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Introdução à Filosofia (FL010) PROFESSOR: DIEGO ANDRES SALCEDO MONITOR: MARCÍLIO BEZERRA CRUZ Φ O que discutimos até então? O que é a filosofia e a sua origem no ocidente Um dos 5 instrumentos do conhecimento humano (junto a Arte, ao Mito, a Religião e a Ciência) Os elementos qualitativos que favorecem o nascimento da Filosofia Concepção imanente da natureza Religiões Gregas (Politeísmo e o Orfismo) Posição geográfica e sincretismo cultural (cidades litorâneas e contatos com o oriente O MITO GREGO (sistematização, ordenação e harmonia) A Filosofia Antiga e suas etapas Tem início no século VI a.C. com Tales e vai até o século VI d.C. quando o Imperador Justino ordenou que todas as escolas gregas fossem fechadas Os 5 períodos da Filosofia Antiga Naturalista: investigação da natureza (phýsis) Humanista: investigação do homem e a sua relação com o mundo Sínteses: construção de sistemas filosóficos que abarcam todas as coisas Escolas Helenísticas: período da crise de valores gregas Religioso: contato com Roma e a religião cristã O naturalismo dos “Pré- socráticos” Os primeiros filósofos são também chamados de “Pré-Socráticos” por investigarem temas anteriores aqueles investigados por Sócrates Os primeiros filósofos buscaram pensar o princípio da natureza (arkhé) sem recorrer a qualquer explicação mitológica A concepção imanente de natureza que possuíam fizeram com que suas respostas fossem buscadas na própria natureza Assim, a filosofia surge junto a ciência como uma “filosofia da natureza” Até o século XVII, por exemplo, a Física era chamada de “filosofia natural”. O naturalismo dos “Pré- socráticos” A Escola de Mileto Tales de Mileto (tudo é água) Tudo parece necessitar de água para viver O alimento de todas as coisas é úmido Quando algo morre, parece secar Anaxímenes de Mileto (Tudo é ar) “Diferencia-se nas substâncias, por rarefação e condensação. Rarefazendo-se, torna-se fogo; condensando-se, vento, depois, nuvem, e ainda mais, água, depois terra, depois pedras, e as demais coisas provêm destas. Também ele faz eterno o movimento pelo qual se dá a transformação” (VERBETE ANAXÍMENES, WIKIPÉDIA). O naturalismo dos “Pré- socráticos” Anaxímenes de Mileto (Tudo é ar) Explicou também fenômenos naturais: Terremoto: “dizia, eram o resultado da falta de humidade, que causa que a terra sofra fraturas de tão seca que está, ou por excesso de humidade, que também causa fratura pelo excesso de água” Relâmpagos: “é causado por uma separação violenta, desta vez de nuvens pelo vento, causando uma iluminação brilhante semelhante a fogo” Arco-íris: é formado quando ar densamente comprimido é tocado pelos raios do sol O naturalismo dos “Pré- socráticos” A Escola de Mileto Anaximandro de Mileto (O indefinido ou apeiron) A origem de todas as coisas NÃO pode ser uma substância definida por que o definido necessita de algo anterior a ele para defini-lo (o indefinido) Em outras palavras: qual é a origem da água? Ou do ar? Explicou também fenômenos naturais: “Sua ideia de que a ação do Sol faz surgirem as criaturas de estrutura simples na água, que depois migram para a terra e adquirem estruturas mais complexa se parece com a teoria da evolução das espécies” (VERBETE DO WIKIPEDIA, ANAXIMANDRO). O naturalismo dos “Pré- socráticos” E se, em vez de um elemento, o princípio de todas as coisas fossem uma ordem? Pitagorismo (tudo são números) Uma seita esotérica inspirada em uma figura lendária (Pitágoras de Samos) Inspirado no Orfismo onde a música estava por trás de tudo Os pitagóricos vão descobrir que por trás da Música existe a matemática Os números são transcendentais a natureza O naturalismo dos “Pré- socráticos” Heráclito de Éfeso (tudo flui) Existe uma outra ordem na natureza: tudo está em um constante devir: um perpetuo vir-a-ser e deixar-de-ser A cada segundo as coisas são e não são e para que todas as coisas sejam o que são é necessário uma guerra entre os seus opostos: Nesse exato momento, por exemplo, o calor e o frio estão numa guerra. Nesse exato momento, a vida e a morte estão lutando para que eu esteja vivo aqui ► O fogo é o elemento que melhor se assemelha com nossa realidade: ele só existe em combustão, queimando. O naturalismo dos “Pré- socráticos” Heráclito de Éfeso (tudo flui) Fragmentos: “Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio” (91) “O mesmo é em nós, vivo e morto, desperto e dormindo, novo e velho” (88) “A rota da ladeira para cima e para baixo é uma e a mesma” (60) “O que vive ama morrer” (123) Heráclito parece está correto diante da natureza, mas logicamente é possível se pensar o que não é? O naturalismo dos “Pré- socráticos” Parmênides de Eleia (apenas o Ser é) Como é possível dizer que as coisas são e não são, se o que não é, não existe? Se tentarmos pensar em algo que não é, descobriremos que tudo que pensamos são coisas que são Não podemos pensar o que não existe, mas como, então, podemos perceber que as coisas estão deixando de ser? Os filósofos depois de Heráclito e Parmênides tentaram descobrir um modo de uni-los Mas acabaram esgotando a investigação sobre a phýsis sem ter qualquer interpretação inovadora A Filosofia viaja para Atenas: o século de Sócrates O século V a.C. foi o marco da civilização grega por conta de Atenas O desenvolvimento da Arte grega: pintura, música, escultura, ginastica e o teatro (Comédia e Tragédia) O florescimento da Democracia frente a Aristocracia e o poder nas mãos do “povo” As decisões da cidade passarão a serem tomadas pelos cidadãos que votaram nas melhores opiniões Cidadão: Homem livre, maior de 30 anos e que nasceu em Atenas ► O movimento Sofista: homens que vieram de toda parte do mundo pregando o ceticismo e o relativismo de ideias. ► Diziam ser capazes de ensinar oratória e retórica para todos que quisessem seguir a vida política SÓCRATES Até 40 anos homem comum O Oráculo de Delfos “O homem mais sábio de todos” Como posso ser o homem mais sábio se estou ciente da minha ignorância? “Mais sábio do que esse homem eu sou; é bem provável que nenhum de nós saiba nada de bom, mas ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um nadinha mais sábio do que ele exatamente por não supor que saiba o que não sei” “Só sei que nada sei” A “missão” de Sócrates: sábio é aquele que como Sócrates está consciente dos limites de sua ignorância A Filosofia viaja para Atenas: o século de Sócrates SÓCRATES Seguiu até o fim da sua vida “examinando” as opiniões dos outros e buscando a verdade para além do relativismo das opiniões Instrumentos de investigação socrática Ironia: valorizar o outro para trazê-lo ao diálogo O diálogo: perguntas e respostas Refutação: fazer o outro se contradizer A aporia: o estado do “não-saber” Conseguiu muitos seguidores (jovens inteligentes e bonitos) e muitos inimigos. O que lhe custou a sua morte: condenado a beber cicuta e a morrer pelo que acreditava. A Filosofia viaja para Atenas: o século de Sócrates Dentre os muitos discípulos de Sócrates eis que surge Platão Aristocrata de família rica, Platão largou sua vida na política para seguir a Sócrates Depois que seu mestre morreu, dedicou toda a sua vida para a filosofia Suas obras são escritas em formato de diálogo e tem como protagonista seu mestre Como Sócrates não escreveu nada, a sua figura foi imortalizada por meio das obras de Platão Dentre os muitos problemas que seus diálogos tratam, tem um em particular que merecedestaque: o embate Heráclito e Parmênides O período das sínteses: Platão e a Filosofia transcendental Abandonando a ideia de que as respostas para a natureza encontravam-se na própria natureza, Platão recorreu a um principio transcendental: as ideias ou formas. Cada ente natural presente na natureza tem uma ideia, em um mundo transcendental, que é imperecível. Assim, embora todas as coisas deixem de ser um dia, as ideias nunca se destroem. A natureza, portanto, é como Heráclito descreve, mas as ideais são eternas, como diz Parmênides, e são a base para que tudo seja do jeito que é. Se destruirmos todas as cadeiras do mundo sempre saberemos o que é uma cadeira por que temos em nós a ideia de cadeira. O período das sínteses: Platão e a Filosofia transcendental A ideia do homem é a sua alma. É ela quem é imortal e que contempla o mundo das ideias depois que morremos. Estamos num círculo de infinitos nascimentos (Orfismo) e mortes. Quando estamos nesse mundo, a semelhança das coisas sensíveis recordam as ideias inteligíveis A matemática é o melhor exemplo da existência de entes não-sensíveis, perfeitos e imutáveis que possuem infinitas cópias ao nosso redor. O MITO DA CAVERNA (explicação alegórica da filosofia de Platão e da figura Socrática) O período das sínteses: Platão e a Filosofia transcendental No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, sem poder ver uns aos outros ou a si próprios. Atrás dos prisioneiros há uma fogueira, separada deles por uma parede baixa, por detrás da qual passam pessoas carregando objetos que representam "homens e outras coisas viventes". As pessoas caminham por detrás da parede de modo que os seus corpos não projetam sombras, mas sim os objetos que carregam. Os prisioneiros não podem ver o que se passa atrás deles, e veem apenas as sombras que são projetadas na parede em frente a eles. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando- os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade. Imagine que um dos prisioneiros seja libertado e forçado a olhar o fogo, e os objetos que faziam as sombras (uma nova realidade, um conhecimento novo). A luz iria ferir os seus olhos, e ele não poderia ver bem. Se lhe disserem que o presente era real e que as imagens que anteriormente via não o eram, ele não acreditaria. Na sua confusão, o prisioneiro tentaria voltar para a caverna, para aquilo a que estava acostumado e podia ver. Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, os seus olhos, agora acostumados à luz, ficariam cegos devido à escuridão, assim como tinham ficado cegos com a luz. Os outros prisioneiros, ao ver isto, concluiriam que sair da caverna tinha causado graves danos ao companheiro, e por isso não deveriam sair dali nunca. Se o pudessem fazer, matariam quem tentasse tirá-los da caverna (VERBETE WIKIPÉDIA, MITO DA CAVERNA). O período das sínteses: Platão e a Filosofia transcendental Dos discípulos de Platão, um se destaca: Aristóteles O filósofo procurou, para além da investigação teórica, observar e estudar todos os fenômenos da natureza. Ele classificou o conhecimento humano em três áreas do conhecimento: Ciências Teoréticas: contemplativa, em que o objeto de investigação é exterior a própria ciência e sem qualquer finalidade prática (Filosofia e Matemática). Ciências Práticas: em que o objeto de investigação é próprio da ciência e com finalidade de aperfeiçoamento moral (Ética, Política) Ciências Poiéticas ou produtivas: em que o objeto da investigação é exterior a própria ciência e com a finalidade de produzir algo. O período das sínteses: Aristóteles e o prelúdio da Ciência Aristóteles estudou sobre quase todo tipo de coisa: Lógica, Física (Filosofia Natural), Ótica, Química, Astronomia, Biologia, Metafísica, Linguagem, Psicologia, Ética, Retórica, Artes (Música, poesia), Política. Dando continuidade no pensamento filosófico que se originou em Heráclito e Parmênides, o filósofo se distinguiu de Platão, afirmando que a essência das coisas estariam nas próprias coisas e não fora delas. É das características que todas as coisas possuem que tiramos o que elas tem de comum. Isso fez com que ele classificasse os seres vivos: Reino ⇒ Filo ⇒ Classe ⇒ Ordem ⇒ Família ⇒ Gênero ⇒ Espécie O período das sínteses: Aristóteles e o prelúdio da Ciência Na lógica e na linguagem ele percebeu que a estrutura do pensamento humano se repetia e construiu modelos de raciocino para afirmações “verdadeiras” e “falsas” “Todo gato é mamífero, Miau é um gato, Miau é um mamífero” (PREMISSAS VERDADEIRAS, CONCLUSÃO VERDADEIRA). Todo gato é mamífero, Lulu é um mamífero, Lulu é gato” (PREMISSAS VERDADEIRAS, CONCLUSÃO FALSA) Na Ética, Aristóteles acreditava que todo homem buscava a felicidade e que essa felicidade deve ser algo perene e não parcial. Que tipo de vida, então, teríamos que ter para sermos felizes? O período das sínteses: Aristóteles e o prelúdio da Ciência Na Política ele elencou os tipos de governo em seu tempo e nomeou as formas justa e corrompidas de se governar Na Astronomia, Aristóteles sintetizou o pensamento do seu tempo, argumentando em favor de um Geocentrismo em que o universo era dividido em dois polos: sublunar (a terra) e o supralunar (os astros acima da lua) O período das sínteses: Aristóteles e o prelúdio da Ciência Forma Justa Definição Forma corrompida Monarquia Governo de um só Tirania Aristocracia Governo de poucos Oligarquia Democracia Governo de muitos Demagogia Alexandre Magno, no século III, expandiu a cultura grega para todo o mundo, destruindo a separação que havia entre gregos e bárbaros. Os gregos que antes se refugiavam nas pólis como cidadãos, agora eram também escravos de um governo cosmopolita. Passou-se a buscar refugio dentro do próprio homem (a cidadela anterior), como abrigo das intempéries. A ideia de Ataraxia (imperturbabilidade) era o ideal a ser perseguido Fundaram-se escolas inspiradas em aspectos do homem mais corajoso e imperturbável da Grécia (Sócrates). A crise do homem grego: as escolas helenísticas O Cinismo: prescrevia a felicidade de uma vida simples e natural através de um completo desprezo por comodidades, riquezas, apegos, convenções sociais e pudores, utilizando de forma polêmica a vida canina como modelo ideal e exemplo prático destas virtudes. Diógenes (o cão) - Anedotas O Epicurismo: pela busca da indiferença diante da morte e uma ética que identifica o bem aos prazeres comedidos e espirituais, que, por passarem pelo crivo da reflexão, seriam impermeáveis ao sofrimento incluído nas paixões humanas. o modo de viver, de agir, de quem só busca o prazer; sensualidade, luxúria. Os jardins de Epicuro A crise do homem grego: as escolas helenísticas O Estoicismo: que se caracteriza por uma ética em que a imperturbabilidade, a extirpação das paixões e a aceitação resignada do destino são as marcas fundamentais do homem sábio, o único apto a experimentar a verdadeira felicidade. rigidez de princípios morais. Os exercícios de Sêneca O Ceticismo: o ceticismo argumenta que não é possível afirmar sobre a verdade absoluta de nada, é preciso estar em constante questionamento, sobretudo, em relação aos fenômenos metafísicos, religiosos e dogmáticos. Seus seguidores alegavam a impossibilidade de alcançar o total conhecimento e adotaram métodos empíricos paraafirmar seus conhecimentos. Assim, o Ceticismo Filosófico se dedicou a examinar criticamente o conhecimento e a percepção sobre a verdade. Pirro e os gnosofistas A crise do homem grego: as escolas helenísticas O florescimento do Cristianismo, nos séculos I-IV a.C., trouxe profundas mudanças na filosofia grega O contato com a tradição Semita modificou alguns pontos de vista da filosofia que, desde Alexandre, buscou uma religiosidade para se manter. O maior expoente dessa filosofia foi Plotino, um neoplatônico que pregava a liberação dos males do corpo e a purificação da alma. Construiu uma religiosidade a partir dos mundos das ideias de Platão O outro mundo é verdadeiro mundo da salvação O mundo sensível é o mundo do erro e do sofrimento Influenciou profundamente o cristianismo que o adotou. O Contato com o Cristianismo Restou dúvidas? Slide 1 O que discutimos até então? A Filosofia Antiga e suas etapas O naturalismo dos “Pré-socráticos” O naturalismo dos “Pré-socráticos” O naturalismo dos “Pré-socráticos” O naturalismo dos “Pré-socráticos” O naturalismo dos “Pré-socráticos” O naturalismo dos “Pré-socráticos” O naturalismo dos “Pré-socráticos” O naturalismo dos “Pré-socráticos” A Filosofia viaja para Atenas: o século de Sócrates A Filosofia viaja para Atenas: o século de Sócrates A Filosofia viaja para Atenas: o século de Sócrates O período das sínteses: Platão e a Filosofia transcendental O período das sínteses: Platão e a Filosofia transcendental O período das sínteses: Platão e a Filosofia transcendental O período das sínteses: Platão e a Filosofia transcendental O período das sínteses: Aristóteles e o prelúdio da Ciência O período das sínteses: Aristóteles e o prelúdio da Ciência O período das sínteses: Aristóteles e o prelúdio da Ciência O período das sínteses: Aristóteles e o prelúdio da Ciência A crise do homem grego: as escolas helenísticas A crise do homem grego: as escolas helenísticas A crise do homem grego: as escolas helenísticas O Contato com o Cristianismo Restou dúvidas?
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