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Manual de Atendimento Pre Hospitalar

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MANUAL DE ATENDIMENTO
PRÉ-HOSPITALAR DO 
CORPO DE BOMBEIROS DO PARANÁ
CURITIBA - 2006
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
Copyright (c) 2006 - CORPO DE BOMBEIROS DO PARANÁ.
É dada permissão para copiar, distribuir e/ou modificar este documento sob os 
termos da Licença de Documentação Livre GNU, Versão 1.1 ou qualquer versão posterior 
públicada pela Free Software Foundation; sem Seções Invariantes, com os Textos da 
Capa da Frente sendo MANUAL DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR DO CORPO DE 
BOMBEIROS DO PARANÁ, e sem Textos da Quarta-Capa. Uma cópia da licença em está 
inclusa na seção intitulada ¨Licença de Documentação Livre GNU¨ (pag. 373).
ii
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
APRESENTAÇÃO
Com o objetivo maior da contínua capacitação visando ampliar os conhecimentos 
técnicos dos Bombeiros Militares que atuam como socorristas no atendimento pré-
hospitalar ao trauma no Estado do Paraná. Esperamos que estes conhecimentos sejam 
de extrema valia para o resgate e salvamentos de vidas.
Este manual é resultado da revisão do Manual de Atendimento Pré-Hospitalar do 
SIATE/PR de autoria da Dr. Vera Lúcia de Oliveira e Silva e colaboradores, editado em 
1995 pela Imprensa Oficial do Estado do Paraná, este baseado na tradução do conjunto 
de apostilas produzido pela “Division of Vocational Educations, State Department of 
Education, Columbus, Ohio, USA”.
Esta revisão foi iniciada no Centro de Ensino e Instrução e concluída como 
resultado dos trabalhos do curso do Curso de Socorrista 2006 – Categoria Oficiais – do 
Corpo de Bombeiros do Paraná.
Além da revisão foram acrescentados e excluídos conteúdos o que caracteriza ela 
como sendo uma obra coletiva de compilação e adaptação, segundo o prescrito nos 
incisos XI e XIII, e § 2º do art. 7.º da Lei Autoral (9.610/98).
O manual é de livre uso, sendo permitido copiar, distribuir e/ou modificar, sob os 
termos da Licença de Documentação Livre GNU, devendo permanecer em constante 
evolução, para isso contamos com a colaboração de todos que enviem sugestões de 
alteração e/ou correção para o socorristas_parana @ yahoo.com.br , lembrando sempre de 
citar eventuais fontes bibliográficas originárias destas alterações.
“Por Uma Vida Todo Sacrifício é Dever”
Curitiba, 04 de Agosto de 2006.
iii
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
CRÉDITOS
Autor Nomeado:
Porcides; Almir Júnior
Colaboradores:
Aguiar; Eduardo José Slomp Almeida; Geferson Correa de
Alves; Nilson Figueiredo Júnior Araujo; Rogério Lima de
Araújo; Wagner Lúcio de Barbosa; Adriano
Barros; Edmilson Baumel; Luiz Fernando Silva
Becker; Claudicir Bezerra; Marcos Rogério
Borba; Dorico Gabriel Bortolini; Osni José
Costa; Laor Daverson ; Kleber
Donati; Vladimir Ferreira; Alexandre Dupas
Gross; Gerson Kapp; Norton Alexandre
Konflanz; Douglas Martins Machado; Fernando Ferreira
Manassés; Edson Menegatti; Dimas Clodomiro
Mocelin; Gabriel Junior Moreira; Paulo Cezar
Mota; Cristiano Carrijo G. Mota; Sandro Marcos
Oliveira; Charles Elias de Rodrigues; Altemistocley Diogo
Sales; Arlisson Sanches Santos; Hamilton dos
Schreiber; Rogério Cortês Schwambach; Ricardo
Silva; Paulo Roberto da Silva; Romero Nunes da
Sokolowski; Rivelto Soster; Heitor
Spak; José Adriano P. Teixeira; Hudson Leôncio
iv
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
Sumário
Capítulo 1 - Ética e Humanização.............................................................................1
Capítulo 2 - Anatomia e Fisiologia............................................................................5
Capítulo 3 - Direção Defensiva...............................................................................47
Capítulo 4 - Cinemática do Trauma........................................................................60
Capítulo 5 - Equipamentos Usados no Atendimento Pré-Hospitalar......................74
Capítulo 6 - Sinais Vitais.........................................................................................82
Capítulo 7 - Atendimento Inicial..............................................................................92
Capítulo 8 - Vias Aéreas........................................................................................105
Capítulo 9 - Ressuscitação Cardiopulmonar.........................................................119
Capítulo 10 - Hemorragia e Choque.....................................................................142
Capítulo 11 - Ferimentos, Curativos e Bandagens................................................154
Capítulo 12 - Fraturas e Luxações........................................................................167
Capítulo 13 - Trauma Cranioencefálico (TCE) e Raquimedular (TRM)................177
Capítulo 14 - Imobilização e Remoção.................................................................189
Capítulo 15 - Trauma de Tórax.............................................................................216
Capítulo 16 - Trauma de Abdome.........................................................................230
Capítulo 17 - Trauma de Face...............................................................................237
Capítulo 18 - Emergências Pediátricas.................................................................248
Capítulo 19 - Emergências Obstétricas e Trauma na Gestante............................253
Capítulo 20 - Afogamento.....................................................................................266
Capítulo 21 - Queimaduras e Emergências por Frio Ambiental............................280
Capítulo 22 - Eletricidade e Radiação Ionizante...................................................291
Capítulo 23 - Intoxicações Exógenas....................................................................297
Capítulo 24 - Emergências Psiquiátricas..............................................................307
Capítulo 25 - Emergências Clínicas......................................................................311
Capítulo 26 - Rotinas Operacionais......................................................................323
Capítulo 27 - Preparo de Medicamentos e Biossegurança...................................338
Capítulo 28 - Catástrofes e Atendimento a Múltiplas Vítimas...............................354
Capítulo 29 - Produtos Perigosos.........................................................................364
Capítulo 30 - Emergências Geriátricas.................................................................369
Referências Bibliográficas....................................................................................380
Apendice I - Licença de Documentação Livre GNU.............................................383
v
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
CAPÍTULO 1
A ÉTICA E HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
 1. Ética
Toda pessoa é dotada de uma consciência moral que a faz distinguir entre o certo e 
o errado, entre o bem e o mal, capacitando-a a avaliar suas ações no contexto a que é so-
licitado, ou seja, é capaz de nortear suas atitudes pela ética, a qual pode-se dizer é um 
conjunto de valores, que se tornam deveres em determinadas culturas ou grupos, sendo 
expressos em ações.
A ética é, normalmente, uma norma de cunho moral que obriga a conduta de uma 
determinada pessoa, sob pena de sanção específica, mas pode também regulamentar o 
comportamento de um grupo particular de pessoas, como, por exemplo, bombeiros, polici-
ais, médicos, enfermeiros, etc. A partir deste momento, estamos nos referindo à ética pro-
fissional, mais conhecida como deontologia, que caracteriza-se como conjunto de normas 
ou princípios que têm por fim orientar as relações profissionais entre pares, destes com os 
cidadãos, com sua guarnição de serviço, com as instituições a que servem, entre outros. 
Como a suamargem de aplicação é limitada ao círculo profissional, faz com que estas 
normas sejam mais específicas e objetivas, gerando o advento dos Códigos de Ética ela-
borados por associações de classe, como, por exemplo, o Código de Ética Médica Brasi-
leiro.
No caso do Corpo de Bombeiros do Paraná, o Decreto Estadual nº 5.075/98 (Regu-
lamento de Ética Profissional dos Militares Estaduais do Paraná), prescreve em seu artigo 
5º, que a “... deontologia militar é constituída pelo elenco de valores e deveres éticos, tra-
duzidos em normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão militar 
atinja plenamente os ideais de realização do bem comum, através da preservação da or-
dem pública.” Assim como a atividade do médico e do enfermeiro possuem codificações 
próprias, o bombeiro militar também tem sua conduta pesada em Código próprio, que o 
obriga a prestar seu serviço de atendimento pré-hospitalar calcado em valores e deveres 
militares, não menos importantes, que o dos códigos dos profissionais de saúde. 
Ao longo do Curso de Socorristas, são ensinadas normas técnicas que indicam 
fórmulas do fazer, que são apenas meios de capacitação, levando o homem a atingir re-
sultados. Todavia a técnica não deve perder sua correlação natural com as normas éticas, 
que atenuam o sofrimento da vítima e humanizam o atendimento.
O socorrista deve saber equilibrar os dois pratos da balança que formam seu cará-
ter profissional: o lado técnico e o lado emocional. Caso haja uma prevalência de qual-
quer um dos lados, o atendimento pode ser comprometido tanto pelo lado humano, quan-
- 1 - 
Ética e Humanização
to pelo lado científico. O bombeiro militar que tenha completo domínio do atendimento 
pré-hospitalar, mas que não tenha o discernimento necessário para atuar com atenção es-
pecial nos casos que assim requeiram, não possui o caráter ético-profissional para ser so-
corrista. O mesmo se aplica àquele que possua um equilíbrio emocional e não saiba as 
técnicas pré-hospitalares.
Para um atendimento pré-hospitalar satisfatório o socorrista deve possuir, além do 
equilíbrio emocional e da competência técnico-científica, uma competência ética, funda-
mental para a humanização do serviço.
A competência ética no atendimento pré-hospitalar é formada por quatro vertentes 
de relacionamento, sendo elas:
● Socorrista e outros militares;
● Socorrista e profissionais de saúde;
● Socorrista e vítima;
● Socorrista e parentes/conhecidos/outros envolvidos.
As relações dos socorristas com outros militares e profissionais de saúde não tra-
zem muitos problemas, pois a formação militar facilita o relacionamento. Resta-nos anali-
sar e fundamentar os princípios para um relacionamento ético entre bombeiros e vítimas, 
e bombeiros e parentes/conhecidos/outros envolvidos no trauma. Estes dois tipos de rela-
cionamentos estão baseados em três princípios fundamentais: 
● Respeito à pessoa;
● Solidariedade;
● Sentimento do dever cumprido.
Tendo por base estas três premissas, o socorrista saberá pautar suas atitudes e 
considerar as alterações emocionais decorrentes do trauma. Não se deixará influenciar 
pela conduta social da vítima incorrendo num julgamento errôneo (fará um atendimento 
imparcial), atentará para os cuidados com a exposição da vítima, terá atenção especial 
com crianças, e terá a seriedade como base para uma postura profissional que se espera.
Um atendimento perfeito ocorre quando, mesmo com o sucesso do emprego de to-
das as técnicas dominadas pelo socorrista, atende-se a dignidade da pessoa humana em 
todo seu alcance, angariando o respeito e a admiração da vítima e outras pessoas envol-
vidas, pelo elevado grau de profissionalismo existente na corporação.
 2. Humanização: Um Abrandamento do Caráter Técnico da Medicina
A Portaria GM/MS n.º 1.863, de 29 de setembro de 2003, trata da “Política Nacional 
de Atenção às Urgências” trazendo novos elementos conceituais, como o princípio da hu-
manização.
Parece estranho falar de humanização num campo em que deveria ser implícito o 
“amor ao próximo”, como é o caso da medicina. Todavia, com o advento da vida moderna, 
- 2 - 
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
a explosão demográfica e os parcos e poucos recursos e investimentos na área da saúde, 
fazem com que o profissional, muitas vezes, tenha uma sensação de impotência frente ao 
sofrimento de milhares de pessoas, e, com isso faz crescer no seu íntimo, mesmo que de 
modo imperceptível, mecanismos de defesa em que cria uma verdadeira “casca”, não 
vendo na vítima uma pessoa, mas um objeto que necessita de seus cuidados profissio-
nais, visto que não tem a solução para todas as mazelas criadas por falta de políticas pú-
blicas de saúde.
Necessário foi ao Ministério da Saúde humanizar o serviço, através de um progra-
ma próprio, visando atenuar os efeitos desumanizantes, que retira da pessoa humana seu 
mais importante valor: a dignidade.
No caso do atendimento pré-hospitalar, o conhecimento cientifico deveria ser, por si 
só, motivo de sucesso para um resultado positivo quando no socorro à vítima. O que se 
tem observado recentemente é que este fator, somado à estressante rotina dos numero-
sos atendimentos diários nos grandes centros, bem como a fragilidade do ser humano, 
tanto do paciente como do socorrista (ambos envolvidos com sentimentos de respeito, 
simpatia, empatia, angústia, raiva, medo, compaixão), o que tem gerado problemas no 
atendimento à vítima. Deixamos de ver nele muitas vezes o ser humano que está necessi-
tado, hora pelo enfoque direto no trauma, hora pela banalização do acidente.
Necessário, então, é falar em humanização no atendimento pré-hospitalar. Então: o 
que é humanização ? Podemos entende-la como valor, na medida em que resgata o res-
peito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais 
e psíquicas presentes em todo relacionamento humano.
Humanizar o atendimento não é apenas chamar a vítima pelo nome, nem ter um 
sorriso nos lábios constantemente, mas também compreender seus medos, angústias e 
incertezas, dando-lhe apoio e atenção permanente.
O profissional humanizado deve apresentar algumas características que tornam o 
atendimento a um traumatizado mais digno:
● Focalizar não somente o objeto traumático, mas também os aspectos 
globais que envolvem o paciente, não se limitando apenas às questões 
físicas, mas também aos aspectos emocionais;
● Manter sempre contato com a vitima, buscando uma empatia por parte da 
mesma;
● Prestar atenção nas queixas do paciente, tentando sempre que possível 
aliviar a dor do paciente;
● Manter a vitima, sempre que possível, informada quanto aos procedimentos 
a serem adotados;
● Respeitar o modo e a qualidade de vida do traumatizado;
● Respeitar a privacidade e dignidade do paciente, evitando expor o mesmo 
sem necessidade.
- 3 - 
Ética e Humanização
Os profissionais da área da saúde e não oriundos da área da saúde, como os bom-
beiros militares, por sua formação, dedicam-se ao atendimento humanitário. E, assim 
sendo devem ter sempre uma conduta humanista, no entender de Pablo González Blas-
co1:
"humanista é o homem que define atitudes concretas 
diante da vida, fruto da sua reflexão e como conseqüência 
de uma filosofia que norteia sua existência. Se este 
homem humanista é médico, essas atitudes que envolvem 
a sua própria vida atingirão as outras vidas, aquelas que 
ele tem que cuidar, e portanto implicarão uma postura 
concreta diante da vida humana, da vida doente, do 
sofrimento e da dor, da vida que se acaba".
Humanizar também é, além do atendimento fraterno e humano, procurar aperfeiço-
ar os conhecimentos continuadamente; é valorizar, no sentido antropológico e emocional, 
todos os elementos implicados no evento assistencial. Narealidade, a humanização do 
atendimento, seja em saúde ou não, deve valorizar o amor ao próximo, prestigiando a me-
lhoria nos relacionamentos entre pessoas em geral.
1 Diretor Científico da SOBRAMFA- Sociedade Brasileira de Medicina de Família. Coordenador do 
Programa Eletivo em Medicina de Família do Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde- EPM, 
UNIFESP. Membro Internacional da Society of Teachers of Family Medicine (STFM).
- 4 - 
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
CAPÍTULO 3
DIREÇÃO DEFENSIVA
 1. Introdução
Como motorista de uma ambulância, além de dominar todas as habilidades indis-
pensáveis à prática da direção segura de veículos em geral, você deverá estar familiariza-
do com conceitos próprios da condução de uma vítima e da equipe que lhe oferece aten-
dimento, pois na qualidade de motorista você é responsável pela sua própria vida e das 
outras pessoas presentes no trânsito. Além disso, você é responsável pela segurança da 
sua equipe de socorristas e pelo bem estar da vítima conduzida no interior da ambulância. 
 2. Direção e Segurança
A maioria dos acidentes de trânsito, decorrem em sua maioria de erros humanos, 
pelos seguintes motivos:
● Desrespeito as Leis, Normas e regulamentos de trânsito;
● Abuso dos limites operacionais de segurança do veículo;
● Pressa excessiva em querer chegar no local da ocorrência, e posteriormente 
ao hospital;
● Descortesia no trânsito: ser cortês alivia o stress do trânsito, demonstra alto 
nível de educação e elevação social.
● Irresponsabilidade agindo com negligência, imprudência ou imperícia;
● Condição física do condutor, como cansaço, sonolento e sob efeito de dro-
gas em geral (álcool, medicamentos, etc.)
 3. Elementos de Direção Defensiva
Direção defensiva é dirigir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas 
(erradas) dos outros e das condições adversas (contrárias), que encontramos nas vias de 
trânsito.
Existem alguns elementos fundamentais para a boa prática da direção defensiva, 
com a observação dos mesmos o risco é diminuído, são eles.
- 47 - 
Direção Defensiva
 3.1. Conhecimento
É o ato de estar sempre consciente das noções exigidas para a habilitação, os con-
teúdos do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) e as informações sobre os riscos e a me-
lhor forma de evitá-los. Embora a experiência seja uma fonte importantíssima de conheci-
mento, demonstra-se que, o programa de treinamento aumenta em muito a capacidade 
defensiva do motorista.
 3.2. Atenção
Enquanto dirige, o motorista tem que estar alerta o tempo todo, zelando pela sua 
própria segurança, dos passageiros e da vítima que está transportando, bem como pelos 
demais presentes no trânsito. Estar alerta significa estar com a atenção concentrada todo 
o tempo no ato de dirigir, sem distrações, vendo tudo o que se passa adiante, atrás (espe-
lhos retrovisores) e nas laterais do veículo. O pensamento deve ocupar-se exclusivamen-
te do ato de dirigir e não de outros assuntos. Atento, o motorista pode reconhecer situa-
ções de perigo potencial, reagir em tempo e agir de modo a prevenir acidentes. 
 3.3. Previsão
É a capacidade de antecipar ou antever situações e eventos, são muitas vezes fra-
ções de segundos, porém, tendo em mente uma atitude de previsibilidade, será suficiente, 
para tentar uma reação positiva, evitando um acontecimento. Se o motorista, vistoria o 
veículo antes de assumir o serviço, programa o itinerário, reduz a velocidade próximo a 
áreas de risco como cruzamentos, escolas, hospitais, etc., se o motorista, ao ver uma cri-
ança brincando na calçada, antevê a possibilidade de que ela possa atravessar a rua re-
pentinamente e diminuí a velocidade, terá melhores condições de frenagem ou desvio do 
veículo caso o inesperado aconteça.
 3.4. Decisão
É a possibilidade da ação de decidir, diante de uma situação de risco. É saber es-
colher dentre as opções possíveis a de maior segurança naquele momento específico. 
 3.5. Habilidade
É o requisito desenvolvido através do aprendizado e do treinamento. Conduzir um 
veículo de socorro, é um ato de muita responsabilidade, muitas vezes a emergência, a 
adrenalina, o stress, tendem a dominar a situação, porém o bom motorista, se mantém 
paciente e calmo, não deixando-se dominar por sensações que tendem a alterar seu esta-
do psicológico e as funções mecânicas do corpo físico. Necessitando o motorista, desen-
volver a habilidade de realizar manobras entre veículos, ultrapassagens, cruzamentos, ca-
naletas de expresso, entre outros. Mas, com condições, é fundamental demonstrar as 
suas ações para os outros motoristas, o que pretende fazer, qual a atitude que pretende 
tomar, lembre-se as outras pessoas não são obrigadas a adivinhar seu pensamento. 
- 48 - 
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
 4. Direção em Condições Adversas
Algumas condições climáticas e naturais afetam as condições de trânsito. Sendo 
fatores ou combinações de fatores que contribuem para aumentar as situações de risco 
no trânsito, podendo comprometer a segurança. Sob estas condições, o motorista da am-
bulância, deverá adotar atitudes preventivas que garantam, como já foi visto, a segurança 
da equipe, da vítima e dos demais usuários das vias públicas. 
 4.1. Chuva
Reduz a possibilidade de ver e ser visto de todos os condutores, pelo acúmulo de 
água nos para-brisas e pelo embaçamento dos vidros no carro fechado, causado pela res-
piração de seus ocupantes. Além disso, deposita uma lâmina de água sobre a pista, o que 
modifica a aderência dos pneus, dificultando a frenagem e favorecendo derrapagens, pro-
porcionando a ocorrência de hidro ou aquaplanagem.
 4.1.1. Atitudes defensivas do motorista:
● Conserve e revise constantemente os limpadores de pára-brisas e seu siste-
ma de acionamento e fusíveis;
● Ao dirigir redobre os cuidados e a atenção;
● Reduza a velocidade para aumentar a aderência dos pneus ao solo, evitan-
do derrapagens e favorecendo as ações dos freios;
● Aumente a distância com o veículo à frente, e evite ficar ao lado de outros 
veículos;
● Se possível, deixe dois centímetros das janelas abertas, para evitar o emba-
çamento e acione os dispositivos desembaçadores disponíveis;
● Acenda os faróis baixos;
● Não freie bruscamente, acione o freio suave e gradativamente;
● Em caso de chuva torrencial ou chuva de granizo, que impeçam a direção 
com segurança e a perda de visibilidade, estacione em local seguro, acione 
as luzes de alerta, e aguarde que o tempo melhore.
 4.2. Aquaplanagem
É quando o veículo flutua na água, perdendo a aderência do pneu com o solo, o 
motorista perde totalmente o controle do veículo, podendo ocorrer em qualquer tipo de pi-
so.
 4.2.1. Atitudes defensivas do motorista:
● Observar com atenção presença de poças de água sobre a pista, mesmo 
não havendo chuva;
● Reduzir a velocidade antes de entrar na área empoçada;
- 49 - 
Direção Defensiva
● Quando o veículo estiver na poça, não utilize os freios, segure firmemente o 
volante, procurando mantê-lo reto com a pista, até conseguir novamente a 
aderência do veículo;
● Sempre verifique a profundidade dos sulcos dos pneus da ambulância;
 4.3. Vento
Produzido por condições climáticas ou pela passagem de outros veículos, pode 
deslocar o seu veículo, reduzindo e ocasionando a perda de estabilidade e o descontrole 
do veículo.
 4.3.1. Atitudes defensivas do motorista:
● Acostume-se a olhar a vegetação ao redor da pista, é um bom indicativo da 
velocidade dos ventos e sua direção; 
● Ao perceber um grande veículo em sentido contrário ou ultrapassando-o, re-
duza a velocidade;
● Tome o controle firme do volante, afaste-se um pouco para a direita;
● Cuidado especial com pontes e viadutos.
 4.4. Neblina ou Cerração
 4.4.1. Atitudes defensivas do motorista:
● Ligue osfaróis baixos (a luz alta causa o fenômeno da reflexão, causando 
ainda menos visibilidade), ou a luz de neblina se tiver;
● Redobre a atenção e o cuidado, diminuindo a velocidade;
● Evite realizar ultrapassagens;
● Caso não haja condições mínimas de segurança e visibilidade, estacione, e 
aguarde melhores condições de dirigibilidade;
● Caso seja absolutamente necessário dirigir, procure seguir um veículo maior 
como caminhão ou ônibus, com certa distância segura;
● Atenção com frenagens bruscas ou até mesmo paradas repentinas dos veí-
culos à frente. 
 4.5. Iluminação
A intensidade da luz modifica a possibilidade de ver e ser visto. A luz em excesso 
ofusca a visão e a penumbra oculta as pessoas e outros veículos.
 4.5.1. Atitudes defensivas do motorista:
● Em condições de iluminação inadequada reduza a velocidade;
● Havendo excesso de luz, abaixe o papa sol, em certos casos use óculos es-
curos (crepúsculo matutino ou vespertino);
● Desvie o olhar da fonte luminosa e busque referências, como o meio fio ou o 
traçado lateral da via;
- 50 - 
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
● À noite, use faróis baixos ao cruzar veículos e desvie o olhar do foco dos fa-
róis que cruzam com você;
● Em condições de penumbra deixe as luzes do veículo acessas, facilitando 
ser visto.
 4.6. Condições Adversas da Via
O motorista da ambulância deve estar, atento as inúmeras alterações das condi-
ções das vias, que são muito variáveis nos atendimentos das ocorrências, como:
● Largura insuficiente;
● Ponte estreita; 
● Trechos escorregadios;
● Má conservação da pista;
● Falta de acostamento;
● Curvas mal dimensionadas;
● Força centrífuga;
● Falta de placas de sinalização;
● Vegetação muito alta e muito próxima da pista;
● Drenagem insuficiente.
 5. Orientações Para Evitar o Desgaste Físico ao Dirigir
● Dirija com os braços e pernas ligeiramente flexionados e relaxados, evitando 
tensões;
● Apóie o corpo junto ao banco o mais próximo de um ângulo de 90º;
● Procure manter a cabeça junto ao encosto, sem forçar a musculatura do 
pescoço;
● A posição das mãos sobre o volante, deve estar na posição do relógio, às 09 
horas e 15 minutos;
● Procure manter os calcanhares apoiados sobre o assoalho, evite manter os 
pés sobre os pedais quando não estiver usando-os;
● Nunca dirigir ao fazer uso de bebidas alcoólica ou drogas;
● Nunca dirigir fumando ou ao telefone celular;
● Nunca dirigir se estiver utilizando remédios que modifiquem o comportamen-
to psicofísico, de acordo com o seu médico;
● Evite dirigir após ter participado de discussões com seus familiares ou no 
trabalho;
● Evite dirigir sob forte tensão, ou acometido de forte emoção;
- 51 - 
Direção Defensiva
● Evite dirigir quando estiver com sono, os ficar muito tempo sem dormir, dor-
mir pouco ou dormir mal;
● Evite dirigir logo após realizar refeições muito pesadas, que induzem ao 
sono;
● Certificar-se que não há nenhum objeto que possa ser deslocado quando 
em movimento;
● Dirigir com roupas confortáveis, e adequadas a temperatura ambiente, para 
não sentir muito frio e nem muito calor;
● Sempre faça check-up completo para constatar problemas, como histórico 
de problemas cardio-vasculares, pressão arterial fora dos padrões normais, 
com suspeita de epilepsia, ou qualquer outro que possa colocar em risco as 
seguras condições de direção. Ao constatar, solicite imediatamente afasta-
mento das funções de motorista, desde que comprovadamente orientado por 
médico responsável;
● Esteja sempre em dia com os exames oftalmológicos, para uso de óculos ou 
lentes corretivas;
● Enquanto dirige converse apenas o indispensável com a equipe de serviço;
● Quando a ambulância em movimento, o rádio deverá ser acionado por outro 
integrante da equipe;
 6. Inspeção Veicular
Todo veículo, inclusive a ambulância, dispõe de equipamentos e sistemas impor-
tantes para evitar situações de perigo que possam levar a acidentes, como pneus, siste-
ma de freios, iluminação, suspensão, direção, etc.
Todos os componentes e equipamentos do veículo, se desgastam com o uso; o 
desgaste de um componente pode prejudicar o funcionamento de outros e comprometer a 
segurança. Isso deve ser evitado, observando-se a vida útil e a durabilidade definida pe-
los fabricantes dos componentes, dentro de condições específicas de uso.
É de responsabilidade do motorista, em toda passagem de serviço, ao assumir a 
ambulância, realizar a manutenção preventiva e verificar o funcionamento de itens obriga-
tórios. A observação é simples seja pela inspeção do painel ou inspeção visual/manual.
Realizar uma ficha de vistoria da ambulância, para facilitar o acompanhamento das 
manutenções e as condições gerais da ambulância, onde deverá conter: Identificação da 
ambulância, kilometragem, data, nome do motorista e deixar um espaço para anotar ob-
servações apontadas pelo motoristas que está saindo de serviço.
Deverá ainda verificar obrigatoriamente:
● Indicador do nível de combustível;
- 52 - 
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
● Observar os reservatórios do nível de óleo do motor, do sistema de freio, di-
reção hidraúlica e sistema de transmissão (câmbio);
● Certifique-se que não há vazamentos presentes, ou sinais de consumo ex-
cessivo;
● Aferir as condições dos filtros de ar e óleo; marcar na ficha de apontamentos 
a quilometragem para a troca destes itens;
● Nível do reservatório da água do radiador e do reservatório do limpador do 
pára-brisa;
● Palhetas do limpador do pára-brisa, se estiverem danificadas ou ressecadas, 
solicite a substituição;
● Funcionamentos das luzes dos faróis, luzes baixa, média e alta;
● Funcionamento dos piscas, da luzes traseira, luz de ré e de freio;
● Verificar sirene,luzes de emergência;
● Pneus : verifique as condições gerais, desgastes, profundidade dos sulcos, 
existência de deformidades;
● Calibragem: deve ser feita para as ambulâncias, pelo menos uma vez a 
cada três dias, siga as recomendações do fabricante para as libras de pres-
são necessárias (não esqueça do estepe);
● Verifique, os cintos de segurança, freio de mão, espelhos retrovisores, extin-
tor de incêndio;
● Verificar as mangueiras (combustível, óleo e água), procurando por vaza-
mentos, ressecamentos e encaixes, os quais podem romper as mesmas;
● Verificar visualmente as correias, atenção para a kilometragem recomenda-
da para troca pelo fabricante.
Importante, é anotar todas as alterações encontradas, repassar imediatamente ao 
responsável para que providencie a imediata substituição, avise sempre durante a passa-
gem de serviço, mostrando a ficha de apontamentos para o motorista que estará assumin-
do a ambulância; quando houver qualquer alteração das peças acima, bem como a troca 
ou complemento do óleo da e água, também deverá ser anotado para controle. Perceben-
do qualquer tipo de situação anormal com a ambulância, barulhos que não são normais, 
falhas de acionamento elétrico ou do motor, sons estranhos, etc., comunicar imediatamen-
te, para evitar que o problema se agrave. Não se esqueça a vítima pode ser você. Assim 
você estará fazendo a sua parte, cuidando do bem público, aumentando a vida útil do veí-
culo. 
 7. Velocidade e Tempo de Reação
Do ponto de vista da segurança devemos estar sempre muito atentos na condução 
de um veículo, pois a qualquer momento pode ser necessário tomar uma ação rápida 
para evitar se envolver em um acidente de trânsito. Quando um motorista precisar frear 
- 53 - 
Direção Defensiva
bruscamente, o seu automóvel deve ter uma distância mínima do veículo que segue à 
frente para garantir a sua segurança e a dos outros. Mesmo que as condições do motoris-
ta, do automóvel, dos freios, dos pneus e do asfalto sejam as melhores possíveis, existe 
um determinado tempo para que o motoristapossa reagir a uma situação de risco. Esse 
tempo é denominado TEMPO DE REAÇÃO que varia de pessoa para pessoa (+ ou – de 
0,75 a 1,5 segundo) e é decorrente de um estímulo e uma reação efetiva do condutor 
(resposta). Já a DISTÂNCIA DE REAÇÃO é o espaço percorrido pelo veículo no instante 
em que o motorista percebeu uma situação de risco potencial a sua frente, até o momento 
em que ele acionou o sistema de freios do seu veículo. Do momento em que o motorista 
acionou o pedal de freios até o ponto em que o veículo parou – nesse segmento, que va-
ria segundo o estado dos freios, dos pneus, das condições da via pública (seca, rugosa, 
lisa, molhada, aclive, declive) – essa distância percorrida pelo veículo é chamada de DIS-
TÂNCIA DE FRENAGEM. Para sabermos qual é o espaço necessário para parar o veícu-
lo, deve-se somar a distância de reação à distância de frenagem. Quando estamos logo 
atrás de outro veículo é indispensável que exista uma distância de segurança que nos 
permita imobilizar o automóvel sem colidir com o veículo da frente, em caso de uma frea-
da ou manobra brusca. Essa distância varia de acordo com a velocidade desenvolvida e a 
permitida para o local. A tabela 3.1 nos proporcionará uma idéia dos tempos de reação, 
distância de reação e de velocidade, necessários para um veículo parar em diferentes ve-
locidades:
Tabela 3.1
Tabela comparativa entre velocidade e distância de parada para automóveis
Velocidade
Km/h
Distância de
reação 3/4s.(m)
Distância de 
frenagem (m)
Distância de
parada (m)
40 8,33 7 15,33
50 10,41 13 23,41
60 12,50 18 30,5
70 14,58 25 39,58
80 16,67 33 49,67
90 18,75 41 59,71
100 20,83 51 71,83
110 22,91 62 84,91
120 25,00 74 99
130 27,08 87 114,08
140 29,16 100 129,16
150 31,24 115 146,24
160 33,32 131 164,32
170 35,41 149 184,41
180 37,48 167 204,48
- 54 - 
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
Existem vários tipos de colisão que podem acontecer com o seu veículo, e os com-
portamentos perigosos dos condutores nas vias também são bem variados, mas o fator 
mais comum nos acidentes é não ter conseguido desviar ou parar a tempo o seu veículo, 
evitando a colisão.
 8. Como Parar
Você, condutor defensivo, deve conhecer os tipos de paradas do veículo, tempo e 
distância necessários para cada uma delas.
● Distância de seguimento – É aquela que você deve manter entre o seu 
veículo e o que vai à frente, de forma que você possa parar, mesmo numa 
emergência, sem colidir com a traseira do outro. O ideal é manter a distância 
de aproximadamente dois segundos em relação a um ponto fixo.
● Distância de reação – É aquela que seu veículo percorre, desde o momen-
to que você vê a situação de perigo, até o momento em que pisa no freio. 
Ou seja, desde o momento em que o condutor tira o pé do acelerador até 
colocá-lo no freio. Varia de pessoa para pessoa, mas no geral está entre 
0,75 e 1,5 segundos.
● Distância de frenagem – É aquela que o veículo percorre depois de você 
pisar no freio até o momento total da parada. Você sabe que o seu veículo 
não pára imediatamente, não é mesmo? 
● Distância de parada – É aquela que o seu veículo percorre desde o mo-
mento em que você vê o perigo e decide parar até a parada total do seu veí-
culo, ficando a uma distância segura do outro veículo, pedestre ou qualquer 
objeto na via. Ou seja, é a soma da distância da reação com a distância da 
frenagem.
 9. Distância Segura
Para você saber se está a uma distância segura dos outros veículos, vai depender 
das condições climáticas (sol ou chuva), da velocidade, das condições da via, dos pneus 
e do freio do carro, da visibilidade e da sua capacidade de reagir rapidamente.
- 55 - 
Fig 3.1 – Esquema de distancias para parar
Direção Defensiva
Existem tabelas e fórmulas para 
você calcular esta distância, principalmen-
te nas rodovias, mas como elas variam 
muito, e dependem além do tipo e peso 
do veículo, de outros fatores que também 
variam muito, o melhor é manter-se o 
mais longe possível (dentro de um juízo 
de bom senso), para garantir a sua segurança.
Porém, para manter uma distância segura entre os veículos nas rodovias, sem a 
utilização de cálculos, fórmulas ou tabelas, vamos lhe ensinar a usar "o ponto de refe-
rência fixo":
● Observe a estrada à sua frente e escolha um ponto fixo de referência (à 
margem) como uma árvore, placa, poste, casa, etc. 
● Quando o veículo que está à sua frente passar por este ponto, comece a 
contar pausadamente: mil e um, mil e dois. (mais ou menos dois segundos). 
● Se o seu veículo passar pelo ponto de referência antes de contar (mil e um e 
mil e dois), deve aumentar a distância, diminuindo a velocidade, para ficar 
em segurança. 
● Se o seu veículo passar pelo ponto de referência após você ter falado as 
seis palavras, significa que a sua distância, é segura. 
● Este procedimento ajuda você a manter-se longe o suficiente dos outros veí-
culos em trânsito, possibilitando fazer manobras de emergência ou paradas 
bruscas necessárias, sem o perigo de uma colisão. 
 10. Dirigindo uma Ambulância
 10.1. Responsabilidade do Motorista de uma Ambulância
No atendimento pré-hospitalar a vítimas de emergências, o papel do motorista da 
equipe reveste-se especial importância, sem ele a unidade de atendimento não se deslo-
ca e dele depende a segurança do conjunto socorrista-vítima, adotado em sua cidade:
Para desempenhar bem o seu papel o motorista da unidade de emergência deve:
● Ser habilitado, atualmente o CTB, exige a categoria “D”, para ser motorista 
de ambulância;
● Ter feito pelo menos um curso de direção defensiva;
● Conhecer a cidade e dominar seu sistema viário, conhecendo as principais 
referências para se situar em qualquer bairro;
● Saber situar com rapidez o destino para o qual é despachado e saber obter 
informações adicionais da central de operações, via rádio, para melhor loca-
lizar o destino exato;
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Fig 3.1 – Esquema de distancia segura
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
● Decidir-se pelo caminho mais rápido e seguro e dirigir-se diretamente para o 
local;
● Dirigir com a rapidez possível, dando prioridade total á segurança da ambu-
lância e sua equipe, dos demais veículos e seus ocupantes e dos pedestres;
● Estacionar a ambulância cuidadosamente e em segurança;
● Participar do atendimento da vítima (o ideal é que o motorista também seja 
socorrista);
● Conhecer as lesões apresentadas pela vítima e o tipo de atendimento que 
deverá receber em rota, dirigindo de modo compatível com a segurança;
● Cuidados com freadas bruscas, lombadas, deformações na pista, evitando 
agravar as lesões;
● Usar o caminho menos acidentado e mais direto para o hospital destinado a 
receber vítima;
● Usar de modo apropriado a sinalização da ambulância;
● Administrar seu tempo de folga garantindo repouso pessoal adequado a um 
desempenho seguro.
 10.2. Sinalização da Ambulância
A sinalização da ambulância tem por finalidade assinalar aos demais motoristas e 
pedestres a presença de um veículo deslocando-se em regime de urgência, seja para 
chegar a um local onde um atendimento foi requisitado, seja por estar transportando uma 
pessoa em estado crítico, necessitando chegar a um hospital ao menor tempo possível, 
com segurança máxima. Somente nestes casos está indicado e justificado o uso da sinali-
zação especial do veículo.
A sinalização tem limitações no seu alcance, não garante que todos irão percebe-
la, nem tampouco garante que aqueles que perceberam vão colaborar e lhe dar passa-
gem. Ou seja, embora usando toda a sinalização disponível, ainda assim o condutor da 
ambulância deve tomar todos os cuidados prescritos pela prática da direção defensiva.
A luz vermelha é mais eficaz como sinalização dirigida para os veículos que transi-
tam em sentido oposto. Asirene é mais efetiva para alertar os motoristas dos veículos à 
frente da ambulância, devendo ser ligada com antecedência, para ser ouvida de longe 
(acionar a sirene logo atrás do veículo da frente pode assustar o motorista, fazendo-o fre-
ar bruscamente, com risco de colisão). O comportamento desejado (e nem sempre produ-
zido) é de que o condutor do veículo à frente libere a passagem, retirando seu veículo o 
mais o para a direita possível e parando até que o veículo de emergência ultrapasse. 
Quando mais de um veículo de emergência está em deslocamento, a distância mínima 
entre eles deve ser de 150 metros. Veículos de emergência não devem se ultrapassar.
- 57 - 
Direção Defensiva
 10.3. Transportando uma Vítima
Poucas emergências exigem o deslocamento urgente para o hospital. Entre elas 
destaca-se a hemorragia incontrolável e os casos de nível 3. Mesmo neste caso, entretan-
to, a segurança continua tendo prioridade sobre a urgência, uma vez que um acidente en-
volvendo a ambulância produzirá considerável atraso na chegada da vítima ao seu desti-
no.
Nas emergências em que o diagnóstico pré-hospitalar da vítima não seja muito gra-
ve (nível 1 e 2), portanto, em que a urgência seja relativa, o deslocamento suave impede 
que as lesões apresentadas pela vítima sofram agravos secundários, decorrentes de sola-
vancos, deslizamentos e deslocamentos, sendo de todo desejável. Isto é particularmente 
verdadeiro se a vítima apresenta fraturas, especialmente aquelas com lesão associada de 
vasos sangüíneos e nervos.
Nos pacientes com problemas cardiológicos, o tranporte deve ser o menos turbu-
lento possível. São pacientes que experimentam uma aguda sensação de morte iminente, 
que pode ser acentuada pela remoção tumultuada. Em princípio está contra indicado o 
uso da sinalização da ambulância, especialmente a sirene. Se o paciente encontra-se em 
parada cardio-respiratória, é claro que há urgência em se chegar ao hospital. Entretanto, 
a equipe não pode manter uma RCP adequada se a ambulância estiver se deslocando 
em alta velocidade, o que impede manobras efetivas.
Pacientes psiquiátricos também se sentem melhor e mais cooperativos se transpor-
tados sem a sinalização sonora.
Nas emergências obstétricas, o transporte também deve ser calmo e cuidadoso. Se 
o parto se desencadeia, o melhor a fazer é estacionar a ambulância em segurança e aju-
dar na realização do mesmo e no cuidado do recém-nato, após o que pode-se prosseguir 
até o hospital.
 10.4. Seqüência de Procedimentos ao Estacionar a Ambulância
● Aproximar-se do local da emergência com cautela;
● Avaliar a área de estacionamento a ser utilizada;
● Observar as condições de risco do local para pessoas e coisas;
● Decidir sobre o local de estacionamento com base no emprego da ambulân-
cia, facilitando o embarque da vítima;
● Avisar o COBOM de sua chegada e das condições encontradas;
● Estacionar de forma que se permita , se possível, a fluidez do trânsito, dei-
xando espaço para outras viaturas;
● Posicionar as viaturas de forma a proteger as guarnições;
● Calçar a viatura e estabilizá-la quando for o caso;
● Sinalizar a viatura e o local escolhido;
- 58 - 
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
● Isolar a área;
● Informar o COBOM sobre as áreas de estacionamento, e qualquer informa-
ção que auxilie as outras viaturas que poderão ser deslocadas ao sinistro.
- 59 - 
Cinemática do Trauma
CAPÍTULO 4
CINEMÁTICA DO TRAUMA
 1. Introdução
Trauma é uma lesão caracterizada por uma alteração estrutural ou fisiológica resul-
tante da ação de um agente externo que resulta na exposição a uma energia (mecânica, 
térmica, elétrica), esta energia pode ter origens bio-físico-químicas.
As mortes ocasionadas por traumas ocupam entre a segunda ou terceira posição 
geral na morbidade dos países, (perdendo apenas para as doenças cardiovasculares e 
neoplasias). Porém entre os indivíduos das faixas etárias inferiores a 40 anos é a principal 
causa de morte. 
Cada vítima de trauma aparenta ter suas próprias apresentações de lesões, mas 
na verdade muitos pacientes possuem métodos similares de traumatismos. O conheci-
mento destes mecanismos de lesões permitirão ao médico e socorrista um rápido diag-
nóstico ou pelo menos a suspeita das lesões através de métodos usuais.
No atendimento inicial do traumatizado devemos apreciar criteriosamente os meca-
nismos que produziram os ferimentos. Entendendo os mecanismos de trauma e manten-
do um alto grau de suspeita, o socorrista ganha em aptidão para diagnosticar os ferimen-
tos ocultos e um precioso tempo na instituição do tratamento. Todo ferimento potencial-
mente presente deve ser investigado, tendo em vista o mecanismo de trauma em ques-
tão.
“Saber onde procurar lesões e tão importante quanto saber o que fazer após encon-
tra-las”
Embora existam vários mecanismos de trauma os mais comuns relacionam-se com 
o movimento, respondendo pela maioria das mortes por trauma.
Cinemática do Trauma é portanto o processo de análise e avaliação da cena do 
acidente, com o escopo de se estabelecer um diagnóstico o mais precoce possível das le-
sões resultantes da energia, força e movimentos envolvidos. Através da cinemática do 
trauma o socorrista pode informar ao médico intervencionista e/ou regulador dados de 
suma importância para o tratamento mais adequado a ser dispensado na fase hospitalar, 
e também guiar seu próprio atendimento pré-hospitalar. Esta ciência é baseada em princí-
pios fundamentais da física:
- Primeira Lei de Newton -"Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou 
de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por 
forças impressas a ele." - Princípio da Inércia. (Mesmo que um carro colida e pare, as 
- 60 - 
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
pessoas no seu interior continuam em movimento até colidirem com o painel, direção, pa-
rarias etc.)
Mas, por que este repentino início ou parada de movimento resulta em trauma ou 
lesões? Esta questão é respondida por um segundo princípio da Física:
“A energia pode ser transformada de uma forma em outra em um sistema isolado, 
mas não pode ser criada ou destruída; a energia total do sistema sempre permanece 
constante”. Considerando-se o movimento de um carro como uma forma de energia 
(energia cinética), quando o carro colide, esta forma de energia é transformada em outras 
(mecânica, térmica, elétrica, química).
Considerando que E = m. V² , sendo E = energia cinética (movimento)
2 m = massa (peso)
V = velocidade
Conclui-se que quanto maior a velocidade, maior a troca de energia resultando as-
sim em maiores danos aos organismos envolvidos.
Para que um objeto em movimento perca velocidade é necessário que sua energia 
de movimento seja transmitida a outro objeto. Esta transferência de energia ocorre quan-
do, por exemplo um objeto em movimento colide contra o corpo humano ou quando o cor-
po humano em movimento é lançado contra um objeto parado, os tecidos do corpo huma-
no são deslocados violentamente para longe do local do impacto pela transmissão de 
energia, criando uma cavidade, este fenômeno chama-se cavitação. A avaliação da ex-
tensão da lesão tecidual é mais difícil quando não existe penetração cutânea do que 
quando há uma lesão aberta. Por exemplo, um soco desferido no abdome pode deformar 
profundamente a parede abdominal sem deixar marcas visíveis externamente, mas com 
lesão de órgãos abdominais internos. Por isso é obrigatório pesquisar a história do evento 
traumático. Uma cavidade com deformação visível após um impacto é definida como per-
manente. Já uma cavidade (ou deformidade) não visualizada quando o socorrista ou mé-
dico examina a vítima é definida como temporária, na qual o tecido retorna para a sua po-
sição normal. A diferença entre as duas está relacionada a elasticidadedos tecidos.
- 61 - 
Fig 4.1 – Fenômeno da cavitação gerando cavidade temporária e definitiva nos ferimentos por projétil de 
arma de fogo
Cinemática do Trauma
Analisando o mecanismo de trauma é possível ao socorrista estimar o tamanho da 
cavidade no momento do impacto, assim como as demais lesões decorrentes do mesmo.
 2. Fases da Cinemática do Trauma
Na avaliação da cinemática do evento que possa causar traumatismos em um indiví-
duo podemos dividir sua evolução em 3 fases: Pré-colisão, Colisão e Pós-colisão. 
(Consideremos a colisão não apenas como acidente automobilístico mas também colisão 
de qualquer objeto, corpo ou forma de energia contra o corpo humano).
 2.1. Pré-colisão: A história do incidente traumatizante começa com a pré-colisão 
com dados como ingestão de álcool ou drogas, doenças preexistentes, condições 
climáticas e ainda tamanho, peso, idade e sexo da vítima e/ou agressor.
 2.2. Colisão: A segunda e talvez a mais importante fase na anamnese do trauma 
é a “fase da colisão propriamente dita”, fase esta que começa quando um objeto colide 
com outro e ocorre uma transmissão de energia entre eles. Os objetos podem estar 
em movimento ou um deles estacionado, e qualquer um dos objetos ou ambos, podem 
ser um corpo humano. Esta fase começa pelo início das trocas e transformações 
energéticas entre os corpos e termina quando a ação energética se extingue ou deixa 
de atuar sobre o organismo da vítima.
São considerações importantes para o atendimento:
● A direção na qual a variação de energia ocorreu.
● Quantidade de energia transmitida.
● Forma com que estas forças afetaram o paciente. (Exemplo: altura da 
queda, calibre da arma, tamanho da lâmina).
 2.3. Pós-colisão: As informações conseguidas nas fases anteriores são usadas 
para melhor abordagem da vítima na fase pós-colisão, fase esta que inicia tão logo a 
energia se extingua ou deixe de atuar sobre o organismo da vítima.
 3. Trauma Contuso x Trauma 
Penetrante
Está diretamente relacionado ao ta-
manho da superfície de contato do objeto 
contra o corpo no momento do impacto.
Se toda a energia do objeto está 
concentrada numa pequena área de con-
tato com a superfície do corpo, se espera 
que a pele se rompa e o objeto penetre 
no corpo (trauma penetrante). Por outro 
- 62 - 
Fig 4.2 – Trauma contuso - Apenas cavidade temporária
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
lado, um objeto grande, a energia vai se espalhar por uma grande área da superfície cor-
poral e a pele pode não ser rompida (trauma contuso). Da mesma forma podemos con-
cluir que o trauma contuso cria uma cavidade temporária, já no trauma penetrante a cavi-
dade pode ser temporária ou definitiva. Por exemplo: um projétil de arma de fogo, rompe 
e penetra na pele cavidade definitiva — e no seu trajeto pelo corpo pode provocar deslo-
camento de tecidos no sentido frontal e lateral — cavidade temporária.
De acordo com o exposto, podemos deduzir que o efeito do conjunto de forças que 
resulta em lesões corporais está diretamente relacionado ao conhecimento da anatomia 
do corpo humano e das diversas formas de energia.
Considerando-se portanto, a relevância do movimento nos 
mecanismos de trauma, é obrigatória a análise clínica da vítima 
focada nos aspectos relacionados a cinemática dos corpos en-
volvidos na cena do acidente.
O conhecimento da ocorrência de permuta de energia e 
de suas variáveis pela equipe de resgate, tem grande importân-
cia prática. Isto pode ser evidenciado quando se compara duas 
equipes que atendem um motorista que se chocou violentamen-
te contra o volante. A que conhece cinemática do trauma, mes-
mo não reconhecendo lesões externas, saberá que ocorreu 
uma cavitação temporária e uma grande desaceleração suspei-
tando de lesões de órgãos intratorácicos. Com isso, a conduta 
será mais agressiva, minimizando a morbi-mortalidade dos pa-
cientes. Já a que não tem estes conhecimentos, não suspeitará 
de lesões de órgãos intratorácicos, retardando o diagnóstico e 
conduta das mesmas, influenciando diretamente na sobrevida 
dos pacientes.
 4. Mecanismos de Lesão
 4.1. Acidente Automobilístico – Colisão Frontal
 4.1.1. Cabeça e Pescoço: Quando a cabeça 
colide contra o para-brisa geralmente ocorrem 
ferimentos corto-contusos em crânio e face, com 
possíveis lesões nos olhos, o crânio pode ser ainda 
comprimido e fraturado ocorrendo a penetração de 
fragmentos ósseos no cérebro. A coluna cervical sofre 
uma violenta compressão podendo ser angulada além 
de seus limites anatômicos, podendo sofrer luxações 
e/ou rupturas de vértebras com consequentes lesões 
aos tecidos moles do pescoço e medula espinhal.
- 63 - 
Fig 4.4 – Colisão frontal em crânio
Fig 4.3 – Trauma penetrante 
cavidade temporária e 
definitiva
Cinemática do Trauma
 4.1.2. Tórax e Abdômen: Durante uma colisão, o movimento do corpo é 
suspenso, mas os órgãos da cavidade torácica e abdominal tendem a continuar o 
movimento para frente, estando sujeitos a se romperem no ponto onde estão ligados à 
parede torácica e abdominal, como no pedículo vascular de órgãos (aorta ascendente, 
rins, baço, intestino delgado e grosso). Outra situação em conseqüência da 
desaceleração é a laceração do fígado, geralmente pela compressão do abdômen 
contra o volante. Com o aumento de pressão no abdômen, pode haver ruptura do 
diafragma.
 4.1.3. Joelho: 
Quando o ocupante do 
veículo continua o 
movimento para a 
frente e para baixo 
depois que o carro 
para, o impacto do 
joelho contra o painel 
do veículo resulta em 
sua fratura ou luxação, 
com lesão de vasos 
- 64 - 
Fig 4.7 – Lesões produzidas pelo impacto de tórax em colisão frontal
Fig 4.8 – Ações em abdome e membros inferiores
Fig 4.5 – Ações em crânio e pescoço Fig 4.6 – Colisão frontal em tórax
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
que, se não detectada, pode levar até à amputação da perna.
A energia do impacto do joelho contra o painel, se transmitida, causa fratura de 
fêmur e/ou fratura e luxação de quadril. Esse tipo de fratura costuma provocar forte 
hemorragia, pondo em risco a vida da vítima.
 4.2. Acidente Automobilístico – Colisão Traseira
Se o veículo parado ou que se desloca lentamente sofre colisão na parte 
traseira, a energia do impacto provoca aceleração rápida e o lança à frente, as-
sim como tudo o que está em contato com ela. Se não houver apoio para a cabe-
ça, pode acontecer a hiperextensão do pescoço e o risco de lesão na medula es-
pinhal. Geralmente, após a aceleração rápida, o veículo é obrigado a parar subi-
tamente e seus ocupan-
tes lançados para a 
frente, como no meca-
nismo de colisão frontal. 
Como o veículo sofre 
dois tipos de impacto 
(frontal e traseiro), o so-
corrista ficará atento a 
essa possibilidade e, na 
cena do acidente, bus-
cará as lesões relacio-
nadas aos dois tipos de 
situação.
 4.3. Acidente Automobilístico – Colisão Lateral 
O veículo sofre colisão na sua 
lateral, causando deslocamento no 
sentido do impacto. Toda a lataria do 
veículo é lançada sobre o lado do 
ocupante, que sofrerá lesões por duas 
maneiras:
Pelo movimento do carro - lesão 
bem-discreta se o passageiro estiver 
com o cinto de segurança.
Pela projeção da porta para o 
interior, comprimindo o passageiro.
Recebendo o impacto no tórax, haveria fratura de costelas pelo lado da colisão, 
além de contusão pulmonar, tórax instável, ruptura de fígado ou baço. A compressão 
- 65 - 
Fig 4.9 – Colisão traseira - risco de trauma cervical
Fig 4.10 – Colisão lateral
Cinemática do Trauma
do ombro contra a clavícula causaria fratura desse osso.
A força lateral aplicada pela portado veículo sobre a cabeça do fêmur, 
forçando-o medialmente, resultaria em sua fratura e em fratura da pelve.
A coluna cervical está sujeita a flexão lateral e rotação pelo impacto lateral, e a 
combinação desses dois movimentos é responsável por lesões graves de coluna 
cervical.
O socorrista também deve estar atento à possibilidade de colisão dos 
ocupantes do veículo entre si, principalmente entre cabeças e ombros.
 4.4. Acidente Automobilístico – Capotamento
Num capotamento, o carro sofre 
uma série de impactos em diferentes 
ângulos, assim como os ocupantes do 
veículo e seus órgãos internos. Assim, 
todos os tipos de ferimentos 
mencionados anteriormente podem ser 
esperados, além da probabilidade de 
trauma de coluna vertebral. Se as 
vítimas forem ejetadas do veículo (por 
estarem sem cinto de segurança), a 
situação geralmente é grave.
 4.5. Cinto de Segurança
A maior parte das vítimas com as lesões descritas anteriormente não estava 
utilizando o cinto de segurança. Vinte e sete por cento (27%) das mortes que ocorrem 
nos acidentes de trânsito se devem ao fato de as vítimas serem ejetadas do veículo. 
Estas têm seis vezes mais chances de morrer. Entre as vítimas que não vão a óbito, 
grande parte sofre trauma de coluna e fica com seqüelas graves.
As estatísticas comprovam que o cinto 
de segurança realmente salva vidas, 
considerando-se mais adequado aquele que 
cruza tórax e abdômen e atravessa a pelve 
(cinto de 3 pontos).
Nos acidentes automobilísticos cujas 
vítimas utilizam o cinto de segurança, as 
lesões geralmente são poucas e de menor 
gravidade.
Quando o cinto utilizado apóia 
somente a pelve, a energia do impacto é absorvida pelos tecidos moles da cavidade 
abdominal, em retroperitônio, predispondo a lesões de órgãos abdominais internos. 
- 66 - 
Fig 4.11 – Uso do cinto de 3 pontos
Fig 4.10 – Capotamento
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
Ainda assim, seguramente, as lesões são menos graves do que as de quem não usa 
qualquer cinto de segurança.
Para crianças até 10 anos de idade é obrigatória a permanência no banco 
traseiro do veículo, e ainda existem cuidados especiais conforme a tabela abaixo:
Tabela 4.1
Tabela de fixação de segurança em veículos para bebês e crianças
Peso & Idade Posição Equipamento
Até 13 Kg ou 1 ano 
de idade
Voltada para a traseira do veículo, 
com leve inclinação das costas
Bebê conforto
De 13 a 18 Kg ou 
até 4 anos de idade.
Voltada para frente na posição 
vertical
Cadeirinha de segurança
De 18 a 36 Kg ou 
até 10 anos de idade 
se altura inferior a 
1,45 m
No banco traseiro com cinto de 3 
pontos
Assento de elevação 
Obs: – Para garantir a segurança a cadeirinha deve estar corretamente instalada.
– O cinto de segurança do carro deve passar pelos locais indicados no equipamento, e não deve 
mover mais que 2 cm para os lados após a fixação.
– Leia atentamente as instruções do equipamento e o manual do veículo.
– Só compre cadeirinha que tenha o selo de certificação do INMETRO
Fonte: DETRAN-PR
 4.6. "Airbag"
Bastante útil na colisão frontal, o air bag absorve a energia lentamente, 
aumentando a distância de parada do corpo na desaceleração rápida, o que amortece 
o impacto do corpo contra o interior do veículo.
- 67 - 
Fig 4.12 – Bebê conforto
Fig 4.14 – Assento de elevação
Fig 4.13 – Cadeirinha de segurança
Cinemática do Trauma
Não registra grande benefício na colisão lateral, na colisão traseira, no 
capotamento e tampouco numa segunda colisão, visto que ele desinsufla rapidamente 
após o impacto.
O air bag deve associar-se ao uso do cinto de segurança.
 4.7. Acidente Automobilístico – Acidente de Motocicleta
Os acidentes de motocicleta são responsáveis por grande número de mortes 
todos os anos. O mecanismo de trauma é o mesmo da colisão de veículo e segue as 
leis da Física.
O uso do capacete previne lesões de face e crânio.
Numa colisão frontal contra um objeto, a moto inclina-se para a frente e o 
motociclista é jogado contra o guidom, esperando-se trauma de cabeça, tórax e 
abdômen. Caso pés e pernas permaneçam fixos no pedal e a coxa colida contra o 
guidom, pode ocorrer fratura bilateral de fêmur.
Na colisão lateral do motociclista, geralmente há compressão de membros 
inferiores provocando fraturas de tíbia e fíbula.
Fig 4.17 – Acidentes com motocicletas.
Nos casos de colisão com ejeção do motociclista, o ponto de impacto determina 
- 68 - 
Fig 4.15 – Ação do Airbag Fig 4.16 – Cinto de três pontos e Airbag
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
a lesão, irradiando-se a energia para o resto do corpo. Como nos automobilísticos, 
geralmente as lesões são muito graves nesse tipo de acidente.
 4.8. Acidente Automobilístico – Atropelamento
Na abordagem de vítima de atropelamento, é importante conhecer sua idade, 
pois existem mecanismos distintos de trauma entre adultos e crianças. Quando o 
adulto percebe estar prestes a ser atropelado, ele se vira de costas para o veículo, na 
tentativa de se proteger; logo, as lesões se localizam nas regiões posterior e lateral do 
corpo. Por outro lado, as crianças encaram o veículo atropelador de frente.
Existem três fases no atropelamento:
● Impacto inicial nas pernas, às vezes atingindo coxa e quadril;
● Tronco lançado contra o capô do veículo;
● Vítima caída no asfalto – geralmente o primeiro impacto na cabeça, com 
possibilidade de trauma de coluna cervical.
Concluímos que se espera grande número de lesões em vítima de 
atropelamento, conforme análise de cada fase: fraturas de tíbia e fíbula, de pelve e 
terço superior de fêmur, trauma de tórax, abdômen e coluna vertebral, traumatismo 
craniano.
Na avaliação da cena do acidente, o socorrista deve determinar se, após o 
atropelamento a vítima não foi atropelada uma 
segunda vez por veículo que trafegava próximo.
Na criança, pelo fato de ser menor em 
altura, o fêmur ou pelve pode sofrer o primeiro 
impacto e fraturar já na primeira fase. Seguem 
trauma de tórax, cabeça e face. Lesões 
intratorácicas em crianças inicialmente seriam 
assintomáticas, devendo o socorrista estar atento 
a essa possibilidade.
Fig 4.18 – Atropelamento.
 4.9. Quedas
A queda se caracteriza por uma desaceleração vertical rápida.
No atendimento às vítimas de queda, o socorrista deve conhecer:
● altura da queda;
● tipo de superfície com que a vítima colidiu. Exemplos: gramado, concreto 
etc.;
● parte do corpo que sofreu o primeiro impacto.
Como a velocidade na queda aumenta com a altura, grandes alturas 
- 69 - 
Cinemática do Trauma
predispõem a lesões mais graves.
Como referência, considera-se grave a queda de altura três vezes maior que 
a altura da vítima.
Chamamos de "síndrome de Don Juan" a queda de altura com aterrissagem 
pelos pés. Conforme a altura, acontece fratura bilateral de calcâneos. Após os pés, as 
pernas são as próximas partes a absorver a energia - fratura de tornozelos, ossos 
longos e quadril. No terceiro momento, verificar fratura com compressão de coluna 
torácica e lombar.
Se a vítima apóia as mãos na queda, espera-se fratura de punho.
Assim, cabe-nos determinar a parte do corpo que sofreu o primeiro impacto e, 
conseqüentemente, deduzir as lesões relacionadas.
 4.10. LESÕES POR EXPLOSÃO
Essas lesões, antes relacionadas somente aos períodos de guerra, estão 
tornando-se cada vez mais comuns no mundo civilizado, visto acontecerem em 
refinarias, lojas de fogos de artifício, estaleiros, indústrias, minas e também em 
domicílios, pela explosão de botijões de gás.
A explosão temtrês fases:
● Causada pela onda de pressão proveniente da explosão, atinge 
particularmente órgãos ocos ou contendo ar, como pulmões e aparelho 
gastrointestinal. Podem ocorrer sangramento pulmonar, pneumotórax, 
perfuração de órgãos do aparelho digestivo. A onda de pressão rompe a 
parede de pequenos vasos sangüíneos e também lesa o sistema nervoso 
central. A vítima morre sem que se observem lesões externas. O socorrista, 
sempre atento a essas possibilidades, pesquisa sinais de queimadura nas 
áreas descobertas do corpo.
● Em vítima atingida por estilhaços e outros materiais provenientes da 
explosão, é possível encontrar lace rações, fraturas, queimaduras e 
perfurações.
● Se a vítima é lançada contra um objeto, haverá lesões no ponto do impacto 
e a força da explosão se transfere a órgãos do corpo. Elas são aparentes e 
muito similares àquelas das vítimas ejetadas de veículos ou que sofrem 
queda de grandes alturas.
 5. Traumas Penetrantes
 5.1. Ferimentos Por Arma Branca
A gravidade dos ferimentos por arma branca depende das regiões anatômicas 
atingidas, da extensão da lâmina e do ângulo de penetração, lembrando que o 
ferimento no abdômen superior pode atingir o tórax, e ferimentos abaixo do quarto 
espaço intercostal, podem penetrar o abdômen.
- 70 - 
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
É fundamental, no atendimento pré-
hospitalar de ferimentos por arma branca, cuja 
lâmina ainda se encontre alojada no corpo, não 
remover o objeto e, sim, imobiliário junto ao 
corpo e transportar rapidamente a vítima ao 
hospital.
A lâmina pode estar promovendo 
compressão das extremidades vasculares, o 
que contém hemorragias, só devendo ser 
removida em ambiente hospitalar.
Fig 4.19 – Lesão por arma branca.
 5.2. Ferimentos Por Arma de Fogo
No atendimento a vítimas de acidentes por arma de fogo, o sococorrista tenta 
informar-se sobre o tipo da arma, seu calibre e a distância de onde foi disparada.
Calibre - diâmetro interno do tambor, que corresponde ao calibre da munição 
usada por aquela arma em particular.
Munição - usualmente projéteis 
construídos em liga de chumbo sólido que 
apresentam ou não uma jaqueta parcial de 
aço ou cobre; formato arredondado, chato, 
cônico ou pontiagudo; extremidade anterior 
do projétil macio ou côncavo para favorecer 
expansão e fragmentação.
Fig 4.20 – Revolver calibre .38.
Armas de alta e de baixa velocidade - as que aceleram os projéteis a 
velocidades mais baixas são menos letais, incluindo-se aqui todas as armas de 
mão e alguns rifles. Ferimentos com essas armas são menos destrutivos que os 
produzidos por projéteis que alcançam altas velocidades, embora também 
causem ferimentos letais, dependendo da área de impacto.
Fig 4.21 – Rifles altamente letais que disparam projéteis em alta velocidade.
- 71 - 
Cinemática do Trauma
Fatores que contribuem para o dano tecidual.
Tamanho do projétil - quanto maior o projétil, maior a resistência oferecida 
pelos tecidos e maior a lesão produzida por sua penetração.
Deformidade do projétil - projéteis de "extremidade anterior macia" 
achatam-se na ocasião do impacto, resultando no comprometimento de superfície 
maior.
Projétil com jaqueta - a jaqueta se expande e amplia a superfície do 
projétil.
Giro - o giro do projétil amplia seu poder de destruição.
Desvio - o projétil pode oscilar vertical e horizontalmente ao redor do seu 
eixo, ampliando a área de destruição.
Distância do tiro - quanto mais próximo o disparo, maior a lesão 
produzida.
Densidade dos tecidos atingidos - o dano produzido é proporcional à 
densidade do tecido.
Órgãos altamente densos, como ossos, músculos e fígado, sofrem mais 
danos do que os menos densos, lembrando que, ao percorrer o corpo, a trajetória 
da bala nem sempre será retilínea, sofrendo desvios e atingindo órgãos 
insuspeitados, considerando os orifícios de entrada e saída.
Ferida de entrada; 
Geralmente óbvia, pode não ser 
identificada se a vítima não for 
completamente despida e 
examinada.
Ferida de saída; Nem sempre 
existe (se o projétil não abandonar o 
corpo) e pode ser múltipla para um 
único projétil, devido à sua 
fragmentação ou à de ossos. 
Geralmente a ferida de saída é mais 
- 72 - 
Fig 4.22 – FAF em tórax com orifício de entrada 
anterior e orifício de saída posterior.
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
larga que a de entrada e apresenta bordos lacerados.
Feridas internas; Projéteis em baixa velocidade danificam principalmente 
os tecidos com os quais entram em contato. A alta velocidade produz prejuízos a 
distância, lesando tanto os tecidos com que o projétil faz contato, como 
transferindo energia cinética aos tecidos em redor. Nesse caso, a lesão é 
produzida por ondas de choque e pela formação de uma cavidade temporária ao 
redor da bala, com diâmetro trinta a quarenta vezes maior que o dela própria, 
criando imensa pressão nos tecidos.
Com relação ao atendimento de paciente com ferimento por arma de fogo, 
transportá-Io rapidamente ao hospital, principalmente se o ferimento atingir 
cabeça, tórax e abdômen. Mesmo pessoas atingidas enquanto usavam coletes à 
prova de bala podem apresentar contusões orgânicas graves, sendo mais sérias a 
miocardíaca e a pulmonar.
- 73 - 
Equipamentos Utilizados no Atendimento Pré-Hospitalar
CAPÍTULO 5
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
 1. Introdução
No atendimento a uma situação de emergência é essencial que a viatura destinada 
a atender estes tipos de ocorrência, esteja equipada com todo o equipamento e material 
indispensável a oferecer assistência pré-hospitalar a vítima traumatizada. Além disso, a 
guarnição escalada na viatura deve estar perfeitamente treinada, com conhecimento pro-
fundo quanto à identificação rápida dos equipamentos e materiais, bem como, das técni-
cas de utilização dos mesmos, tornando assim o atendimento ágil e eficiente. 
 2. Classificação dos Equipamentos e Materiais
Para fins didáticos, estaremos classificando os equipamentos e materiais da se-
guinte forma:
● Equipamentos de comunicação móvel e portátil;
● Equipamentos para segurança no local do acidente;
● Equipamentos de reanimação e administração de oxigênio;
● Equipamentos de imobilização e fixação de curativos;
● Materiais utilizados em curativos;
● Materiais de uso obstétrico;
● Equipamentos para verificação de sinais vitais;
● Macas e acessórios;
● Equipamentos de uso exclusivo do médico.
 3. Definição dos Equipamentos e Materiais
 3.1. Equipamentos de Comunicação Móvel e Portátil:
● Equipamentos de comunicação móvel, - rádi-
os VHF/FM: são os mais utilizados no Corpo de 
Bombeiros, são capazes de identificar chamadas 
possuindo no mínimo 16 canais à 64 canais. Pos-
suem scan com prioridade dupla e grande visor 
alfanumérico de 14 caracteres.
- 74 - 
Fig 5.1 – Rádio móvel
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
● Equipamentos de comunicação portátil - rádios 
VHF/FM: O rádio Portátil possui várias opções e carac-
terísticas que destacam seu desempenho sendo utiliza-
dos no Corpo de Bombeiros modelos que possuem 
desde 16 canais à 64 canais, sem visor ou com visor al-
fanumérico de 8 caracteres, várias faixas de freqüência 
PL/DPL, VOX integrada e múltiplas opções de baterias.
 3.2. Equipamentos para Segurança no Local do Acidente
● Equipamento de proteção individual – este conjunto de equipamentos 
destinam-se a proteção do socorrista e da víti-
ma, objetivando evitar a transmissão de doen-
ças, seja pelo contato com a pele ou através da 
contaminação das mucosas;materiais de uso 
obrigatório no atendimento no interior das viatu-
ras do Corpo de Bombeiros: luvas descartáveis, 
máscara de proteção facial, óculos de proteção, 
aventais e capacetes (em locais de risco iminen-
te de acidentes)
● Equipamento de segurança no local – este con-
junto de equipamentos destinam-se a garantir a se-
gurança das guarnições no local do acidente, bem 
como, das vítimas envolvidas e da população em 
geral; destacam-se entre esses materiais os cones 
de sinalização, lanternas, fitas para isolamento e ex-
tintores de incêndios.
 3.3. Equipamentos de Reanimação e Administração de Oxigênio
● Cânula orofaríngea ou Cânula de Guedel – 
equipamento destinado a garantir a permeabili-
dade das vias áreas em vítimas inconscientes 
devido a queda da língua contra as estruturas do 
palato, promovendo a passagem de ar através 
da orofaringe. Possui vários tamanhos 
- 75 - 
Fig 5.2 – Rádio portátil
Fig 5.3 – EPI
Fig 5.4 – Equip. Segurança
Fig 5.5 – Cânula orofaríngea
Equipamentos Utilizados no Atendimento Pré-Hospitalar
● Reanimador ventilatório manual ou Ambu 
– equipamento destinado a estabelecer venti-
lação artificial manual. Composto de bolsa, 
valva ou válvula e máscara, garantindo assim 
eficiente insuflação de ar e maior concentra-
ção de oxigênio para a vítima. Equipamento 
disponível nos tamanhos adulto e infantil.
 
● Equipamento de administração de oxigênio por-
tátil – unidade portátil destinada a dar suporte de 
oxigênio a vítima acidentada no local da ocorrência 
inicial, com capacidade de 300 litros e fluxômetro a 
fim de dosar a administração de pelo menos 12 litros 
de oxigênio por minuto. Toda a ambulância possui 
uma segunda unidade fixa com capacidade de arma-
zenamento maior, possibilitando a continuação da 
administração de oxigênio durante o deslocamento 
até o pronto socorro.
● Equipamento para aspiração – destinado a as-
piração de secreções da cavidade oral, as quais 
obstruem a passagem de oxigênio sendo indis-
pensável uma unidade portátil e uma unidade fixa 
na ambulância. 
 3.4. Equipamentos de Imobilização e Fixação de Curativos
● Tala articulada de madeira e tala de papelão – são equipamentos indis-
pensáveis na imobilização de fraturas e luxações.
● Bandagens triangulares e ataduras de crepom – destinam-se à fixação 
de talas e curativos.
- 76 - 
Fig 5.6 – Ambu
Fig 5.7 – Oxigênio portátil
Fig 5.8 – Aspirador
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
● Cintos de fixação – cintos flexíveis e resistentes que destinam-se a prender 
a vítima junto a tábua de imobilização.
● Tração de fêmur – equipamento destinado à 
imobilização de membros inferiores, com fratu-
ras fechadas. Confeccionado em alumínio ou 
aço inox, possuindo regulagem de comprimen-
to com fixação através de tirantes e sistema de 
catraca.
● Colete de imobilização dorsal (ked)- equipamento destinado a retirada de 
vítimas do interior de veículos que estiverem sentadas, objetivando a imobili-
zação da coluna cervical, torácica e lombar superior. Sua fixação dá-se atra-
vés de tirantes flexíveis fixos e móveis. 
● Colar cervical – equipamento destinado a 
imobilização da coluna cervical quanto à 
movimentos axiais, confeccionado em poli-
etileno, dobrável e de vários tamanhos e 
modelos. 
- 77 - 
Fig 5.10 – Tração de fêmur
Fig 5.11 – Colete de imobilização dorsal (ked)
Fig 5.12 – Colar cervical
Fig 5.9 – Talas e bandagens e cintos de fixação
Equipamentos Utilizados no Atendimento Pré-Hospitalar
● Tabua de imobilização – equipamento destinado à imobilização da vítima 
deitada, de vários modelos e tamanhos, possuindo aberturas para fixação de 
cintos e imobilizadores de cabeça.
● Imobilizadores de cabeça – equipamento destinado à imobilização total da 
cabeça da vítima acidentada. Confeccionado em espuma revestida de um 
material impermeável e lavável. 
 3.5. Materiais Utilizados em Curativos
● Gaze, ataduras de crepom, bandagem, 
fita adesiva – material indispensável na 
limpeza superficial de ferimentos e con-
tenção de hemorragias em vítimas. 
 3.6. Materiais de Uso Obstétrico
● Material de assistência ao parto – mate-
rial esterilizado, normalmente colocado 
em pacotes hermeticamente fechados, 
contendo campos duplos e simples, 
clamps para laqueadura umbilical, lençóis 
e tesoura.
- 78 - 
Fig 5.13 – Tabua de imobilização com cintos e imobilizador lateral de cabe-
ça
Fig 5.14 – Curativos
Fig 5.15 – Kit obstétrico
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
 3.7. Equipamentos para Verificação de Sinais Vitais
● Esfigmomanômetro – equipamento destinado à aferição da pressão arteri-
al.
● Estetoscópio - aparelho destinado a ausculta cardíaca e pulmonar.
● Oxímetro de pulso portátil - aparelho eletrôni-
co destinado a medição da saturação periférica 
de oxigênio. 
● Desfibriladores automáticos externos (DEA) – 
equipamento destinado a verificação de arritmias ventriculares (taquicardia e 
fibrilação), que se confirmadas através da obediência aos comandos emana-
dos, resultará na aplicação de cho-
ques buscando a reversão do quadro 
apresentado.
OBS: a Classificação do DEA, neste 
grupo deve-se ao mesmo atuar tam-
bém como monitor cardíaco, identifi-
cando o padrão de atividade elétrica 
do coração, é um material de uso de 
pessoal treinado, mas não necessari-
amente de profissional de saúde, o 
que o diferencia do cardioversor.
- 79 - 
Fig 5.16 – Esfigmomanômetro e estetoscópio
Fig 5.17 – Oxímetro de pulso
Fig 5.18 – DEA
Equipamentos Utilizados no Atendimento Pré-Hospitalar
 3.8. Macas e Acessórios
● Maca – equipamento destinado ao 
transporte de vítima, sendo confecci-
onado em alumínio, com mecanismo 
de travamento, possibilitando que a 
maca aumente ou diminua a altura. 
Cobertor e manta aluminizada – material 
destinado ao conforto térmico da vítima.
 3.9. Equipamentos de Uso Exclusivo do Médico
Pode estar disponível no próprio veículo de emergência ou em uma maleta médica 
que é transportado pelo médico quando se dirige à cena. Inclui:
● Laringoscópio - material de uso exclusivo do mé-
dico, destinado a visualização da laringe a fim de 
realizar o procedimento de colocação de cânulas 
de entubação endotraqueal.
● Cânulas de entubação endotraqueal – 
equipamento que garante a ventilação 
manual ou mecânica, garantindo a per-
meabilidade das vias aéreas devido ao 
um balonete que sela a traquéia.
- 80 - 
Fig 5.19 – Maca retrátil
Fig 5.20 – Cobertor e manta térmica
Fig 5.21 – Laringoscópio
Fig 5.22 – Cânulas de entubação
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
● Monitor cardíaco – equipamento desti-
nado ao monitoramento das atividades 
cardíacas da vítima, objetivando o acom-
panhamento da melhora ou não do qua-
dro clínico do paciente.
● Medicamentos – são ‘drogas’ utilizadas 
no atendimento que aplicadas pelo mé-
dico buscam estabilizar o quadro geral 
do paciente até a chegada ao pronto so-
corro 
● Cardioversor – equipamento desti-
nado ao monitoramento das ativida-
des cardíacas, conjugado com a ve-
rificação de arritmias ventriculares 
(taquicardia e fibrilação), que se con-
firmadas resultarão na aplicação de 
choque, a fim de restabelecer os ba-
timentos cardíacos do paciente. Este 
equipamento só é operado pelo mé-
dico de serviço.
- 81 - 
Fig 5.23 – Monitor cardíaco
Fig 5.23 – Medicamentos
Fig 5.24 – Cardioversor
Sinais Vitais
CAPÍTULO 6
SINAIS VITAIS
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o diagnóstico 
inicial e o acompanhamento da evolução do quadro clínico da vítima. São eles:
● Pulso;
● Respiração;
● Pressão arterial;
● Temperatura.
Sua verificação é essencial

Outros materiais