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BÁSICO DE REVESTIMENTO E CIMENTAÇÃO Material elaborado em parceria PrOMinP e Petrobras. Autor: Francisco Aldemir Teles Belem BÁSICO DE REVESTIMENTO E CIMENTAÇÃO Programa Alta Competência Este material é resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos da área de Exploração & Produção, da Universidade Petrobras e representantes do PrOMinP (Programa de Mobilização da indústria nacional de Petróleo e gás natural). Ele se estende para além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das atividades profissionais da Companhia. É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo. nesse contexto, o E&P através do Programa Alta Competência, visando prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força de trabalho às estratégias do negócio E&P. realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das competências necessárias para explorar e produzir energia. O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das competências, de modo a facilitar a formação e reciclagem dos empregados. A concepção pedagógica dos cursos, além de contemplar os aspectos tecnológicos tem uma preocupação constante com os aspectos relacionados à preservação da Saúde, Meio Ambiente e Segurança de todos os envolvidos em seus processos produtivos. Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de sucesso que ela é. SumárioSumário Capítulo 1. Introdução 1. introdução 15 Capítulo 2. Coluna de revestimento 2. Coluna de revestimento 19 2.1. Definição 19 2.2. Funções 20 2.3. Características essenciais 21 Capítulo 3. Classificação dos revestimentos 3. Classificação de revestimentos 25 3.1. Quanto à finalidade 25 3.1.1. Condutor 25 3.1.2. revestimento de superfície 26 3.1.3. revestimento intermediário 27 3.1.4. revestimento de produção 27 3.1.5. Liner 28 3.2. Especificação de uma coluna 30 Capítulo 4. Esforços atuantes 4. Esforços atuantes 33 Capítulo 5. Tipos de conexão 5. Tipos de conexão 37 Capítulo 6. Torque recomendado 6. Torque recomendado 41 Capítulo 7. Comprimento dos tubos 7. Comprimento dos tubos 45 Capítulo 8. Acessórios 8. Acessórios 49 8.1. Sapata guia 49 8.2. Sapata flutuante 49 8.3. Sapata diferencial 50 8.4. Sapata em “v” 52 8.5. Colar flutuante 52 8.6. Válvula insertável 53 8.7. Colar flutuante com auto-enchimento 54 8.8. Colar diferencial 55 8.9. Colar de estágio 56 8.10. Tampões de fundo e de topo 58 8.11. Centralizadores 59 8.12. Cesta de cimentação 60 Capítulo 9. Equipamentos de descida 9. Equipamentos de descida 65 Capítulo 10. Cabeça de cimentação 10. Cabeça de cimentação 69 Capítulo 11. Tipos de cimentação 11. Tipos de cimentação 73 11.1. Cimentação primária 73 11.2. Cimentação secundária 74 11.2.1. Tampões de cimento 74 11.2.2. recimentação 74 11.2.3. Compressão de cimento ou squeeze 74 Capítulo 12. Cimento 12. Cimento 77 12.1. Definição 77 12.2. Classificação 77 12.3. Cimento classe “G” – o que é? 78 12.4. Fabricação do cimento - etapas envolvidas 79 12.4.1. Processos de fabricação 80 12.4.2. Composição química 81 12.4.3. Funções dos componentes do cimento 82 12.4.4. Principais características 82 Capítulo 13. Cimentação 13. Cimentação 85 13.1. Cimentação primária 85 13.1.1. Pasta de cimento 85 13.2. Cimentação secundária - squeeze 86 13.2.1. Objetivos 86 13.3. Topo das pastas 87 13.3.1. Métodos para determinação do topo da pasta 87 13.4. informações necessárias para os cálculos da cimentação 88 13.5. Cálculos dos volumes das pastas de cimento 89 13.5.1. Volume de pasta 89 13.5.2. Cálculo do volume de pasta 90 13.5.3. Volume de cimento (vc) 91 13.5.4. Água de mistura (vam) 91 13.6. Etapas de uma operação de cimentação 92 13.7. Condicionamento do poço 93 13.8. Colchões lavadores e espaçadores 94 13.9. Mistura da(s) pasta(s) 94 13.10. Métodos de controle do peso das pastas 95 13.11. Laboratório de cimentação 96 13.12. Propriedades da pasta de cimento 97 13.13. Aditivos utilizados na cimentação 99 13.14. ilustrações 105 Exercícios 108 Bibliografia 114 Gabarito 115 Figura 2.1 - Tubos de revestimento 9 5/8 pol 19 Figura 2.2 - Tubos de revestimento de 7 pol 19 Figura 2.3 - Operação de descida do revestimento 20 Figura 3.1 - (a) Condutor cimentado, (b) Condutor cravado 26 Figura 3.2 - Coluna integral 29 Figura 3.3 - Coluna com liner 30 Figura 6.1 - Faixa indicando local do triângulo 41 Figura 7.1 - Listas de identificação dos tubos de revestimento 45 Figura 8.1 - (a) Sapata guia, (b) Sapata guia colada no tubo de revestimento 49 Figura 8.2 - (a) Sapata flutuante, (b) Sapata flutuante para ser conectada ao tubo, (c) funcionamento da sapata e do colar flutuante 50 Figura 8.3 - Colar e sapata diferencial – funcionamento 51 Figura 8.4 - Sapata em V 52 Figura 8.5 - Colar flutuante 53 Figura 8.6 - (a) Válvula insertável, (b) inserto posicionado na luva do revestimento 54 Figura 8.7 - Colar flutuante com auto-enchimento 55 Figura 8.8 - Colar diferencial 56 Figura 8.9 - Partes de colar de estágio 57 Figura 8.10 - Acessórios para colar de estágio 57 Figura 8.11 - Operação com colar 58 Figura 8.12 - Tampões de topo e de fundo 59 Figura 8.13 - resultado da cimentação com revestimento centralizado ou não-centralizado 59 Figura 8.14 - Centralizador tipo M 60 Figura 8.15 - Cesta de cimentação 61 Figura 9.1 - Cunha tipo spider 65 Figura 9.2 - Elevador tipo spider 65 Figura 9.3 - Elevador tipo side door 66 Figura 10.1 - Detalhe da cabeça de cimentação 69 Figura 10.2 - Coluna de revestimento e seus acessórios 70 Figura 12.1 - (a) Matéria-prima do cimento, (b) Clinquer 79 Figura 12.2 (a) Cimento comum, (b) Cimento classe G ou H 80 Lista de Figuras Figura 12.3 - (a) Composição química do cimento, (b) Compostos principais do cimento 81 Figura 12.4. - (a) Compostos secundários do cimento, (b) Composição típica do cimento 81 Figura 12.5 - Características dos compostos 82 Figura 13.1 - Cimentação (esquema) 85 Figura 13.2 - Cimentação secundária (squeeze) 87 Figura 13.3 - Zonas de interesse 88 Figura 13.4 - relação de tubos de revestimento 89 Figura 13.5 - (a) revestimento de superfície, (b) revestimento intermediário e de produção 90 Figura 13.6 - Etapas de uma cimentação 92 Figura 13.7 - Balança comum e pressurizada 96 Figura 13.8 - Teste de pasta 97 Figura 13.9 - reação química 103 Figura 13.10 - Equipamentos para cimentação 105 Figura 13.11 - Preparo da água de mistura 105 Figura 13.12 - Cabeça de cimentação e tampão de topo 106 Figura 13.13 - instalação da cabeça de cimentação 106 Figura 13.14 - Carta de pressão 107 C ap ít u lo 1 Introdução 14 Alta Competência 15 Capítulo 1. Introdução 1. Introdução Desde a antiguidade, o homem perfurou poços na crosta terrestre com diversos propósitos. Cedo, reconheceu a necessidade de revesti-los total ou parcialmente para proteger- lhes as paredes, garantindo assim a integridade do trecho perfurado e a continuidade dos trabalhos. Esse revestimento evolui das rudimentares proteções de alvenaria adotadas na antiguidade em poços rasos de grande diâmetro, passando pelas proteções de madeira, como as adotadas no famoso poço do coronel Drake, perfurado na Pensilvânia, EUA, em 1859 (considerado o marco divisor na evolução da engenharia de petróleo), e pelostubos de ferro fundido usados até algumas décadas atrás, até chegar aos atuais revestimentos por tubulações de aço especial, envoltas por uma camada de cimento para sua fixação e vedação externa. Como os problemas encontrados durante a perfuração do poço exigem que este seja revestido antes de se atingir a profundidade final projetada, o poço é perfurado em “fases”, sendo cada uma delas concluída com a descida do revestimento e sua cimentação, para proteger o trecho de poço aberto, sendo retomada a perfuração com diâmetro inferior na fase seguinte. A depender das características da área a ser perfurada e da profundidade final prevista, o poço pode ter uma quantidade variável de fases, ou seja, pode receber poucas colunas de revestimento (duas ou três, por exemplo) em regiões onde as pressões são normais ou em número maior em locações mais críticas. normalmente, um poço tem de quatro a cinco fases, podendo chegar a oito, em certos casos. Por esse motivo, o revestimento e a cimentação constituem parcelas das mais expressivas do custo total da perfuração de um poço de petróleo, variando de 15 a 20%. A decisão de interromper a perfuração para que seja revestido o trecho aberto do poço pode ser tomada durante a própria perfuração, em casos especiais, mas normalmente as profundidades de assentamento das sapatas dos revestimentos já vêm projetadas. Essas profundidades são funções da variação prevista de pressões 16 Alta Competência de poros e de fratura das formações que indicam os riscos de prisão da coluna de perfuração por diferencial de pressão, de ocorrência ou de desmoronamentos das paredes do poço. As características das formações, tais como salinidade, zonas produtoras, etc., podem determinar também seu revestimento e, consequentemente, o final da fase. Cada coluna de revestimento é composta de tubos com aproximadamente 12 metros de comprimento, conectados um a um no ato da sua descida, por acoplamento ou enroscamento, utilizando- se equipamentos próprios para seu manuseio e aperto. As características desses tubos (resistência à tração, pressão interna e colapso) dependem do seu diâmetro, da composição do aço empregado e da espessura de sua parede. Além dos tubos propriamente ditos, as colunas de revestimento são equipadas com acessórios, a maioria deles em função de sua posterior cimentação. A composição de cada coluna é decidida em função das solicitações que esta sofrerá durante sua instalação e seu uso. A seleção do tipo de tubo a ser adotado é feita por meio de dimensionamento que especificará o tubo mais econômico a ser adotado, respeitando-se os pertinentes fatores de segurança. Quando um só tipo de tubo (coluna simples) não satisfaz às solicitações, pode-se adotar mais de um tipo (coluna combinada), cada uma delas cobrindo um certo trecho do poço. Com o crescimento da indústria do petróleo, o APi (American Petroleum Institute) padronizou procedimentos industriais e operacionais, visando compatibilizar os produtos de diversos fabricantes. Suas recomendações e padronizações são adotadas, em sua quase totalidade, pelos países ocidentais, inclusive o Brasil, embora sejam adotados alguns produtos ou procedimentos diferentes dos recomendados pelo APi. As operações de revestimento são ditas operações especiais, pois, embora normais na vida do poço, não são contínuas, mas executadas somente em determinados momentos da perfuração. C ap ít u lo 2 Coluna de revestimento 18 Alta Competência Capítulo 2. Coluna de revestimento 19 2. Coluna de revestimento 2.1. Definição Uma coluna de revestimento é constituída de diversos tubos de aço unidos por conectores ou luvas especiais, descidos num poço de petróleo com a função básica de sustentar as formações perfuradas pela broca. Figura 2.1 - Tubos de revestimento 9 5/8 pol Figura 2.2 - Tubos de revestimento de 7 pol 20 Alta Competência Figura 2.3 - Operação de descida do revestimento 2.2. Funções Prevenir desmoronamento das paredes do poço;• Evitar contaminação dos aquíferos;• Permitir retorno do fluido de perfuração à superfície;• Prover meios para controle de pressão; • Permitir adoção de sistemas de fluidos diferentes;• impedir migração de fluidos das formações;• Sustentar os equipamentos de cabeça de poço;• Sustentar outras colunas de revestimento.• Capítulo 2. Coluna de revestimento 21 2.3. Características essenciais Ser estanque;• Ter resistência compatível com as solicitações;• Ser resistente à corrosão e à abrasão;• Ter dimensões compatíveis com as atividades;• Apresentar facilidade de conexão.• C ap ít u lo 3 Classificação dos revestimentos Alta Competência 24 Alta Competência Capítulo 3. Classificação dos revestimentos 25 3. Classificação de revestimentos 3.1. Quanto à finalidade Condutor;• revestimento de superfície;• revestimento intermediário;• revestimento de produção;• Liner• . 3.1.1. Condutor Finalidades: Permitir o retorno de fluido ao tanque ao iniciar a perfuração;• Suportar formações não-consolidadas;• isolar zonas de água doce.• Características: É o revestimento de maior diâmetro;• Pode ser cravado, jateado ou cimentado;• É cimentado em toda sua extensão.• Diâmetros usuais: 30 pol (mar);• 20 pol (terra).• Alta Competência 26 Alta Competência (a) (b) Figura 3.1 - (a) Condutor cimentado, (b) Condutor cravado 3.1.2. Revestimento de superfície Finalidades: Servir de base para instalação dos equipamentos de superfície;• isolar zonas de água doce;• Suportar outras colunas de revestimento. • Características: É cimentado em toda sua extensão;• Tem função estrutural.• Diâmetros usuais: 20 pol (mar);• 13/8 pol - poço com 03 fases (terra);• 9 5/8 pol - poço com 02 fases (terra).• Capítulo 3. Classificação dos revestimentos 27 3.1.3. Revestimento intermediário Finalidades: isolar zonas de perda de circulação;• isolar zonas de pressão anormal;• isolar zonas de baixo gradiente de fratura;• isolar zonas de sal ou anidrita que contaminam o fluido de • perfuração. Características: Pode existir mais de um revestimento intermediário;• Pode ser programado ou não;• Pode ser parcialmente recuperado quando do abandono do • poço. Diâmetros usuais: 13 3/8 pol (mar); • 9 5/8 pol (terra).• 3.1.4. Revestimento de produção Finalidades: Confinar a produção no interior do poço;• isolar zonas de água da zona produtora;• isolar reservatórios com fluidos ou pressões diferentes.• Alta Competência 28 Alta Competência Características: Alta resistência aos esforços;• Exigência de boa qualidade da cimentação;• Último revestimento a ser descido no poço;• A cimentação pode ser feita em um ou dois estágios.• Diâmetros usuais: 7 pol;• 5 1/2 pol. • 3.1.5. Liner Definição: É uma coluna de revestimento que não chega até a superfície. • Fica suspensa no último revestimento descido. Finalidades: Contornar limitações da cabeça do poço;• Evitar coluna de perfuração muito fina para a fase seguinte.• Características: Pode ser intermediário ou de produção;• Pode ser, posteriormente, prolongado até a superfície (• tie back); Tem baixo custo.• Capítulo 3. Classificação dos revestimentos 29 Diâmetros usuais: 5 ½ pol;• 7 pol (produção);• 9 5/8 pol (intermediário).• A Figura 3.2 e 3.3 abaixo apresenta esquemas de um poço revestido: Poço perfurado 8 1/2 “ (2925m) Poço perfurado 12 1/4 “ (2600m) Poço perfurado 17 1/2 “ (1700m) Poço perfurado 26 “ (818m) Poço perfurado 36 “ (460m) Revest. 30 “ (446m) Revest. 20 “ (806m) Revest. 13 3/8“ (1688m) Revest. 9 5/8 “ (1590m) Revest. 7 “ Figura 3.2 - Coluna integral Alta Competência 30 Alta Competência Poço perfurado 8 1/2 “ (2925m) Poço perfurado 12 1/4 “ (2600m) Poço perfurado 17 1/2 “ (1700m) Poço perfurado 26 “ (818m) Poço perfurado 36 “ (460m) Revest. 30 “ (446m) Revest. 20 “ (806m) Revest. 13 3/8 “ (1688m) Revest. 9 5/8 “ (1590m) Revest. 7 “ Figura 3.3 - Coluna com liner 3.2. Especificação de uma coluna Diâmetro externo;• Peso nominal; • Grau do aço;• Tipo de rosca;• range.• Exemplo: 7 pol - 23 lb/pé - n80 - BT - r3 C ap ít u lo 4 Esforços atuantes 32 Alta Competência Capítulo 4. Esforços atuantes 33 4. Esforços atuantes Existem três tipos de esforços que atuam sobre uma coluna de revestimento: Tração;• Pressão;• Colapso. • Fatores de segurança Pressão interna: 1,1;• Colapso: 1,125;• Tração: 1,3 a 1,75.• Fatores que geram pressão interna no revestimento: Batida de • plug; Teste do revestimento;• Fechamento de colar de estágio;• Ocorrência de • kick; Acionamento de E.C.P. • 34 Alta Competência Fatores que geram esforço de colapso no revestimento: Teste da vedação secundária (• pack off); Perda de circulação;• Circulação reversa;• Falta de abastecimento do revestimento durante sua descida.• Fatores que geram esforço de tração no revestimento: Pressão interna gerada na batida do • plug; Elevação da coluna para retirada da cunha;• Ameaça de prisão do revestimento; • Prisão do revestimento.• C ap ít u lo 5 Tipos de conexão 36 Alta Competência Capítulo 5. Tipos de conexão 37 5. Tipos de conexão O APi estabeleceu especificações para os seguintes tipos de conexão: Luva curta oito fios;• Luva longa oito fios; • Buttress• ; Extreme line• . Principais características dos tipos de conexões: Oito fios por polegada: Baixa resistência à tração.• Buttress: resistência à tração maior do que o corpo do tubo.• Extreme line: Alta resistência da conexão;• Ótima resistência quanto a vazamentos (mesmo sob altas • pressões ou em poços com injeção de vapor). Hydrill: Semelhante à • extreme line, diferenciando-se pelo perfil. C ap ít u lo 6 Torque recomendado 40 Alta Competência Capítulo 6. Torque recomendado 41 6. Torque recomendado Próximo ao pino do revestimento, existe um pequeno triângulo que é marcado no tubo. Uma faixa vertical branca, pintada no corpo do tubo, indica a localização dele. O torque recomendado deve alcançar a base desse triângulo. no campo, deve-se anotar o torque obtido em pelo menos 03 juntas e tomar a média como sendo o torque para as demais conexões. Diâmetro (pol) Peso nominal (lb/pé) Torque (lb x pé) 7 20 7.000 7 23 7.900 7 26 8.700 7 29 9.400 9 5/8 36 9.400 9 5/8 43,5 10.100 13 3/8 54,5 10.800 13 3/8 61 11.600 Tabela 6.1 - Alguns valores conhecidos Figura 6.1 - Faixa indicando local do triângulo C ap ít u lo 7 Comprimento dos tubos 44 Alta Competência Capítulo 7. Comprimento dos tubos 45 7. Comprimento dos tubos As normas APi estabelecem três comprimentos de tubos, como podem ser vistos na Tabela 7.1 que segue. no Brasil, empregam-se tubos de range 3. Range Comprimento do tubo 1 16 - 25 pés (4,9 – 7,6 m) 2 25 - 34 pés (7,6 – 10,4 m) 3 > 34 pés (> 10,4 m) Tabela 7.1 - Comprimento dos tubos de revestimentos (range) Os tubos de revestimento podem ser identificados através de listas coloridas localizadas próximo à luva, conforme Tabela 7.2 abaixo: Grau do aço Cores H-40 02 listas pretas e luva preta K-55 02 listas verdes e luva verde J-55 01 lista verde e luva verde N-80 02 listas vermelhas e luva vermelha C-75 02 listas azuis e luva azul P-110 02 listas brancas e luva branca Tabela 7.2 - Cores de identificação de tubos de revestimento Listas Figura 7.1 - Listas de identificação dos tubos de revestimento C ap ít u lo 8 Acessórios 48 Alta Competência Capítulo 8. Acessórios 49 8. Acessórios 8.1. Sapata guia Função principal: Guiar o revestimento durante sua descida.• Características: Possui uma abertura central;• Permite a passagem de fluido do interior do tubo para o anular • e vice-versa; Fica posicionada na extremidade inferior de revestimento.• (a) (b) Figura 8.1 - (a) Sapata guia, (b) Sapata guia colada no tubo de revestimento 8.2. Sapata flutuante Função principal: Guiar o revestimento durante sua descida.• 50 Alta Competência Características: Permite a passagem de fluido do interior do revestimento para • o anular, não permitindo o fluxo inverso; reduz o peso da coluna de revestimento devido à flutuação;• Há necessidade de abastecimento do revestimento.• Classificação: Tipo bola; • Tipo mola.• (a) (b) (c) Figura 8.2 - (a) Sapata flutuante, (b) Sapata flutuante para ser conectada ao tubo, (c) funcionamento da sapata e do colar flutuante 8.3. Sapata diferencial Princípio de funcionamento: Abertura de uma válvula regulada por mola sempre que a • diferença de pressão hidrostática entre o interior da coluna e o espaço anular atingir 150 psi. Capítulo 8. Acessórios 51 Vantagens: Permite a entrada de fluido para o interior do revestimento • durante a descida no poço; reduz o tempo de descida da coluna de revestimento;• É convertida para flutuante por intermédio do lançamento de • uma esfera no final da descida do revestimento. 6 7 8 10 16 12 14 1 2 4 13 3 9 15 5 11 1 Corpo Válvula Flap de �utuação (tampa)2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 15 16 13 14 Gaxeta da tampa Mola da válvula Pino de articulação Válvula inferior (tampa) Válvula Flap de diferencial (tampa) Mola da válvula Flap Pino de articulação Corpo inferior Mola Camisa Pino de cisalhamento 2 Pino de articulação Pino de cisalhamento 3 Sede tripartida Figura 8.3 - Colar e sapata diferencial – funcionamento 52 Alta Competência 8.4. Sapata em “v” Função: Guiar o revestimento no poço durante a descida.• Finalidades: Liberar a • setting tool caso o liner hanger não atue; Guiar o • liner durante sua descida no poço. Obs: Esse acessório possui dois elementos de retenção em bronze acionados por mola e que possuem, na parte inferior, uma guia feita de ferro fundido com duas lâminas que se cruzam radialmente. Figura 8.4 - Sapata em V 8.5. Colar flutuante Função: Garantir o não-retorno do cimento para o interior do • revestimento após a cimentação. Capítulo 8. Acessórios 53 Características: É posicionado de 1 a 3 tubos acima da sapata;• Serve de batente para retenção dos tampões de fundo e de • topo; Evita contaminação da pasta pela película de fluido aderida ao • revestimento; Apresenta a necessidade de completar o revestimento.• Figura 8.5 - Colar flutuante 8.6. Válvula insertável Função: Semelhante à do colar flutuante.• Finalidades: Evitar a flutuação do revestimento;• não necessitar abastecer o revestimento. • 54 Alta Competência Característica: É um disco de alumínio enroscado na luva posicionada na junta • da sapata. Vantagens: Baixo custo;• redução no tempo de descida do revestimento.• Desvantagens: risco de vazamento;• Limitação de pressão.• (a) (b) Figura 8.6 - (a) Válvula insertável, (b) inserto posicionado na luva do revestimento8.7. Colar flutuante com auto-enchimento Vantagens: É mais resistente que a válvula insertável;• É convertida através de pressurização;• Oferece menor risco de vazamento.• Capítulo 8. Acessórios 55 Fill-up mode (fluid entering casing) Figura 8.7 - Colar flutuante com auto-enchimento 8.8. Colar diferencial Função: Semelhante à do colar flutuante.• Características: Desce junto com uma sapata diferencial;• Funciona semelhantemente à sapata;• É convertido para flutuante pelo lançamento de uma esfera;• não precisa abastecer o revestimento;• Pode ser convertido para flutuante antes da descida. • 56 Alta Competência Running in type 706 Valve actuated type 506 Figura 8.8 - Colar diferencial 8.9. Colar de estágio Função: Permitir que a cimentação seja realizada em mais de uma etapa.• Finalidade: redução da possibilidade de fratura da formação devido à • altura da coluna hidrostática; Cimentação acima de zonas de perda de circulação com uso de • external casing packer (E.C.P); Capítulo 8. Acessórios 57 Cimentação em poços com óleo no embasamento junto com o • external casing packer (E.C.P); Cimentação em poços de captação de água.• Pinos de cisalhamento Camisa externa Camisa interna menos espessa Camisa interna mais espessa Torpedo Janela Figura 8.9 - Partes de colar de estágio Colar de estágio Tampão flexível Torpedo Tampão fechamento Seal of plate Figura 8.10 - Acessórios para colar de estágio 58 Alta Competência 1º estágio Abertura do colar pelo torpedo Fechamento do colar de estágio pelo tampão de fechamento Figura 8.11 - Operação com colar 8.10. Tampões de fundo e de topo Função: Evitar contaminação da pasta de cimento pelo fluido.• Finalidades: Tampão de fundo:• • Evitar a contaminação do colchão lavador ou da pasta de cimento pelo fluido de perfuração; • Remover a película de fluido de perfuração aderida na parede interna do revestimento. Capítulo 8. Acessórios 59 Tampão de topo: • • Evitar a contaminação da pasta de cimento pelo fluido de deslocamento dessa pasta; • Indicar o final do deslocamento (elevação da pressão). Top cement plug Mud film Mud film Cement slurry No bottom plug Water flush Mud Top cement plug Mud film Mud film Cement slurry No bottom plug Water flush Mud Figura 8.12 - Tampões de topo e de fundo 8.11. Centralizadores Função: Centralizar o revestimento para manter um espaço anular • uniforme em toda a extensão a ser cimentada. Eccentric casing Poor mud displacement Cross section 100% Stand-off 75% Stand-off 50% Stand-off Figura 8.13 - resultado da cimentação com revestimento centralizado ou não-centralizado 60 Alta Competência Finalidades: Diminuir a canalização da pasta no espaço anular; • Facilitar o deslocamento do fluido no espaço anular.• Tipos de centralizadores existentes: Tipo M;• Tipo rígido;• Tipo segmentado. • Figura 8.14 - Centralizador tipo M 8.12. Cesta de cimentação Função: impedir a queda da pasta de cimento no espaço anular.• Capítulo 8. Acessórios 61 Finalidade: Cimentar acima de zonas de perda de circulação.• Figura 8.15 - Cesta de cimentação C ap ít u lo 9 Equipamentos de descida 64 Alta Competência Capítulo 9. Equipamentos de descida 65 9. Equipamentos de descida Os tipos de equipamentos de descida do revestimento em sondas de perfuração são os seguintes: Cunha tipo • spider Casing elevators Spider Figura 9.1 - Cunha tipo spider Elevador tipo • spider Elevador tipo spider Figura 9.2 - Elevador tipo spider 66 Alta Competência Elevador tipo • side door Elevador tipo side door Figura 9.3 - Elevador tipo side door C ap ít u lo 1 0 Cabeça de cimentação 68 Alta Competência Capítulo 10. Cabeça de cimentação 69 10. Cabeça de cimentação É enroscada no tubo de revestimento ou na coluna de • assentamento - equipamento de superfície; Estabelece ligação entre o sistema de circulação de fluidos da • sonda e a coluna de revestimento a ser cimentada; É alojadora dos tampões de topo e de fundo.• Manifold assembley: 2-in. Pipe fitings Bail assembly whith lock bolt Bull plug Body Cap Hex plug Pino de sustentação do tampão de topo Figura 10.1 - Detalhe da cabeça de cimentação 70 Alta Competência Standard equipment Rubber plugs (top e bottom) Scratcher Float collar Centralizer Guide shoe Casing / Cementing Figura 10.2 - Coluna de revestimento e seus acessórios C ap ít u lo 1 1 Tipos de cimentação 72 Alta Competência Capítulo 11. Tipos de cimentação 73 11. Tipos de cimentação O primeiro uso de cimento em poço de petróleo ocorreu na Califórnia, em 1883. Entretanto, só em 1902, passou-se ao uso do cimento Portland em processo manual de mistura. Em 1910, Almond A. Perkins patenteou o método de bombear uma pasta de cimento para o poço, separado por tampões metálicos na frente e atrás, para evitar contaminação dela, sendo deslocada por vapor, água ou fluido de perfuração. Em 1922, Erle P. Halliburton patenteou o misturador com jatos (jet mixer), automatizando a mistura da pasta de cimento, ampliando as possibilidades operacionais, fazendo com que a prática de cimentar os revestimentos fosse adotada pela maioria das companhias de petróleo. nessa época, aguardava-se o endurecimento do cimento por um período de 7 a 28 dias. A partir de 1923, fabricantes de cimento americanos e europeus passaram a fabricar cimentos especiais para a indústria de petróleo, com alta resistência inicial. Com o advento dos aditivos químicos, o tempo de pega foi sendo paulatinamente reduzido (72 horas até 1946; 24 a 36 horas a partir de 1946) e outras propriedades da pasta de cimento foram controladas. Hoje, as pastas podem se manter fluidas por certo tempo, a altas temperaturas e pressões (4 horas, em geral), permitindo seu deslocamento em poços profundos. A partir desse tempo, a pasta endurece rapidamente e as atividades no poço podem ser retomadas somente 6 a 8 horas após a cimentação. 11.1. Cimentação primária Denomina-se cimentação primária a cimentação principal de cada coluna de revestimento, levada a efeito logo após a sua descida no poço. Seu objetivo básico é colocar uma pasta de cimento não- contaminada em determinada posição no espaço anular entre o poço e a coluna de revestimento, de modo a se obter a fixação e a vedação eficientes e permanentes desse anular. Essas operações são executadas em todas as fases do poço, sendo previstas no seu programa. 74 Alta Competência 11.2. Cimentação secundária São assim denominadas as operações emergenciais de cimentação, visando permitir a continuidade das operações. São classificadas como: 11.2.1. Tampões de cimento Consistem no bombeamento de determinado volume de pasta para o poço, visando tamponar um trecho deste. São usados nos casos de perda de circulação, abandono total ou parcial do poço, como base para desvios do poço etc. 11.2.2. Recimentação É a correção da cimentação primária quando o cimento não alcança a altura desejada no anular. O revestimento é canhoneado em dois pontos, a profundidades distintas. A recimentação só é feita quando se consegue circulação pelo anular, através desses canhoneados. Para possibilitar a circulação com retorno, a pasta é bombeada através da coluna de perfuração, dotada de um obturador (packer) que permite a pressurização necessária para a movimentação da pasta de cimento no anular. 11.2.3. Compressão decimento ou squeeze Consiste na injeção forçada de cimento sob pressão, visando corrigir localmente a cimentação primária, sanar vazamentos no revestimento ou impedir a produção de zonas que passaram a produzir água. C ap ít u lo 1 2 Cimento 76 Alta Competência Capítulo 12. Cimento 77 12. Cimento 12.1. Definição Cimento é, há muito tempo, o material aglomerante mais importante em termos de quantidade produzida. Constitui-se de um aglomerante hidráulico que endurece e desenvolve resistência compressiva quando hidratado. 12.2. Classificação O instituto Americano de Petróleo (APi), em sua rP 10 B, classificou o cimento para poços de petróleo em oito classes, a saber: Cimento classe A Pode ser usado até a profundidade de 1.830 m, quando não se exigem propriedades essenciais. Cimento classe B Pode ser usado até a profundidade de 1.830 m, quando as condições do poço exigem moderada resistência ao sulfato. Cimento classe C Pode ser usado até a profundidade de 1.830 m, quando se requer alta resistência ao sulfato. Cimento classe D Pode ser usado entre as profundidades de 1.830 m até 3.050 m, sob condições de temperatura e pressão moderadamente altas. 78 Alta Competência Cimento classe E Pode ser usado entre as profundidades de 1.830 m até 4.270 m, sob condições de temperaturas e pressões altas. Cimento classe F Pode ser empregado entre as profundidades de 3.050m a 4.880 m, sob condições de temperaturas e pressões altas. Cimento classes G e H São considerados cimentos básicos e devem ser empregados até a profundidade de 2.440 m, sem adição de aditivos especiais ou até profundidades maiores, com a adição de aditivos especiais. Classe do cimento Água de mistura (Gal /pe³ ) Peso da pasta (lb/gal) Profundidade (pé) BHST ( ° F ) A 5,2 15,6 0 - 6000 80 - 170 B 5,2 15,6 0 - 6000 80 - 170 C 6,3 14,8 0 - 6000 80 - 170 D 4,3 16,4 6 - 12000 170 – 260 E 4,3 16,4 6 - 14000 170 – 290 F 4,5 16,2 10 - 14000 230 - 320 G 5,0 15,8 0 - 8000 80 - 200 H 4,3 16,4 0 - 8000 80 - 200 Tabela 3.1 - Classificação do cimento - resumo 12.3. Cimento classe “G” – o que é? De acordo com a norma nBr-9831/93, o cimento classe “G” é definido como: aglomerante hidráulico obtido pela moagem do clinquer Portland, constituído, em sua maior parte, por silicatos de cálcio hidratado e que apresenta características essenciais para uso em poços petrolíferos até a profundidade de 2.440 m, da forma como é produzido. A única adição permitida nesse cimento é a do gesso. Capítulo 12. Cimento 79 Gesso É o sulfato de cálcio hidratado (CaSO4.2H2O). Sua finalidade é regular o tempo de pega do cimento. 12.4. Fabricação do cimento - etapas envolvidas Matérias-primas - calcário + argila + pequena quantidade de • ferro e alumínio; Britador primário + moinho de bolas - pulverização e • homogeneização do material (farinha); Pré-aquecimento;• Forno rotativo - 2600-3000 °F; • resfriamento - • clinquer (material pelotizado); Moinho de bolas - pulverização + adição de gesso (conferir • resistência compressiva inicial) - produto final. Calcário Argila Minério de ferro Clinquer (a) (b) Figura 12.1 - (a) Matéria-prima do cimento, (b) Clinquer 80 Alta Competência Clinquer Gipsita Cimento portland Adição Clinque r Gesso Cimen to (a) (b) Figura 12.2 (a) Cimento comum, (b) Cimento classe G ou H 12.4.1. Processos de fabricação Via seca;• Via úmida.• Via seca • Vantagens: Menor consumo energético;• Menor custo.• • Desvantagens: Maior poluição;• Dificuldade no controle do processo.• Via úmida • Vantagens: Menor poluição;• Facilidade no controle do processo.• Capítulo 12. Cimento 81 • Desvantagens: Maior consumo energético;• Maior custo.• 12.4.2. Composição química Composição química • Expressa em termos de óxido Compostos principais Óxidos Abreviação Óxidos Abreviação Nomes Compostos Abreviação CaO C MgO M Silicato tricálcio 3CaOSIO2 C3S SIO2 S SO3 S Silicato dicálcio 2CaOSIO2 C2S AI2O3 A Na2O N Aluminato tricálcio 3CaOAI2O3 C3A Fe2O3 F K2O K Ferro aluminato tetracálcio 4CaOAI2O3Fe2O3 C4AF (a) (b) Figura 12.3 - (a) Composição química do cimento, (b) Compostos principais do cimento Composto secundário MgO• CaO (livre)• K• 2O na• 2O (álcalis) CaSO• 4 2H2O Composição típica Compostos Variação (%) C3S 40 a 70 C2S 5 a 35 C3A 4 a 15 C4AF 4 a 15 (a) (b) Figura 12.4 - (a) Compostos secundários do cimento, (b) Composição típica do cimento 82 Alta Competência Características dos compostos Fórmula C3S C2S C3A C4AF Nome Alita Belita Ferrita Velocidade de reação Média Lenta Rápida Média Calor hidratação (cal/g) Média 120 Baixa 60 Elevada 320 Média 100 Resistência Boa Boa Fraca Fraca Figura 12.5 - Características dos compostos 12.4.3. Funções dos componentes do cimento C• 3S - alita - 3CaO SiO2 - hidratação rápida - resistência inicial; C• 2S - belita - 2CaO SiO2 - hidratação lenta - resistência final; C• 3A - aluminato - 3CaO Al2O3 - hidratação rápida - reação exotérmica; C• 4AF - ferrita - 4CAO Al2O3 Fe2O3 - baixo calor de hidratação - pouca influência. 12.4.4. Principais características Partículas finas;• Alta área superficial;• Alta força de atração entre partículas e outros cristais;• Baixa porosidade e permeabilidade.• C ap ít u lo 1 3 Cimentação 84 Alta Competência Capítulo 13. Cimentação 85 13. Cimentação 13.1. Cimentação primária Operação que consiste na colocação de uma pasta de cimento no espaço anular entre o poço aberto e a coluna de revestimento. Fluido de perfuração Fluido de perfuração Fluido de deslocamento Cimento Revestimento Poço aberto Revestimento Poço aberto Figura 13.1 - Cimentação (esquema) 13.1.1. Pasta de cimento Definição Pasta de cimento é uma mistura de cimento, água e aditivos • químicos, com a finalidade de se obter propriedades físicas e químicas destinadas à operação de cimentação em poços petrolíferos. Objetivo Preencher o espaço entre o revestimento e a parede do poço.• 86 Alta Competência Funções Prover o isolamento hidráulico entre as diferentes zonas • permeáveis; Fixar a coluna de revestimento à formação;• Suportar o peso da coluna de revestimento após a pega;• Proteger o revestimento contra fluidos agressivos.• 13.2. Cimentação secundária - squeeze Operação que consiste em forçar uma pasta de cimento nos canhoneados do revestimento e/ou em canais formados pela má cimentação. 13.2.1. Objetivos Corrigir falhas da cimentação primária - problemas de • canalização; Eliminar a entrada de água de uma zona indesejável; • isolar canhoneado;• reduzir a rGO através do isolamento da zona de gás adjacente • à zona de óleo; Abandonar zonas depletadas;• reparar vazamentos na coluna de revestimento.• Capítulo 13. Cimentação 87 FiltradoPasta de cimento Nós de cimento Figura 13.2 - Cimentação secundária (squeeze) 13.3. Topo das pastas revestimento de superfície: topo da superfície;• revestimentos intermediários e de produção: topo da pasta • dentro do revestimento anterior. 13.3.1. Métodos para determinação do topo da pasta Perfil da temperatura – durante a pega;• Através de perfis de poço revestido: CBL e VDL.• 88 Alta Competência 13.4. Informações necessárias para os cálculos da cimentação Zonas de interesse fornecidas pelo geólogo Figura 13.3 - Zonas de interesse Capítulo 13. Cimentação 89 Relação de tubos de revestimento Figura 13.4 - relação de tubos derevestimento 13.5. Cálculos dos volumes das pastas de cimento 13.5.1. Volume de pasta Quando se tem o perfil cáliper: determina-se o cáliper médio e • acrescentam-se 10 % no cálculo do volume. Quando não se tem o perfil cáliper: calcula-se pelo diâmetro • nominal do poço e acrescenta-se um excesso, conforme tabela abaixo: 90 Alta Competência Revestimento Excesso 30 pol 100% 20 pol 100% 13 3/8 pol 50% 9 5/8 pol 30% 7 pol 10% sobre o cáliper médio Tabela 13.1 - revestimento x Excesso 13.5.2. Cálculo do volume de pasta Volume de pasta = volume anular + volume interno.• Volume anular = capacidade volumétrica x altura da pasta.• Volume interno = capacidade interna do revestimento x altura • entre a sapata e o colar. Volume do anular Volume interno Sapata Colar Fluido de perfuração Fluido de deslocamento Pasta de cimento Poço aberto Colar Sapata Revestimento anterior Colchão lavador Topo da cimento Sapata revestida anterior Volume do anular Volume interno Sapata Colar Fluido de perfuração Fluido de deslocamento Pasta de cimento Poço aberto Colar Sapata Revestimento anterior Colchão lavador Topo da cimento Sapata revestida anterior (a) (b) Figura 13.5 - (a) revestimento de superfície, (b) revestimento intermediário e de produção Capítulo 13. Cimentação 91 13.5.3. Volume de cimento (vc) Vp = volume de pasta; R = rendimento. 13.5.4. Água de mistura (vam) Fam = fator água de mistura. Água de mistura Chama-se água de mistura a água com os aditivos na qual será misturado o cimento. • Água de mistura = água + aditivos químicos. • Características da água: Deve estar fria (temperatura ambiente);• Deve ser isenta de matéria orgânica.• Mistura do cimento: • Pode ser: Contínua; • Pré-misturada.• 92 Alta Competência 13.6. Etapas de uma operação de cimentação Circulação;• Teste de linhas;• injeção de colchão lavadores / espaçadores; • Mistura e injeção da pasta;• Liberação do tampão de topo (• plug); Deslocamento da pasta.• Circulating Mud Pumping spacer and slurry Displancing Displancing End of job Plug releasing pin in Plug releasing pin out Figura 13.6 - Etapas de uma cimentação Capítulo 13. Cimentação 93 13.7. Condicionamento do poço Por que circular? Para verificar condições de circulação do poço (volume do • revestimento de mais 20%); Para ajustar propriedades do fluido de perfuração (facilitar • remoção); Para resfriar o poço (um tempo de retorno).• Teste de linhas e bombeamento dos colchões Por que testar linhas?• Verificar vazamentos; • Verificar manobras de válvulas.• Pressões de teste• normalmente 1.500 a 3.000 psi.• Tempo de teste• Aproximadamente 03 minutos. • Teste falho• Localização, reparo e novo teste.• 94 Alta Competência 13.8. Colchões lavadores e espaçadores Finalidades: Promover turbulência pela redução da viscosidade do fluido • presente no poço; Separar a pasta de cimento do fluido de perfuração;• remover o fluido e o reboco.• Que colchão utilizar? A escolha do colchão lavador depende dos seguintes aspectos: • Tipo de fluido: base água ou base óleo;• necessidade ou não de controle de filtrado;• necessidade de utilização de colchão lavador e/ou espaçador.• 13.9. Mistura da(s) pasta(s) É de suma importância o controle da densidade das pastas durante o processo de mistura da pasta, visto que essa propriedade da pasta indica a proporção correta entre os diversos componentes dessa mistura. As características das pastas são alteradas com a modificação da densidade, conforme pode ser constatado na tabela abaixo: Capítulo 13. Cimentação 95 Pasta mais leve Pasta mais pesada + água - água - cimento + cimento - resistência + resistência + tempo de pega - tempo de pega + sedimentação - sedimentação - controle de filtrado + controle de filtrado Tabela 13.2 - Alteração na característica das pastas 13.10. Métodos de controle do peso das pastas Balança de lama comum:• necessidade de boa calibração; • Valor lido < valor real (presença de ar). • Balança pressurizada:• Elimina efeito do ar;• implica operação demorada.• 96 Alta Competência Balança comum Balança pressurizada Figura 13.7 - Balança comum e pressurizada 13.11. Laboratório de cimentação Finalidade Simular as condições a que a pasta estará submetida no poço:• Temperatura; • Pressão.• Principais testes laboratoriais Determinação da massa específica da pasta;• Teste de consistometria;• Teste de perda de fluido por infiltração;• Determinação das propriedades reológicas; • Capítulo 13. Cimentação 97 Teste da resistência compressiva;• Determinação do teor de água livre.• Figura 13.8 - Teste de pasta 13.12. Propriedades da pasta de cimento Densidade da pasta É definida pela relação entre a massa e o volume;• Tem como unidade de medida usual a libra/galão (lb/gal);• indica proporção de mistura.• Rendimento É definido como o volume de pasta obtido pelo volume de • cimento; Tem como unidade usual o Pe3 de pasta pelo Pe3 de cimento.• 98 Alta Competência Fator água de mistura É definido como o volume da água e aditivos a ela misturados • pelo volume de cimento; Tem como unidade usual o GPC (galão por pe3 de cimento).• Resistência à compressão Teste realizado na temperatura estática (BHST); • resistência mínima requerida: 500 psi em 8 horas; • Propriedade afetada pelo fator água/cimento:• • Maior fator água cimento → menor resistência Bombeabilidade Mede a facilidade com que uma certa pasta pode ser bombeada;• Depende de:• • Tempo decorrido após a mistura; • Temperatura e pressão; • Continuidade do bombeio; É realizado em um equipamento chamado consistômetro • pressurizado: • Unidade de consistência (U.C.): • U.C. → tempo de espessamento; • 50 U.C. → tempo de bombeabilidade. Capítulo 13. Cimentação 99 Perda de água refere-se à perda de fluido para o meio poroso (reservatório);• É realizado por um equipamento chamado filtro prensa. • Reologia Traduz a viscosidade da pasta;• Exerce grande influência nas pastas para cimentação do • revestimento de produção. 13.13. Aditivos utilizados na cimentação Aceleradores;• retardadores;• Estendedores - aditivos de baixo peso;• Adensantes;• Dispersantes;• Controladores de filtrado;• Preventor de retrogressão da pasta de cimento;• Preventor de migração de gás.• 100 Alta Competência Acelerador É utilizado para:• Aumentar o desenvolvimento de resistência inicial;• reduzir o tempo de espessamento - reduzir o WOC (waiting-• on-cement). Aditivos mais utilizados como aceleradores de pega:• CaCl• 2 - mais comum; naCl - 1-10% acelerador - 18-37% retardador;• Silicatos;• Água do mar - pequeno efeito. • Retardador É utilizado para:• retardar o tempo de espessamento para permitir o correto • posicionamento da pasta de cimento - efeito da temperatura: - maior temperatura - menor tempo de espessamento. Aditivos mais utilizados como retardadores de pega:• Lignito - mais comum e efetivo;• Salmoura de naCl saturada;• CMHEC - carbometil hidroxi-etil celulose - retardador e • controlador de filtrado. Capítulo 13. Cimentação 101 Estendedor É utilizado para:• reduzir a densidade da pasta de cimento.• Aditivos mais utilizados como estendedores:• Bentonita - 12-13,2 lb/gal - mais comum e econômico;• Silicatos - bastante eficientes - requerem bastante água de • mistura. Adensante É utilizado para:• Controlar a pressão de porosda formação.• Aditivos mais utilizados como adensantes:• Hematita - S.G. = 5,1;• Baritina - mais comum - S.G. = 4,2 - problema: necessita de • água de mistura - menor peso que pastas com hematita; Pastas salinas - aumento de até 1 lb/gal.• Dispersante É utilizado para:• reduzir a viscosidade da pasta e propiciar melhor vazão de • deslocamento (aumento da eficiência de deslocamento); Promover um fluxo turbulento em menores vazões de • deslocamento; Controlar a reologia na superfície e a BHCT.• 102 Alta Competência Aditivos mais utilizados como dispersantes:• Diversos polímeros;• Maioria dos retardadores e aditivos controladores de filtrado;• Sal.• Controlador de filtrado É utilizado para:• Diminuir perda de fluido para zonas permeáveis;• Evitar dano à formação;• Evitar problemas de desidratação da pasta; • reduzir a permeabilidade do reboco da pasta.• recomendações práticas:• Cimentação de produção: de 50 - 100 cc/30 minutos;• Zonas de gás - migração de gás: < 50 cc/30 minutos.• Preventor de retrogressão da pasta de cimento É utilizado para:• Evitar a perda de resistência da pasta em temperaturas (BHST) • > 230°F; Evitar a degradação da pasta por aumento da permeabilidade.• Capítulo 13. Cimentação 103 Aditivo mais utilizado: • Sílica - 30 - 40%, utilizada para a formação das fases estáveis do • cimento, abaixo listadas (ver reação química ilustrada abaixo): Tobermotite;• Truscotite;• Xonolite.• C3S + H2O Gel C-S-H + Portlandlita Sílica 110 ºC (230º F) - C2SH [Ca (OH)2]C2S 149º C (300º F) 249º C (480º F) 239º C (750º F) Tobermorita [C5 S6 H5] Xonotlita [C6 S6 H] Desintegração do cimento Xonotlita [C5 S6 H] + Truscotita [C7 S12 H3] Figura 13.9 - reação química 104 Alta Competência Preventor de migração de gás Fenômeno: • Perda gradual da hidrostática exercida pela pasta de cimento • durante sua pega - estado de transição líquido-sólido; Perda de filtrado no espaço confinado - redução substancial da • pressão (compressibilidade do fluido é baixa); Pressão exercida torna-se inferior à pressão de poros da • formação antes que a pasta atinja “resistência” para impedir a percolação de gás (valor teórico recomendado para o gel = 500 lbf/100 pés2). O que fazer para solucionar este problema:• reduzir tempo de transição - pasta com consistometria em • ângulo reto; Utilizar aditivos para baixar a permeabilidade da pasta ao gás • (látex); Utilizar pastas com baixo filtrado (< 50 ml/30 min.);• Utilizar pasta tixotrópica ou pastas espumadas;• Aplicar pressão no espaço anular e outras técnicas para • aumentar a pressão hidrostática; Utilizar pastas com tempos de pega diferentes.• Capítulo 13. Cimentação 105 13.14. Ilustrações Figura 13.10 - Equipamentos para cimentação Figura 13.11 - Preparo da água de mistura 106 Alta Competência Figura 13.12 - Cabeça de cimentação e tampão de topo Figura 13.13 - instalação da cabeça de cimentação Capítulo 13. Cimentação 107 Figura 13.14 - Carta de pressão 108 Alta Competência Exercícios 1) Preencha as lacunas do texto a seguir utilizando o banco de pala- vras entre parênteses: (tubos de aço - conectores - coluna de revestimento - broca - luvas especiais) Uma _________________________ é constituída de diversos________ ____________ unidos por ________________ ou __________________, descidos num poço de petróleo com a função básica de sustentar as formações perfuradas pela _____________. 2) Quais são as principais funções da coluna de revestimento? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3) Defina liner: _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4) Existem três tipos de esforços que atuam sobre uma coluna de re- vestimento. Quais? _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ Exercício 109 5) São fatores que geram pressão interna no revestimento: ( ) Colapso, teste do revestimento e circulação reversa. ( ) Batida de plug, teste do revestimento e ocorrência de kick. ( ) Teste da vedação secundária (pack off), perda de circulação e circulação reversa. ( ) Elevação da coluna para retirada da cunha, batida de plug e perda de circulação. 6) O acionamento de E.C.P. gera: ( ) Pressão interna no revestimento. ( ) Colapso. ( ) Tração. ( ) Batida de plug. 7) Quais são os fatores que geram esforço de tração no revestimento? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 8) relacione as características apresentadas à direita aos tipos de co- nexões da coluna da esquerda: ( 1 ) Oito fios por polegada ( ) resistência à tração maior do que o cor- po do tubo. ( 2 ) Buttres ( ) Baixa resistência à tração. ( 3 ) Extreme line ( ) Alta resistência da conexão. ( 4 ) Hydril ( ) Semelhante à extreme line, diferencian- do-se pelo perfil. 9) Qual é a principal função da sapata guia? ________________________________________________________________ 110 Alta Competência 10) Cite duas vantagens e duas desvantagens da utilização da válvula insertável: Vantagens: ________________________________________________________________ Desvantagens: ________________________________________________________________ 11) Uma das vantagens do colar flutuante com autoenchimento é: ( ) É mais resistente que a válvula insertável. ( ) não necessita abastecer o revestimento. ( ) Possui baixo custo. ( ) reduz o tempo de descida do revestimento. 12) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) para cada uma das alternati- vas a seguir: ( ) A função do colar flutuante é permitir que a cimentação seja realizada em mais de uma etapa. ( ) Evitar contaminação da pasta de cimento pelo fluido é fun- ção dos tampões de fundo e de topo. ( ) Uma das finalidades dos centralizadores é diminuir a cana- lização da pasta no espaço anular. ( ) O alto custo é uma desvantagem na utilização da válvula insertável. 13) Cunha e elevador do tipo spider e elevador do tipo side door são equipamentos: ( ) Da cabeça de cimentação. ( ) De descida do revestimento em sondas de perfuração. ( ) De tampões de fundo e de topo. ( ) De subida da cimentação sobressalente. Exercício 111 14) relacione as colunas: ( 1 ) Cimentação primária ( ) Correção da cimentação primária quando o cimento não alcança a altu- ra desejada no anular. ( 2 ) Cimentação secundária ( ) injeção forçada de cimento sob pres- são, visando corrigir localmente a ci- mentação primária. ( 3 ) recimentação ( ) Operações emergenciais de cimenta- ção, visando permitir a continuidade das operações. ( 4 ) Tampões de cimento ( ) Cimentação principal de cada coluna de revestimento, levada a efeito logo após a sua descida no poço. ( 5 ) Squeeze ( ) Bombeamento de determinado volu- me de pasta para o poço, visandotam- ponar um trecho do poço. 15) Pode ser usado até a profundidade de 1.830 m, quando se requer alta resistência ao sulfato: ( ) Cimento classe A. ( ) Cimento classe B. ( ) Cimento classe C. ( ) Cimento classe D. 112 Alta Competência 16) Com relação à classificação dos cimentos, indique nas opções a seguir quais são as verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) O cimento classe A pode ser usado até a profundidade de 1.830 m, quando não se exigem propriedades essenciais. ( ) O cimento classe F pode ser usado entre profundidades de 1.830 m até 3.050 m, sob condições de temperatura e pres- são moderadamente altas. ( ) O cimento classe E pode ser usado entre as profundidades de 1.830 m até 4.270 m, sob condições de temperaturas e pressões altas. ( ) Cimento classe B pode ser usado até a profundidade de 1.830 m, quando as condições do poço exigem moderada resistência ao sulfato. ( ) O cimento classe C pode ser empregado entre as profundi- dades de 3.050m a 4.880 m, sob condições de temperaturas e pressões altas. ( ) Cimento classes G e H são considerados cimentos básicos e devem ser empregados até a profundidade de 2.440 m, sem adição de aditivos especiais ou até profundidades maiores, com a adição de aditivos especiais. 17) Há dois processos de fabricação de cimento: por via seca e por via úmida. Cite duas vantagens e duas desvantagens de cada um desses processos. Por via seca: Vantagens: ________________________________________________________________ Desvantagens: ________________________________________________________________ Por via úmida: Vantagens: ________________________________________________________________ Desvantagens: ________________________________________________________________ Exercício 113 18) Quais são os aditivos usados na cimentação: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 19) Os aditivos mais utilizados como retardadores de pega são: ( ) Bentonita - 12-13,2 lb/gal e silicatos. ( ) Lignito, salmoura de naCl saturada e CMHEC - carbometil hidroxi-etil celulose. ( ) Hematita, baritina e pastas salinas. ( ) Sílica - 30 - 40%, tobermotite, truscotite e xonolite. 20) na cimentação, os aditivos utilizados para controlar a pressão de poros da formação são: ( ) Dispersantes. ( ) Estendedores. ( ) Adensantes. ( ) retardadores. 114 Alta Competência AMOCO EPTG DriLLinG TECHnOLOGY TEAMS .Training to Reduce Unscheduled Events. 3. ed. CUrSO de revestimento e cimentação. Macaé: Petrobras, 1992. DOWELL SCHULUMBErGEr. Cementing Tecnology. 1984 DriLLinG Pratices Manual. Preston Moore GOUVÊA, Paulo César V. M. Cimentação. Petrobras–Serec. ______. Colunas de revestimento. HALLiBUrTOn EnErGY SErViCES. Essential tools for Better multiple stage cement jobs. PETrOBrAS–CEnPES. Revestimento e Cimentação. 1986. 2ª Mesa redonda. rODriGUES, Valdo F. Operações com cimento na completação. 2. ed. Petrobras, 1995. Bibliografia Gabarito 115 Gabarito 1) Preencha as lacunas do texto a seguir utilizando o banco de palavras entre parênteses: (tubos de aço - conectores - coluna de revestimento - broca - luvas especiais) Uma coluna de revestimento é constituída de diversos tubos de aço unidos por conectores ou luvas especiais, descidos num poço de petróleo com a função básica de sustentar as formações perfuradas pela broca. 2) Quais são as principais funções da coluna de revestimento? • Prevenir desmoronamento das paredes do poço; • Evitar contaminação dos aquíferos; • Permitir retorno do fluido de perfuração à superfície; • Prover meios para controle de pressão; • Permitir adoção de sistemas de fluidos diferentes; • Impedir migração de fluidos das formações; • Sustentar os equipamentos de cabeça de poço; • Sustentar outras colunas de revestimento. 3) Defina liner: É uma coluna de revestimento que não chega até a superfície. Fica suspensa no último revestimento descido. 4) Existem três tipos de esforços que atuam sobre uma coluna de revestimento. Quais? Tração, pressão e colapso. 5) São fatores que geram pressão interna no revestimento: ( ) Colapso, teste do revestimento e circulação reversa. ( X ) Batida de plug, teste do revestimento e ocorrência de kick. ( ) Teste da vedação secundária (pack off), perda de circulação e circulação reversa. ( ) Elevação da coluna para retirada da cunha, batida de plug e perda de circulação. 6) O acionamento de E.C.P. gera: ( X ) Pressão interna no revestimento. ( ) Colapso. ( ) Tração. ( ) Batida de plug. 116 Alta Competência 7) Quais são os fatores que geram esforço de tração no revestimento? • Pressão interna gerada na batida do plug; • Elevação da coluna para retirada da cunha; • Ameaça de prisão do revestimento; • Prisão do revestimento. 8) relacione as características apresentadas à direita aos tipos de conexões da coluna da esquerda: ( 1 ) Oito fios por polegada ( 2 ) resistência à tração maior do que o corpo do tubo. ( 2 ) Buttres ( 1 ) Baixa resistência à tração. ( 3 ) Extreme line ( 3 ) Alta resistência da conexão. ( 4 ) Hydril ( 4 ) Semelhante à extreme line, diferenciando-se pelo perfil. 9) Qual é a principal função da sapata guia? Guiar o revestimento durante sua descida. 10) Cite duas vantagens e duas desvantagens da utilização da válvula insertável: Vantagens: baixo custo e redução no tempo de descida do revestimento. Desvantagens: risco de vazamento e limitação de pressão. 11) Uma das vantagens do colar flutuante com autoenchimento é: ( X ) É mais resistente que a válvula insertável. ( ) não necessita abastecer o revestimento. ( ) Possui baixo custo. ( ) reduz o tempo de descida do revestimento. 12) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) para cada uma das alternativas a seguir: ( F ) A função do colar flutuante é permitir que a cimentação seja realizada em mais de uma etapa. Justificativa: esta é a função do colar de estágio, não do colar flutuante. ( V ) Evitar contaminação da pasta de cimento pelo fluido é função dos tampões de fundo e de topo. ( V ) Uma das finalidades dos centralizadores é diminuir a canalização da pasta no espaço anular. ( F ) O alto custo é uma desvantagem na utilização da válvula insertável. Justificativa: errado, pois uma das vantagens da válvula insertável é exatamente o baixo custo. Gabarito 117 13) Cunha e elevador do tipo spider e elevador do tipo side door são equipamentos: ( ) Da cabeça de cimentação. ( X ) De descida do revestimento em sondas de perfuração. ( ) De tampões de fundo e de topo. ( ) De subida da cimentação sobressalente. 14) relacione as colunas: ( 1 ) Cimentação primária ( 3 ) Correção da cimentação primária quando o cimento não alcança a altura desejada no anular. ( 2 ) Cimentação secundária ( 5 ) injeção forçada de cimento sob pressão, visando corrigir localmente a cimentação primária. ( 3 ) recimentação ( 2 ) Operações emergenciais de cimentação, visando permitir a continuidade das operações. ( 4 ) Tampões de cimento ( 1 ) Cimentação principal de cada coluna de revestimento, levada a efeito logo após a sua descida no poço. ( 5 ) Squeeze ( 4 ) Bombeamento de determinadovolume de pasta para o poço, visando tamponar um trecho do poço. 15) Pode ser usado até a profundidade de 1.830 m, quando se requer alta resistência ao sulfato: ( ) Cimento classe A. ( ) Cimento classe B. ( X ) Cimento classe C. ( ) Cimento classe D. 16) Com relação à classificação dos cimentos, indique nas opções a seguir quais são as verdadeiras (V) ou falsas (F): ( V ) O cimento classe A pode ser usado até a profundidade de 1.830 m, quando não se exigem propriedades essenciais. ( F ) O cimento classe F pode ser usado entre profundidades de 1.830 m até 3.050 m, sob condições de temperatura e pressão moderadamente altas. Justificativa: refere-se ao cimento classe D. ( V ) O cimento classe E pode ser usado entre as profundidades de 1.830 m até 4.270 m, sob condições de temperaturas e pressões altas. ( V ) Cimento classe B pode ser usado até a profundidade de 1.830 m, quando as condições do poço exigem moderada resistência ao sulfato. ( F ) O cimento classe C pode ser empregado entre as profundidades de 3.050m a 4.880 m, sob condições de temperaturas e pressões altas. Justificativa: refere-se ao cimento classe F. ( V ) Cimento classes G e H são considerados cimentos básicos e devem ser empregados até a profundidade de 2.440 m, sem adição de aditivos especiais ou até profundidades maiores, com a adição de aditivos especiais. 118 Alta Competência 17) Há dois processos de fabricação de cimento: por via seca e por via úmida. Cite duas vantagens e duas desvantagens de cada um desses processos. Por via seca: Vantagens: Menor consumo energético e menor custo. Desvantagens: Maior poluição e dificuldade no controle do processo. Por via úmida: Vantagens: menor poluição e facilidade no controle do processo. Desvantagens: maior consumo energético e maior custo. 18) Quais são os aditivos usados na cimentação: • Aceleradores; • Retardadores; • Estendedores - aditivos de baixo peso; • Adensantes; • Dispersantes; • Controladores de filtrado; • Preventor de retrogressão da pasta de cimento; • Preventor de migração de gás. 19) Os aditivos mais utilizados como retardadores de pega são: ( ) Bentonita - 12-13,2 lb/gal e silicatos. ( X ) Lignito, salmoura de NaCl saturada e CMHEC - carbometil hidroxi-etil celulose. ( ) Hematita, baritina e pastas salinas. ( ) Sílica - 30 - 40%, tobermotite, truscotite e xonolite. 20) na cimentação, os aditivos utilizados para controlar a pressão de poros da formação são: ( ) Dispersantes. ( ) Estendedores. ( X ) Adensantes. ( ) retardadores.
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