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Avaliação de Lit. Brasileira 2

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ANÁLISE CRÍTICA DA CONSTRUÇÃO TEMÁTICA DE QUATRO ESCULTURAS OBSERVADAS EM BRENNAND.
Mayra Severo da Silva
 Mônica Maria da Silva Santos
 Ronaldo Gomes dos Santos
Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL
Campus IV – São Miguel dos Campos
Componente Curricular: Literatura Brasileira II 
 Profª. Ma. Amanda Ramalho de Freitas Brito
RESUMO 
O presente estudo pretende mostrar como se dá a estética realista nas esculturas de mármore (escolhida pelos autores deste trabalho) vistas no Instituto Ricardo Brennand. Observando-as de forma a identificar como a temática é construída no nível da representação, ou seja, no nível da mimesis (verossimilhança) – realismo mimético (a arte como representação da vida), buscando também os traços do realismo literário nas esculturas (presente no século XIX), e por fim comparar o realismo presente nessas esculturas com o realismo literário. Nos foi proposto consequentemente a pesquisar sobre a escultura e seu escultor (sendo algo difícil de encontrarmos, por não termos acesso amplo as esculturas), onde não daremos tanta ênfase. E é partindo desse ponto que que damos o ponta pé inicial em nosso trabalho de análise.
Palavras-chave Mimesis; Realismo; esculturas.
ABSTRACT
The present study states that there is a realistic aesthetic in the marble sculptures does not have a Ricardo Brennand Institute. Observing it as a thematic and constructed at the level of representation, that is, in the remnants of mimesis (likelihood) - mimetic realism (an art as a representation of life), also looking for the trait of literary realism in the sculptures Century), and finally to compare the realism present in these sculptures with literary realism. Consequently, we were asked to search for a clerk and her sculptor, because we did not have ample access as sculptures), where we will not give so much emphasis. And it is starting from what we give the starting foot in our analysis work.
Keywords Mimesis; Realism; Sculptures.
DISCUSSÃO
Para iniciarmos nosso trabalho de análise, primeiramente temos que desvendar o conceito de mímesis. Para isso usaremos a conceituação fomentada por dois grandes filósofos e escritores gregos.
A esse respeito, Moisés (2004) declara: 
O termo surgiu com Platão que tentou definir o vocábulo em seus diálogos, em “a mais completa discussão acerca da natureza da arte que recebemos do mundo antigo” porém não consegue um sentido fixo para a palavra. Aristóteles em “ A Arte Poética” irá tratar como temática principal de sua obra, e atribui a mimese dois significados: o da imitação e o da emulação. Em seu tratado sobre poesia, Aristóteles, faz uso da mimese para diferenciar a natureza das espécies da poesia e atribuir características a cada uma, e ainda trata das artes em geral, e é por isso que sua obra é considerada um tratado para os estudiosos da Arte em geral. Em “Arte Poética” o filósofo irá tratar sobre a poesia que refere-se à: Comédia e à tragédia, à pintura, à escultura, à música e à dança. A partir daí o termo passa a ser utilizado como imitação. Assim, os imitadores imitam os homens que praticam ação, imitam caracteres, sentimentos e ações. O poeta é um imitador, assim como o pintor ou qualquer outro artista que utiliza a imaginação para expressar arte. Para Aristóteles a mimese é, primeiramente, a imitação da natureza, todavia natureza é entendida como o oculto princípio da geração e da corrupção dos seres naturais, e representa a própria realidade quando se realiza. No entanto, para ele a mimese é também a própria realidade quando se torna real, ou seja, a mimese refaz o caminho da natureza para apresentar uma obra através da arte. A imitação do ser humano mostra a sua natureza intrínseca, isto é, seu caráter, suas paixões e seu comportamento (p.292-294).
É partindo desse conceito de mimeses exposto por Moisés, que analisaremos as esculturas e suas peculiaridades junto a discussão proposto por esse trabalho. Tanto observando os traços de realismo literário, como uma pesquisa profunda sobre as esculturas e seus traços estéticos.
ANÁLISE
	Nesta atividade crítica, priorizamos analisar essas quatros esculturas em mármore abaixo, todas vistas no Instituto Ricardo Brennand, expostas no corredor da pinacoteca.
 
Escultura 1 / lutadores gregos (Pankration) 
Escultura 2 / dois Irmãos (Crianças) brigando
Escultura 3 / O Beijo de Axel Poulsen
Escultura 4 / Anjo beijando a testa de uma moça
Observação de como a temática é construída no nível da representação
Nível da mimesis (verossimilhança) – realismo mimético (a arte como representação da vida)
Analisando as esculturas em nível de verossimilhança, percebemos traços humanos nas mesmas, de forma a não se contestar. Na escultura 1, onde vemos dois homens lutando totalmente despidos de vestimentas, como também percebemos essa nudez nas esculturas 2 e 3. Essa semelhança com o corpo humano é o que nos remete a pensar na verossimilhança de forma imediata. Cada traço, cada centímetro das esculturas, nos faz lembrar do corpo humano despido, mostrando suas “vergonhas”, os traços são tão semelhantes ao de nosso corpo, que chegamos a nos indagar o porquê das semelhanças, como foram feitas, espelhadas em quem, e qual o objetivo?
Mas o que nos intrigou a uma análise profunda, foi a escultura 4, em que percebemos um ser angelical com uma moça nos braços a beijar sua testa. Confesso, que foi de grande impacto e indagação essa escultura. Essa seria uma alusão a que os seres angelicais desciam a terra para se relacionar com os humanos? ou seria apenas um anjo protetor?
Bom, é isso que tentaremos desvendar em nossa análise, levando em conta os traços humanos observados nas esculturas.
O produto mimético é assim o “microcosmo interpretativo de uma situação humana”.
Lima (1986) em seu livro, concluiu que a mimeses é a Imitação do bem e da virtude: 
É gênero de espetáculo público, que imita uma ação mediante homens em ação; ela transpõe para o diálogo certos acontecimentos coletivos, comunicando significados de que os espectadores participam, experimentando a catarse, o efeito de balanço dos sentimentos extremos, que completou o efeito do gênero (p. XII).
As esculturas acima definem bem o sentimento e as características corporais de humano. Essa imitação das feições humanas é uma representação eficaz. A escultura 2, mostra duas crianças brigando, presumimos que sejam irmão brigando por algo. Estão despidos de vestimentas assim como as esculturas 1 e 3. Os escultores gregos valorizavam o porte do corpo humano, fazendo disso um tipo de culto ao corpo. Demostrando que a beleza era uma das maiores feições do homem, são os traços miméticos em semelhança a nosso corpo, cujo projeto era imitar o ideal de beleza da arte grega.
Já a escultura 4, se sobressaiu a essas analises acima, por não estarem despidos, e até pelo fato de ser um ser angelical. Entretanto demostra o ideal grego, de que os deuses tinham relações com os humanos. Essa observação vai além do plano extralinguístico que seria o reflexo de nosso ser na escultura, sendo um sistema de representação.
Todas as esculturas acima são molduras (frames) destinadas à centralização dos comportamentos sócias, inclusive as esculturas 1,2 e 3, onde existe uma dualidade do real e do representado, um tipo de reflexo do próprio eu, tornando-se um prolongamento do real, do palpável.
Para Luiz, a sociedade respira e transpira representações, ou seja, as esculturas são linguagens de representação, trazendo um tipo de condicionamento social, mostrando significados para uma boa compreensão.
.	 
Observação de como essas esculturas mostra os traços do realismo literário (presente no século XIX)
Nas esculturas, o realismo dominou os artistas, sendo que as obras eram mostradas com elas são. Eles retratavam a sociedade e o contexto político da época. 
Quando Candido (2006) nos diz em diz em crítica e sociologia, de que deve haver uma relação entre a obra e seu condicionamento social,logo percebemos que os escultores gregos ao representar o corpo e os sentimentos humanos em suas esculturas, eles deixam claro de que a imitação do ideal e do bonito, era uma forma de espelho para humanidade.
Ainda discutido o conceito de realismo visto em Candido, percebemos que as esculturas emitem sentidos, ou melhor exprimem aspectos da realidade ao tentar definir e se fazer semelhante ao corpo humano em suas características peculiares. É o elemento de compreensão citado pelo autor.
“Uma observação do mundo”, era isso que Stam (2003) pensava do realismo. Em seu Livro Introdução à teoria do cinema: Realismo e Verossimilhança, ele nos diz que:
...a questão do realismo sempre esteve presente, ora considerada como ideal, ora como um objeto de opróbrio.
Isso o autor fala relacionado ao cinema, porém essa citação acima nos remete a pensa também em nossas esculturas analisadas. Ou seja, essas esculturas seria o reflexo da realidade, um tipo de imitação, ou mimeses, como preferir, mas o fato é que tudo isso nos faz pensar nessas esculturas como obras de realidade comparada. Comparada falamos nos termos de semelhança de ilustrações das realidades sociais vividas pela sociedade da época, e pelo ideal divino criado pelo povo, como podemos ver na escultura 4.
Comparação entre realismo presente nas esculturas com o realismo literário
No realismo literário temos características como, os detalhes, a construção das personagens, a patologia, a comprovação de fatos a partir da ciência. Nessas quatro esculturas, podemos notar como há bastante pormenores, mas não há grandes características realistas.
Consideração do período estético de produção das esculturas, os traços estilísticos do autor (pesquisar sobre a obra e o artista)
A arte grega é destacada pela sua escultura, no final do século VII a.C. No Período Arcaico, eles começaram a esculpir e mostrar a influência que a escultura egípcia tinha sobre eles. Estátuas eram perfeitas. Inicialmente, o material era feito com mármore, cujo nome era Kouros, que significa homem jovem. O escultor fazia com que a estátua fosse um objeto belo e não somente a estátua de um homem. O escultor valorizava a simetria natural.
Escultura 1, representa um estilo antigo de combate desarmado, iniciado pelos heróis gregos Hércules e Teseu de acordo com mitologia grega. As lutas eram vencidas por finalização ou se o oponente ficasse incapacitado, de alguma forma, de continuar a luta. Aparecendo em jogos olímpicos no ano de 648 a.C.
É possível perceber nos traços perfeitamente detalhados, que mesmo estando completamente imóvel cria-se um movimento entre os braços e peitos que representa de forma realista a musculação dos lutadores, simulando assim a nitidez de movimentos de uma luta braçal entre os homens gregos daquela época. 
Já na escultura 2, nos deparamos com uma cena bem familiar, um ato de travessura entre crianças, comum do cotidiano humano. É nítido os pontos realistas, os gestos das crianças trazem uma leveza que remete a um movimento de defesa de ambos, em suas faces estão expressas suas emoções. 
Uma demostra um maior sentimento de raiva e dor, enquanto a outra simplesmente ataca e finge estar bem, eis aí então a fixação de um ato humano entre duas crianças, o escultor quis recriar a realidade de crianças tal qual ela era.
Escultura 3: Criada no século XX, a escultura leva o nome do seu próprio criador, destacando um momento que o casal se encontra em um ato de amor completamente puro. Mesmo estando despidos, a pureza e a suavidade desse beijo mostram que há uma sensibilidade estética ligada ao romantismo, onde os sentimentos humanos estão fixados nos detalhes da obra. 
E por fim, a Encantadora Obra que representa o Mito de Eros e Psiquê, onde o filho da Deusa Afrodite se apaixona por uma mortal. Eros representa o Amor e Psiquê a Alma, o que está completamente nítido na escultura exposta em Brennand, o vestido e o cabelo da moça realçam a leveza e a transparecia como se ambos flutuassem. No ser angelical a jovialidade de um amor e a proteção dele, expondo os pontos de sentimentos humanos e divinos.
O escultor ainda realçou o erotismo feminino, porem de forma implícita pois há um manto transparente sobre a moça, mas seu corpo é exposto de forma minucioso denotando a sedução que escondia por suas vestes.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
LIMA, Luiz Costa. Mímesis e Modernidade : formas das sombras. Rio de Janeiro : Edições Graal, 1980
LIMA, Luiz Costa. Sociedade e discurso ficcional. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
MOISÉS, Massaud. Mimese. In. Dicionário dos Termos Literários. 12 ed. São Paulo: Cultrix, 2004, p.292-294).
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira- O Realismo. São Paulo: Cultrix,
1994.
CANDIDO, Antonio. Literatura e Sociedade. 9ª ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.
STAM, Robert. Introdução à teoria do cinema. Tradução de Fernando Mascarello. Campinas: Papirus, 2003.
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
http://vousoltarminhavoz.blogspot.com.br/2010/04/um-dia-no-ricardo-brennand.html
http://napautadodia.blogspot.com.br/2010/03/lutadores-gregos-no-peca-peca-do-irb.html
http://ellenoliveira-poetisa.blogspot.com.br/2013/05/o-que-e-mimese.html

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