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Autor: Otto Luiz Alcantara Santos TÉCNICO EM PERFURAÇÃO E POÇOS SEGURANÇA E CONTROLE DE POÇO DE PETRÓLEO SEGURANÇA E CONTROLE DE POÇO DE PETRÓLEO Autor: Otto Luiz Alcantara Santos Colaborador: Wagner Rubens Pinto Pires SEGURANÇA E CONTROLE DE POÇO DE PETRÓLEO Programa Alta Competência Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das atividades profissionais na Companhia. É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo. Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força de trabalho às estratégias do negócio E&P. Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das competências necessárias para explorar e produzir energia. O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados e a reciclagem de antigos. Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de sucesso que ela é. Programa Alta Competência Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila está organizada e assim facilitar seu uso. No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual representa as metas de aprendizagem a serem atingidas. Autor Ao fi nal desse estudo, o treinando poderá: • Identifi car procedimentos adequados ao aterramento e à manutenção da segurança nas instalações elétricas; • Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao aterramento de segurança; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. ATERRAMENTO DE SEGURANÇA Como utilizar esta apostila Objetivo Geral O material está dividido em capítulos. No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específi cos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo. No fi nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem. Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão. Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas C ap ít u lo 1 Riscos elétricos e o aterramento de segurança Ao fi nal desse capítulo, o treinando poderá: • Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos; • Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. 21 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança 1.4. Exercícios 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( ) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 25 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: ( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. ( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. ( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. ( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”. ( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. 1.7. Gabarito Objetivo Específi co Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas defi nições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente identifi cados, pois estão em destaque. Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança 49 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança Todas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores, geradores, painéis elétricos, transformadores e outros). A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção nos sistemas de aterramento envolvidos nestes equipamentos. Para que o aterramento de segurança possa cumprircorretamente o seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve ser mantido em perfeitas condições de funcionamento. Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão. 3.1. Problemas operacionais Os principais problemas operacionais verifi cados em qualquer tipo de aterramento são: • Falta de continuidade; e • Elevada resistência elétrica de contato. É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 defi ne o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato. Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica. Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm. 3.4. Glossário Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografi a ao fi nal de cada capítulo. Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos. A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado de um determinado item do capítulo. “Importante” é um lembrete das questões essenciais do conteúdo tratado no capítulo. CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 1.6. Bibliografi a É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente. Os riscos elétricos de uma instalação são divididos em dois grupos principais: 1.1. Riscos de incêndio e explosão Podemos defi nir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma: Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes, fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera potencialmente explosiva por descarga descontrolada de eletricidade estática. Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer instalação e seu descontrole se traduz principalmente em danos pessoais, materiais e de continuidade operacional. Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! IMPORTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas RESUMINDO... Já a caixa de destaque “Resumindo” é uma versão compacta dos principais pontos abordados no capítulo. Em “Atenção” estão destacadas as informações que não devem ser esquecidas. Todos os recursos didáticos presentes nesta apostila têm como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo. Aproveite este material para o seu desenvolvimento profi ssional! Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! IMPORTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas RESUMINDO... Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! IMPORTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas RESUMINDO... SumárioSumário Introdução 17 Capítulo 1. Conceitos Básicos 1. Conceitos Básicos 21 1.1. Propriedades dos Fluidos de Perfuração 21 1.2. Pressão em Condições Estáticas e Dinâmicas, Equações e Exemplos de Aplicação 24 1.2.1. Pressão Hidrostática 24 1.2.2. Gradiente de Pressão (GP) 28 1.2.3. Massa Específica Equivalente 29 1.2.4. Pressão da Formação 29 1.2.5. Densidade Equivalente de Circulação (ECD) 30 1.2.6. Pressão de Fratura 30 1.2.7. Exemplos de aplicação 31 Capítulo 2. Causas e Indícios de Kicks 2. Causas e Indícios de Kicks 37 2.1. Causas de kicks 37 2.1.1. Não completar o poço durante as manobras 37 2.1.2.Pistoneio 37 2.1.3. Perda de circulação 38 2.1.4. Massa específica do fluido de perfuração insuficiente 39 2.1.5. Corte da lama por gás 39 2.1.6. Outras causas de kicks 40 2.2. Indícios de Kicks 41 2.2.1. Indicadores primários de kicks 41 2.2.2. Indicadores de que um kick está ocorrendo ou está para ocorrer 43 Capítulo 3. Detecção de Zonas de Pressão Anormal 3. Detecção de Zonas de Pressão Anormal 47 Capítulo 4. Comportamento do Fluido Invasor 4. Comportamento do Fluido Invasor 53 4.1. Comportamento em um Poço Aberto 54 4.2. Comportamento em um Poço Indefinidamente Fechado 55 Capítulo 5. Procedimentos Operacionais Preventivos 5. Procedimentos Operacionais Preventivos 59 5.1. Procedimentos de Caráter Geral 59 5.2. Procedimentos na Perfuração 60 5.3. Procedimentos Manobrando 61 5.4. Procedimentos na Descida de Coluna de Revestimento 62 Capítulo 6. Fechamento de Poço 6. Fechamento de Poço 65 6.1. Verificação do Fechamento do Poço 66 6.2. Acompanhamento das Pressões no Poço após o seu Fechamento 66 Capítulo 7. Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP de Superfície 7. Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP de Superfície 69 7.1. Procedimentos com Broca no Fundo 69 7.2. Procedimentos Manobrando (tubos de perfuração) 70 7.3. Procedimentos com Coluna fora do Poço 70 Capítulo 8. Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP Submarinos 8. Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP Submarinos 75 8.1. Procedimentos com Broca no Fundo 75 8.2. Procedimentos Manobrando 77 8.3. Procedimentos com a Coluna fora do Poço 78 Capítulo 9. Responsabilidades Específicas após o Fechamento do Poço e Durante a Circulação do Kick 9. Responsabilidades Específicas após o Fechamento do Poço e Durante a Circulação do Kick 81 Capítulo 10. Determinação da Pressão Reduzida de Circulação 10. Determinação da Pressão Reduzida de Circulação 85 Capítulo 11. Informações Prévias e sobre o Kick 11. Informações Prévias e sobre o Kick 89 11.1. Informações Prévias 89 11.2. Informações sobre o Kick 90 11.3. Cálculos e Considerações 91 Capítulo 12. Determinação da Eficiência Volumétrica da Bomba 12. Determinação da Eficiência Volumétrica da Bomba 95 Capítulo 13. Definição dos Métodos de Controle (ESCP de Superfície) 13. Definição dos Métodos de Controle (ESCP de Superfície) 99 13.1. Princípio da Pressão no Fundo do Poço Constante 99 13.2. Método do Sondador 100 13.2.1. Comportamento de pressões para o método do sondador em sondas com ESCP de superfície 101 13.3. Método Volumétrico Estático 105 Capítulo 14. Definição dos Métodos de Controle (ESCP Submarino) 14. Definição dos Métodos de Controle (ESCP Submarino) 111 14.1. Princípio da Pressão no Fundo do Poço Constante 111 14.2. Método do Sondador 112 14.3. Comportamento de Pressões para o Método do Sondador em Sondas com ESCP Submarino 113 14.4. Método Volumétrico Dinâmico 119 Capítulo 15. Comentários sobre Controle de Kick em Situações Especiais 15. Comentários sobre Controle de Kick em Situações Especiais 125 Exercícios 127 Glossário 135 Bibliografia 136 Gabarito 137 Introdução Todo poço de petróleo necessita de cuidados especiais para evitar que fluxos de fluidos não desejados penetrem nos mesmos tanto no momento da perfuração quanto em uma intervenção. Nos poços que estão sendo perfurados utilizam-se fluidos de perfuração capazes de exercer uma pressão hidrostática maior do que o valor da pressão dos fluidos contidos nos poros da formação perfurada. Existem situações em que o valor da pressão hidrostática exercida pelo fluido de perfuração torna-se menor do que o valor da pressão de poros e, se a permeabilidade da formação permitir, isto ocasionará o influxo de fluidos indesejáveis para o poço. Esses fluxos são chamados de kicks e se não forem controlados podem ocasionar um blowout. Kick é o fluxo inesperado e indesejado da formação para o poço, blowout é o mesmo fluxo descontrolado. O fluido de perfuração ou completação previne um kick, enquanto que quando essa primeira barreira de segurança é rompida, somente a utilização da segunda barreira, que são os ESCP, prevenirá a ocorrência de um blowout. Um kick deve ser detectado o mais prontamente possível e o fluido invasor (que também recebe o nome de kick) deve ser removido do poço. Como a operação de remoção do kick envolve riscos e perda de tempo produtivo, as equipes de perfuração devem estar treinadas para evitá-los. Porém, se eles ocorrerem, estas equipes devem estar preparadas e as sondas equipadas para uma pronta detecção e uma segura remoção destes fluidos invasores para fora do poço. 17 18 Quando operando em unidades flutuantes de perfuração, especialmente em águas profundas, o volume do fluido invasor deve ser o mínimo possível devido às complicações e particularidades inerentes ao controle de poços neste tipo de ambiente de perfuração. A pronta detecção do kick torna-se assim imperativa. Estas complicações e particularidades são em sua maioria devidas ao tipo e a configuração dos equipamentos de segurança utilizados em unidades flutuantes. Nesta apostila iremos tratar de segurança e controle de poço tanto em sondas com equipamentos de superfície quanto em sondas com equipamentos submarinos, sendo que as particularidades de cada uma serão tratadas em capítulos diferentes. Em relação aos equipamentos de controle de poço, os mesmos serão tratados em apostila e curso específicos. C ap ít u lo 1 Conceitos Básicos 20 Alta Competência 21 Capítulo 1. Conceitos Básicos 1. Conceitos Básicos Para entender os métodos de controle de poço faz-se necessária a compreensão de alguns conceitos importantes que serão descritos neste capítulo, além de algum pré-conhecimento acerca de Mecânica dos Fluidos. 1.1. Propriedades dos Fluidos de Perfuração Fluidos de perfuração são dispersões complexas de sólidos, líquidos e gases, usualmente constituídas de duas fases: uma dispersante (aquosa ou orgânica) e outra dispersa, cuja complexidade depende da natureza dos produtos dispersos, requisitos e funções necessárias. Sua principal função é controlar as pressões de subsuperfície, exercendo pressão hidrostática suficiente para evitar influxo de fluidos da formação para o poço e também desmoronamento das paredes do poço, porém existem outras funções, tais quais: • Carrear os cascalhos gerados pela broca até a superfície; • Manter os sólidos em suspensão durante as paradas de circulação; • Manter o poço aberto estável para permitir o prosseguimento das operações de perfuração; • Transmitir potência hidráulica, resfriar e lubrificar a broca; • Reduzir o atrito entre a coluna e as paredes do poço; • Minimizar a corrosão da coluna de perfuração, revestimento e equipamentos de superfície. 22 Alta Competência Alguns de seus requisitos básicos consistem em propiciar a coleta de informações geológicas do poço através das análises dos cascalhos, testemunhos e perfis, e em possuir custos compatíveis com o empreendimento e em facilitar a separação dos sólidos perfurados (cascalhos) na superfície. Do ponto de vista do controle de poço, podemos citar as principais propriedades do fluido de perfuração: • Massa específica – é a massa por unidade de volume, sendo expressa em ppg ou lb/gal e simbolizada pela letra grega “ρ”. É esta propriedade que define o “peso” da coluna hidrostática exercida pelo fluido de perfuração dentro do poço, o qual é medido por uma balança densimétrica, conforme imagem a seguir. O seu valor ideal faz com que a pressão exercida pela coluna hidrostática supere o valor da pressão de poros da formação em 0,3 ppg até 0,5 ppg. Valores inferiores podem permitir um kick e superiores podem danificar a formação, reduzir a taxa deperfuração, prender a coluna por pressão diferencial ou ocasionar perda de circulação. É também através de seu monitoramento que identificamos corte do fluido de perfuração por outro de menor densidade (gás, água ou óleo). Balança Densimétrica 23 Capítulo 1. Conceitos Básicos • Parâmetros reológicos – são propriedades que definem as características de movimentação do fluxo dentro do sistema de circulação, sendo responsáveis pela perda de carga por fricção. Os mais comuns são viscosidade plástica, expressa em centipoise, e limite de escoamento, expresso em lb/100 pé². Através destas características podemos determinar a pressão de bombeio e a pressão em um determinado ponto do poço durante a circulação. Viscosímetro Fann 35A • Força gel – representa a resistência ao movimento do fluido de perfuração a partir do repouso. É expressa em lb/100 pé² e medida através de viscosímetros rotativos. Se muito alta, resulta em pistoneio elevado, dificuldade na separação do gás na superfície, redução na velocidade de migração do gás e dificuldade na transmissão de pressão através do fluido de perfuração. • Salinidade – é uma propriedade química que representa o teor de sais dissolvidos no fluido de perfuração. Alterações podem indicar um kick de água. 24 Alta Competência 1.2. Pressão em Condições Estáticas e Dinâmicas, Equações e Exemplos de Aplicação A Mecânica dos Fluidos é a parte da Física que estuda o comportamento dos fluidos. Enquanto a hidrostática estuda os fluidos em equilíbrio estático, a hidrodinâmica estuda os fluidos submetidos a alguma força externa que o movimentam. Na indústria do petróleo diz-se que um poço está estático quando não há circulação entre um tubo e seu espaço anular. 1.2.1. Pressão Hidrostática Pressão é a força aplicada em uma determinada unidade de área. P = F / A Suas principais unidades são PA, N/m², kgf/cm², psi, atm e bar. Existem as seguintes relações entre as unidades: • 1 kgf/cm² = 100000 Pa = 100000 N/m² = 14,22 psi • 1 atm = 14,7 psi = 1,033 kgf/cm² • 1 bar = 1,02 kgf/cm² A pressão no fundo de um poço pode ser determinada de forma estática ou dinâmica, ou seja, com ou sem circulação do fluido de perfuração. O conceito do tubo em “U” é o que melhor define as condições de pressão em um poço de petróleo, pois o mesmo é formado pelo interior de uma coluna e o seu espaço anular. Em um tubo em “U” é possível a existência de fluidos diferentes em seus terminais, mas na base dos mesmos, que se assemelha ao fundo de um poço, a pressão se mantém igual. Com isto, o fluido mais denso de um terminal irá “empurrar” o fluido menos denso do outro, fazendo com que os níveis sejam diferentes. 25 Capítulo 1. Conceitos Básicos ha hb ρb ρa Se ha < hb, isto implica que ρa>ρbSe ha < hb, isto implica que ρa > ρb A pressão hidrostática de um poço pode ser definida pelo peso da coluna de fluido dentro dele, que por sua vez é definido pela massa específica do mesmo e pela altura ou profundidade vertical da coluna. Podemos calcular o valor da pressão hidrostática de uma coluna de fluido líquido da maneira descrita abaixo: Sendo, • Ph = pressão hidrostática. • g = aceleração da gravidade. • ρm = massa específica do fluido. • Dv = Profundidade vertical. Temos: Ph = ρm x g x Dv 26 Alta Competência Utilizando-se a constante 0,1704, podemos trabalhar com as unidades psi, lb/gal (ppg) e metro e ainda eliminarmos a aceleração da gravidade. Assim, teremos: Ph = 0,17 x ρm x Dv Observe que a pressão hidrostática depende apenas da massa específica do fluido e da profundidade ver- tical do poço. Desta forma, em um poço direcional, a profundidade total do mesmo serve apenas para cálculos de volumetria do fluido, não podendo ser confundida com profundidade vertical que é deter- minada pela altura do nível do mesmo. IMPORTANTE! Uma pequena coluna de gás pode ter sua pressão hidrostática calculada da mesma forma descrita acima para fluidos líquidos. Porém, se a altura for de valor considerável, calculamos extraindo o valor da pressão no topo (PT) do valor da pressão na base (PB) da bolha. Ph = PB - PT A pressão no topo da bolha é calculada somando-se a pressão na cabeça do poço com a pressão atmosférica, tornando-a absoluta, enquanto que a pressão na base é definida por: PB = PT . e 16,3 . Z . (T+460) γg . ∆D Sendo: PT e PB = pressões absolutas no topo e na base do gás em psia. γg = densidade do gás em relação ao ar. 27 Capítulo 1. Conceitos Básicos ΔD = altura da coluna de gás em metros. Z = fator de compressibilidade do gás. T = temperatura do gás em °F. Em condições estáticas, estando o poço amortecido, a pressão no fundo dele, também conhecida como BHP (Bottom Hole Ppressure), é igual à pressão hidrostática exercida pelo fluido. Em condições dinâmicas, ou seja, quando se está circulando o fluido, a BHP é determinada somando-se a pressão hidrostática com as perdas de carga no anular e, se for o caso, também no choke e linha do mesmo. BHPst = Ph => sem circulação. BHPdin = Ph + ∆Pan => circulando com poço aberto. BHPdin = Ph + ∆Pan + ∆Pcl + ∆Pch => circulando pelo choke. Onde: BHPst = pressão no fundo do poço em condições estáticas. BHPdin = pressão no fundo do poço em condições dinâmicas. Ph = pressão hidrostática exercida pela coluna de fluido. ∆Pan = perdas de carga no espaço anular. ∆Pcl = perdas de carga na linha do choke. ∆Pch = perdas de carga no choke. 28 Alta Competência INJEÇÃO COLUNA Pressão de Bombeio (PB) SUPERFÍCIE ESPAÇO ANULAR Da mesma forma, a pressão de bombeio necessária para circular o fluido é determinada pelo somatório de todas as perdas de carga: Pb = ∆Ps + ∆Pint + ∆Pb + ∆Pan + Phan - Phint Onde: Pb = pressão de bombeio. ∆Ps = perda de carga na superfície. ∆Pint = perda de carga no interior da coluna. ∆Pb = perda de carga na broca. ∆Pan = perda de carga no espaço anular. Phan = pressão hidrostática exercida pelo fluido no espaço anular. Phint = pressão hidrostática exercida pelo fluido dentro da coluna. 1.2.2. Gradiente de Pressão (GP) Chamamos gradiente de pressão a razão entre a pressão atuando em um determinado ponto e a profundidade vertical deste ponto. 29 Capítulo 1. Conceitos Básicos GP = 0,17 x ρm ou GP = P/D 1.2.3. Massa Específica Equivalente Podemos também calcular o valor da pressão em um determinado ponto através da massa específica equivalente, ou seja, por meio da razão da pressão em psi e da profundidade em metros multiplicada pelo fator de conversão de unidades 0,17 já explicado anteriormente. ρe = P / (0,17 x Dv) Onde: P = pressão em psi. D = profundidade vertical do ponto em metros. 1.2.4. Pressão da Formação É a pressão dos fluidos contidos nos poros de uma determinada formação. Se a pressão da formação estiver situada entre os valores de pressões hidrostáticas originadas por fluidos de 8.34 lb/gal e 9 lb/gal na profundidade desta formação, ela será dita como normalmente pressurizada. Esses valores de massa específica correspondem respectivamente à água doce e à água salgada com aproximadamente 80.000 ppm. 30 Alta Competência Acima desse range de massas específicas, a formação é dita portadora de pressão anormalmente alta. A origem dessa pressão geralmente está associada à rápida deposição de sedimentos, reduzindo assim, a velocidade normal de expulsão da água dos seus poros durante o processo de deposição. Isto resulta no fenômeno de subcompactação, origem da pressão anormalmente alta. A perfuração em zonas de pressão anormalmente alta deve ser bem monitorada para evitar que o valor da pressão na formação perfurada pela broca torne-se maior do que a pressão no poço frente a essa formação.As formações portadoras de pressões anormalmente baixas (massa específica equivalente menor do que 8.34 lb/gal) estão associadas a fenômenos de depleção. Elas possuem baixas pressões de fratura causando problemas de perda de circulação. 1.2.5. Densidade Equivalente de Circulação (ECD) A pressão em qualquer ponto do sistema é dada pela soma da pressão hidrostática com as perdas de carga por fricção desde o ponto em consideração até a superfície (ou alternativamente, com a pressão de bombeio, subtraída as perdas de cargas da bomba até o ponto em consideração). Assim, durante a perfuração normal, a pressão no fundo do poço é dada pela soma da pressão hidrostática no fundo do poço com as perdas de carga por fricção no espaço anular. A massa específica equivalente a esta pressão é conhecida pela sigla ECD (Equivalent Circulating Density), ou seja, densidade equivalente de circulação no fundo do poço. Se a pressão em frente a uma formação for maior do que a pressão de poros, diz-se que o diferencial de pressão aplicado sobre esta formação será positivo. Caso contrário, ele será dito negativo. 1.2.6. Pressão de Fratura É a pressão que produz a falha mecânica de uma formação com a resultante perda de fluido. O conhecimento da pressão de fratura é de fundamental importância no projeto do poço, na determinação das profundidades de assentamento das sapatas dos revestimentos descidos e durante as operações de controle de poços, onde o seu valor 31 Capítulo 1. Conceitos Básicos não deve ser excedido, evitando assim, a fratura da formação. Esta pressão é estimada através de procedimentos de cálculo semiempíricos para a área em consideração ou diretamente por meio dos testes de absorção. Do ponto de vista do controle de poços, determina-se a pressão de fratura da formação mais próxima da sapata do último revestimento assentado. 1.2.7. Exemplos de aplicação a) Determine a pressão hidrostática atuando no fundo de um poço vertical de 3000 metros de profundidade com fluido de perfuração de 10 lb/gal. Solução: Ph = 0,17 . 10 . 3000 = 5100 psi b) Determine a pressão que atua no fundo de um poço de 3000 metros de profundidade, cheio de gás, com densidade de 0,65 (em relação ao ar) e cuja pressão na cabeça é de 3106 psi. A temperatura média e o fator de compressibilidade médio do gás são respectivamente 100 °F e 0,85. Determine também a pressão hidrostática gerada por este gás. Solução: PT = 3106 + 14,7 = 3121 psia PB = 3121 . e PB = 4013 psia ou PB = 4013 - 14,7 = 3998 psi PH = 3998 - 3106 = 892 psi 0,65 . 3000 16,3 . 0.85 . (100+460) 32 Alta Competência c) Em um poço de 2500 metros de profundidade e fluido de perfuração de 9,3 lb/gal, registrou-se na superfície, durante o seu fechamento, uma pressão de 300 psi. Determine a massa específica equivalente no fundo do poço. Solução: Pp = 300 + 0,17. 9,3.2500 = 4253 psi ρe = 4253 / 0,17.2500 = 10 lb/gal d) Determine a pressão de bombeio e as pressões atuando no fundo do poço e no topo dos comandos e as ECDs correspondentes para a seguinte condição de perfuração: • Unidade de perfuração marítima operando em águas profundas; • Poço fechado e circulando pela linha do choke; • Massa específica da lama: 12 lb/gal; • Profundidade do poço: 2500 metros; • Profundidade d´água: 700 metros; • Comprimento da coluna de comandos: 150 metros; • Perdas de carga: equipamentos de superfície - 100 psi; • Interior dos tubos - 500 psi; • Interior dos comandos - 100 psi; • Broca - 1000 psi; • Anular-comandos - 100 psi; 33 Capítulo 1. Conceitos Básicos • Anular-tubos - 100 psi; • Anular riser-tubos - 0 psi; • Linha do choke - 200 psi. Solução: Pressão de bombeio: Pbombeio = 100 + 100 + 500 + 1000 + 100 + 100 + 200 = 2100 psi Pressão atuando no fundo do poço: Pfundo = 0.17 . 12 . 2500 + 100 + 100 + 200 = 5500 psi ou alternativamente, Pfundo = 5100 + 2100 - 100 - 100 - 500 - 1000 = 5500 psi ECDfundo = 5500 / (0,17 . 2500) = 12,94 lb/gal Pressão atuando no topo da seção de comandos: Ptopo-dc = 0,17 . 12 . ( 2500 - 150 ) + 100 + 200 Ptopo-dc = 4794 + 100 + 200 = 5094 psi, ou alternativamente, Ptopo-dc = 4794 + 2100 - 100 - 100 - 500 - 1000 - 100 = 5094 psi ECDtopo-dc = 5094 / (0,17 . 2350) = 12,75 lb/gal C ap ít u lo 2 Causas e Indícios de Kicks 36 Alta Competência Capítulo 2. Causas e Indícios de Kicks 37 2. Causas e Indícios de Kicks É extremamente importante evitarmos realizar algum procedimento que possa ocasionar um kick, bem como identificar sua ocorrência. Para tanto, precisamos conhecer as causas e identificar os indícios de kicks. 2.1. Causas de kicks Durante as operações normais de perfuração, a pressão no poço deve ser maior do que aquela das formações permeáveis expostas, para se evitar kicks, para evitar o fluxo não-intencional e indesejado de fluidos da formação para o interior do poço. As causas de kicks estão geralmente relacionadas à redução do nível hidrostático no interior do poço e/ou à redução da massa específica do fluido de perfuração. Qualquer ação ou acontecimento que implique a redução dos valores desses dois parâmetros que determinam a pressão hidrostática constitui um potencial causador de influxos. As principais causas de kicks serão discutidas a seguir. 2.1.1. Não completar o poço durante as manobras Para evitar que o nível de fluido caia no poço durante as manobras de retirada de colunas, é necessário enchê-lo com um volume de fluido de perfuração equivalente ao volume de aço retirado. Esse enchimento deve ser monitorado através do tanque de manobra, cuja instalação é obrigatória em sondas de perfuração e deve seguir o programa de ataque ao poço, previamente elaborado. Se o volume de fluido de perfuração para completar o poço for menor do que o calculado, pode-se estar caminhando para uma situação de kick. Nesse caso, a manobra dever ser interrompida e o poço observado para ver se ele está fluindo (flow check). Caso haja fluxo, deve-se fechar o poço imediatamente. 2.1.2. Pistoneio Pistoneio é a redução da pressão no poço, causada pela retirada da coluna de perfuração. Esse efeito pode se manifestar de duas maneiras: 38 Alta Competência • Pistoneio mecânico - redução do nível hidrostático, causada pela remoção mecânica do fluido de perfuração para fora do poço, devido à restrição no espaço anular (enceramento da broca ou dos estabilizadores, poços delgados, utilização de packers etc.). Esse tipo de pistoneio manifesta-se pelo retorno do fluido de perfuração à superfície e por um possível aumento do peso da coluna na sua retirada. A redução da velocidade de retirada da coluna contribui para a redução do pistoneio mecânico; • Pistoneio hidráulico - redução da pressão no poço, devido à indução de perdas de carga por fricção, através do movimento descendente do fluido de perfuração que irá ocupar o espaço vazio deixado abaixo da broca, durante a retirada da coluna de perfuração. O pistoneio hidraúlico pode ser minimizado, reduzindo-se a viscosidade do fluido de perfuração a valores mínimos possíveis antes da manobra e/ou controlando-se a velocidade de retirada da coluna de perfuração. É importante notar que, se o pistoneio é detectado durante a retirada da coluna, o poço deve ser observado. 2.1.3. Perda de circulação Uma perda de circulação total resulta em um abaixamento do nível de fluido de perfuração no poço, com a consequente redução da pressão hidrostática. Se houver no poço uma formação permeável cuja pressão se torne maior do que a pressão hidrostática na sua frente, o fluido contido nessa formação invadirá o poço, ocasionando um kick. Uma situação potencialmente perigosa ocorre quando a perda de circulaçãose dá numa formação profunda, pois as mais rasas poderão entrar em kick. A perda de circulação poderá ser: • Natural - em formações fraturadas, vulgulares, cavernosas, com pressão anormalmente baixa ou depletadas; Capítulo 2. Causas e Indícios de Kicks 39 • Induzida - através da massa específica excessiva do fluido de perfuração, da pressão de circulação excessiva no espaço anular, do surgimento de pressão devido à descida da coluna de perfuração ou de revestimento e de outras causas que resultem no aumento de pressão no poço. 2.1.4. Massa específica do fluido de perfuração insuficiente A causa de kicks está normalmente associada à perfuração em áreas com formações de pressão anormalmente alta. Em perfurações efetuadas nessas áreas, os indicadores e as técnicas de detecção e medição de pressões anormalmente altas devem ser empregados para se elevar adequadamente a massa específica do fluido de perfuração, de forma a se evitarem influxos. É importante também lembrar que a massa específica do fluido de perfuração pode ter o seu valor reduzido pelo descarte de baritina no sistema de remoção de sólidos (centrífugas e mud cleaner) e pela sedimentação da baritina no poço ou nos tanques de lama, nas diluições e no aumento de temperatura do fluido, especialmente em poços HPHT. Assim, para minimizar essa causa de kicks, é necessário sempre comparar a massa específica do fluido de perfuração com a equivalente de pressão de poros da formação. 2.1.5. Corte da lama por gás A incorporação de fluidos da formação no fluido de perfuração é conhecida com o nome de corte de lama. O corte de lama por gás é o que causa mais problemas à segurança do poço, pois o gás se expande quando trazido à superfície, ocasionando uma diminuição na massa específica da lama e um consequente decréscimo da pressão no poço, que pode ser suficiente para gerar um kick. Pequenas quantidades de gás, incorporadas ao fluido de perfuração, ao chegarem à superfície, são registradas pelos detectores de gás. Embora a massa específica do fluido de perfuração muitas vezes esteja bastante reduzida na superfície, a pressão hidrostática no poço não decresce significativamente, pois a maior expansão do gás ocorre próximo à superfície. Assim, na maioria dos casos, o corte do fluido de perfuração por gás não provoca a ocorrência de um kick. 40 Alta Competência O gás já incorporado ao fluido de perfuração deve ser removido pelo uso de desgaseificadores e a causa da contaminação deve ser identificada e eliminada. IMPORTANTE! 2.1.6. Outras causas de kicks Além das causas mais comuns acima descritas, existem operações e situações potencialmente causadoras de kicks. Três dessas situações serão discutidas a seguir. Fluxo de gás após a cimentação Após o deslocamento da pasta de cimento, haverá o desenvolvimento de uma estrutura-gel na pasta, antes do endurecimento desta. Isso dificulta a transmissão da pressão hidrostática para o fundo do poço. Simultaneamente, haverá uma redução de volume de pasta por perda de filtrado. Esses dois fenômenos associados poderão gerar uma redução de pressão hidrostática, capaz de provocar fluxo de gás através do cimento ainda não endurecido. Teste de formação A operação de teste de formação a poço aberto não é recomendada em perfurações com sondas de perfuração flutuantes. Essa operação possui riscos que são agravados quando existem formações portadoras de gás no trecho de poço aberto. Os riscos mais comuns são: • Fratura da formação durante a circulação reversa; • Existência de gás acumulado abaixo do packer após a circulação reversa; • Queda de nível no anular, na abertura da válvula de circulação reversa; • Pistoneio causado pelo packer durante a retirada da coluna testadora. Capítulo 2. Causas e Indícios de Kicks 41 Colisão de poços Se um poço que está sendo perfurado cortar as colunas de revestimento e de produção de um poço produtor, poderá ocorrer um kick naquele poço. Existe uma norma de segurança operacional que determina a interrupção da produção de poços numa plataforma, durante a perfuração de um poço nessa mesma plataforma. 2.2. Indícios de Kicks O tempo gasto no controle e na magnitude da pressão gerada durante uma operação de controle de poço são funções do volume de kick tomado. Assim, este volume deve ser o mínimo possível, principalmente em perfurações em águas profundas, onde existem altas taxas diárias de sonda e baixos gradientes de pressão de fratura. O volume de um kick é minimizado quando a sonda possui equipamentos de detecção precisos e a equipe está treinada para detectar prontamente o kick e fechar o poço o mais rapidamente possível. Fica evidenciada assim a importância da rápida detecção do kick para minimizar os riscos de blowouts com todas as suas possíveis consequências (perdas de vidas humanas, da sonda, e de reservas, poluição e liberação de gases venenosos para a atmosfera). Os equipamentos de prevenção e detecção de kicks são abordados neste capítulo e discutidos com mais detalhes na parte do curso referente a equipamentos de segurança. 2.2.1. Indicadores primários de kicks Existem alguns indícios que mais claramente caracterizam a ocorrência de um kick. Esses indícios tão importantes normalmente são monitorados através da instalação de sensores com alarmes nas sondas e plataformas. São denominados indicadores primários de kicks e, na presença de um ou mais dos mesmos, deve-se executar os procedimentos para fechamento do poço. 42 Alta Competência Aumento do volume de lama nos tanques O aumento do nível de lama nos tanques é um dos mais positivos indicadores de kicks, pois indica que o fluido da formação está entrando no poço caso não haja adição de fluido de perfuração nos tanques utilizados na circulação do fluido de perfuração. As unidades que operam em águas profundas devem possuir sensores de nível e registrador gráfico de volume de fluido nos tanques com sensibilidade para identificar ganhos menores do que 10 bbl e possuir alarme para indicar tal ganho. Os sensores de nível podem ser do tipo boia ou ultrassônicos (mais recomendados) e devem ser posicionados no centro do tanque para minimizar os efeitos dos movimentos da embarcação. Opcionalmente, um tanque poderá ter mais de um sensor ligados a um Totalizador de Volume do Tanque (PVT). Diminuições no nível dos tanques podem ser atribuídas à perda de circulação, utilização de equipamentos extratores de sólidos ou descarte de lama do sistema de circulação. Aumento da vazão de retorno Se a vazão de perfuração for mantida constante, um aumento da vazão de retorno será um indicador positivo de que um kick estará acontecendo ou de que o gás, já presente no poço, estará se expandindo. Um indicador da vazão de retorno deve ser instalado na saída de lama nas unidades de perfuração. O tipo mais comum é constituído de uma pá instalada na saída de lama e ligada a uma mola. Quando o fluxo de retorno varia, a tensão na mola é modificada indicando uma alteração no fluxo de retorno do poço. O sistema de alarme ligado ao sistema será acionado caso esta alteração exceda um intervalo de variação da vazão de retorno previamente estipulado. Um parâmetro conhecido com o nome de delta flow (ou diferencial de vazão) é citado na literatura como o método de detecção de kicks mais confiável e direto. Capítulo 2. Causas e Indícios de Kicks 43 Ele representa a diferença entre a vazão de entrada no poço e a de retorno medida na saída de lama. Existem no mercado vários sistemas comerciais de detecção de kicks baseados no delta flow que utilizam métodos computacionais, em que certas correções são feitas como as flutuações instantâneas na vazão de retorno devido aos movimentos verticais da embarcação (heave).Fluxo com as bombas desligadas Este comportamento é um indicador primário de que um kick está ocorrendo. Neste caso o poço deve ser fechado de imediato. Porém, em algumas situações, o fluxo pode ter a sua origem no retorno do fluido que foi injetado por algum motivo nas formações ou na diferença entre a maior pressão hidrostática existente no interior da coluna e a do espaço anular, como no caso dos tampões de manobra. Poço aceitando volumes impróprios de fluido durante as manobras Constitui-se em um indicador positivo no qual o kick assume um comportamento em que o poço aceita um volume de fluido menor do que o volume de aço retirado ou que na descida da coluna o poço devolve mais fluido do que o volume de aço introduzido no poço. Para detectar este comportamento, a manobra deve ser acompanhada utilizando-se programas de enchimento de poço com o uso do tanque de manobra cuja existência é obrigatória em qualquer sonda de perfuração. 2.2.2. Indicadores de que um kick está ocorrendo ou está para ocorrer Abaixo listaremos alguns indicadores que não evidenciam a ocorrência de um kick, porém na presença dos mesmos deve-se aumentar a atenção aos demais indícios, pois eles normalmente ocorrem associados e, quando um cenário indesejado é reconhecido, o poço deverá ser fechado de imediato para minimizar a entrada de fluido invasor para o interior do poço. 44 Alta Competência • Aumento da taxa de penetração - um aumento na taxa de penetração é um indicador secundário de influxo, pois alterações na taxa de penetração podem ter outras causas, tais como: variações do peso sobre broca, da rotação ou da vazão ou mudanças das formações cortadas pela broca. No caso de kicks, o aumento da taxa de penetração é decorrente da existência de um diferencial de pressão negativo atuando na formação que está sendo perfurada. Em alguns casos, principalmente quando ocorre um kick durante a perfuração de formações moles, o aumento verificado na taxa de penetração pode ser bastante significativo. Na ocorrência do aumento da taxa de penetração, a equipe de perfuração deve estar atenta aos outros sinais de kicks. • Redução da pressão de circulação e aumento da velocidade da bomba - são indicadores secundários de kicks. A redução da pressão hidrostática no espaço anular, devido à entrada no poço de um fluido mais leve, causa uma redução da pressão de bombeio e um consequente aumento da velocidade da bomba. • Alterações nas leituras do gás de fundo, conexão ou manobra - um aumento nas medições do detector de gás pode indicar que a massa específica do fluido de perfuração está inadequada às pressões das formações no poço. Assim, a ocorrência de um influxo pode ser iminente. • Fluido de perfuração cortado por outro de menor densidade - um corte de fluido pode indicar que um kick está ocorrendo. Neste caso, a vazão do fluido invasor para o interior do poço é pequena e ela está sendo dispersa no fluido de perfuração em circulação. Corte de gás causado pelos cascalhos cortados pela broca pode também indicar que a ocorrência de um influxo é iminente. C ap ít u lo 3 Detecção de Zonas de Pressão Anormal 46 Alta Competência Capítulo 3. Detecção de Zonas de Pressão Anormal 47 3. Detecção de Zonas de Pressão Anormal Ao perfurar áreas onde são encontradas Pressões Anormalmente Altas (PAA), há sempre o risco da ocorrência de um kick. Quando a pressão anormalmente alta é causada pelo fenômeno da subcompactação, existe uma zona de transição na qual a pressão de poros aumenta gradativamente com a profundidade. Nestas zonas, certas propriedades das formações e do fluido de perfuração são alteradas indicando (em alguns casos, quantificando) o aumento da pressão de poros. A observação e análise destes indicadores durante a perfuração são necessárias, pois exigem a tomada de ações preventivas para evitar tanto a ocorrência do kick quanto o aumento da massa específica do fluido de perfuração. IMPORTANTE! Os indicadores mais importantes que ocorrem durante a perfuração são os seguintes: • Tamanho, aspecto e densidade dos cascalhos - os cascalhos provenientes de zonas de PAA são maiores e alongados, apresentando extremidades angulares e superfície brilhante. A quantidade de cascalhos aumenta quando se está perfurando zonas altamente pressurizadas, resultando em problemas de aumento de troque e arraste e enchimento do fundo do poço com cascalhos após as conexões e manobras. As formações com pressão anormalmente alta possuem um teor de água maior do que as com pressão normal devido ao fenômeno da subcompactação. Assim, os cascalhos provenientes das formações anormalmente pressurizadas possuem densidades menores do que os das formações normalmente compactadas. 48 Alta Competência • Temperatura do fluido de perfuração - a temperatura do fluido de perfuração que retorna do poço normalmente aumenta bastante na zona de transição, indicando a existência de uma zona de pressão anormalmente alta. • Teor de gás no fluido de perfuração - concentrações de gás de manobra e de conexão medidas no detector de gás podem ser um indicativo de que a pressão de poros está aumentando. • Alterações nas propriedades do fluido de perfuração - alterações na salinidade da lama e consequentes variações nas propriedades reológicas podem indicar contaminação do fluido de perfuração por água da formação com pressão anormalmente alta. • Taxa de penetração - quando todos os fatores que afetam a taxa de penetração são mantidos constantes e um aumento consistente neste parâmetro é observado, provavelmente uma zona de transição está sendo perfurada. Assim, o aumento da taxa de penetração causado pela redução do diferencial de pressão sobre a formação pode ser usado como um indicador de zonas de PAA. Além disso, a normalização da taxa de penetração em relação à rotação da broca, ao peso sobre broca, ao diâmetro da broca e à densidade da lama é utilizada na indústria do petróleo para se estimar a magnitude da pressão de poros das formações. O expoente “dc” é um dos métodos de normalização da taxa de penetração mais empregado no campo para a detecção e estimativa de pressões anormalmente altas. Ele é definido como: dc = . log R 60. N ρn ρm log 12. W 106. D Capítulo 3. Detecção de Zonas de Pressão Anormal 49 Onde: R = taxa de penetração; em pé/hora. N = velocidade de rotação da broca; em RPM. W = peso sobre broca; em libras. D = diâmetro da broca; em polegadas. ρn = massa específica equivalente à pressão normal da área; em lb/gal. ρm = massa específica do fluido de perfuração em uso; em lb/gal. Os valores de “dc” calculados em zonas de folhelhos normalmente pressurizados são lançados num gráfico cartesiano em função da profundidade para definir uma linha reta denominada tendência de pressão normal, em que os valores do expoente “dc” calculados aumentam linearmente com a profundidade. Quando uma zona de transição é encontrada, os valores calculados para “dc” começam a diminuir indicando o início da pressão anormalmente alta. O desvio entre o valor calculado desse expoente numa certa profundidade e o valor lido na reta de tendência de pressão normal é usado na estimativa da pressão de poros naquela profundidade. • Informações do LWD “Logging While Drilling” relativas à resistividade e ao tempo de trânsito - em perfurações nas quais são utilizadas as ferramentas de LWD, medidas de resistividade e tempo de trânsito são obtidas em tempo real. Diminuição da resistividade e/ou aumento do tempo de trânsito podem indicar que uma zona de PAA está sendo perfurada. Existem indicadores ou avaliadores de pressão anormalmente alta antes da perfuração, que utilizam dados do levantamento sísmico (aumento do tempo de trânsitoem zonas de PAA), e após a perfuração através de perfis sônicos e de resistividade (redução da resistividade em zonas de PAA) e testes de formação. C ap ít u lo 4 Comportamento do Fluido Invasor 52 Alta Competência Capítulo 4. Comportamento do Fluido Invasor 53 4. Comportamento do Fluido Invasor Um kick pode ser constituído de água, óleo, gás ou uma combinação deles. Se o influxo é de gás, este pode ser natural, sulfídrico (H2S) ou carbônico (CO2). Os dois últimos são tóxicos e requerem equipamentos de segurança de poço e procedimentos preventivos e de controle específicos. Quando existe gás livre no poço, o seu controle torna-se mais difícil devido às propriedades de expansão do gás e à grande diferença entre as massas específicas do gás e do fluido de perfuração. Os efeitos da expansão podem ser avaliados pela lei dos gases reais representada pela equação a seguir: P1 . V1 Z1 . T1 P2 . V21 Z2 . T2 = Onde: P = pressão absoluta. V = volume. Z = fator de compressibilidade. T = temperatura absoluta do gás nas condições 1 e 2. Considerando um gás ideal (Z = 1) e um processo isotérmico (T1 = T2), a equação torna-se: P1 . V1 = P2 . V2 54 Alta Competência 4.1. Comportamento em um Poço Aberto Considere as duas imagens a seguir. V1 V2 Nas imagens temos: V1 (volume inicial do kick) = 1 bbl. Profundidade do poço = 3000 m. Profundidade da sapata = 2000 m. Fluido com massa específica de 10 ppg. Pressão da formação no fundo do poço = 5400 psi. Quanto seria o V2? Solução: P1 = 5400 + 14,7 = 5415 psia P2 = 15 psia Capítulo 4. Comportamento do Fluido Invasor 55 Considerando: T1 = T2, temos: V2 = 5415/415 = 361 bbl Como pudemos ver no exemplo anterior, se após a ocorrência do kick de gás o poço for mantido aberto, durante a migração a pressão hidrostática sobre o gás será aliviada. Haverá então um consequente aumento de volume do gás. Este aumento de volume resultará na expulsão do fluido de perfuração para fora do poço na superfície, reduzindo assim o estado de pressão no interior do poço. Com a continuação da migração, esta diminuição se tornará cada vez mais intensa até o instante em que uma situação de blowout ocorrerá. 4.2. Comportamento em um Poço Indefinidamente Fechado Considere a imagem a seguir. Ps = 300 psi Ps = 1.575 psi Ps = 2850 psi Ps = 5.400 psi 1 bbl gás P = 5400 psi BHP = 10.500 psiBHP = 6.675 psi REVESTIMENTO ρL = 10 lb/gal 2000m 3000m 1 bbl gás PF = 5.400 ps 1 bbl gás P = 5400 psi 1 bbl gás P = 5400 psi Utilizando-se dos mesmos dados do exemplo anterior e desprezando- se a altura e massa específica do gás, teremos: Ph = 0,17 x 10 x 3000 = 5100 PSI Como o poço está totalmente fechado, ocorrerá a migração do gás levando consigo o volume constante de 1 bbl e a pressão constante de 5400 psi. Somando-se a pressão hidrostática do fluido de amortecimento, teremos no fundo do poço uma altíssima pressão de 10500 psi e na sapata uma pressão de 8800 psi, que provavelmente irá fraturá-la. 56 Alta Competência Do exposto, conclui-se que o poço não pode permanecer fechado ou totalmente aberto após a ocorrência de um kick de gás. A solução para o problema é permitir uma expansão controlada do gás enquanto ele migra ou é circulado para fora do poço. Em termos práticos, esta expansão controlada é feita através de ajustes do choke de forma a manter a pressão no fundo do poço constante durante o processo de remoção do gás. C ap ít u lo 5 Procedimentos Operacionais Preventivos 58 Alta Competência Capítulo 5. Procedimentos Operacionais Preventivos 59 5. Procedimentos Operacionais Preventivos A seguir serão listados alguns procedimentos operacionais preventivos para evitar o kick. 5.1. Procedimentos de Caráter Geral Os procedimentos de caráter geral são: • Elaborar um programa do poço contendo informações sobre as formações geológicas a serem perfuradas, as curvas de pressão de poros e de fratura, as propriedades recomendadas do fluido de perfuração e possibilidade de formação de hidratos. O conceito de tolerância de kicks deverá ser considerado no projeto do poço; • Exigir que os integrantes das equipes de perfuração das sondas possuam certificação válida em controle de poço emitida pelo programa WellCAP do IADC ou IWCF. Submeter periodicamente esses profissionais a testes práticos para detecção de kick e fechamento do poço; • Inspecionar e testar os equipamentos de segurança de poço segundo o programa de testes pré-determinado, bem como o bom funcionamento da unidade acumuladora/acionadora. Colocar em local de fácil observação um quadro contendo instruções sobre o fechamento do poço e máximas pressões permissíveis no choke e outro contendo a configuração e as dimensões do conjunto BOP; • Preparar e divulgar um plano de ações a serem executadas no caso da ocorrência de um kick. Certificar-se de que os elementos envolvidos nas operações de controle de poço estão cientes de suas funções e responsabilidades e de que os equipamentos de segurança do poço estão operando satisfatoriamente. 60 Alta Competência 5.2. Procedimentos na Perfuração Os procedimentos a serem realizados na perfuração são: • Manter a planilha de informações prévias atualizada. Isto inclui os cálculos e/ou registros da pressão reduzida de circulação, das perdas de carga nas linhas do choke e de matar (sondas flutuantes), das pressões máximas no choke, do volume de lama total no sistema, do deslocamento volumétrico e eficiência das bombas e da configuração do poço; • Manter a linha verde sempre na sua condição de operação, isto é, todas as válvulas do choke manifold abertas, exceto a HCR (ESCP de superfície) e as válvulas submarinas (unidades flutuantes) e o choke; • Ajustar os alarmes dos indicadores do nível dos tanques e do fluxo de retorno do poço; • Manter um plataformista junto às peneiras monitorando as principais propriedades do fluido (massa específica e viscosidade) e comunicando de imediato ao sondador as anormalidades verificadas, tais como: aumento do fluxo de retorno e corte de gás ou óleo do fluido de perfuração; • Circular uma vez por dia as linhas de choke e de matar para evitar o entupimento das mesmas nas sondas flutuantes. Utilizar nesta circulação o mesmo fluido que está no poço; • Fazer flow check preventivo em todas as conexões, quando se estiver perfurando uma zona potencialmente produtora. Fechar o BOP e registrar pressões de fechamento quando o flow check não for conclusivo devido aos movimentos da embarcação. Capítulo 5. Procedimentos Operacionais Preventivos 61 5.3. Procedimentos Manobrando Manobrando, os procedimentos a serem executados são: • Manter na plataforma da sonda o inside-BOP e a válvula de segurança da coluna de perfuração com as roscas lubrificadas. Manter também na plataforma os substitutos que poderão ser usados durante a manobra da coluna; • Condicionar o fluido de perfuração para minimizar os riscos de pistoneio durante a retirada da coluna; • Encher o tanque de manobra e verificar a adequação da escala. Acompanhar a retirada da coluna através do programa de enchimento do poço e usando o tanque de manobra. Utilizar para este fim a planilha de manobra (trip sheet) onde cada manobra é comparada com a anterior para detectar comportamento anômalo. Atentar para o enchimento do tanque de manobra; • Verificar através da realização de um flow check preventivo se o poço está estável antes de iniciar a manobra; • Retirar a coluna com velocidade compatível com a margem de segurança de manobra adotada. Caso seja observado pistoneio, descer a coluna até o fundo do poço e circular para remoção de uma possível lamacontaminada; • Efetuar um flow check preventivo antes dos comandos passarem pelo BOP. Exercer cautela quando o BHA passar em frente ao BOP; • Em sondas flutuantes, manter aberta a gaveta cisalhante após a passagem da broca pelo BOP, pois existe a possibilidade de dano a esta gaveta no caso da queda da coluna de perfuração. Assim, deve-se observar atentamente o retorno de fluido pelo riser e só se deve fechar a gaveta cisalhante no caso da comprovação de que o poço está em kick. Em sondas com ESCP de superfície, após a broca passar pela mesa rotativa, fechar o poço pela gaveta cega ou cisalhante e observar se há crescimento de pressão no manômetro do choke; 62 Alta Competência • Antes de iniciar a descida da coluna de perfuração, esvaziar o tanque de manobra e observar a adequação da escala. Acompanhar a descida da coluna utilizando o tanque de manobra e a planilha de manobra. 5.4. Procedimentos na Descida de Coluna de Revestimento Os procedimentos a serem realizados na descida de coluna de revestimento são: • Inserir na planilha de informações prévias os dados relativos à coluna de revestimento que está sendo descida no poço; • Em sondas com ESCP de superfície, antes da descida da coluna de revestimento, deve-se trocar a gaveta cega ou cisalhante por gaveta vazada compatível com o tubo de revestimento a ser descido; • Descer a coluna de revestimento com velocidade compatível com a pressão de fratura da formação mais fraca exposta no poço para evitar problemas com o surgimento de pressões; • Em sondas flutuantes, fazer um flow check preventivo antes da coluna de revestimento passar pelo BOP. Permanecer o menor tempo possível com a coluna de revestimento frente ao BOP. C ap ít u lo 6 Fechamento de Poço 64 Alta Competência Capítulo 6. Fechamento de Poço 65 6. Fechamento de Poço O procedimento para fechamento do poço é iniciado imediatamente após o kick ter sido detectado. Existem dois métodos através dos quais o poço pode ser fechado: • Fechamento lento (soft) - o choke permanece aberto durante as operações normais de perfuração e o BOP é fechado com o choke aberto. Este método tem a vantagem de permitir um melhor acompanhamento do crescimento da pressão e de implementar rapidamente o método de baixa pressão no choke (low choke pressure method), em que a pressão no choke é mantida próximo ou abaixo da máxima pressão permissível no choke. • Fechamento rápido (hard) - o choke permanece fechado durante as operações normais de perfuração e o BOP será fechado quando o choke estiver fechado. O método permite o fechamento do poço em um tempo menor, reduzindo assim o volume do influxo, e sua implementação é mais simples, pois possui um passo a menos do que no outro método de procedimento de fechamento do poço. Devido à maior simplicidade do método rápido e ao menor volume de influxo gerado, recomenda-se que esse método seja usado no fechamento de poço tan- to em terra como no mar. IMPORTANTE! Estudos teóricos e experimentais recentemente publicados mostram que o aumento de pressão por causa do golpe de aríete gerado durante o fechamento rápido não é muito significativo, quando comparado ao aumento da pressão de fechamento no choke devido ao volume adicional de gás obtido, caso o método lento tivesse sido implementado. 66 Alta Competência 6.1. Verificação do Fechamento do Poço Após o fechamento do poço, a equipe de perfuração deve certificar- se de que o poço está realmente fechado e não há vazamentos pelo espaço anular, pela coluna de perfuração, pela cabeça do poço ou pelo choke manifold. 6.2. Acompanhamento das Pressões no Poço após o seu Fechamento Após o fechamento do poço, as pressões lidas nos manômetros do tubo bengala e do choke subirão e atingirão os seus valores estabilizados conhecidos respectivamente como SIDPP (pressão de fechamento no tubo bengala) e SICP (pressão de fechamento no choke). Se não existir fluido invasor no interior da coluna, o valor estabilizado de SIDPP representará a diferença entre a pressão da formação geradora do influxo e a pressão hidrostática do fluido no interior da coluna de perfuração. Este valor independe do volume de influxo no espaço anular. Por outro lado, o valor de SICP é dependente do volume do influxo. Quanto maior for o volume do influxo, maior será o valor de SICP. O valor de SIDPP é normalmente menor do que o de SICP, pois na maioria dos influxos só existe fluido invasor no espaço anular. Entretanto, existem situações nas quais o contrário é observado. As possíveis causas para este comportamento anômalo são: • Excesso de cascalhos no espaço anular; • Manômetros defeituosos; • Massa específica do fluido invasor maior do que a do fluido de perfuração; • Gás no interior da coluna; • Bloqueio do espaço anular. C ap ít u lo 7 Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP de Superfície 68 Alta Competência Capítulo 7. Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP de Superfície 69 7. Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP de Superfície Devido às diferenças entre os equipamentos instalados em poços com ESCP de superfície em relação aos poços com ESCP submarinos, diferenciam-se os procedimentos para fechamento dos poços. Os ESCP de superfície são utilizados em sondas terrestres e em sondas marítimas de plataformas autoeleváveis e/ou moduladas. Há diversos procedimentos a serem realizados no fechamento de poços com ESCP de superfície, como veremos a seguir. 7.1. Procedimentos com Broca no Fundo Os procedimentos para fechamento do poço a serem executados com broca no fundo são: • Parar a mesa rotativa; • Elevar a haste quadrada posicionando um tool joint acima da mesa rotativa; • Evitar que um conector fique na frente da gaveta vazada; • Parar a bomba de lama; • Abrir a HCR; • Fechar o BOP anular; • Observar a pressão máxima permissível no manômetro do choke; • Ler as pressões estabilizadas de fechamento no tubo bengala (SIDPP) e no choke (SICP); • Aplicar o método do sondador para a circulação do kick. 70 Alta Competência 7.2. Procedimentos Manobrando (tubos de perfuração) Manobrando, os procedimentos para fechamento do poço são: • Posicionar um tool joint acima da mesa rotativa e acunhar a coluna de perfuração; • Abrir a HCR; • Instalar a válvula de segurança da coluna; • Fechar a válvula de segurança da coluna; • Retirar as cunhas e posicionar o corpo do tubo frente ao BOP de gaveta; • Fechar o BOP anular; • Observar a pressão máxima permissível no manômetro do choke; • Ler SICP (pressão de fechamento no choke); • Aplicar um método de controle de kick. Caso seja escolhida a operação de stripping, deve-se fechar a válvula de segurança da coluna, retirar a haste quadrada, instalar o inside-BOP, abrir a válvula de segurança e proceder com o stripping. 7.3. Procedimentos com Coluna fora do Poço Os procedimentos para fechamento a serem executados com coluna fora do poço são: • Abrir HCR; • Fechar gaveta cega ou cisalhante; Capítulo 7. Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP de Superfície 71 • Observar a pressão máxima permissível no manômetro do choke; • Ler SICP (pressão de fechamento no choke); • Aplicar um método de controle de kick. C ap ít u lo 8 Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP Submarinos 74 Alta Competência Capítulo 8. Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP Submarinos 75 8. Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP Submarinos Devido às diferenças entre os equipamentos instalados em poços com ESCP de superfície em relação aos poços com ESCP submarinos, diferenciam-se os procedimentos para fechamentodos poços. Os ESCP submarinos são utilizados em poços perfurados por sondas de unidades flutuantes normalmente em águas profundas ou ultraprofundas. Nesses casos, o BOP situa-se no fundo do mar conectado à superfície através de um riser e de linhas de choke e kill, considerando-se a altura dos mesmos a mesma altura da lâmina d’água. Há diversos procedimentos a serem realizados no fechamento de poços com ESCP submarinos, como veremos a seguir. 8.1. Procedimentos com Broca no Fundo Os procedimentos para fechamento a serem realizados perfurando ou circulando no fundo do poço são: • Parar a mesa rotativa; • Elevar a coluna deixando a haste quadrada totalmente acima da mesa rotativa; • Desligar a bomba de lama; • Fechar o BOP anular superior e abrir as válvulas submarinas da linha do choke com saída imediatamente abaixo da gaveta vazada superior; • Registrar os valores das pressões de fechamento; • Ajustar a pressão de fechamento do BOP anular para permitir stripping dos tool joints; 76 Alta Competência • Registrar as pressões de fechamento estabilizadas no tubo bengala (SIDPP) e no choke (SICP) e o volume de fluido ganho; • Executar o hang-off; • Efetuar os cálculos da planilha de controle e iniciar a circulação utilizando o método do sondador. O procedimento básico para o hang-off compõe-se dos seguintes passos: • Posicionar um tool joint acima da gaveta de tubos superior de forma que a válvula inferior da haste quadrada (kelly cock) sempre fique acima da mesa rotativa, considerando o máximo heave e maré; • Fechar a gaveta de tubos superior (ou intermediária caso não haja espaçamento adequado no BOP entre as gavetas cisalhantes e a de tubos superior) com pressão reduzida de fechamento; • Drenar a pressão entre o anular superior e a gaveta fechada, através da utilização do choke; • Abaixar cuidadosamente a coluna de perfuração até o ombro do tool joint se apoiar na gaveta superior (ou intermediária); • Elevar a pressão de fechamento da gaveta de tubos para 1500 psi e abrir o BOP anular superior; • Ajustar a pressão do compensador de movimento de forma a tracionar a coluna com uma carga igual ao peso da coluna do BOP até a superfície mais um overpull de 10000 lbs; • Após o fechamento, manter observação constante na saída de lama para verificar se há gás no riser. Caso seja constatada a presença de gás, fechar o diverter e se possível circular o riser utilizando a linha do choke ou a de matar, ou pela booster line, quando disponível. Capítulo 8. Procedimentos para Fechamento de Poços com ESCP Submarinos 77 8.2. Procedimentos Manobrando Manobrando, os procedimentos para fechamento do poço são: • Interromper a manobra e acunhar a coluna; • Instalar a válvula de segurança da coluna na posição aberta; • Fechar a válvula de segurança; • Fechar o BOP anular superior e abrir as válvulas submarinas da linha do choke com saída imediatamente abaixo da gaveta vazada superior; • Instalar a haste quadrada acima da válvula de segurança; • Abrir a válvula de segurança; • Registrar os valores das pressões de fechamento; • Ajustar a pressão de fechamento do BOP anular para permitir stripping dos tool joints; • Registrar as pressões de fechamento estabilizadas no tubo bengala e no choke e o volume de fluido ganho; • Executar o hang-off; • Efetuar os cálculos da planilha de controle e aplicar o método volumétrico até o gás passar da broca. Em seguida, utilizar o método do sondador. 78 Alta Competência 8.3. Procedimentos com a Coluna fora do Poço Os procedimentos para fechamento com a coluna fora do poço são: • Fechar a gaveta cisalhante e abrir as válvulas submarinas da linha do choke com saída imediatamente abaixo da gaveta vazada superior; • Registrar os valores da pressão de fechamento; • Registrar a pressão de fechamento estabilizada no choke (SICP) e o volume de fluido ganho; • Efetuar os cálculos da planilha de controle e aplicar o método volumétrico dinâmico. C ap ít u lo 9 Responsabilidades Específicas após o Fechamento do Poço e Durante a Circulação do Kick 80 Alta Competência Capítulo 9. Responsabilidades Específicas após o Fechamento do Poço e Durante a Circulação do Kick 81 9. Responsabilidades Específicas após o Fechamento do Poço e Durante a Circulação do Kick Após o fechamento do poço e durante a circulação do kick são definidas algumas responsabilidades específicas, durante o fechamento do poço e durante o combate ao kick, como veremos a seguir. Durante o Fechamento do Poço Responsável Atividade Engenheiro Fiscal Preparar a planilha de controle. Registrar e analisar dados de pressão. Encarregado Executar o hang off. Verificar a sonda e o pessoal quanto à segurança. Manter informado o Engenheiro Fiscal. Químico e/ ou Técnico de Fluido Verificar as propriedades da lama. Verificar o fornecimento da lama. Verificar o estoque de aditivos. Manter informado o Engenheiro Fiscal. Sondador Posicionar a haste quadrada acima da mesa rotativa. Fechar o BOP anular superior. Notificar o encarregado da sonda. Registrar pressões de fechamento. Torrista Pressurizar silos de baritina e ventilar linhas. Permanecer na plataforma da sonda pronto para receber instruções. Plataformista Permanecer na plataforma da sonda auxiliando o torrista, sondador e encarregado. 82 Alta Competência Durante o Combate ao Kick Responsável Atividade Engenheiro Fiscal Planejar junto com o encarregado, químico e/ou técnico de fluido todas as etapas de combate ao influxo. Supervisionar o andamento das operações. Registrar os eventos de cada etapa do combate. Determinar com o encarregado o abandono da sonda. Encarregado Planejar junto com o engenheiro fiscal, químico e/ou técnico de fluido todas as etapas de combate ao influxo. Designar uma pessoa para operar o choke (sondador para cima). Verificar se as operações estão se desenvolvendo conforme o planejado. Se houver anormalidades, suspender se possível as operações e sugerir uma reunião com o engenheiro fiscal e químico e/ ou técnico de fluido para reavaliação do planejado. Comunicar ao engenheiro fiscal qualquer anomalia no comportamento das pressões previstas durante o combate ao influxo. Determinar com o engenheiro fiscal o abandono da sonda. Químico e/ ou Técnico de Fluido Planejar junto com o engenheiro fiscal e o encarregado todas as etapas de combate ao influxo. Supervisionar a fabricação da lama nova e verificar as suas propriedades. Acompanhar a evolução das pressões e os volumes de lama injetados no poço. Verificar os registros do torrista sobre a situação dos tanques de lama (volume disponível, volume ganho, volume perdido etc.). Sondador Monitorar e registrar as pressões e as vazões das bombas de lama. Orientar o operador de cimentação. Torrista Adensar e/ou preparar lama conforme designado pelo químico e/ou técnico de fluidos. Registrar e manter o químico e/ou técnico de fluidos informados sobre a situação dos tanques de lama (volume disponível, volume ganho, volume perdido etc.). Plataformista Permanecer na plataforma à disposição do sondador e encarregado. C ap ít u lo 1 0 Determinação da Pressão Reduzida de Circulação 84 Alta Competência Capítulo 10. Determinação da Pressão Reduzida de Circulação 85 10. Determinação da Pressão Reduzida de Circulação A Pressão Reduzida de Circulação (PRC) é a pressão de bombeio medida quando a bomba em atividade atinge a velocidade Reduzida de Circulação (VRC). Em sondas com ESCP de superfície a PRC é medida com a velocidade da bomba a 30 spm ou 40 spm. Em águas profundas, as pressões reduzidas
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