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PRÁTICA SIMULADA II. PARECER. REFORMA TRABALHISTA. ESTÁCIO FIC 2017

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ESTÁCIO FIC-CE
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CEARÁ
	
PRÁTICA SIMULADA II
PROFESSORA: ANA MARQUES
ALUNO: FRANCISCO MAXSUEL GOMES DOS SANTOS
MATRÍCULA: 201407372874
PARECER
EMENTA: REFORMA TRABALHISTA. PUBLICAÇÃO DA LEI 13.467/2017. ALTERAÇÕES SIGNIFICATIVAS NA CLT. IMPACTOS NAS RELAÇÕES LABORAIS. REFLEXOS NO PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL AO TRABALHADOR. INIQUIDADES AO HIPOSSUFICIENTE NA RELAÇÃO DE TRABALHO. PRECARIEDADE NAS RELAÇÕES LABORAIS. 
I - RELATÓRIO
Em 13 de julho de 2017, foi publicada a lei nº 13.467/17, passando a vigorar após o período de vacância de cento e vinte dias a partir desta data. O regramento ficara conhecido pela alcunha: “a reforma trabalhista”. A nova lei trouxera mais de cem modificações na consolidação das leis do trabalho (decreto-lei nº 5.452/43), tendo grande impacto nas relações laborais, na forma como estas a partir de então serão estabelecidas. Não se pode olvidar que tais mudanças trarão grandes consequências nos princípios norteadores do direito do trabalho, alguns serão claramente confrontados, e outros, enfraquecidos. 
A presente dissertação se concentrará no impacto da novatio legis no princípio maior do direito do trabalho, qual seja o princípio da proteção integral ao trabalhador. 
Serão analisados os principais confrontos, as nítidas iniquidades ao por mais das vezes hipossuficiente na relação laboral, qual seja o trabalhador. 
		 É o relatório.	
III - FUNDAMENTAÇÃO 
O presente tema já é por demais conhecido e conflituoso nos tempos atuais, a publicação da lei da reforma trabalhista trouxera grande insegurança aos trabalhadores de todo o país. Há o receio da perca de direitos, o pensamento de que a mudança trará precariedade às relações de trabalho e enfraquecerá ainda mais o combalido prestador da força laboral. É com profundo pesar que afirmo, sim, tudo isso será consequência da nova e violenta alteração na CLT, o que dantes fora objeto de conquista e glória dos trabalhadores. 
Já se esperava que o congresso apoiasse o movimento da mudança, por ser o mesmo composto quase integralmente por parlamentares-empresários, ou quando não, patrocinados por donos de empresas, investidores de suas campanhas eleitorais. Mas nada fora tão surpreendente do que a aprovação da nova lei sem sequer uma modificação no texto, nem mesmo a casa revisora do senado se prestou à análise acurada da norma que se estava aprovando, culminando na aprovação integral do regramento. Lamentável. 
Contudo, para não fugir do proposto na presente opinião, apesar de tal fato lamurioso, não me aprofundarei nas causas do ocorrido. Passando, então, à análise dos efeitos no princípio da proteção integral com a promulgação da lei 13.467/17. 
Em estudo do texto da nova lei, percebe-se que a hipossuficiência do trabalhador foi agravada perante o empregador, ao qual passou a ter mais poderes de gestão e vontade sobre o obreiro. Com a nova lei, tornar-se-á possível estabelecer uma jornada de trabalho de 12x36 sem acordo coletivo de trabalho, excepcionalidade exposta no artigo 59-A do novo regramento. Haverá a possibilidade de se estabelecer “acordo tácito” na compensação de jornadas, acordo individual no estabelecimento de banco de horas. E o mais surpreendente, a meu ver, o surgimento de acordo mútuo na rescisão contratual e pagamento das verbas trabalhistas, sendo tudo negociado individualmente entre patrão e empregado, conforme expressão do artigo 484-A da lei 13.467/17.
O princípio da proteção integral do trabalhador tinha (e ainda possui) como propósito o equilíbrio jurídico das desigualdades entre o obreiro e empregador. Nota-se, a bem verdade, que a nova lei abre um abismo entre tais sujeitos. Com a possibilidade de acordos individuais, negociados sobrepondo-se sobre o legislado, valendo-se mais do que os próprios mandamentos da consolidação das leis trabalhistas, abre-se um leque de possibilidades ao mau patrão para retirar direitos trabalhistas. Não precisa muito para se perceber que o mais fraco da relação sempre será o trabalhador, pois este depende do emprego para subsistência e, sob forte pressão, acatará acordos leoninos, abrirá mão de direitos em eventuais excessos de jornadas e será constantemente vítima de assédios morais no ambiente de trabalho. As iniquidades nas relações laborais serão diversas, tendo em vista a exclusiva força motriz de toda a reforma: o lucro dos empresários. A força impiedosa do ajuntamento do capital nas minorias abastadas agravará a miséria e a desigualdade social. O acúmulo de riqueza será o norte dos grandes grupos empresariais. Resta à justiça do trabalho, através dos seus procuradores, instituições e representantes, combater a assolação que está por vir. 
 
IV – CONCLUSÃO
Isto posto, me resta mais uma vez a lamentação por tudo aqui analisado. Lamento pelo açodamento em que se deu a aprovação da lei 13.467/17, por não ter se dado qualquer revisão e análise acurada em que se pudesse modificar a severidade das reformas, em um texto expressamente feito aos interesses empresariais; lamento pelo nítido enfraquecimento da proteção ao trabalhador, quando este premente de todas as necessidades humanas, se prestará a toda sorte de acordos individuais de paridade duvidosa, em nítida desvantagem perante do agora mais empoderado empregador. 
É o parecer.
Fortaleza, 15 de agosto de 2017.

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