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Pessoa jurídica

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Pessoa jurídica
Como surgiu a pessoa jurídica
O homem é um ser social. Não vive isolado, mas em grupos. Devido a limitações individuais, nem sempre as necessidades e os interesses do indivíduo podem ser atendidos sem a participação e cooperação de outras pessoas. Desde a pré-história até os tempos modernos essa necessidade de se agrupar para atingir uma finalidade, para alcançar um objetivo comum, tem sido observada. O direito não podia ignorar essas unidades coletivas históricas e passou então a discipliná-las para que pudessem participar da vida jurídica como sujeitos de direitos, dotando-as, para esse fim, de personalidade própria. O direito deu a essas unidades coletivas capacidade jurídica igual à das pessoas naturais para participarem do comércio jurídico com individualidade. Portanto, a razão de ser da pessoa jurídica está na necessidade dos indivíduos unirem esforços para a realização de objetivos comuns que transcendem as possibilidades individuais. 
Conceito de pessoa jurídica
Pessoa jurídica é um conjunto de pessoas ou bens, dotado de personalidade jurídica própria e diferente dos membros que a compõe, e constituído pela lei para atingir fins comuns. A lei confere à pessoa jurídica personalidade para capacitá-la a ser sujeito de direitos e obrigações. Como a pessoa jurídica é um ser anímico (sem vida), e é incapaz de manifestar suas vontades por conta própria, ela conta com a ajuda das pessoas naturais. 
ILÍCITO x ILEGAL
Nem tudo o que é ilícito é ilegal, mas tudo que é ilegal é ilícito. Ilegal contraria a lei. Ilícito contraria a lei, os bons costumes e os princípios gerais do direito.
Teorias da ficção
São divididas em duas categorias, ficção legal e a teoria da ficção doutrinária. A primeira a pessoa jurídica constitui uma criação artificial da lei, um ente fictício, pois somente a pessoa natural pode ser sujeito da relação jurídica e titular de direitos subjetivos. Já a segunda é uma variação da anterior. A pessoa Jurídica, não tem existência real, mas apenas intelectual. Essas teorias hoje não são aceitas. 
Teorias de realidade 
Objetiva: Sustenta que a pessoa jurídica é uma realidade sociológica, ser com vida própria, que nasce por imposição das forças sociais
Jurídica: A pessoa jurídica é considerada como organizações sociais destinadas a um serviço ou ofício, e por isso personificado. 
Técnica: A personificação dos grupos sociais é expediente de ordem técnica, a forma encontrada pelo direito para reconhecer a existência de grupos de indivíduos, que se unem na busca de fins de vontade e objetivos próprios. 
Requisitos para a constituição da pessoa jurídica
Elementos de ordem material
Pluralidade de pessoas ou de bens.
Uma finalidade específica. 
Vontade humana criadora.
Elementos de ordem formal
Elaboração de um ato constitutivo (estatuto ou contrato social). 
Registro do ato constitutivo no órgão competente (sem o registro, a pessoa jurídica será considerada irregular, mera associação ou sociedade sem personalidade jurídica). 
Objeto lícito (que não contrarie a lei, aos bons costumes ou aos princípios gerais do direito). Objetos ilícitos são causa de extinção da pessoa jurídica.
A pessoa jurídica resulta da vontade humana, sem necessidade de qualquer ato administrativo de autorização, salvo em casos especiais, como os bancos e os planos de saúde, que precisam da autorização da administração pública. O ato constitutivo é o requisito formal exigido pela lei, podendo ser estatuto, quando se refere a associações sem fins lucrativos, ou contrato social, quando se refere a sociedades. O ato constitutivo deve ser levado a registro para que comece a existência legal da pessoa jurídica de direito privado. Antes do registro, não passará de “sociedade não personificada”. No caso da pessoa jurídica, só se o ato constitutivo for registrado. As pessoas jurídicas privadas são regidas pelo Código Civil, enquanto que as pessoas jurídicas públicas são regidas pelo direito público. 
Grupos despersonalizados
Nem todo grupo organizado para a realização de um fim comum é dotado de personalidade. Alguns, apesar de possuir peculiaridades inerentes à pessoa jurídica, carecem de requisitos imprescindíveis à personificação. Porém, a lei prevê certos casos de universalidade de direito a unidades que, mesmo não tendo personalidade jurídica, podem gozar de capacidade processual e ter legitimidade. São entidades que se formam independentemente da vontade dos seus membros ou em virtude de um ato jurídico que os vincule a determinados bens. Dentre os diversos grupos despersonalizados, destacam-se: 
Família. 
Massa falida (acervo de bens pertencentes ao falido).
Heranças. 
Espólio (complexo de direitos e obrigações do falecido, abrangendo bens de toda natureza).
Sociedades sem personalidade jurídica (sociedades de fato ou irregulares, que não foram registradas). 
Condomínio. 
Classificação da pessoa jurídica
Quanto à nacionalidade
Nacional – Organizada em conformidade com a lei brasileira e que tenha no país a sede de sua administração. Ex: Casas Bahia.
Estrangeira – Não pode, sem autorização do Executivo, funcionar no país. Ex: Coca-Cola.
Quanto à estrutura interna
Corporações – É o conjunto de pessoas, reunidas para melhor consecução de seus objetivos. Dividem-se em associações e sociedades, que se dividem em empresariais e simples.
 Associações – Sem fins lucrativos
Corporações Empresariais – Visam a atividade empresarial
 Sociedades – Com fins lucrativos
 Simples – Visam uma profissão liberal
Fundações – É um patrimônio (conjunto de bens) destinado a um determinado fim. 
Quanto à estrutura externa
Pessoa jurídica de direto público – Regida por normas de direito público. Ex: Casas Bahia.
Interna - Regida por direito público da adm. direta Ex: União, estados, municípios. 
Indireta - Entidades de caráter público criadas por lei Ex: autarquias, fundações públicas.
Externa - Regida por direito público internacional. Ex: ONU, a OEA, a FAO.
Pessoa jurídica de direito privado – Regida por normas de direito privado. Ex: Casas na Bahia. 
Nacional - Instituída em território nacional, organizada em conformidade com a lei brasileira e tem no país a sede de sua administração. Ex: Insinuante. 
Estrangeira - Instituída em território estrangeiro, não podendo funcionar no país sem a autorização do Executivo. Ex: Coca-Cola. 
São pessoas jurídicas de direito privado:
As associações; As sociedades; As fundações; As organizações religiosas; Os partidos políticos.
As empresas individuais de responsabilidade limitada.
Desconsideração da personalidade jurídica
O ordenamento jurídico confere às pessoas jurídicas personalidade distinta da de seus membros. Este princípio possibilita que sociedades empresárias sejam usadas como instrumento para fraudes e abusos de direito contra credores, acarretando-lhe prejuízos. Em exemplo é o pai que esconde o patrimônio pessoal na estrutura da pessoa jurídica, com o propósito de esquivar-se do pagamento de pensão alimentícia ao filho. A reação a esses abusos se deu através da teoria da desconsideração da personalidade jurídica, que permite que o juiz, em casos de fraude e de má-fé, desconsidere o princípio de que as pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seus membros juntamente com os efeitos dessa autonomia, com o intuito de atingir e vincular os bens particulares dos sócios para sanar as dívidas da sociedade. Em outras palavras, a desconsideração da personalidade jurídica ocorre quando os patrimônios de uma pessoa natural (sócia ou administradora) respondem por dívidas da pessoa jurídica quando os patrimônios da pessoa jurídica não forem suficientes. A desconsideração
é momentânea (serve apenas para aquele processo), ou seja, uma vez desconsiderada não é para sempre que o será. A teoria da desconsideração não gera extinção da pessoa jurídica, nem mesmo a intervenção de sua administração. 
DESCONSIDERAÇÃO x DESPERSONALIZAÇÃO
Desconsideração da pessoa jurídica – Causa a dissolução da pessoa jurídica ou casacão da autorização para seu funcionamento. 
Despersonalização da pessoa jurídica – Ainda existe o princípio da autonomia da pessoa jurídica distinta da de seus componentes, mas essa distinção é afastada provisoriamente e somente para o caso concreto.

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