ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL.

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SOCIOLOGIA – ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Estratificação Social: desigualdades estruturadas entre os diferentes grupos em uma sociedade. Riqueza e renda também podem proporcionar às pessoas maior influência política na medida em que contribuições para partidos políticos e doações para determinadas causas podem aumentar as chances de que as políticas que elas defendem tornem-se lei. A riqueza pode até afetar a qualidade da saúde das pessoas: a possibilidade de gastar dinheiro em lazer, diminuir o estresse, consumir alimentos de boa qualidade e utilizar bons serviços de saúde significa que pessoas que dispõem de tais vantagens podem ter uma vida mais longa e mais saudável do que aquelas que não as tem.
Quando os sociólogos estudam as diferenças entre países, estão estudando a desigualdade global. É possível um país A e um país B serem igualmente ricos, mas a distância entre ricos e pobres ser maior no país A que no país B. Quando os sociólogos estudam tais diferenças dentro de países estão estudando as variações transnacionais de estratificação interna.
Estratificação Interna: perspectiva transhistórica e transcultural
 
Índice de Gini: é uma medida de desigualdade de renda e seu valor varia de zero a 1. Um índice de gini de valor zero indica que cada unidade familiar de um país ganha exatamente a mesma quantidade de dinheiro. O índice de gini com o valor igual a 1, indica que uma só família ganha a renda nacional inteira.
À medida que as sociedades se tornaram mais ricas e mais complexas, o nível de desigualdade social primeiro aumentou, depois desacelerou e, finalmente, começou a declinar.
Sociedades Coletoras: baseadas na caça e na coleta de alimentos, ausência de excedente econômico, não estocavam alimentos, dividiam entre membros para garantir a sobrevivência de todos. Não havia ricos ou pobres.
Sociedades Pastoris e Horticultoras: criação de animais, agricultura primária, produção mínima de excedente. Surgimento de certa estratificação com a horticultura e o pastoreio, habilitando as pessoas a produzir riqueza. Um pequeno grupo controlava o excedente, surgindo uma estratificação significativa. 
Exemplo: sociedades pastoris africanas.
Sociedades Agrárias: desenvolvimento de agricultura perene, aumento da produtividade. Desenvolveram crenças religiosas justificando o aumento da desigualdade. Acreditavam que os reis e rainhas governavam por “direito divino”. A posição de uma pessoa em um sistema de estratificação é determinada mais pelas condições nas quais ela nasceu do que por seu desempenho. Ocorria pouca mobilidade social. Na Índia Agrária existiu uma sociedade baseada na atribuição. A sociedade era dividida em castas, que persistiu no período industrial. Nesse sistema, a minoria branca tinha os melhores empregos e os negros ficavam com o trabalho pesado. A industrialização provocou um declínio na desigualdade.
Sociedades Industriais (capitalismo): aumento da produtividade agrícola, industrialização, proletarização da população, aumento da riqueza das classes dominantes. A tendência à redução da estratificação social com a industrialização não era visível nos primeiros estágios da industrialização. Melhorias na tecnologia e na organização social da manufatura tornaram possível produzir mais bens a um menor custo por unidade, o que elevou o padrão de vida de toda a população. A pressão política vinda de baixo também desempenhou importante papel na redução das desigualdades: os trabalhadores lutaram pelo direito de formar e filiar-se a sindicatos e de expandir o voto para todos os cidadãos adultos, usando o poder dos sindicatos e sua crescente influência política para conquistar melhorias em suas condições de existência. A estratificação declinou à medida que as sociedades industriais se desenvolveram. 
Exemplo: Europa séc. XVIII e XIX.
Sociedades pós-industriais: desenvolvimento tecnológico, emergência do estado e de bem-estar social. O efeito geral da tecnologia hoje é aumentar o nível de desigualdade na sociedade. Em algumas sociedades pós industriais, entretanto, os governos parecem ter contido o crescimento da desigualdade. Na Alemanha, na França e no Canadá, por exemplo, os governos impediram uma grande transferência de renda para os ricos por meio de taxações e outras políticas. 
Exemplo: Europa pós 1973
TEORIAS DA ESTRATIFICAÇÃO
MARX: Na visão de Marx, as relações entre operários e capitalistas encorajaram mudanças tecnológicas rápidas e crescimento econômico. À medida que a classe dos capitalistas se tornava mais rica e menor, a classe operária aumentava e empobrecia. Acreditava que os operários se conscientizariam que pertencem à mesma classe explorada – consciência de classe – fazendo com que criassem sindicatos e partidos políticos trabalhadores, gerando, por fim, um sistema comunista, onde não haveria riqueza privada, cada um compartilharia da riqueza. Existem diversos aspectos na teoria de Marx. Primeiro, a classe de uma pessoa é determinada por sua fonte de renda ou pela sua “relação com os meios de produção”. A origem distingue as classes, e não a quantidade de renda. Segundo ponto importante, é que ele reconhece a existência de duas ou mais classes em qualquer sociedade. Em sua perspectiva, os membros da burguesia estão fadados a desaparecer à medida que o capitalismo cresce, porque são economicamente ineficientes. Apenas duas classes caracterizam duas eras: no feudalismo, os senhores e servos e no capitalismo, a burguesia e o proletariado.
CRÍTICA A MARX: 
As sociedades industriais não se polarizam em 2 classes opostas;
O investimento em tecnologia também favorece aos operários, tornando possível ganharem salários mais altos e trabalharem menos horas;
O comunismo não criou raízes onde a indústria estava mais desenvolvida;
Em vez de evoluir em direção à uma sociedade sem classes, essas sociedades possibilitaram o surgimento de novos privilégios.
WEBER: Compreendeu o significado do crescimento da classe média, desenvolvendo uma perspectiva muito diferente da de Marx. Percebia as classes como categorias econômicas. Porém, ele não achava que um único critério determinasse a posição de classe. A posição de classe é determinada pela “situação de mercado” da pessoa (posse de bens, nível de educação, grau de habilidade técnica, etc.) Definiu 4 classes principais: grandes e pequenos proprietários; empregados sem propriedade, mas bem pagos e educados; trabalhadores manuais não-proprietários. Outros dois tipos de grupos tem relação em como a sociedade é estratificada, que são grupos de status e partidos. Grupos de status diferem entre si no prestígio ou na honra social de que gozam em seu estilo de vida. Partidos não são apenas grupos políticos, são organizações que procuram impor sua vontade nos outros. Para termos um retrato preciso do sistema de estratificação de uma sociedade, devemos analisar classes, grupos de status e partidos como fontes de desigualdade independentes. Afirmou que a importância dos grupos de status é maior nas sociedades pré-capitalistas e que no capitalismo, são as classes e os partidos.
PRESTÍGIO E GOSTO
Weber diz que a desigualdade não está baseada apenas no dinheiro, mas também no prestígio e no poder. Os grupos de status diferem uns dos outros em termos de estilo de vida e do prestígio associados a eles. Os membros de grupos de status mostram sua posição por meio da cultura material e simbólica, buscando diferenciar-se de outras pessoas ao exibir seus “gostos” em termos de moda, alimentação, música, etc.
De acordo com Bourdieu, durante sua educação, as pessoas adquirem gostos culturais específicos associados à sua posição social. Esses gostos ajudam a distingui-las de pessoas de outras posições sociais. Porém, a educação não é o único fator que torna certos objetos culturais menos acessíveis que outros: condições financeiras também devem ser consideradas.
Certos estilos de vestir tem indicado hierarquia, desde o Egito antigo, passando pelos gregos e romanos, Europa medieval...
A política é outra dimensãonão-econômica da estratificação que tem recebido pouca atenção. A vida política tem um impacto profundo na distribuição das recompensas e oportunidades em uma sociedade: a política pode reestruturar a estrutura de classes ao mudar as leis de propriedade, pode alterar a estrutura de classes ao assegurar diversos benefícios e redistribuir a renda por meio de impostos. Ao lado do crescimento econômico, cresce a desigualdade social.
 As diferenças entre classes não são apenas regularizados por meios econômicos (renda, riqueza, propriedades) mas também por uma cultura simbólica, expressa nas diferenças entre prestígio e gosto.
DESIGUALDADES SOCIAIS NO BRASIL
IMPÉRIO (1882-1889) 
1º REPÚBLICA – REPÚBLICA VELHA (1889-1930)
ERA VARGAS E REPÚBLICA POPULISTA (1930-1964)
CRISE DO COMPROMISSO POPULISTA – JOÃO GOULART (1961-1964)
REGIME MILITAR (1964-1985)
REDEMOCRATIZAÇÃO (1985- )
GOVERNO FHC (1995-2003)
Políticas sociais focalizadas (pobres entre os pobres) – bolsa escola/auxílio gás
GOVERNO LULA (2003-2011) – esforço ao combate da desigualdade social
TRIBUTAÇÃO: as classes médias e altas são proporcionalmente menos taxadas e ainda usufruem de diferentes estratégias. Elisão fiscal (“planejamento tributário e transferência de recursos para paraísos fiscais”). O problema não está no tamanho da carga, mas como o peso dessa carga está inserido nas classes sociais. Pesos desproporcionais dos impostos contribuem para a perpetuação das desigualdades.