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einstein. 2007; 5(3):225-230
225A síndrome de burnout em graduandos de enfermagem
ARTIGO ORIGINAL
RESUMO 
Objetivos: Caracterizar sociodemograficamente os graduandos de 
enfermagem, verificar se os graduandos conhecem a definição do 
termo síndrome de burnout, verificar a presença da síndrome de 
burnout nos graduandos e avaliar os níveis da síndrome de burnout em 
graduandos. Métodos: Estudo transversal realizado em uma amostra 
de 102 graduandos matriculados na Faculdade de Enfermagem do 
Hospital Israelita Albert Einstein, sendo aplicado o Inventário de Burnout 
de Maslach e um questionário elaborado pelas autoras. Resultados: 
95% dos graduandos eram do sexo feminino, com relação à idade 
houve uma variação de 18 a 50 anos, 86% eram solteiros e 51% dos 
graduandos referiram trabalhar. A maioria dos graduandos referiu 
não conhecer a definição de síndrome de burnout. Entre o total de 
39 graduandos que referiram conhecer a definição de síndrome de 
burnout, 56,4% definiram como sendo-a doença psicológica causada 
pelo estresse de uma profissão. Verificaram-se quanto às médias das 
subescalas do Inventário de Burnout de Maslach uma média elevada 
(28,6) em reduzida realização profissional, médias baixa/moderada 
(23,09) em exaustão emocional e em despersonalização (9,176), 
demonstrando que nesta amostra não há presença da síndrome de 
burnout. Quanto aos níveis de burnout em dimensões, verificou-se que 
73,51% apresentavam baixo/moderado nível de exaustão emocional; 
70,56% baixo/moderado nível de despersonalização e 76% alto nível de 
reduzida realização profissional. Conclusão: Observou-se uma elevada 
média na dimensão “reduzida realização profissional”, o que sinaliza a 
necessidade de uma intervenção junto a estes graduandos para que 
possam encontrar a motivação inicial da sua escolha profissional.
Descritores: Estafa profissional/enfermagem; Estresse psicológico/
enfermagem; Estudantes de enfermagem/psicologia; Doenças 
profissionais/enfermagem
ABSTRACT
Objectives: To classify nursing students on a socio-demographic basis 
in order to check whether they are acquainted with the meaning of 
the term burnout syndrome; to check for the presence of the burnout 
syndrome and assess its levels in undergraduate nurses. Methods: 
A cross-section study was carried out of 102 students at the Nursing 
School of the Hospital Israelita Albert Einstein. A questionnaire was 
made up by the authors and applied along with the Maslachs Burnout 
Inventory (MBI). Results: Ninety-five percent of students were female, 
aged 18 to 50 years, 86% were single and 51% reported having jobs. 
Most of the surveyed subjects were not acquainted with the term 
burnout syndrome. Out of the total of 39 students, 56.9% classified the 
disease as being psychological and caused by professional stress. As 
for the mean MBI subscales, it was found that a relatively high mean 
(28.6%) referred a low feeling of professional accomplishment, a low/
moderate mean (23.09%) were emotionally exhausted and (9.176%) 
felt depersonalized, which intrinsically proves the absence of burnout 
syndrome in the sample. As for burnout dimensions, the findings 
showed that 73.5% are at a low/moderate level of emotional exhaustion; 
70.53% suffer from a low/moderate level of depersonalization; and 76% 
reported a high feeling of professional accomplishment. Conclusion: 
High means were found at the dimensions of reduced professional 
accomplishment, which calls for the need to intervene in the case 
of these students so that they may recall their primary initiative 
concerning their professional choice.
Keywords: Burnout, professional/nursing;Stress, psychological/nursing; 
Students, nursing/psychology;Occupational diseases/nursing
INTRODUÇÃO
No início da idade adulta normalmente ocorrem 
importantes mudanças na vida do indivíduo. É uma 
fase repleta de expectativas e tomadas de decisões que 
poderão ser determinantes no futuro do jovem adulto. 
Nesta época os jovens ainda buscam descobrir a si mesmos, 
evidenciando um período de transição e adaptação do fim 
da fase de adolescência para a fase adulta. Além disso, a 
exposição a um novo ambiente educacional (universidade), 
bem como de trabalho, leva a questionamentos que se 
caracterizam desde a capacidade de lidar com a incerteza, 
A síndrome de burnout em graduandos de enfermagem
Burnout syndrome in nursing undergraduate students
Juliana Inhauser Riceti Acioli Barboza1, Ruth Beresin2
Trabalho realizado na Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), São Paulo (SP), Brasil.
1 Especializanda em Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP, São Paulo (SP), Brasil.
2 Mestre, Professora Responsável das Disciplinas de Psicologia Aplicada à Saúde e Sociologia e Antropologia Filosófica da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São 
Paulo (SP), Brasil.
 Autor correspondente: Juliana Inhauser Riceti Acioli Barboza – Rua Sílvio de Souza, 280 – ap. 34 – Jardim Santa Clara – CEP 03273-500 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 6104-7790 – e-mail: juinhauser@
yahoo.com.br
 Data de submissão: 17/3/2007 – Data de aceite: 15/6/2007
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226 Barboza JIRA, Beresin R
a contradição, a imperfeição até com questões relacionadas 
com o compromisso e a responsabilidade(1).
Diante disso, torna-se importante a tomada de 
algumas decisões como a difícil escolha da profissão, a 
formação acadêmica e o trabalho(1).
O trabalho que constitui um dos aspectos mais 
importantes na formação da identidade do indivíduo, 
em que ocorre uma afirmação de si mesmo e o 
desenvolvimento mais complexo da interação social, 
pode vir a ser um fator de estresse. Assim, muitos estudos 
apontam o estresse entre os profissionais da área da 
saúde em geral, incluindo os enfermeiros(2).
Considerando isso, alguns dos graduandos de 
enfermagem apresentam uma dificuldade em organizar-
se às novas funções estabelecidas pela profissão, a qual 
exige cuidado, flexibilidade e complexidade no cuidar 
de outro ser humano. Além disso, é neste momento que 
alguns desses indivíduos devem conciliar a dinâmica 
de suas vidas e desenvolver os sensos de disciplina, 
responsabilidade e habilidade para solucionarem os 
conflitos tanto externos quanto internos. Inicia-se, dessa 
forma, uma situação na qual a instabilidade emocional 
e condutas desadaptadas podem levar estes graduandos 
ao desenvolvimento da síndrome de burnout(2).
O termo inglês burnout significa queimar ou 
destruir-se pelo fogo. É uma síndrome do meio 
laboral caracterizada por um processo de resposta 
de cronificação ao estresse ocupacional, quando os 
métodos de enfrentamento falham ou são insuficientes, 
trazendo consigo conseqüências negativas tanto em nível 
individual, como profissional, familiar e social(3).
Segundo o psicanalista Freudenberger, que abordou o 
termo pela primeira vez na área da psicologia, a síndrome 
de burnout é definida também como o resultado do 
trabalho intenso sem a preocupação em atender às 
necessidades do indivíduo que leva a um esgotamento 
tanto físico como emocional(4). Assim, descreveu burnout 
como “falha, desgaste para fora, tornar-se esgotado 
fazendo demandas excessivas de energia, de força ou de 
recursos”. A propagação do termo deve-se a Cristina 
Maslach e a Susan Jackson em virtude dos estudos 
realizados nos últimos anos(4).
De acordo com Maslach e Jackson, a síndrome de 
burnout acomete profissionais em relação direta com 
as pessoas e que estão expostos a um estresse crônico, 
no qual permanecem por um período de tempo, sendo 
em geral prolongado(5). Dessa forma, os profissionais 
assistenciais são os mais afetados devido ao fato de estarem 
em constante contato com pessoas que apresentam 
situações problemáticas e carregadas de emoção(6). O
seu desenvolvimento pode ocorrer de maneira aleatória, 
portanto, sem seguir uma ordem ou etapa, exatamente 
por ser considerada uma síndrome(2).
A síndrome de burnout apresenta como principais 
características a exaustão emocional, a despersonalização 
e a reduzida realização profissional ou simplesmente 
reduzida satisfação pessoal no trabalho(2,4). Os sintomas 
encontrados podem ser agrupados em quatro áreas: 
psicossomática, comportamental, emocional e defensiva. 
Os psicossomáticos são: o aparecimento de cefaléias, 
tensões musculares, alterações gastrointestinais, perda de 
peso, insônia, asma e hipertensão arterial(7). Enquanto os 
comportamentais são: o absenteísmo ao trabalho, aumento 
da conduta violenta, incapacidade para relacionar-se, 
abuso de drogas e problemas familiares. Já os emocionais 
são marcados pelo distanciamento afetivo, impaciência, 
irritabilidade, dificuldade de concentração e memorização. 
E, por fim, em relação aos defensivos, temos a negação 
de suas emoções, desprendimento das pessoas e atenção 
seletiva, tudo para evitar uma experiência negativa(7).
No entanto, o desenvolvimento da síndrome de burnout 
entre graduandos de enfermagem inicia-se antes mesmo da 
formatura, sendo atribuído às expectativas geradas pelos 
graduandos ao ingressarem na faculdade. Entretanto, quando 
estas não são correspondidas no decorrer e ao término 
do curso, ocorre o aparecimento do estresse gradativo e 
crônico(8). Porém, Schwab et al. registram que a síndrome de 
burnout vai muito mais além do que essas expectativas dos 
trabalhadores e das condições de trabalho(9).
Deary et al., em um estudo longitudinal com o 
objetivo de investigar prospectivamente graduandos de 
enfermagem acerca de quais os determinantes e a inter-
relação entre os fatores estresse, burnout e a desistência 
do curso, concluíram que estresse, burnout e desistência 
da faculdade podem não estar diretamente relacionados 
entre si. E que fatores da personalidade no início do 
curso contribuem significativamente na previsão de os 
graduandos terem burnout na sua conclusão do curso, mas 
as relações entre os fatores não foram tão fortes(10).
Com isso, a falta de formação prática, o tempo 
reduzido de experiência e o preparo pessoal nas escolas 
e centros universitários constituem um problema para 
os jovens que se iniciam no exercício profissional na 
área de enfermagem. Dessa forma, torna-se importante 
identificar o nível de acometimento em relação à síndrome 
de burnout entre os graduandos de enfermagem visto que 
é a melhor maneira para tentar equilibrar as atividades 
tendo como finalidades a promoção da qualidade de vida 
e a formação profissional.
OBJETIVOS
Objetivo geral
Verificar a presença da síndrome de burnout nos 
graduandos de enfermagem da Faculdade de Enfermagem 
do Hospital Israelita Albert Einstein.
Objetivos específicos
•	 Caracterizar sociodemograficamente os graduandos 
de enfermagem.
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227A síndrome de burnout em graduandos de enfermagem
Assim sendo, quando tivermos altas pontuações em 
EE e DE associados a baixos valores em RP, concluímos 
que o indivíduo apresenta a síndrome de burnout(4).
Robayo-Tamayo adaptou o MBI para a língua 
portuguesa(4).
Foi utilizado também um questionário elaborado 
pelas autoras.
Procedimentos
Na coleta de dados
Os procedimentos na coleta de dados foram: solicitação 
de autorização para a pesquisa junto à instituição na 
qual foi realizada a coleta dos dados. Em seguida, foi 
assinado o Termo de Compromisso do Pesquisador. Após 
isso, os graduandos de enfermagem foram instruídos e 
convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido, passando para a próxima etapa que consistiu 
em responder ao Maslach Burnout Inventory e, por fim, 
o preenchimento dos dados sociodemográficos.
Análise dos dados
Os resultados foram analisados por meio de uma análise 
estatística descritiva dos dados (média, desvio-padrão, 
mediana e porcentagens) e por um programa estatístico 
MINITAB para a construção de tabelas de freqüências 
acumuladas. Os níveis foram estimados pela soma dos escores 
nos fatores (variável contínua), seguindo, então percentis da 
distribuição que estabeleceram intervalos para a identificação 
dos níveis baixo/moderado e alto (variável intervalar).
RESULTADOS
Foram entregues no total 120 questionários aos graduandos 
de enfermagem da Faculdade de Enfermagem do Hospital 
Israelita Albert Einstein da 1a à 4asérie da graduação, 
sendo respondidos e devolvidos 102 questionários.
Características sociodemográficas
No grupo estudado de 102 graduandos, 95% eram do 
sexo feminino. A idade teve uma variação de 18 a 50 anos 
(média de 23 anos, desvio-padrão de 6 anos e mediana de 
22 anos). Quanto ao estado civil, 86% eram solteiros. E 11% 
da amostra estudada referiu ter filhos. Entre os graduandos 
que referiram ter filhos, 54% apresentaram um filho, 27%, 
dois filhos e 18%, três ou quatro filhos. Quanto à religião, 
mais da metade dos graduandos (57%) referiu ser praticante 
de uma religião, dois quais 68% eram católicos.
Além disso, a grande maioria (91%) dos graduandos 
residia em São Paulo. Em relação à habitação, 83% dos 
graduandos afirmaram residir com a família e 76,5% 
referiram possuir casa própria. Com relação ao exercício 
de atividade remunerada, 51% dos alunos referiram 
trabalhar (tabela 1).
•	 Verificar se os graduandos de enfermagem conhecem 
a definição do termo síndrome de burnout.
•	 Verificar a presença da síndrome de burnout nos 
graduandos de enfermagem.
•	 Avaliar os níveis da síndrome de burnout em 
graduandos de enfermagem.
MÉTODOS
O presente estudo caracteriza-se por ser de abordagem 
quantitativa descritiva – exploratória. Foi realizado junto 
aos graduandos matriculados da primeira à quarta série 
da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita 
Albert Einstein.
Delineamento do estudo
Foi realizado um estudo transversal de janeiro a outubro de 
2006 em uma amostra de 102 graduandos matriculados da 
primeira à quarta série da graduação de enfermagem, sendo 
aplicados o Inventário Síndrome de Burnout de Maslach 
(MBI) e um questionário elaborado pelas autoras.
Casuísta
A amostra do estudo foi composta de 102 graduandos de 
enfermagem da Faculdade de Enfermagem do Hospital 
Israelita Albert Einstein.
Os critérios de inclusão foram:
•	 estar cursando a 1a, 2a, 3a ou 4asérie da graduação em 
enfermagem;
•	 estar disponível e consentir em participar da 
pesquisa.
Instrumento
Como instrumento de avaliação do presente estudo 
foi utilizado o Inventário Burnout Maslach (MBI), 
elaborado por Cristina Maslach.
O MBI é um questionário para ser respondido por 
meio de uma escala de freqüência de cinco pontos que 
vai de um (nunca) até cinco (sempre). Este apresenta três 
subescalas: exaustão emocional (EE), despersonalização 
(DE) e reduzida realização profissional (rRP). EE 
consiste em nove itens deste e refere-se ao esgotamento 
tanto físico como mental, ao sentimento de haver chegado 
ao limite das possibilidades, enquanto DE a cinco itens 
e consiste em alterações das atitudes do indivíduo ao 
entrar em contato com os usuários de seus serviços, 
passando a demonstrar um contato frio e impessoal ao 
sofrimento. Por fim, rRP a oito, mensurando a percepção 
da influência dos outros, o bem-estar com o trabalho, 
bem como a relação do estudante com seus problemas, 
evidenciando o sentimento de insatisfação(4).
einstein. 2007; 5(3):225-230
228 Barboza JIRA, Beresin R
Conhecimento da definição de síndrome de burnout
No grupo estudado de 102 graduandos de enfermagem, 
a maioria (62%) referiu não conhecer a definição de 
síndrome de burnout.
Entre o total de 39 graduandos que referiram 
conhecer a definição de síndrome de burnout, a maioria 
(56,4%) dos graduandos de enfermagem definiu-a
como 
sendo uma doença psicológica causada pelo estresse de 
uma profissão (tabela 2).
No grupo estudado de 102 graduandos de 
enfermagem verificou-se que a média mais elevada 
(28,6%) correspondia à subescala de reduzida realização 
profissional (tabela 3).
Síndrome de burnout em graduandos de enfermagem
Presença da síndrome de burnout quanto às médias 
de MBI
Síndrome de burnout quanto aos níveis do MBI
No grupo estudado de 102 graduandos de enfermagem 
verificou-se que 76% apresentam alto nível de reduzida 
realização profissional e, em contrapartida, 23% 
demonstraram baixo/moderado nível (tabela 4).
Avaliação dos níveis de síndrome de burnout em 
graduandos de enfermagem de acordo com as 
dimensões
Distribuição dos escores dos graduandos de 
enfermagem em exaustão emocional
No grupo estudado os dados mostram que 75% dos 
graduandos de enfermagem apresentam escore até 25. 
Considerando o escore 25 como ponto de corte, verifica-se 
que 26,46% dos graduandos de enfermagem apresentam 
alto nível de exaustão emocional e 73,51% apresentam 
baixo/moderado nessa dimensão (tabela 5).
Tabela 1. Distribuição das características sociodemográficas dos graduandos de 
enfermagem
Variável Categoria N %
Idade 18 a 25 anos 80 78,3
26 a 50 anos 22 21,7
Sexo Feminino 97 95
Masculino 5 5
Estado civil Solteiro 88 86
Casado 7 7
Separado/divorciado 6 6
Viúvo 1 1
Filhos Não 91 89
Sim 11 11
Religião Católica 70 68
Evangélica 13 13
Outros 16 16
Não responderam 3 3
Praticante da religião Sim 58 57
Não 41 40
Não responderam 3 3
Naturalidade São Paulo 68 67
Outros 34 33
Nacionalidade Brasil 101 99
Outros países 1 1
Reside em São Paulo Sim 93 91
Não 9 9
Reside Família 85 83
Sozinho 9 9
República de estudante 8 8
Moradia Própria 78 76,5
Alugada 24 23,5
Exerce atividade remunerada Sim 52 51
Não 50 49
Total 102 100
Tabela 2. Distribuição dos graduandos de enfermagem segundo a definição do 
termo síndrome de burnout
Definições de síndrome de burnout N %
Doença psicológica causada
pelo estresse de uma profissão 
22 56,4
Exaustão, cansaço e limitação física
devido à sobrecarga de trabalho
15 38,5
Pessoa se torna “fria” perante o ser
humano e o seu trabalho 
2 5,1
Total 39 100
Tabela 3. Médias das subescalas do MBI
Subescalas de MBI Média Desvio-padrão
Reduzida realização profissional 28,647 3,741
Exaustão emocional 23,09 4,955
Despersonalização 9,176 2,566
MBI = Inventário de Burnout de Maslach
Tabela 4. Distribuição por níveis do MBI
Níveis da síndrome de burnout EE DE rRP
Alto 26,46% 29,40% 76,45%
Moderado/Baixo 73,51% 70,56% 23,52%
EE = Exaustão emocional; DE = Despersonalização; rRP = reduzida Realização Profissional
Tabela 5. Escores dos graduandos de enfermagem em exaustão emocional
Escores N % % acumulada
12 1 0,98 0,98
14 3 2,94 3,92
15 1 0,98 4,90
16 9 8,82 13,73
17 3 2,94 16,67
18 3 2,94 19,61
19 2 1,96 21,57
20 4 3,92 25,49
21 8 7,84 33,33
22 10 9,80 43,14
23 13 12,75 55,88
24 8 7,84 63,73
25 10 9,80 73,53
26 4 3,92 77,45
27 7 6,86 84,31
28 2 1,96 91,18
29 5 4,90 93,14
30 2 1,96 96,08
31 3 2,94 96,08
32 1 0,98 97,06
33 1 0,98 98,04
37 1 0,98 99,02
38 1 0,98 100
Total 102 100,0 100,0
einstein. 2007; 5(3):225-230
229A síndrome de burnout em graduandos de enfermagem
Distribuição dos escores dos graduandos de 
enfermagem em despersonalização
No grupo estudado os dados mostram que 75% dos 
graduandos de enfermagem apresentam escore até 10. 
Considerando o escore 10 como ponto de corte, verifica-
se que 29,40% dos graduandos de enfermagem têm 
alto nível de exaustão emocional e 70,56% apresentam 
baixo/moderado nessa dimensão (tabela 6).
dos estudantes de enfermagem mostraram, ou seja, o 
predomínio do sexo feminino (95%) em graduandos de 
enfermagem(11-12).
Também revela que a média de idade entre os 
graduandos de enfermagem foi de 23 anos, confirmando, 
dessa forma, que esta categoria é jovem(11-12).
Em relação ao conhecimento dos graduandos de 
enfermagem sobre o termo síndrome de burnout, a 
maioria (62%) referiu não conhecer sua definição.
De acordo com um estudo preliminar sobre a 
síndrome de burnout em fisioterapeutas e acadêmicos 
de fisioterapia, o conhecimento dos graduandos em 
relação a burnout contribuiria para o reconhecimento 
dos fatores desencadeantes. Conseqüentemente, ajudaria 
os graduandos a prevenirem e a controlarem os níveis 
de burnout, favorecendo assim, de forma adequada, um 
ambiente de trabalho com qualidade na assistência aos 
pacientes(4,13).
No entanto, entre os graduandos de enfermagem que 
conheciam a definição de síndrome de burnout os dados 
corroboraram com as definições de Freudenberger como 
sendo “falha, desgaste para fora, tornar-se esgotado 
fazendo demandas excessivas de energia, de força ou 
de recursos” e como o resultado do trabalho intenso 
sem a preocupação em atender às necessidades do 
indivíduo levando a um esgotamento tanto físico como 
emocional(4).
No grupo estudado de 102 graduandos de enfermagem 
verificou-se, quanto às médias das subescalas do MBI, 
uma média elevada (28,647) em reduzida realização 
profissional, médias baixa/moderada (23,09) em exaustão 
emocional e em despersonalização (9,176). Além disso, 
quanto aos níveis de burnout em dimensões, verificou-
se que 73,51% apresentavam baixo/moderado nível de 
exaustão emocional; 70,56%, baixo/moderado nível 
de despersonalização e 76%, alto nível de reduzida 
realização profissional. Isso demonstrou que nesta 
amostra não há presença da síndrome de burnout, 
pois esta é indicativa quando na amostra ocorrem 
médias elevadas em exaustão emocional (EE) e em 
despersonalização (DE) e média baixa em reduzida 
realização profissional (rRP)(4,14-16).
Dessa forma, esses resultados apresentam similaridade 
com o do estudo sobre síndrome de burnout em 
estudantes universitários da área da saúde no qual 
os resultados apresentaram índice médio/baixo em 
exaustão emocional, baixo em despersonalização e alto 
em reduzida realização profissional, também não sendo 
indicativo de burnout(14).
Identificou-se quanto à dimensão exaustão emocional 
que 26% dos graduandos de enfermagem apresentam 
alto grau desta, o que difere de outro estudo no qual 
70% de estudantes de fisioterapia apresentam alto 
Distribuição dos escores dos graduandos de 
enfermagem em reduzida realização profissional
No grupo estudado os dados mostram que 25% dos 
graduandos de enfermagem apresentam escore até 26. 
Considerando o escore 26 como ponto de corte, verifica-
se que 76,45% dos graduandos de enfermagem têm alto 
nível de exaustão emocional e 23,52% apresenta baixo/
moderado nessa dimensão (tabela 7).
DISCUSSÃO
As características sociodemográficas da presente 
pesquisa confirmam o que outros estudos sobre o perfil 
Tabela 6. Escores dos graduandos de enfermagem em despersonalização
Escores N % % acumulada
5 6 5,85 5,88
6 11 10,78 16,67
7 14 13,73 30,39
8 12 11,76 42,16
9 15 14,71 56,86
10 14 13,73 70,59
11 9 8,82 79,41
12 8 7,84 87,25
13 9 8,82 96,08
14 3 2,94 99,02
17 1 0,98 100
Total 102 100,0 100,0
Tabela 7. Escores dos graduandos de enfermagem em reduzida realização 
profissional
Escores N % % acumulada
17 1 0,98 0,98
20 3 2,94 3,92
22 1 0,98 4,90
23 7 6,86 11,76
24 3 2,94 14,71
25 2 1,96 16,67
26 7 6,86 23,53
27 8 7,84 31,37
28 12 11,76 43,14
29 17 16,67 59,80
30 12 11,76 71,57
31 8 7,84 79,41
32 6 5,88 85,29
33 4 3,92 89,22
34 8 7,84 97,06
36 2 1,96 99,02
37 1 0,98 100
Total 102 100,00 100,00
einstein. 2007; 5(3):225-230
230 Barboza JIRA, Beresin R
grau de exaustão emocional, significando assim um 
esgotamento tanto físico como mental e sentimento de 
haver chegado ao limite das possibilidades(4,8,13). Porém, 
cabe ressaltar neste estudo que os graduandos faziam 
parte exclusivamente
da 4a série do curso de graduação, 
diferindo do presente estudo no qual a amostra incluiu 
graduandos de 1ª à 4ª série; é necessário também que 
se leve em conta que normalmente no último ano de 
graduação os alunos estão sobre uma pressão maior 
exatamente pela exigência dos docentes durante os 
estágios curriculares, por estarem próximos da conclusão 
do curso, pela competitividade do mercado do trabalho 
e inserção neste e pelas próprias expectativas geradas 
sobre o seu plano de carreira.
É relevante observar que na dimensão desper-
sonalização os graduandos de enfermagem apresentaram 
70,56% de baixo/moderado nível de despersonalização. 
Este dado foi similar ao de outro estudo no qual em 
relação à dimensão despersonalização os estudantes 
apresentaram 83,5% em baixo/moderado nível de 
despersonalização(4,13). Dessa forma, verifica-se que 
os graduandos de enfermagem apresentam poucas 
alterações de atitudes ao entrarem em contato com os 
usuários de seus serviços, passando a não demonstrarem 
um contato frio e impessoal ao sofrimento. Assim, estes 
resultados podem corroborar com a hipótese sobre a 
viabilidade desta subescala(2,4, 8,13).
Quanto à dimensão de reduzida realização 
profissional, é relevante que 76,45% dos graduandos 
de enfermagem referiram sentir baixa realização 
profissional apresentando uma similaridade com outro 
estudo no qual em relação a esta dimensão 84% dos 
estudantes apresentaram baixa realização profissional. 
Com isso, verifica-se que a percepção da influência 
dos outros, o bem-estar com o trabalho bem como a 
relação do estudante com seus problemas evidenciam o 
sentimento de insatisfação(4,13,16).
CONCLUSÃO
Observou-se uma elevada média na dimensão “reduzida 
realização profissional”, o que sinaliza a necessidade 
de uma intervenção junto a esses graduandos de 
enfermagem para que possam encontrar a motivação 
inicial da sua escolha profissional.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a dedicação e colaboração da Professora Ana 
Villares Musetti pela análise estatística e a bibliotecária 
Denise de Moura Campos Claro por contribuir em todas 
as fases do processo desta pesquisa.
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