Buscar

APOSTILA ROCHAS SEDIMENTARES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Centro Federal de Educação Tecnológico do Pará � PAGE �13�
Curso de Mineração
ROCHAS SEDIMENTARES
1 – Introdução
	Inicialmente são apenas materiais sólidos inconsolidados, desagregados, friáveis e decompostos gerados pelo intemperismo e erosão, em seguida são transportados por vários agentes e de diversas formas, de tal sorte que são depositados em uma parte mais baixa da superfície que a denominamos bacia sedimentar. Estes fragmentos soltos encontram seu ambiente de formação, que se estende a partir da superfície terrestre até alguns quilômetros de profundidade. Os sedimentos depositados neste novo ambiente, sofrem inúmeras modificações proporcionadas por uma variação de pressão baixa e temperaturas (oscilando aproximadamente até 200º C).
2 – Conceito
	São rochas originadas a partir da atuação do intemperismo físico, químico e biológico em rochas pré-existentes (ígneas, metamórficas e sedimentares), na superfície da crosta terrestre, proporcionando a desagregação e decomposição das mesmas, gerando vários tamanhos de fragmentos, colóides e/ou íons que serão levados pelos agentes transportadores água, vento, gelo e gravidade para dentro de uma bacia de deposição, onde sofrerão atuação de processos mecânicos e/ou químicos formando uma rocha sedimentar. 
	As rochas sedimentares são também chamadas de exógenas ou secundárias, pois são formadas por alterações de outras rochas em superfície.
3 – Intemperismo
O ambiente em que a maioria das rochas se formam é muito diferente do ambiente na superfície do planeta. Enquanto as rochas se formam em ambientes com temperatura e pressão elevadas e constantes, em ausência de luz, organismos, ventos, etc. , quando são expostas na superfície do planeta, encontram condições bem diferentes: temperaturas e pressões menores, porém com grande variação ao longo do dia e noite e das estações do ano, presença de organismos, variação de umidade, presença de luz, etc. O conjunto destes fatores é chamado de INTEMPÉRIES, e por isso sua ação sobre as rochas expostas, desagregando-as e desestruturando-as, é chamado intemperismo.
 3.1 - Intemperismo Físico
	O intemperismo físico é composto pelos processos que levam a fragmentação da rocha, sem modificação significativa em sua estrutura química ou mineralógica. Esta quebra pode se dar por vários processos:
	a) Variação de temperatura: as rochas são compostas por diversos minerais, que se dilatam e contraem de maneira diferente (coeficientes de dilatação e contração diferentes). Quando vários minerais estão unidos na massa da rocha e são submetidos à variações de temperatura, se dilatam e contraem em direções e com intensidades diferentes. Este fenômeno cria tensões no corpo da rocha, levando à fadiga do material e seu fraturamento. Nas rochas máficas (de coloração escura, como o basalto) este 
processo é ainda mais intenso devido à maior absorção de calor. Imagine um bloco de rocha exposto à intempéries. As tensões geradas na superfície do bloco se transmitirão para as arestas, e das arestas para os vértices. Logo, a ordem de fraturamento deve ser primeiro os vértices e depois as arestas, dando um aspecto arredondado ao material.
	A este processo dá-se o nome de esfoliação sendo muito comum na região de Santa Maria, especialmente na porção Norte (em direção à encosta, Júlio de Castilhos, São Martinho, Silveira Martins, etc).
	b) Crescimento de raízes: espécies pioneiras arbustivas e arbóreas podem exercer grandes pressões sobre as rochas, através do crescimento das raízes entre as fendas. Exemplos típicos desta força são os danos causados pelas raízes de algumas árvores ao calçamento e às fundações das construções.
	c) Gelo: apesar de não ser comum no clima atual do Brasil, a formação de gelo na água acumulada em fendas nas rochas também pode levar à sua fragmentação. A água no estado sólido ocupa um volume 10 % maior que no estado líquido.
d) Precipitação de sais: de maneira semelhante, o acúmulo de porções de água ricas em sais em frestas e fendas na rocha, pode ocasionar seu fraturamento quando a água evapora e os sais começam a se cristalizar.
	O aumento de Área Superficial Específica (ASE) é a maior contribuição do intemperismo físico para o avanço do intemperismo químico e a pedogênese.
3.2 - Intemperismo Químico
	O intemperismo químico é o conjunto de reações que levam à modificação da estrutra dos minerais que compõem a rocha. Na natureza, é praticamente impossível separar o intemperismo físico do intemperismo químico, já que ocorrem quase simultaneamente. O intemperismo químico, entretanto, torna-se mais acelerado à medida que o intemperismo físico avança, devido ao aumento de área superficial específica (ASE) dos minerais.
	Assim como o intemperismo físico, o químico ocorre porque as condições ambiente na superfície da crosta são bastante diferentes daquelas onde os minerais se formam. Os arranjos cristalinos das estruturas mineralógicas estão sempre tendendo para uma situação de maior equilíbrio com o ambiente. Entretanto, mesmo quando estas diferenças são muito grandes, estas reações ocorrem em uma velocidade bastante lenta, do ponto de vista humano.
	As principais reações são:
3.2.1 - 	Hidratação:
 É a primeira reação a ocorrer, não mudando a estrutura do mineral, mas servindo como um pré-requisito para a hidrólise, daí sua importância.
CaSO4 + H2O 
(anidrita) (gipsita)
3.2.2 - 	Dissolução:
 É a reação através da qual os íons das estruturas cristalinas passam para a solução, gerando perdas e ganhos locais. O depósito final destes íons é o oceano, mas seu acúmulo em algum local neste trajeto (que pode durar séculos) pode gerar depósito geológico, como as minas de potássio em Shaskatown, no Canadá.
	Uma mudança climática para um regime de maior umidade, por exemplo, pode solubilizar estes depósitos e trazer os sais à superfície por capilaridade. Na superfície do solo a água evapora e os sais se cristalizam, formando as chamadas eflorescências.
CaCO3 + CO2 + H2O → Ca(HCO3)2 (Bicarbonato de Ca → solúvel) -
3.2.3 - 	Hidrólise:
	 É a reação do H+1 e OH-1 da dissociação da água com os minerais, rompendo as ligações silício/metais da sua estrutura. O H+1 substitui o metal, colapsando a estrutura e desintegrando-a. Ficando assim:
 
2KAlSi3O8 + 2H+ + 9H2O → 2K+ + Al2Si2O5(OH)4 + 4H4SiO4
(Feldesp. K) (Caulinita)
	É uma reação tão importante para silicatos, que baseado na intensidade desta reação no solo, associado com a lixiviação, são propostos três estádios de dessilicação. Estes estádios são usados como indicadores do grau de intemperismo que determinado solo sofreu. São eles:
3.2.3.1 - Bissialitização (ou Dessilicação fraca): Típica de ambientes com drenagem lenta, impedida, podendo existir aporte de silício por fluxos laterais. Os argilominerais predominantes são do tipo 2:1. É frequente em regiões semi-áridas. No Rio Grande do Sul ocorre na região da campanha, originando Vertissolos (Solo Escobar).
3.2.3.2 - Monossialitização (ou Dessilicação média): É a mais frequente nos trópicos, originando solos cauliníticos, predominando, portando, minerais 1:1. É a que predomina nos solos gaúchos com aptidão para agricultura.
3.2.3.3 - Alitização (ou Dessilicação forte): a Dessilicação e Lixiviação são bastante intensas, ou atuaram durante um longo tempo sem que houvesse um rejuvenescimento do solo pelo aporte de material. Os argilominerais predominantes são a Gibsita (óxido de Alumínio) e Hematita e Goethita (óxidos de Ferro). É típico no Brasil central, originando Latossolos gibbsíticos.
3.2.4 - 	Oxidação e Redução
	 É o processo de transferência de elétrons, onde o íon receptor de elétrons é reduzido (porque têm seu número de oxidação diminuído) e o que doa o elétron é oxidado. Sua importância em solos se refere principalmenteao Ferro e Manganês, no caso da gênese, e o Nitrogênio, para a fertilidade. Em situações particulares, como descarte de resíduos em solos, outros elementos também são importantes, como o Cromo. A importância se deve à mudança de comportamento do íon com a alteração do número de oxidação. Assim, o Fe+2 (íon ferroso) é muitíssimo mais solúvel que o Fe+3 (íon férrico), e pode ser removido do ambiente por solução. Nos minerais primários, o Fe encontra-se geralmente reduzido (Fe+2), e sua oxidação pode causar a desestruturação do mineral. Exemplo:
2FeSiO3 + 5H2O + 1/2O2 → 2FeOOH + 2H4SiO4 / 2FeOOH → Fe2O3 + H2O
(Piroxênio) (Goethita) (Goethita) (Hematita)
3.2.5 - 	Complexação:
	É a ligação de um íon metálico com um composto orgânico, podendo aumentar a solubilidade do metal. Quando o composto se liga ao metal formando um anel, chama-se QUELATO (do grego KELA = pinça). Este último tipo de ligação também aumenta a solubilidade do metal. Os compostos orgânicos resultantes do metabolismo anaeróbios são os mais abundantes em moléculas formadores de quelatos, favorecendo a saída da de metais no ambiente.
Cu(NH3)42+ Cu2+ + 4NH3
4 - Diferenças entre Intemperismo e Erosão
A dinâmica do intemperismo na superfície terrestre sempre foi confundida com a atuação do processo de erosão. Ambos atuam de modo independente, vejamos a diferença entre os dois:
* Intemperismo: fenômeno de alteração das rochas executado por agentes essencialmente imóveis (variação de temperatura, precipitação pluviométrica, crescimento de raízes, expansão de gelo, reações químicas, etc).
* Erosão: remoção e transporte dos materiais por meio de agentes móveis (água, vento).
5 - Constituintes das Rochas Sedimentares
	
	- Minerais que resistem a meteorização, dão origem as rochas sedimentares clásticas, detríticas, terrígenas ou mecânicas.
	- Minerais formados como conseqüência da meteorização in situ, dão origem às rochas sedimentares residuais.
	- Produtos de precipitação química, dão origem às rochas sedimentares químicas.
	- Produtos biogênicos, são responsáveis pela formação das rochas sedimentares orgânicas.
6 - Estudos dos Sedimentos
	Os sedimentos são materiais originados pela desagregação ou decomposição de rochas pré-existentes, passíveis de serem transportados, depositados ou precipitados. 
	Divide-se em:
 Fração detrítica ou clástica ou terrígena ou mecânica – constituída de materiais sólidos, transportados mecanicamente, depositados e acumulados numa bacia sedimentar.
Fração química – constituída por materiais sob a forma de soluto e precipitados químicos, com ou sem a intervenção de agentes biológicos.
7 - Classificações dos Sedimentos
	Os sedimentos são classificados segundo o ambiente de sedimentação ou o tipo de sedimentação.
7.1 - Quanto ao ambiente de sedimentação.
 a) Sedimentos continentais: Fluviais, Lacustres, Eólicos e Glaciais;
 b) Sedimentos marinhos: Nerítico, Batial e Abissal.
7.2 - Quanto ao tipo de sedimentação.
a) Clásticos, Detríticos, Terrígenos ou Mecânicos (pelitos, psamitos e psefitos);
b) Química – precipitação de soluto e evaporação de água (evaporitos e sais);
c) Químico-orgânica – calcários, silex, etc;
d) Orgânica – hulha, turfa, antracito e folhelho betuminoso.
8 - Classificações dos Sedimentos Clásticos Segundo o Tamanho das Partículas em Milimetro (mm)
	Psefitos ou Rudáceas (granulometria grosseira)
	> 256
	Matacão
	256 – 64
	Blocos
	64 -- 4,0
	Seixo
	4,0 – 2,0
	Grânulo
	Psamitos ou Arenáceas (granulometria média)
	2,0 – 1,0
	Areia muito grossa
	1,0 – 0,50
	Areia grossa
	0,50 – 0,250
	Areia média
	0,250 – 0,125
	Areia fina
	0,125 – 0,062
	Areia muito fina
	Pelitos (granulometria fina a muito fina)
	0,062 – 0,031
	Silte grosso
	0,031 – 0,016
	Silte médio
	0,016 – 0,008
	Silte fino
	0,008 – 0,004
	Silte muito fino
	< 0,004
	Argila
9 - Classificação e Nomenclatura dos Sedimentos
9.1 - Abundância dos sedimentos mais comuns:
	- Argila - 85%
	- Areia - 5% a 10%
	- Calcário - 5% a 10%
9.2 - Volume de sedimentos até profundidade de 16 km (dados verificado na litosfera).
	Sedimentos e rochas sedimentares - 5%
	Rochas ígneas e metamórficas - 95%
9.3 - Áreas aflorantes
	Sedimentos e rochas sedimentares -75%
	Rochas ígneas e metamórficas - 25%
10 - Texturas dos Sedimentos
Para se descrever uma rocha sedimentar devemos observar atentamente em cada grão constituinte da mesma, informações a respeito de suas características físicas e vestígios deixados e impressos na superfície do grão. 
10.1 - Granulometria
	O tamanho médio das partículas detrítica e a classe granulométrica dependem essencialmente da competência do agente transportador e da natureza do sedimento. As areias de dunas são em geral mais bem selecionadas do que as areias fluviais. Já, as areias de praias são pobres em partículas finas, pois estas são levadas para o interior da bacia. Os sedimentos finos constituem as classes granulométricas dominantes dos ambientes fluviais e eólicos.
10.2 - Forma dos grãos
	A morfologia dos sedimentos diz respeito à forma e a superfície dos grãos (seixos, grânulos e areias). Este estudo permite avaliar a importância do desgaste produzido nos grãos durante os diferentes processos de transportes e também sobre a própria natureza dos mesmos. Grãos angulares são indicativos de que os mesmos sofreram um transporte muito pequeno ou nulo. Já, os grãos desgastados e brilhantes mostram que os mesmos foram transportados sob ação da água. Enquanto que grãos arredondados e opacos, caracterizam que sofreram transporte pelo vento.
10.3 - Arredondamento dos grãos
	Durante o transporte, as partículas de sedimentos sofrem choques contínuos, quebrando os cantos de modo que os grãos no decorrer do tempo tendem a uma forma esférica. Entretanto, esta forma é raramente alcançada, pois depende da natureza petrográfica e do tipo de agente de intemperismo.
	Nos ambientes marinhos, os seixos são geralmente achatados, e bem mais trabalhados do que no ambiente fluvial. Nos ambientes eólicos os clástos apresentam-se bem arredondados, opacos e com boa seleção. Por sua vez, nos ambientes glaciais, os seixos são estriados e possuem geralmente uma face plana, dando uma forma de ferro de engomar. 
Esfericidade e arredondamento dos sedimentos
10.4 - Seleção dos grãos 
A partir da desagregação e decomposição das rochas inúmeras partículas das mais variadas formas e tamanhos são gerados. Neste momento entram em ação os quatros agentes transportadores (água, vento, geleira e gravidade), que irão proporcionar o deslocamento destes sedimentos para as partes mais baixas de um perfil. De acordo com o agente transportador e sua velocidade ocorrerá uma separação por tamanhos, possibilitando assim uma seleção natural dos componentes sólidos. Por ex., quando os sedimentos são transportados pela água há uma seleção natural dos mesmos, com os maiores sendo depositados a uma distância menor e os menores a uma distância maior local do início do transporte. Esta seleção dependerá da velocidade da água.
11 - Outras Informações Necessárias a uma boa Descrição
11.1 - Cor 
	As cores dos sedimentos podem ser úteis na caracterização dos ambientes antigos das camadas. A coloração do sedimento pode ser de origem primária, ou seja, reflete a cor do sedimento quando da sua imediata deposição, ou secundária, que resultou de transformações posteriores.
	As cores cinza e preta são devido à presença de matéria orgânica. Formam - se em ambientes redutores, onde podemos encontrar associados com compostos de enxofre e pirita. As rochas originadas por estes sedimentos possuem granulação fina (pelitos) e são encontrados em ambientes marinho, lacustre ou pântano.Cada qual com associação fossilífera muito peculiar.
	Cinza esverdeado ou esverdeado Em alguns sedimentos estão relacionados com presença de minerais como clorita, glauconita, montmorilonita ou minerais de cobre. Normalmente o ambiente é redutor fraco, típico de lacustre ou marinho, neste quando se observa a presença de glauconita.
	Azul esta cor é dada pela presença da celestita, e ocorrem nas anidrita, gipsita e halita. São comuns em depósitos de evaporitos e em alguns pântanos redutores.
	Vermelho, amarelo, laranja e castanho estas cores estão sempre relacionadas com hidróxido de ferro (goethita), indicam ambiente continental e geralmente oxidante, como; ambiente fluvial e dunas.
	Chocolate é devido à presença de óxido de ferro juntamente com manganês, e é característico de ambiente continental.
	Púrpura é dada pela presença de óxido de ferro mais a clorita.
	Branco os sedimentos de cores brancas, não apresentam alteração nem contaminação. É característico dos arenitos, isto devido ao tom esbranquiçado ou vítreo do próprio quartzo. Igualmente os carbonatos brancos, devido à cor natural predominante da calcita (branco). 
11.2 - Arcabouço
	Corresponde à fração clástica principal (que dá o nome a rocha ou depósito) e as frações mais grossas que esta. Em um arenito, por ex., o arcabouço são os grãos de tamanho areia (0,062 a 2 mm) e eventuais clásticos da fração cascalho (> 2 mm).
11.3 - Matriz
	Trata-se de material clástico fino entre os grãos de uma rocha arenosa. No ex. do arenito, a matriz seria constituída pelos grãos menores de 0,062 mm, ou seja, grãos silte e argila.
11.4 - Porosidade
	São todos os espaços vazios existentes entre os arcabouços (grãos) e que podem ser ocupados por ar, água, matriz, cimento, podendo ainda até mesmo ser diminuído e/ou eliminado por pressão exercida por sedimentos sobrepostos.
11.5 - Cimento
	São todos e quaisquer materiais sólidos (abaixo do tamanho argila), colóides e íons que são levados em solução para dentro de uma bacia de deposição e posteriormente precipitados, preenchendo os poros vazios entre os sedimentos. Estes materiais têm como objetivo ligar, unir as partículas maiores.
12 - Abundâncias Relativas dos Minerais nas Rochas Sedimentares
12.1 – Minerais Terrígenos (Detríticos) – são originados através de intemperismo e erosão de rochas pré-existentes, seguidos de transporte e deposição.
	- Quartzo (35 a 50%) freqüência relativa
	- Minerais de argila (25 a 35%), principalmente montmorilonita, caulinita e illita.
	- Fragmentos de rochas metamórficas (5 a 15%), compõem-se de partículas detrítica de ardósia, filito, quartzito fino, etc.
	- Feldspatos (5 a 15%), Potássio e Plagioclásio, sendo que o primeiro é mais abundante.
	- Sílex (1 a 4%) formado por fragmentos de sílica na forma micro e criptocristalina.
	- Mica grossa (0,1 a 0,4%) a moscovita é a mais abundante, por ser mais resistente ao intemperismo, podendo aparecer alguma biotita ou clorita.
	Carbonatos (0,2 a 1%) na forma de fragmentos e os mais comuns são calcários e dolomitos.
	Minerais Acessórios e pesados (0,1 a 1%) correspondem aos minerais acessórios e pesados das rochas pré-existentes (ígnea, metamórfica e sedimentar).
Opacos: magnetita, ilmenita, hematita, etc.
Menos estáveis: granada, apatita, cianita, etc.
Ultra-estáveis: zircão, turmalina e rutilo.
12.2 – Minerais Químicos Autigênicos – esses minerais são formados pela precipitação a partir de soluções dentro da bacia de deposição ou formados durante a fase da diagênese dos sedimentos.
	- Carbonatos (70 a 80%) os mais comuns são a calcita, seguida da dolomita e em menores quantidades aragonita, siderita e ankerita.
	- Sílica (10 a 15%) ocorre principalmente na forma de quartzo e sílex, e menos freqüente como opala.
	- Sulfatos e outros sais (2 a 7%) os sulfatos mais comuns são gipsita e anidrita, enquanto os depósitos de sais mais comuns são de halita e em menores quantidades silvita, carnalita, barita, etc.
13 - Condições Necessárias para a Formação de uma Rocha Sedimentar
	
Perfil esquemático para a formação de uma rocha sedimentar.
	Observe o perfil acima e veja que para a formação de uma rocha sedimentar é preciso que tenhamos:
	. Pré-existência de rochas (ígneas, metamórficas e sedimentares), também chamada de área fonte.
	. Presença de agentes móveis e imóveis que desagreguem e desintegrem a área fonte.
	. Presença de agentes transportadores dos sedimentos clásticos e químicos para dentro da bacia de deposição, e por fim a;
Diagênese que é um processo geológico, que consiste de transformações químicas, físicas e biológicas sofridas por um sedimento após a deposição até a formação em rochas sedimentares. Este processo envolve a participação em uma escala hierárquica que começa com a Deposição e ou precipitação dos sedimentos dentro da bacia, posteriormente a Compactação, seguido da Recristalização, depois o preenchimentos dos poros através da Cimentação e finalmente a Litificação. 
 
14 - Diagênese
	Referem-se principalmente as reações que se processam dentro de uma bacia sedimentar, entre um mineral e outro, entre um mineral e outros ou entre vários minerais e os fluidos intersticiais. Com isto defini-se diagênese como sendo um conjunto de fenômenos, que provocam transformações físico-químicas, que um sedimento sofre desde a época de sua deposição, até a completa litificação. Durante a diagênese há muita dissolução e recristalização de materiais. E, estes processos diagenéticos agindo sobre um depósito sedimentar dão aparecimento de uma rocha sedimentar coerente e compacta. A diagênese é caracterizada pelas condições de temperatura e pressão serem superficial, ou seja, as condições existentes na superfície da crosta terrestre.
	Os fatores que condicionam a diagênese são temperaturas (entre a superfície terrestre até 200º C), pressão ambiente (esta devido ao peso das camadas sobrepostas) e soluções precipitadas nos sedimentos, em que vão interligar (cimentar) os grãos. Estes cimentos são produtos naturais químicos, e são encontrados na forma de sílica (silicoso), argila (argiloso), carbonato (carbonático), óxido de ferro (ferruginoso), matéria orgânica (carbonoso), óxido de manganês (manganoso ou manganesífero). A natureza do cimento é muito importante para explicar a resistência das rochas novas á erosão diferencial. Uma rocha com cimento carbonático é menos resistente a ação da erosão dos lençóis de escoamento superficial do que as rochas com cimento silicoso e ferruginoso.
	A litificação é um conjunto complexo de processos que transforma um sedimento recém depositado em uma rocha dura. A litificação pode ser parcial ou incompleta: podendo ocorrer logo após a deposição; concomitantemente a sedimentação e por fim, muito tempo depois da sedimentação. Todas as rochas sedimentares clásticas, químicas e orgânicas resultam dos seguintes processos: intemperismo da rocha geradora, transporte, deposição, compactação, cimentação e litificação.
 
15 - Estruturas Sedimentares
	São feições de ordem superior (macroscópica) dentro de um pacote rochoso, que geralmente só podem ser observados no campo. Se o processo de sedimentação fosse contínuo, sem interrupção, e o material fornecido e transportado fosse homogêneo, não haveria diferenciação alguma desde a base até o topo de um depósito. Entretanto, tal não sucede na natureza. As variações na cor dos sedimentos depositados ou no tamanho das partículas na composição dos minerais produzem seqüenciais alternadas denominadas estratos ou camadas ou ainda lâminas, quando muito finas. 
15.1 - Camadas ou Estratos
	A estratificação é à disposição dos sedimentos em leitos distintos, formando estratos ou camadas. Estas são separadas uma das outras por juntas nos planos de estratificação ou por interestratode litologias diferentes. Cada camada ou estrato corresponde a um episódio da sedimentação e é caracterizada pelo tamanho das partículas, forma, orientação, cor, constituição mineralógica e etc.
	No campo são observadas algumas estruturas espetaculares como aquelas em que as superfícies que delimitam são sensivelmente paralelas entre si por grandes distâncias (1 a 15 km), estas são denominadas de Camadas Plano-paralelas, estas se formam em ambiente lacustre e marinho.
15.2 - Lâminas
	São os menores estratos visíveis em um corpo rochoso sedimentar, atingem uma sucessão milimétrica de sedimentos. Estas resultam das flutuações na velocidade de sedimentação ou da natureza do agente.
15.3 - Estratificação Gradacional
Quando a energia do agente transportador diminui progressivamente, as partículas se depositam por ordem de tamanho decrescente, ou seja, as mais grosseiras na base e as mais finas no topo. Caso a energia do agente transportador aumente progressivamente, resultará em uma estratificação gradacional inversa, ou seja, as partículas mais finas na base e as partículas mais grosseiras no topo. A estratificação gradacional é muito comum em meio aquático, onde ocorre transporte por suspensão.
15.4 - Imbricação dos Seixos
Quando os seixos são transportados por uma corrente unidirecional, depositam-se e se dispondo como as telhas de um telhado. A extremidade do eixo maior fica imersa rio acima. A direção do imbricamento fornece a direção das paleocorrentes. 
15.5 - Lentes
	São estruturas sedimentares que não possuem continuidade lateral, em geral medem de alguns decímetros a dezenas de metros de largura. São originadas de depósitos cujas extremidades são afinaladas, ou seja, no centro da lente a espessura é grossa e à medida que se desloca para as extremidades à espessura vai diminuindo, afinando. Originam-se através de preenchimento de canais ou depressões, dunas, recifes e etc.
15.6 - Estratificações Cruzadas
	Quando as correntes que transportam e depositam os sedimentos mudam de direção ou depositam sobre superfícies irregulares, os estratos são cruzados, constituindo as estratificações cruzadas. Estas estruturas também ocorrem nos depósitos produzidos pelo vento, nas dunas, além dos sedimentos subaquáticos. 
15.6.1 - Estratificação Cruzada Oblíqua ou Cuneiforme
	As lâminas formam um ângulo agudo com a superfície da camada. Esta estrutura origina-se de correntes unidirecionais. A laminação cruzada revela o sentido das paleocorrentes. Nos ambientes aquáticos o ângulo formado entre as lâminas e as superfícies das camadas subjacentes é inferior a 34º geralmente, na ordem de 20º. Nos depósitos eólicos, apresentam ângulos maiores que 40º.
 
15.6.2 - Estratificação Cruzada Acanalada
	Neste caso a superfície que separa as lâminas é côncava, e desenvolve-se a partir da progressão de grandes dunas e canais.
15.6.3 - Estratificação Cruzada Espinha de Peixe
	È originada devido aos movimentos de fluxo e refluxo das correntes de maré.
15.6.4 - Estratificação Cruzada Tabular
	Ocorre quando os limites entre as lâminas cruzadas é uma superfície plana. Resulta da migração de barras subaquáticas ou dunas.
15.7 - Marcas de Ondas 
15.7.1 - Simétricas – são formadas pelo movimento oscilatório das ondas, e indicam ambientes de pequenas profundidades.
15.7.2 - Assimétricas – são produzidas por ação de correntes unidirecionais. O lado mais suave da crista indica a direção da corrente. 
15.8 - Greta de Contração
	São formadas pela evaporação da água contida em um material geralmente de granulometria fina (lamoso ou argiloso). Indicando ser um ambiente subaéreo, ou seja, pequena profundidade e calmo. Quanto maior a espessura da camada maior será o tamanho do polígono.
15.9 - Estrutura de Sobre-Carga
	Estas estruturas são causadas pelo peso das camadas sobrejacentes e podem provocar as estruturas atectônicas (dobras, falhas, adelgaçamentos de camadas plásticas, etc).
	Podem aparecer nas rochas sedimentares outras estruturas, como: bioturbações (vestígios produzidos por fósseis), marcas de correntes, marcas de solas, pingo d’água, etc.
16 - Classificação das Rochas Sedimentares
17 - Estudos Macroscópicos das Rochas Sedimentares
17.1 – Rochas Clásticas
	Argilito – Trata-se de uma rocha compacta originada pela litificação das argilas, ou seja, solidificação dos grãos mais finos dos sedimentos clásticos, granulometria menor que 0,004 mm. A constituição das rochas argilosas é muito variada e heterogênea, do que seu aspecto textural fino sugere á primeira vista. È constituída por silicato hidratado de alumínio, contendo certa quantidade de ferro, cálcio e magnésio. Sendo que seus constituintes podem ser divididos com base na sua origem, em diversos grupos, como:
1 - Minerais produzidos pelo intemperismo;
2 - Minerais residuais que resistiram ao intemperismo;
3 - Minerais autigênicos;
4 - Minerais orgânicos.
A presença de impurezas é responsável pelas colorações adquiridas pelos argilitos, sendo mais freqüentes as colorações amarelas e vermelhas devido à presença de óxido de ferro.
	Siltito – Rocha sedimentar clástica de granulometria fina, seus grãos variando entre 0,02 a 0,002 mm, constituída por grãos finos de quartzo e argilos-minerais, cimentado por um material argiloso, ferruginoso, carbonático, etc... . E sua coloração depende como nos argilitos, das impurezas que ele apresenta, mas normalmente adquire uma coloração amarela, vermelha e castanha.
	Folhelho – Rocha sedimentar de granulação fina a muito fina, apresentando fissilidade marcante, isto é, tendência a dividir-se em folhas segundo a estratificação. 
	Folhelho Betuminoso – São folhelhos que contêm certa quantidade de material betuminoso (pirobetume ou betume). Os folhelhos betuminosos originam-se da litificação dos sapropéis. Este tipo de folhelho por destilação produz certa forma de petróleo.
	Sapropel – Sedimento depositado em lago, estuário ou mar, constituindo principalmente por restos orgânicos derivados de plantas ou animais aquáticos.
	Betume – Composto natural combustível, constituído principalmente de carbono e hidrogênio, de coe amarela até preto e de consistência gasosa (gás natural), líquida (petróleo) e sólida (asfalto).
	Folhelho é uma rocha argilosa ou siltosa que fratura de maneira distintamente em lâmina, paralelamente a estratificação. Este folhelho na qual quantidade considerável de silte se mistura com argila denomina-se folhelho siltico. Para se indicar a cor ou componentes acessórios aos folhelhos, acrescentam-se adjetivos apropriados. Por ex.: Folhelho piritoso preto, contém pirita. Folhelho vermelho contém óxido de ferro, o que indica deposição em ambiente oxidante. Folhelho carbonoso de cor escuro devido acumulação de matéria orgânica. Folhelho glauconítico, contém o mineral glauconita, indica em geral, deposição em águas marinhas relativamente rasas. Podemos ter ainda, Folhelho silicoso, Folhelho calcário, Folhelho ferruginoso, Folhelho foraminífero, etc.
	Arenito è uma rocha sedimentar proveniente da consolidação de areia por um cimento qualquer, este pode ser: silicoso (quartzo e calcedônia), argiloso, ferruginoso (hematita, limonita, goethita), carbonático (calcita ou dolomita), etc. A composição do arenito é muito variável, conforme a natureza do cimento. Esta se reconhece pela cor e através de simples ensaio:
	- Arenitos argilosos, quando bafejados dão cheiro de barro característico, são pouco compactos. 
	- Arenitos calcários, efervescem com ácido clorídrico a frio e os arenitos dolomíticos efervescem com ácido clorídrico a quente.
	- Arenitos ferruginosos apresentam cores como: amarelo, vermelho ou castanho, indicando a presença de óxido de ferro.
	- Arenitos de cor verde são em geral devido a presença da glauconita (silicato hidratado de potássio associado com óxido de ferro e argila), mas raramente devido aos minerais de clorita e carbonato de cobre.
	- Arenitos de cornegra são devido à presença de matéria orgânica (carbono) e de óxido de manganês.
	- Arenitos silicosos são bastante claros e duros, quando puros.
	A composição dos arenitos varia consideravelmente, de acordo com a natureza dos minerais associados ao quartzo, entre eles estão feldspatos, granadas, magnetita, turmalinas, monazita, palhetas de mica, etc e a natureza do cimento, contudo são sempre constituídos de sílica, com um teor aproximadamente entre 80 a 85%. Os arenitos que apresentam mais de 10% de matriz, cimento argiloso e mal selecionado, são denominados de Wackes (arenitos impuros). Ex: arenito argiloso, arenito siltoso, etc.
	Arcózio – Quando temos um arenito rico em feldspato derivado das rochas ígneas graníticas, gnaisses feldspáticos e xistos, nestas condições são chamados de wackes arcozianos ou arenitos arcozianos, mas usualmente são chamados de arcózios. Os arenitos arcozianos ou arcózios, caracterizam pelo quartzo abundante e pelos feldspatos (ortoclásio, microclínio e plagioclásio sódico) perfazendo mais de 25%, podem conter algumas partículas de rochas de granulação fina, são imaturos. A seleção dos arcózios pode ser boa ou má. Pode estar ligados firmemente por cimento, matriz endurecida ou estar soltos e desconexos. Este cimento pode ser caulínico, silicoso e óxido. Muitos arcózios são vermelhos devido ao fato de sua matriz conter óxido de ferro, mas podem apresentar colorações cinza, verde, castanha, rosa, amarelo e branco. Os minerais acessórios de menor importância nas rochas arcozianas são: hornblenda, titanita, apatita, zircão, turmalina, rutilo, epidoto, granada, magnetita, ilmenita, etc. 
	Grauvaca – é um arenito de coloração cinza, composta de grãos de vários tamanhos do intervalo de areia, com abundância em matriz argilosa. A fração arenosa é geralmente rica em quartzo, com proporções variáveis de feldspatos e partículas líticas (rochas), além de algumas micas detríticas. Os grãos de quartzo são angulosos e mal selecionados. O quartzo forma metade ou menos da fração arenosa, sendo o restante constituído de feldspato detrítico e partículas líticas. O feldspato é comumente plagioclásio, sendo o mais comum o sódio do que o cálcio.
	O feldspato potássico pode estar inteiramente ausente, embora seja frequentemente em pequenas quantidades em algumas grauvaca. As partículas líticas predominantes nas grauvacas, são as de folhelhos, siltitos, ardósias, filitos e micaxistos.
	Conglomerados – é uma rocha sedimentar constituídos por seixos arredondados a sub-arredondados, esses seixos podem ser de um só tipo de material, neste caso o conglomerado é denominado de aligomítico e vários tipos de material, poligomítico, são compactados pela ação de um cimento do tipo argiloso, carbonático, silicoso, ferruginoso ou manganoso. Nos conglomerados a proporção entre os materiais mais finos e grosseiros é variável, porém nunca deve ter o diâmetro maior do que a cabeça humana. A cor dos conglomerados varia geralmente de cinza, amarelado ou lilás avermelhado, quando o cimento tem grande quantidade de óxido de ferro.
	Os conglomerados são formados a partir de seixos transportados por águas (fluviais e marinhas). 
	Brecha – é uma rocha sedimentar constituída por seixos ou partículas angulosas com arestas, apresentam uma disposição arbitrária, cimentada por uma pasta de composição argilosa, carbonática, silicosa ou ferruginosa. Não há nenhuma seleção das durezas dos materiais constituintes. Segundo a composição, a quantidade e o tipo de cimento, as brechas podem ser compactas e pouco compactas. As brechas de cimento silicoso são mais consistentes e as de cimento carbonático são mais freqüentes.
	Loess – apresenta a mesma composição dos argilitos, mas são formados por sedimentos transportados e depositados pela ação do vento. É uma rocha friável, normalmente apresenta uma coloração clara, mas a cor amarela que pode aparecer é devido ao hidróxido de ferro.
	Tilito – é um conglomerado compacto, formado por material arrastado pelas geleiras (morenas). É constituído por material de vários tipos e tamanhos, normalmente são fragmentos de rochas e solos. Os seixos são angulosos com arestas e estriados (devido o arrasto pela geleira).
	Varvito – rocha sedimentar de fáceis glacial ou lacustre, composta por camadas de silte e de matéria orgânica sedimentada (argilo-siltosa). Possuem espessura que varia de 1mm à 2mm ou 3mm. Estas alternâncias das camadas indicam ciclos anuais, ou seja, as cores claras e escuras as quais foram depositadas no inverno e verão. No verão acumula-se a camada siltosa, no inverno cessa a deposição de silte e depositam-se camadas escuras (matéria orgânica).
 	Laterito – rocha ferruginosa que aparece nas regiões de climas intertropicais úmidos, resultante da alteração que se realiza em rochas preexistentes. Esta alteração está ligada essencialmente ao clima. Os lateritos são caracterizados normalmente por alto teor de ferro, na forma de minerais, como: gibbsita, bohemita e diásporo. Podendo ocorrer também, fósforo na forma de fosfato, formando as lateritas fosfáticas. Os lateritos rico em alumínio são chamados de Bauxita (principal minério de alumínio). Podem apresentar coloração amarela ao vermelho e formam concreções, nódulos e crostas ou podem apresentar aspectos terroso ou argiloso. Além do ferro e alumínio que formam minerais constituintes dos lateritos, outros elementos ou compostos podem formar minerais associados aos lateritos, como: caulim, fosfatos, manganês, titânio, níquel, cobre, ouro, etc.
	Bauxito – Rocha sedimentar de coloração clara ou levemente laranja a vermelha, em função da percentagem de óxido de ferro que possa existir. Trata-se de um laterito, cuja formação é resultante da alteração de rochas que contém grande quantidade de feldspato alcalino e feldspatóide. Possui aparência de argila, mas sem plasticidade, apresentando formas diversas, como: friáveis, pisolíticas, concreções reniformes, cavernosas, botrioidal, clásticas, oolíticas, etc. Constituída essencialmente de hidróxido de alumínio, entre os quais diásporo, gibbsita e bohemita. Podendo ocorrer associado à caulinita, montmorilonita, hidróxido de ferro e manganês além de outros minerais menos freqüente como calcita, siderita, dolomita, quartzo, opala, rutilo, apatita, etc. Podendo conter alguns minerais acessórios das rochas originais como ilmenita, turmalinas, zircão, etc. A Bauxita é o principal minério para extração da matéria prima utilizada na imensa indústria de alumínio.
	Caulim – Rocha resultante da desintegração e transformação de rochas contendo feldspato potássico e feldspático. O caulim puro apresenta uma coloração branco neve. Quando a cor amarela estiver presente indica presença de impurezas. É constituído de silicato de alumínio hidratado, juntamente com a caulinita.
 Diatomitos – Rocha sedimentar bioclástica, formada a partir da litificação de sedimentos silicosos, juntamente com acumulação de carapaças de algas diatomáceas, podendo aparecer com pequenas quantidades de outros organismos, como: radiolários, espículas silicosas de espongiários, etc. Os diatomitos puros apresentam alta porosidade, e baixo peso específico (0,5 quando seco). Os diatomitos impuros o peso específico pode chegar até 1,0. O habitat dessas algas pode ser de água doce, salobra e salgada.
	Porcelanitos – Rochas sedimentares constituída basicamente por uma mistura de argila e silte, cimentada por uma proporção variável de sílica opalina. Apresentam cores variadas, frequentemente cinza ou preta devido à presença de matéria orgânica e nas partes externas são esbranquiçadas pela ação do intemperismo. Este tipo de rocha é porosa, apresentando aspecto textural semelhante à porcelana não vitrificada. O peso específico varia de 0,9 a 1,4, são menos densa e vítrea que o sílex. Ocorrem em formas de camadas extensas, muito delgadas, interestratificadas com folhelhos ou margas. Quando finamente laminados recebem o nome de folhelho porcelâmico.
17.2 – Rochas QuímicasSilexito – Rocha composta principalmente por quartzo microcristalino ou criptocristalino. Muitos silexitos são compostos basicamente de sílica quase pura, contendo raras impurezas de minerais de argilas, calcita, hematita, mas que não ultrapassam 10%. O silexito ou simplesmente sílex, tem recebido denominações diferentes em função das características adquiridas com impurezas, as mais comuns são: jaspe, flint, etc. O jaspe é um sílex vermelho ou preto, constituído de quartzo criptocristalino, colorido por hematita. O fint é uma variedade dura de silex, com fratura concoidal de cor cinza a preto, composta por calcedônia ou quartzo microcristalino. O aparecimento mais comum de ocorrência de sílex (composto de opala e calcedônia) é em massas nodulares ou concreções. Essas possuem formas esféricas, alongadas, achatadas, irregulares, etc.
Evaporitos – Rochas salinas formadas a partir da evaporação e precipitação em bacias restritas, quentes e subsidentes, de origem continental e marinha, onde há aporte periódico de água salgada. A maioria dos evaporitos é de origem marinha, podendo ser encontrados em outros ambientes como em lagunas. A composição da água do mar contém aproximadamente 34,5% de sais dissolvidos. 
Composição Média de Sais nos Oceanos
	
Tipos de sais
	 Freqüência (%)
	NaCl
	77.76
	MgCl2
	10.88
	MgSO4
	4.74
	CaSO4
	3.60
	K2SO4
	2.46
	CaCO3
	0.35
	MgBr
	0.22
Tipos de Depósitos Salinos
1 - Carbonatos – Os calcários constituídos por calcita (CaCO3), dolomita CaMg(CO3)2 e magnesita (MgCO3), são as principais rochas carbonáticas marinha que formam os evaporitos.
2 - Sulfatos – A gipsita (CaSO4. 2H2O) e a anidrita (CaSO4), são sais abundantes em evaporitos. A gipsita é comum em depósitos próximo à superfície, a anidrita predomina em depósitos de profundidade. A gipsita e anidrita são encontradas comumente como precipitadas químicos típicas de lagunas de águas salgadas, formando depósitos em forma de camadas, lentes ou disseminados em outros sedimentos. Também ocorrem outros sulfatos menos freqüentes, como: celestita (SrSO4), barita (BaSO4), etc.
3 - Cloretos – A halita (NaCl), forma 95% dos depósitos de cloretos dos evaporitos marinho. Podendo ocorrer em quantidades significativas, silvita (KCl), carnalita (KMgCl3.6H2O). Os cloretos estão incluídos entre os compostos mais solúveis dos evaporitos marinho, portanto eles são os últimos a se precipitarem.
Calcários – Rochas sedimentares de origem química, orgânica ou clástica, constituída predominantemente de carbonato de cálcio e de cálcio e magnésio, respectivamente os minerais calcita e dolomita. A classificação dos calcários em geral baseia-se no critério genético, pois a composição mineralógica é muito constante e pouco variada. Os calcários constituem grupo variadíssimos de rochas que incluem formação de origem química, detrítica, orgânica ou mista. Identificam-se facilmente os calcários por efervescer com ácido clorídrico a frio ao contrário do dolomito que efervesce com ácido clorídrico a quente. Podem ter compacidade muito variada, porém mesmo os mais compactos riscam-se facilmente com o canivete. Os calcários compactos de grãos relativamente finos têm fissuras lisas, e os mais finos, fratura conchoidal. A cor do calcário é relativamente branca, mas podem apresentar colorações como: cinza azulado, cinza escuro, negro, amarelo ou castanho. A cor vermelha é raro no calcário. A composição mineralógica dos calcários é essencialmente marcada pela presença da calcita (CaCO3) e dolomita CaMg(CO3)2. A aragonita (CaCO3), siderita (FeCO3) e a magnesita (MgCO3), são outros carbonatos que podem estar presentes nos calcários, contudo não são minerais essenciais. Além dos carbonatos, muitos minerais ocorrem nas rochas calcárias, alguns são simplesmente grânulos detríticos ou piroclásticos levados ou expulsos para dentro da bacia de deposição e misturados mecanicamente com o material carbonático. Dentre os mais comuns destes minerais, estão a calcedônia, quartzo, glauconita, pirita, gipso, anidrita e os feldspatos alacalinos. Quando o calcário for constituído predominantemente do mineral dolomita ele é denominado de dolomito.
	Variedades de Calcários
	*Calcário conchífero - formado principalmente por conchas (coquina).
	*Calcário oolítico – formado por pequenas esférulas ligado por um cimento.
	*Calcário pisolítico – formado por esférulas aproximadamente do tamanho de ervilhas ligadas por um cimento.
	*Calcários ferruginosos – ricos em óxido de ferro.
	*Calcários fétidos – exalam cheiro desagradável, quando se percutem ou friccionam.
	*Calcários galuconítico – contém grãos verdes de glaucotina, e um termo intermediário entre o calcário e o dolomito.
Podemos distinguir outros calcários, segundo as dimensões dos grãos constituintes em:
	*Calcários grosseiros, em geral de grãos irregulares.
	*Calcários compactos, geralmente de grãos finos, muito puro e homogêneo.
Outros calcários recebem os nomes através de seu aspecto externo como:
	*Em grutas ou cavernas, podem formar-se por precipitação de carbonato de cálcio carregadas por águas percolantes, caindo gota a gota, originando as estalactites (de cima para baixo) e as estalagmites (de baixo para cima).
	*Tufos calcários – trata-se de rochas sedimentares leves, claras e porosas.
	*Muitos calcários contêm sílex em nódulos, massas irregulares, delgadas, ramificadas, que por vez formam camadas na massa da rocha.
17.3 – Rochas Orgânicas
	Carvão Mineral - É uma rocha sedimentar formada integralmente por processos bioquímicos, originado por acumulação de detritos vegetais, sob condições anaeróbicas em regiões pantanosas. Os principais tipos de rochas carbonosas da série do carvão são: Turfa, Linhito, Hulha e Antracito.
	Turfa - É um sedimento de origem vegetal que se encontra nas formações sedimentares de idade recente e continua em formação nos dias atuais. As turfas são sempre formadas de plantas herbáceas (principalmente musgos e ciperáceas), às vezes constituídas predominantemente de plantas lenhosas arborescentes. Propriedades física e química das Turfas – Densidade em geral é muito baixa, em torno de 1,0, teor em carbono total varia de 55 a 65% do peso a seco. O teor de umidade varia de 65 a 90%. O poder calorífico é baixo, sendo de 3000 a 5000 Cal/g, em estado seco. 
 	Linhito – É constituído de restos vegetais variados, onde os fragmentos lenhosos representam papel importante. São de cor castanha, encontrada nas formações Cenozóica ou Mesozóica. Distingue-se da turfa pelo teor de celulose, mais elevado na turfa. Propriedade física e química – Possue densidade entre 1,1 e 1,3. O teor de carbono total varia de 65 a 75%. O teor de água varia de 10 a 30% e o poder calorífico situa-se entre 4000 a 6000 Cal/g. 
	Hulha ou Carvão Betuminoso – É formado também por restos vegetais. A estrutura morfológica dos vegetais originais acha-se pouco deformada no carvão betuminoso. É coqueificável e queima-se com chama amarela. Sua cor característica é negro e encontrado em sedimentos Paleozóico e Mesozóico. Suas propriedades são – Densidade na ordem de 1,2 1,5. Teor em carbono total varia de 75 a 90%, com teores variáveis de matéria mineral, apresentando conteúdo de água variando de 2,0 a 7,0%. Poder calorífico está em torno de 5000 a 6800 Cal/g, podendo alcançar poder calorífico superior a 8100 Cal/g.
	Antracito – Normalmente a Hulha (Carvão Betuminoso) e o Antracito formam em conjunto, o que é conhecido sob o nome de Carvão Mineral. O Antracito é o carvão com densidade entre 1,4 a 1,7 de aspecto vítreo, de fratura conchoidal e brilhante e sempre com teor de 90 a 93% de carbono. Este carvão é pobre em voláteis e de poder calorífico superior a 8000 Cal/g. O carvão é constituído quimicamente por uma mistura de compostos orgânicos complexos e pequenas quantidades de substâncias inorgânicas minerais e água. Os materiais orgânicos consistem principalmenteem: Oxigênio, Hidrogênio, Nitrogênio e Enxofre. A chama cinza do carvão inclui os componentes inorgânicos dos tecidos vegetais e traços de argila e outros sedimentos clásticos finos. Algumas vezes contém substâncias minerais diagenéticas como pirita e carbonatos (ankerita, dolomita, siderita, etc). Esses minerais ocorrem em associação íntima com as substâncias orgânicas do carvão e também como minúsculos veios preenchendo fraturas.
18 - Importâncias do Estudo das Rochas Sedimentares
Muitos dos princípios da sedimentologia e da estratigrafia têm aplicação prática. Praticamente todos os fósseis são encontrados em rochas sedimentares, são elas que contribuem na determinação da idade das rochas sedimentares e nos ajudam a reconstruir a evolução da formação da terra. Todas as ocorrências de óleo, gás e carvão do mundo ocorrem em rochas sedimentares. O sucesso da exploração de óleo e gás necessita de geólogos com bom conhecimento das características sedimentológicas e de relações estratigráficas de subsuperfície para que se identifiquem condições favoráveis de reservatório e trapeamento de petróleo. O conhecimento sobre propriedades das rochas sedimentares, tais como, porosidade, permeabilidade, geoquímica orgânica, idade e relações estratigráficas é de fundamental importância na descoberta de petróleo.
Sedimentologia e estratigrafia têm também um importante papel na indústria mineira. Certos tipos de minérios, incluindo urânio, vanádio, manganês, ferro, chumbo, zinco e cobre podem ocorrer em depósitos sedimentares de um determinado ambiente particular, por exemplo, fluvial, recifal ou outros. O conhecimento das características sedimentológicas que determinam certo ambiente particular torna-se extremamente importante na exploração mineral. Exploração de depósitos de fosfato, sal, gipsita e outros depósitos minerais não metálicos também dependem do conhecimento de ambientes de deposição.
Outro exemplo prático dos princípios de sedimentologia e estratigrafia inclui a exploração de águas subterrâneas, que não ocorrem exclusivamente em rochas sedimentares. Estes mesmos princípios também são aplicados na geologia ambiental, que se estende desde a problemática da salinidade das águas subterrâneas, assim como problemas de agregados para materiais de construção, minerais de argila como matéria prima para a indústria de cerâmica, avaliação de depósitos de areia, etc.
Bibliografia
Decifrando a Terra / Organizadores: Wilson Teixeira et al. – São Paulo: Oficvina de Textos, 2003. 568 pp.
Para Entender a Terra – Frank Pres et al. 4ª Ed. Porto Alegre, Bookman, 2006.
Viktor Leinz e Sérgio Estanislau do Amaral – Geologia Geral – São Paulo – Companhia Editora Nacional, 1978.
Investigando a Terra – earth science curriculum project – escp – Versão Brasileira – São Paulo. McGRAW-HILL, 1973
 
Petrografia
Prof. Gabriel

Outros materiais