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Direito e Moral

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SIMONE TATTO
Diferenças e Conceitos de DIREITO E MORAL
Trabalho 01 da disciplina de ID Introdução ao Direito, apresentado ao Curso de Bacharelado em Direito da Faculdade Mater Dei de Pato Branco como requisito parcial do primeiro bimestre.
Profª. Maria Cecília.
PATO BRANCO – PR
2015
Pode se afirmar que a moral e o direito são instrumentos de controle social, ambos. Há casos em que as características aplicadas estão mais presentes em um tipo de norma que em outra, não podendo ser consideradas exclusivas. Ainda que a pretensão de separar direito da moral, resultou-se em frustração, já que é a partir das regras morais e justificadas por estas que surgem as regras jurídicas, ou seja, é a moral que impulsiona a criação do direito positivo.
A ciência do direito é uma parte das ciências sociais que trata de um conjunto de normas obrigatórias que controlam as relações das pessoas em uma sociedade, dispõe um conjunto de conhecimentos relacionados com as normas jurídicas, criadas e postas em vigor por cada Estado ou país, é uma forma de organização, pois indica o atendimento de valores que apontam para a dignidade do ser humano.
A faculdade legal de exigir ou não um determinado ato é chamado de direito subjetivo, se refere à prerrogativa que pertence a um sujeito ou grupo.
Dentre as características do direito destaca-se a bilateralidade, pois, ao conceder direitos, implica automaticamente em deveres ou obrigações, sendo assim uma via de mão dupla; Possuiu exterioridade, ocupa-se das atitudes externalizadas dos indivíduos, não preocupa-se em atuar na consciência; Tem heteronomia, onde o indivíduo deve submeter-se a uma vontade superior, independente se é alheia à sua; É coercível, a pessoa obedecerá as normas por temer uma penalidade que será exercida pela força estatal.
A visão do direito é criar um ambiente de segurança e ordem para que o indivíduo consiga alcançar o desenvolvimento e progressão pessoal, profissional, científico e tecnológico.
A moral pode ser definida como costumes e padrões de conduta de uma determinada sociedade ou grupo, que são aceitas mais facilmente, surgem da consciência coletiva. Trata-se de um valor variável no tempo e no espaço, cada povo possui a sua moral, que evolui e se adapta ao longo da história, criando novos modos de agir e pensar identifica-se com a noção de “bem”, a consequência é a experiência aliada à razão.
A moral é unilateral, tem as regras mais simplificadas, impõe somente os deveres e com isso deixa claro o que se espera dos indivíduos, que é a obediência às regras; Autonomia de adesão às regras, o indivíduo tem a opção de querer ou não aquelas regras, espontaneamente. É incoercível, pois não há instrumentos punitivos para quem não segue essas normas, mas constrange os indivíduos a cumprirem as regras, desestimulando o descumprimento. O objetivo da moral é aperfeiçoar a consciência do indivíduo, para tal lhe impõe deveres na relação consigo mesmo e para com os outros.
A moral possui ainda interioridade, pois influencia diretamente a consciência pessoal, é uma forma de evitar que as condutas incorretas sejam externalizadas. A pessoa executa as normas implícitas, acreditando que elas são boas e não porque o seu descumprimento vá gerar uma coerção, mas implicitamente vai gerar remorso, desgosto íntimo e sentimento de reprovação geral, contudo é ineficaz, pois não se submetem aqui os indivíduos sem consciência e sem religião.
São vários os critérios utilizados para distinguir o direito da moral, sendo essas de ordem formal e material.
Do conteúdo surgem quatro teorias para diferenciá-las: 
1. Teoria dos círculos concêntricos: há dois círculos, o maior pertence à moral, enquanto que o menor ao direito, significando que a moral abarca o direito e que dela faz parte e sendo assim o direito esta subordinado às regras morais.
2. Teoria dos círculos secantes: os dois círculos se cruzam até um determinado ponto, significando que o direito e a moral possuem um ponto em comum, o qual ambos possuem competências para atuar, mas com uma área delimitada e particular para cada um pois há assuntos em que um não interfere na esfera do outro.
3. Teoria dos círculos independentes: a visão Kelseniana, concebeu que o direito é autônomo e a legitimidade de suas normas não dependem de conteúdos morais. Aqui conta com dois grandes círculos autônomos um do outro. 
4. Teoria do mínimo ético: contem o menor número possível de regras morais indispensáveis ao equilíbrio das relações humanas e morais, o direito atuaria como instrumento para o cumprimento destes preceitos morais básicos. Ainda que nem todos os indivíduos estejam dispostos a aceitar todos os preceitos morais básicos à estabilidade social, então o direito seria uma ferramenta para garantir o cumprimento deste mínimo ético necessário, para a sobrevivência da sociedade. Sendo assim, o direito estaria contido dentro da moral, mas com mais vigor e rigor.
A teoria mais assertiva seria a que figura dos círculos secantes, onde pela força do ordenamento jurídico, a norma é ao mesmo tempo jurídica e moral, sendo a concepção real, ou pragmática, das relações entre o Direito e a Moral.
Há muita influência da moral no direito, pois elas entrelaçam-se e interpenetram-se de vários modos, pois as normas morais tendem a converter-se em normas jurídicas.
Segundo Reale, “o Direito não é algo de diverso da Moral, mas é uma parte desta, armada de garantias específicas. A teoria do "mínimo ético" pode ser reproduzida através da imagem de dois círculos concêntricos, sendo o círculo maior o da Moral, e o círculo menor o do Direito. Haveria, portanto, um campo de ação comum a ambos, sendo o Direito envolvido pela Moral. Poderíamos dizer, de acordo com essa imagem, que "tudo o que é jurídico é moral, mas nem tudo o que é moral é jurídico"”.
Nem todas as prescrições morais são tuteladas pelo direito, caso fossem, o direito seria a imposição, pelo poder social, da moral de cada época. Muitas das prescrições morais, que não são essenciais à paz, à segurança e ao convívio sociais, não se encontram no direito.
Conforme Reale, “Não é exato, portanto, dizer que tudo o que se passa no mundo jurídico seja ditado por motivos de ordem moral” e que “o Direito, infelizmente, tutela muita coisa que não é moral”.
As normas e regras jurídicas são impostas, as quais valem independente de adesão favorável ou contrária, a finalidade é o bem comum, que vai desde prevenir o surgimento de conflitos sociais, como solucionar os conflitos quando ocorrerem, sem essas não haveria segurança nem justiça para a humanidade. Significando um conjunto de condições sociais que permita aos cidadãos o desenvolvimento de si próprios.
Entende-se deste modo que no direito e na moral, há muitas semelhanças, distinções e influências recíprocas entre os dois. Especialmente que o direito se manifesta com um conjunto de normas que apontam a conduta exigida e a consequência caso estas regras sejam infringidas, já a moral norteia de um modo generalista sem particularizações, visando apenas o aperfeiçoamento do ser humano, estabelece deveres do homem em relação ao outro, conforme sua consciência. Porem a sanção jurídica é diferente da sanção moral. 
A moral visa à abstenção do mal e à prática do bem, enquanto o objetivo do direito é evitar que se lese ou prejudique a outrem. O ser humano possui intrinsicamente normas de comportamento superiores ao direito positivo, que ordenam o respeito a Deus, à liberdade, aos bens, à defesa da nação que constituem bases permanentes e sólidas de toda a legislação.
O direito se preocupa além da exteriorização em certos fatos, questiona também as intenções de quem comete certos crimes, especialmente os dolosos e culposos.
 A moral com os aspectos interiores, também necessita da prática exterior da intenção. Foi à garantia da liberdade religiosa que levou pela primeira vez a diferenciar-se o direito da moral. O direito é fruto da sociedade, não a cria nem a domina, apenas a exprime e modela a razãohumana e de sua natureza, sendo que a razão possibilita distinguir o justo do injusto.
O disciplinamento da sociedade através do direito é um princípio em que as normas conservam uma conexão entre si, fazendo um todo harmonioso. A desarmonia das normas geraria mais conflitos ao invés de solucioná-los.
As regras moral e jurídica certamente são autônomas, pois as regras jurídicas são criadas pela razão prática dos sujeitos que representam certa coletividade, são dependentes de um dispositivo coercitivo de natureza estatal, estão ligadas ao aparecimento do Estado, já a moral cumpre-se como função social, manifesta-se desde que o homem existe como ser social, muito antes da organização do Estado e ambas almejam a abstenção do mal.
	Em virtude desses fatores, entende-se que é a partir das regras morais que surgem as regras jurídicas e estas são justificadas por aquelas, ou seja, a moral também justifica o direito, que surge da razão humana, daquilo que é entendido como correto diante da universalidade. Assim, a norma jurídica deve estar o mais próximo possível das regras morais e das costumeiras, para que seja aceita e cumprida pela sociedade à qual ela se destina.
	Devido aos fatores mencionados entende-se que não existem relações entre seres humanos, realizadas sem algum tipo de sentimento e ainda que o direito também se forma a partir da moral e dos costumes.
Caso Concreto de Decisão Jurídica com Base na Moral - Retirado na Íntegra 
Direito de recusa à transfusão de sangue por convicção religiosa, decisão da 12ª Câmara Cível do TJRS, tendo como relator o Des. Cláudio Baldino Maciel. 
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. TESTEMUNHA DE JEOVÁ. TRANSFUSÃO DE SANGUE. DIREITOS FUNDAMENTAIS. LIBERDADE DE CRENÇA E DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PREVALÊNCIA. OPÇÃO POR TRATAMENTO MÉDICO QUE PRESERVA A DIGNIDADE DA RECORRENTE. A decisão recorrida deferiu a realização de transfusão sanguínea contra a vontade expressa da agravante, a fim de preservar-lhe a vida. A postulante é pessoa capaz, está lúcida e desde o primeiro momento em que buscou atendimento médico dispôs, expressamente, a respeito de sua discordância com tratamentos que violem suas convicções religiosas, especialmente a transfusão de sangue. Impossibilidade de ser a recorrente submetida a tratamento médico com o qual não concorda e que para ser procedido necessita do uso de força policial. Tratamento médico que, embora pretenda a preservação da vida, dela retira a dignidade proveniente da crença religiosa, podendo tornar a existência restante sem sentido. Livre arbítrio. Inexistência do direito estatal de "salvar a pessoa dela própria", quando sua escolha não implica violação de direitos sociais ou de terceiros. Proteção do direito de escolha, direito calcado na preservação da dignidade, para que a agravante somente seja submetida a tratamento médico compatível com suas crenças religiosas. AGRAVO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70032799041, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cláudio Baldino Maciel, Julgado em 06/05/2010) 
Para o desembargador, relator da matéria, não pode o Estado autorizar determinada e específica intervenção médica em uma paciente que expressamente não aceite, por motivo de fé religiosa, o sangue transfundido.
Considerou o magistrado que não se trata de uma criança, incapaz de expressar vontade própria com um nível de consciência juridicamente aceitável, ou se, por outro qualquer motivo, estivesse a pessoa desprovida de capacidade de discernir e de decidir lucidamente a respeito do seu destino. Ao contrário, ressaltou tratar-se de pessoa maior de idade, lúcida e consciente, cuja vontade manifesta e indiscutível não se apresenta sob qualquer aspecto viciada.
Afirmou ainda que não vê como possa ser submetida a tratamento médico com o qual não concorda e que para ser procedido necessita do uso de força policial, tratamento este que não obstante possa lhe preservar a vida, retira dela toda a dignidade proveniente da crença religiosa, podendo tornar a existência restante sem sentido, desnecessária, vazia.
Não pode o Estado, concluiu o relator, intervir na relação íntima da pessoa consigo mesma, nas suas opções filosóficas, especialmente na crença religiosa, constitucionalmente protegida como direito fundamental do cidadão, mesmo que importe risco para a própria pessoa que a professa.
Por isso, para ver garantido o seu direito de recusar tratamento médico com sangue, quando inconsciente, as Testemunhas de Jeová preparam e portam consigo um documento denominado Instruções e Procuração para Tratamento de Saúde, de amplo alcance legal nos termos do artigo 104, do Código Civil de 2002, pois se trata de uma manifestação de vontade.
Coerentemente, quando um paciente, antes de se tornar incapaz, expressou de modo claro o seu ponto de vista sobre o que ele considera tratamento médico inaceitável, tanto o médico como o hospital devem respeitar a sua decisão, inclusive quando ele já não pode expressar audivelmente a sua vontade.
A Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1995/2012, dispondo sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes, regulamenta que o médico deve respeitar e levar em consideração a vontade antecipada do paciente ao tomar decisões que necessita de sua vontade expressa. Por exemplo, o art. 2º, §§1º e 3º estabelece que se o paciente tiver designado um representante para tal fim, suas informações serão levadas em consideração pelo médico, bem como as diretivas antecipadas dele prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares.
Como afirmou o professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Marco Segre, “mesmo no caso de choque, coma, ou outro impedimento à expressão da vontade do paciente, desde que esta (vontade) tenha sido anteriormente documentada, somos da opinião de que o médico não deve afrontá-la”.[9]
Por fim, o Enunciado nº 528 do Conselho da Justiça Federal aprovado na V Jornada de Direito Civil, dispõe que é válida a declaração de vontade expressa em documento autêntico, também chamado “testamento vital”, em que a pessoa estabelece disposições sobre o tipo de tratamento de saúde, ou não tratamento, que deseja no caso de se encontrar sem condições de manifestar a sua vontade.
REFERENCIAS
http://direitofib1b.tripod.com/sitebuildercontent/sitebuilderfiles/miguelreale.pdf
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAfSsAJ/direito-moral
http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=6473
http://jus.com.br/artigos/27471/as-testemunhas-de-jeova-e-o-direito-fundamental-de-recusa-as-transfusoes-de-sangue-na-constituicao-brasileira-de-1988/2#ixzz3VsBUBtv2
http://revistas.unibh.br/index.php/dcjpg/article/viewFile/8/7

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