluta ou retributiva
tem como antecendente histórico a teoria da expiação (segundo a qual, o cumprimento da penitencia aplicava a culpa pelo pecado e viabiliza o perdão divino- direito canônico ), pois pensa a pena como um castigo, um fim em si mesma, uma forma de retribuição do mal causado. 
 Íntima relação entre fato delituoso e castigo.
O foco era a compensação entre duas ações danosas, uma em relação à sociedade e outra em relação à pessoa do delinqüente, buscando-se, assim, a retribuição do mal do crime pelo castigo de seu autor. A sanção penal, pois, era vista como consectário lógico do delito: da prática de um ato dito criminoso decorreria naturalmente a cominação, aplicação e execução de uma pena. Em nome da realização do valor justiça, não poderiam ser mitigadas as penas, sendo estas, pois, certas em qualquer circunstância.
2- Teorias relativas ou preventivas
Todas as teorias relativas compreendem que a pena cumpre uma finalidade social que consiste na prevenção de futuros delitos. Esta prevenção pode estar voltada para o próprio cumpridor da pena( prevenção especial) ou para a sociedade ( prevenção geral).
As teorias relativas asseveram a necessidade de identificação de uma finalidade específica para a pena, não bastando como justificativa a afirmação tautológica de que um mal com outro mal deve ser retribuído. Algo tão gravoso como a pena somente poderia ser imposto a alguém se houvesse uma finalidade maior que a mera expiação; em verdade, deve ter a pena um fim social-positivo.
Os meios para exercer essa prevenção e atingir o mencionado fim, entretanto, são diversos a depender da formulação que se analise:
1.0 - Teoria relativas de prevenção geral
- prevenção geral negativa: puni-se um individuo para causar um temor social e com isso um desestímulo a criminalidade.
- prevenção geral positiva: concepção que deriva do pensamento funcionalista sistêmico ou normativista de Gunther jakobs, para quem a função do direito penal não eh a de tutelar bens jurídicos, mas sim a de garantia da estabilidade e proteção do próprio sistema e de suas normas. Deste modo, para jakobs a função da pena consiste na reafirmação da validade da norma violada para que a sociedade conheça o sistema normativo e não torne a delinquir.
2.0 - Teorias relativas de prevenção especial 
- prevenção especial negativa: puni-se pq enquanto se esta cumprindo pena o individuo sofre uma neutralização ficando, portanto, inócuo, incapaz de ofercer riscos a sociedade. 
- prevenção especial positiva: trabalha com a ideia de ressocialização do apenado por meio da privação de liberdade. Segundo Zaffaroni, prender para ressocializar eh uma contradição em termos, afinal a exclusão social jamais servira com meio adequado para a inclusão social. Além disso, destaca que a "ressocialização" contém um pressuposto logico que não se verifica no caso, uma vez que o sistema carcerário eh seletivo ao definir a sua clientela marginalizada.
3- Teoria ecletica
Para a teoria mista ou eclética a pena é tanto uma retribuição ao condenado pela realização de um delito, como uma forma de prevenir a realização de novos delitos.
Entendem que a pena cumpre a um só tempo as mais variadas finalidades, é o que dispõe o artigo 59 do cod penal.
teoria dialética unificadora de Claus roxin: 
pena cominada: cumpre uma função de prevenção geral. (Limite: proporcionalidade)
 pena aplicada: função de retribuição. (Limite: culpabilidade)
pena executada: função de prevenção especial. (Limite: humanização das penas)
b) teoria deslegitimadoras
As teorias deslegitimadoras não acreditam na eficiência do sistema penal como legitimante do controle social, pois sabe-se que este sistema é precário e falido.
1- Agnóstica: 
para zafarroni a pena não cumpre nenhuma das funções legitimadoras acima referida, mas ainda assim ela não deve ser abandonada uma vez que não se sabe o que poderá ser feito com aquele que vier cometer um delito.
.
2- Abolicionistas: 
direito penal não cumpre suas funções 
entende o abolicionismo que o direito penal é um mal social, que, ao invés de propor soluções, e de realmente solucionar os conflitos existentes, cria cada vez mais problemas.
críticas formuladas pelo abolicionismo ao direito penal, que levam a conclusão de que ele deve ser abolido:
- O sistema penal é arbitrariamente seletivo, recruta sua clientela entre os mais miseráveis;
- É um sistema injusto, produtor e reprodutor das desigualdades sociais; 
- O sistema penal opera a margem da legalidade, violando direitos humanos elencados pela própria ordem jurídica; 
- O sistema penal somente intervém em situações excepcionais. Não atua sobre as “cifras ocultas da criminalidade”.
obs: para Juarez Cirino dos Santos, o abolicionismo deve existir como ideal filosófico em que o minimalismo seria um caminho necessário em direção a extincao definitiva do direito penal. 
obs2: justiça restaurativa corresponde a um novo modelo de resolução de conflitos baseado num ideal dereparação , voluntariedade e consenso. Não pressupõe a extinção do sistema penal porem objetiva com ele coexistir. Já começou a ser implantado no Brasil e em salvador, vale citar o projeto piloto do largo do tanque.
11- Ciências penais
a) Dogmática: decidibilidade do conflito
 Ela não quer saber o pq, mas qual a pena para o delito.
A dogmática cuida da sistematização dos dogmas jurídicos, disciplinando conceitos e soluções de aplicabilidade. Muito embora no sec 19 tenha sido pensada sob um viés purista, modernamente, não ha como conceber uma dogmática pura, livre da interdependência com outros campos do conhecimento.
Quanto ao direito penal vale assinalar que a dogmática jurídica ao trabalhar com a decidibilidade de conflitos, acaba por lançar uma intervenção sempre tardia, isto é, posterior à ocorrência do delito. 
b) Criminologia: origem/causas
É um nome genérico designado a um grupo de temas estreitamente ligados: o estudo e a explicação da infração legal; os meios formais e informais de que a sociedade se utiliza para lidar com o crime e com atos desviantes; a natureza das posturas com que as vítimas desses crimes serão atendidas pela sociedade; e, por derradeiro, o enfoque sobre o autor desses fatos desviantes.
Como ciência do “ser”, empírica, não é uma ciência exata, não tem leis fixas.
c) Politica criminal: combate/prevenção
Estudo das medidas que poderiam ser tomadas para impedir, ou diminuir, no futuro, o cometimento de novos delitos.
Oferece aos poderes públicos as opções científicas concretas mais adequadas para o controle do crime, de tal forma a servir de ponte eficaz entre o direito penal e a criminologia, facilitando a recepção das investigações empíricas e sua eventual transformação em preceitos normativos.
Para Thompson, não eh ciência em razão de não possuir um objeto de estudo bem definido ou mesmo uma metodologia própria.
Obs: A Política Criminal, que é valorativa, parte das conclusões empíricas da Criminologia e exerce influência no sistema penal, na dogmática. A Criminologia, estudando o “mundo real”, dá à Política Criminal uma visão mais ampla da realidade.
12- Correntes criminológicas
a) Etiológica (tradicional):
 tem como principal expoente Lombroso, pois estuda a origem do crime a partir de uma perspectiva essencialista.
para esta corrente, o crime deve ser estudado sob uma perspectiva ontológica e universalista de modo que "ser crime" é um atributo da essência de certas condutas e "ser criminoso" é uma característica da essência de certos indivíduos (criminosos natos)
b) Crítica: 
Diferente da Criminologia Tradicional, a Criminologia Crítica não questiona a causas dos crimes praticados, questiona porque determinadas pessoas são tratadas como criminosas, quais as conseqüências desse tratamento e qual sua legitimidade.
teoria do etiquetamento ou teoria do labeling apoach: processo de rotulação onde o estado escolhe a sua clientela.
c) Criminologia radical: 
A Criminologia Radical diz que o crime está diretamente ligado à economia e estes à política. Define o crime individual como resposta social de sujeitos em condições sociais adversas. Diz, ainda, que há uma criminalidade estrutural: “situações de garantia de impunidade, pelo controle dos processos de criminalização, são condições suficientes para práticas anti-sociais lucrativas, fundadas no controle dos processos de produção/circulação da riqueza”.
identifica no processo de etiquetamento as questões econômicas, por isso quem tem mais dinheiro eh quem etiqueta.
d) Psicanalista: 
A idéia base é que o homem já nasce violento, como se fosse da nossa natureza, a transgressão.
13- Correntes da política criminal
- Lei e ordem/ tolerância zero: 
A ideologia estabelecida é a repressão, fulcrada no velho regime punitivo-retributivo.
Parte da perspectiva de que a organização social eh diretamente proporcional ao controle legal das praticas humanas. neste sentindo não cabe ao estado tolerar sequer as minimas transgressões, de modo que, seria cabível o controle criminal de gestos aparentemente inofensivos, porém fomentadores de um ideal de desordem.
- Minimalista/ abolicionista: 
Reduzir o direito penal. Redução máxima do direito penal, pregando a descriminalização, para que entre no âmbito penal somente casos mais importantes, tendo como consequência penas restritivas de direito(ações sociais)
14- Princípios
1- legalidade
Ninguém sera obrigado a fazer ou a deixar de fazer algo senão por virtude de lei. no direi penal o conteúdo particular da legalidade esta referindo no art 1cp segundo o qual não ha crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa combinação legal.
Consectários lógicos:
a) Principio da legalidade estrita: significa dizer q a norma penal para ingressar no mundo jurídico, não basta ser lei em sentindo material, sendo imprescendivel se tratar de lei em sentido formal (ter obedecido processo legislativo propriamente dito)
consequências pratica: portarias, regulamentos, medidas provisórias n podem constituir penas criminais,
b) Principio da anterioridade: significa que a lei penal deve ser anterior ao fato que se quer punir, não podendo portanto, retroagir para alcançar fatos passados. O princípio da anterioridade que consagra a irretroatividade penal é exepicionado, todavia, pela possibilidade de retroatividade benéfica.
c) Principio taxatividade: Diz respeito à técnica de elaboração da lei penal, que deve ser suficientemente clara e precisa na formulação do conteúdo do tipo legal e no estabelecimento da sanção para que exista real segurança jurídica. A lei penal deve ser taxativa, isto é, certa e determinada, descrevendo com absoluta clareza a conduta que se quer punir.
Obs:Não raro é possível notar eventuais ofensas a esse princípio,a exemplo do art 4 da lei 7492/86
2- Normas penais em branco
São normas cuja descrição legal cuida apenas do núcleo do comando proibitivo restando ainda uma parcela lacunosa a ser preenchida por outra norma para que a norma em branco possa ser aplicada.
A norma penal compreende duas partes, a primeira define a matéria de proibição e a segunda estabelece a sanção aplicável. Na norma penal em branco a primeira parte (matéria de proibição) não se encontra disposta integralmente com precisão, remetendo-se a outros dispositivos para que se dê o preenchimento (norma de preenchimento).
a) Homogêneas/ impróprias: o complemento é dado com normas de mesma hierarquia. Ex: crime de bigamia e o conceito de casamento. Ofendem o principio da anterioridade
b) Heterogêneas/ proprias: complemento eh dado por norma de hierarquia inferior. Ex.lei de drogas pq o conceito de drogas está em uma portaria. Ofendem o principio da legalidade Estrita e taxatividade
c) Inversas/ avessas: complemento eh dado no preceito secundário da norma (pena). Ex. No Brasil não tem
Obs: o entendimento majoritário na doutrina e jurisprudência em que pesem as criticas doutrinárias é o de que as normas em branco são constitucionais.
3- Insignificância 
Também chamado de princípio da bagatela, foi desenvolvido por claus roxin e, no brasil, apesar de nao possuir previsão legal é amplamente aceito pela jurisprudência. De acordo com esse princípio nao se pune a lesão insignificante.
Baseia no pressuposto de que a tipicidade penal exige um mínimo de lesividade ao bem jurídico, reconhecendo a atipicidade do fato nas perturbações jurídicas mais leves.
4- Principio da lesividade/ofensividade
 Princípio segundo o qual só há crime havendo dano
 Não basta que a conduta seja imoral ou pecaminosa, ela deve ofender um bem jurídico provocando uma lesão efetiva ou um perigo concreto ao bem.
5- Princípio da responsabilidade pessoal
Preconiza que somente o condenado, e mais ninguém, poderá responder pelo fato praticado, pois a pena não pode passar da pessoa do condenado.
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigaçao de reparar o dano e a decretaçao do perdimento de bens ser, no termos da lei, estendidas ao sucessores e contra eles executadas,ate o limite do valor do patrimonio transferido. (art 5 inciso 45)
A constituição traz o que, para alguns autores, significa uma exceção e, para outros, uma confirmação da própria regra. (art 5 inciso 45)
6- Principio. da responsabilidade subjetiva (culpabilidade)
Diz respeito à motivação.
Trata-se do princípio da culpabilidade, segundo o qual, a aplicação da lei penal tem como imprescindível para fins de tipificação da conduta, a análise do elemento subjetivo.
Por força do princípio da responsabilidade subjetiva não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente: para que se possa fazê-lo responsável se requer, ademais, que o fato tenha sido querido (dolo) ou, pelo menos, que tenha sido previsível o resultado (culpa). Assim, ninguém pode ser castigado senão pelas consequências queridas (dolosas) ou previsíveis (culposas) dos seus próprios atos.
- Responsabilidade na esfera civil: objetiva. Para que aja responsabilidade, deve haver (conduta, resultado/dano, nexo)
- Responsabilidade na esfera penal: conduta, resultado, nexo, tipicidade 
 Tipicidade:
a)Tipo objetivo: molde; etiqueta; ato em si. Ex. Matar alguém
b) Tipo subjetivo: (intencionalmente ou não) culposo ou doloso.
Obs: De acordo com o código penal, art 18, a regra geral é que se entenda todos os tipos incriminadores como sendo figuras tipicas dolosas as quais só irão se subsumir, por obvio, a condutas dolosas. Caso o legislador queira alcançar uma conduta culposa haverá de prever excepcional e necessariamente um tipo culposo, sob pena de um comportamento ser considerado atipico por ausência de tipicidade subjetiva.
7- Principio do Ne/non bis in Idem (n punir duplamente)
Por este principio n se pune alguem em duplicidade, na esfera penal, em virtudes de um mesmo fato. Alem disso, veda-se também, o duplo processamento penal em virtude de um mesmo fato.
Questão: Vitor eh injustamente acusado de matar Ricardo em razão de uma emboscada arquitetada por este. Ao termino do processo Vitor eh condenado a cumprir 18 anos de prisão. Apos cumprir, na integra, a pena Vitor sai determinado a provar sua inocência; descobre onde se esconde Ricardo e o mata, o MP tomando conhecimento do fato oferece denúncia contra Vitor por crime de homicídio
O código penal no art 1 inciso 1, preve a reincidência como circunstância agravante de pena. De acordo com Paulo Queiroz e outros doutrinadores a mencionada agravante ofende o ne bis in idem. Porem, para o STF n existe essa ofença.
8- Principio da confiança
O princípio da confiança funda-se na premissa de que todos devem esperar que as outras pessoas sejam responsáveis e atuem de acordo com as normas da sociedade, visando evitar danos a terceiros.
Preconizado especialmente por Gunther jacobs, tem como ideia central a proposta de que cada indivíduo na sociedade cumpre um papel de modo que, somente diante do descumprimento deste, legitima-se a intervenção penal.
Uma vez quebrada a confiança da expectativa social, legitima-se a intervenção penal.
O princípio da confiança, contudo não se aplica quando era função do agente compensar eventual “comportamento defeituoso de terceiros”. Assim, se o proprietário de uma residência sofrer o furto de uma tampa de esgoto na calçada em frente a sua casa, deverá fazer a reposição imediata, ou isolar a área evitando a passagem pelo local. Sob pena de terceiro, mesmo que involuntariamente, enfie o pé na abertura e venha a sofrer uma lesão. Como o agente atuou quebrando uma expectativa social de cuidado, a confiança que depositou na vítima é proibida, e chamada de abuso da situação de confiança.
9- Adequaçao social
Princípio extremamente trabalhado por Claus Roxin, segundo o qual n se pune a conduta socialmente adequada. Note-se que, este juízo de adequação eh feita a partir do pensamento social, e não pessoal do magistrado. ex. cd pirata
As mães perfuram as orelhas das suas filhas. Muitas pessoas fazem tatuagem. Essas condutas são formalmente típicas, ou seja, acham-se descritas na lei penal, em razão da ocorrência de uma lesão corporal. Apesar disso, não são consideradas um crime.
obs:conduta tipica: /conduta atipica:
10- Principio da humanidade das penas
O réu deve ser tratado como pessoa humana.
Princípio segundo o qual o objetivo da pena não é o sofrimento ou a degradação do apenado. O Estado não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que lesionem a constituição físico-psíquica do condenado
Não haverá de acordo com a constituição:
- penas de morte (salvo em casos de guerra declarada); 
- de caráter perpétuo ( CP, art. 75: limite 30 anos);
- de trabalhos forçados (LEP: o trabalho é um direito e dever do preso); 
- banimento (n pode banir o indivíduo do país); 
- nem penas cruéis (penas que causem sofrimento)
- Principio da intervenção mínima
Questões: ''ha, necessidade d reagir impregandor um castigo, se eh que queremos sobreviver como grupo, dento de uma ordem social. O caos, e a própria destruição do sistema seriam as consequências inevitáveis de n recorrer a essa medida.'' O que o autor desta observação esta defendendo e criticando em sua fala? Justifique
O autor defende a teoria absoluta quando define o castigo como principal forma de retribuição a um mal causado, ou seja, dá ao castigo, como finalidade, à estabilidade para manter a ordem social. Desta forma,critica a teoria relativa, já que esta compreende a pena (castigo) como forma de prevenção a futuros delitos, podendo ser aplicada como prevenção especial, quando se refere ao delinquente, ou geral, quando possui fim social.
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