Buscar

Escultura Dental (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

ESCULTURA DENTAL COM AUXÍLIO DO MÉTODO 
GEOMÉTRICO 
(Revisão Anatômica) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autores 
 
Glauco Fioranelli Vieira 
Ângela De Caroli 
José Carlos Garófalo 
Edmir Matson 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Título: Escultura Dental com Auxílio do Método Geométrico 
(Revisão Anatômica) 
 
Autor: Glauco Fioranelli Vieira et al. 
 
Ilustrações: Celso Luiz de Souza Santos 
 Lúcia Benito de Moraes 
 
Jornalista responsável: Elisangela Vigil – MTb 8576 
 
Edição eletrônica: Ad-Tech Comunicação 
4ª edição, Junho de 2003, 5.000 exemplares 
 
 
 
 
 2 
Autores: 
 
 
 
Glauco Fioranelli Vieira 
Prof. Associado do Departamento de Dentística da FOUSP-SP. 
Prof. Titular de Dentística da Universidade Brás Cubas. 
Prof. De Desenho, Escultura e Oclusão do curso de Odontologia das Faculdades 
Metropolitanas Unidas. 
 
Ângela De Caroli 
Cirurgiã-Dentista pela FOUSP-SP. 
Mestranda em Dentística pela FOUSP-SP. 
Estagiária Didática da Disciplina de Escultura Dental do Departamento de Dentística da 
FOUSP-SP. 
 
José Carlos Garófalo 
Mestrando em Dentística pela FOUSP-SP. 
Especialista em Dentística Restauradora. 
Estagiário Didático da Disciplina de Escultura Dental do Departamento de Dentística da 
FOUSP-SP. 
 
Edmir Matson 
Prof. Titular do Departamento de Dentística da FOUSP-SP. 
Prof. Titular da Faculdade de Odontologia da Universidade Ibirapuera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
COLABORADORES: 
 
Margareth Oda 
Profa. Dra. do Departamento de Dentística e Endodontia da FOUSP-SP 
 
Miriam Lacale Turbino 
Profa. Dra. do Departamento de Dentística e Endodontia da FOUSP-SP 
 
Alessandra Santana 
Cecile Irene Daumas 
Censo Luiz de Souza Santos 
Flavia Viviani Martins 
Maitê André Camargo 
Maria Inez Roda 
Priscila Yumi Nishimura 
Rodrigo Otávio Di Napoli Neto 
Washington Steagall Junior 
Yuri Arakaki 
Estagiários Didáticos da Disciplina de Escultura Dental do Departamento de Dentística e 
Endodontia da FOUSP-SP 
 
Carla Tâmara 
Ex-Monitora da Disciplina de Escultura Dental e Aluna de graduação pela FOUSP-SP 
 
Ninoshka Uceda Gómez 
Ex-Monitora da Disciplina de Escultura Dental e Aluna de graduação pela FOUSP-SP 
 
José Custódio Feres Vieira 
Aluno de Graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade Metodista de São Paulo 
 
Lúcia Benito de Moraes 
Técnica em Prótese Dental 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Aldo Francisco Gomes 
Técnico da Disciplina de Escultura Dental da FOUSP-SP 
 
Paulo E. Okihara 
Acadêmico – 3º ano noturno da FOUSP-SP 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
SUMÁRIO 
 
 
PREFÁCIO 5 
APRESENTAÇÃO 6 
PARTE I Revisão Anatômica 
 
Capítulo 1 
Características Dentais 
1.1 Introdução à Escultura Dental 07 
1.2 Nomenclatura dos Dentes 07 
1.3 Nomenclatura das Faces dos Dentes 08 
1.4 Características Gerais Comuns a todos os Dentes 10 
1.5 Estruturas Anatômicas Comuns a todos os Dentes 11 
1.6 Estruturas Anatômicas Exclusivas dis Dentes Posteriores 13 
 
Capítulo 2 
Relações Interdentárias 20 
Capítulo 3 
Noções de Oclusão 26 
Capítulo 4 
Movimentos Mandibulares 31 
 
PARTE II Escultura Dental com Auxílio do Método Geométrico 
 
Capítulo 5 
Obtenção de Silhueta 33 
Capítulo 6 
Incisivo Central Superior 35 
Capítulo 7 
Segundo Molar Inferir 40 
Capítulo 8 
Canino Superior 47 
Capítulo 9 
Pré-Molar Superior 49 
Capítulo 10 
Primeiro Molar Inferior 53 
Capítulo 11 
Primeiro Molar Superior 56 
Capítulo 12 
Escultura de elementos unitários em manequins articulados 59 
 
GLOSSÁRIO DE TERMOS 63 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 70 
 
 
 5 
PREFÁCIO 
 
O desenvolvimento dos materiais odontológicos é extremamente rápido e, por conseguinte, 
muitas vezes exige mudanças na técnica empregada. Com o intuito de acompanhar essas 
mudanças, existe a necessidade de um aprimoramento constante e a base de formação do 
profissional é fator fundamental nesse acompanhamento. A habilidade, assim como a 
técnica, requerem uma base de formação. 
A habilidade manual é inerente ao indivíduo, e não se pode negar que, em diversos ramos 
da odontologia, ela é fundamental. Também é inegável que a habilidade pode ser 
desenvolvida, e esse sempre foi um desafio de nossa disciplina. 
 
Nossos mestres, Fichman, Santos Jr. Steagall, Matson, Mandetta, entre outros, os quais já 
dirigiram a Disciplina de Desenho e Escultura Dental do Departamento de Dentística da 
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, desenvolveram e aprimoraram o 
método geométrico, que dá ao aluno principalmente na prática de escultura dental, a visão 
espacial de um dente a ser esculpido, independente de sua habilidade. 
 
Este manual, que teve a contribuição de alunos monitores, estagiários e professores do 
Departamento de Dentística da FOUSP, destina-se tanto de odontologia como de técnico 
em prótese dental e consiste numa primeira parte onde se faz uma revisão da anatomia 
básica, e na segunda parte uma associação de ambas ao método geométrico de escultura. 
 
Os Autores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
APRESENTAÇÃO 
 
Esta obra é fruto de uma amistosa parceria entre a equipe de Escultura Dental da Faculdade 
de Odontologia da USP e da Gnatus Equipamentos Médico-Odontológicos, empresa esta 
que objetiva não apenas a disseminação de conhecimentos específicos para estudantes de 
Odontologia, mas, principalmente, a concentração de uma filosofia administrativa no 
sentido de desenvolver ações que possam colaborar com o processo de formação de novos 
profissionais. 
É tão importante para nós quanto lançar um novo produto no mercado. Mas é, certamente, 
uma experiência fruto da maturidade que lutamos para conquistar em todos esses anos de 
existência. 
Não faz muito tempo que as empresas descobriram que podem e devem agir e interagir com 
a comunidade. Diante do cenário novo que se traça a cada dia, não podemos esquecer que, 
hoje mais do que nunca, temos a oportunidade de estarmos próximos de nossos clientes. 
Isso nos permite desenvolver ações contextualizadas, ouvir e direcionar investimentos no 
sentido de satisfazê-los. 
Através de projetos como este, buscamos estar sempre presentes e interagir com o que 
nossa comunidade tem de mais sagrado: sua cultura, suas riquezas, suas raízes, seu 
potencial, enfim, peculiaridades que devemos respeitar. 
Temos um papel a cumprir e, para que possamos atingir nosso objetivo maior, que é buscar 
o desenvolvimento aliado à qualidade de vida, temos de experimentar sempre que possível 
essa saída para fora dos limites de nossos setores de produção. 
 
Esta publicação é dirigida aos acadêmicos de Odontologia e apresenta conceitos básicos de 
anatomia dental e toda a técnica de Escultura em blocos de cera pelo método geométrico, 
passo a passo, através de fotos e ilustrações. O que faz dela, uma publicação completa e 
exclusiva. 
A Gnatus é líder de mercado, exportando atualmente, para mais de 135 países. É a maior 
empresa nacional exportadora de equipamentos odontológicos comprovando sua liderança 
no Brasil. 
A Gnatus se preocupa em estar sempre a frente, lançando produtos com conceitos 
inovadores: 
• 1º Fotopolimerizador nacional tipo revolver. 
• 1º Aparelho ultra-som piezoelétrico no Brasil. 
• 1ª Empresa a produzir os aparelhos de Raio-X, conforme os requisitos da Norma de 
Qualidade NBR IEC 601. 
• 1º Consultório fabricado no Brasil com fotopolimerizador acoplado ao equipo. 
• 1º Única empresa nacional do setor odontológico que possui 2 certificações ISSO 9002 
Internacionais – TÜV CERT Alemanha e IMQ/IQNET Itália. 
• 1º Consultório fabricado no Brasil com fotopolimerizador acoplado ao equipo. 
• 1º Consultório com refletor e unidades acionados através de sensores ópticos. 
• Primeiras cadeiras odontológicas nacionais produzidas de acordo com a Norma NBR 
6875, o que garante total segurança ao paciente e ai profissional. 
 
 
 
 7 
PARTE I 
 
REVISAO ANATÔMICA 
 
 
Capítulo 1 – Características Dentais 
 
1.1 Introdução à Escultura Dental 
 
Uma das funções da Odontologia é restabelecer forma e função de elementos dentais ou de 
segmentos dos arcos dentais que foram parcial ou totalmente destruídos por causas 
diversas, como cáries ou traumas. A Escultura Dental é a área da Odontologia que visa 
prover o profissional de uma das ferramentas necessárias à realização deste trabalho: a 
reprodução fiel da forma anatômica dos dentes naturais. 
É através de profundo conhecimento anatômico que a Escultura Dental objetiva a 
reintegração estética no sorriso, utilizando os mais diversos materiais restauradores. 
Além do conhecimento anatômico de cada dente, o estudo das relações funcionais dos 
dentes na cavidade ducal é de grande importância. No relacionamento dos diferentes dentes 
dentro da mesma arcada, temos as relações interproximais. Na relação de contatos entre 
dentes de arcos antagonistas temos as relações oclusais ou, simplesmente, Oclusão. 
 
1.2 Nomenclatura dos Dentes 
 
Podemos dividir as arcadas dentais em superior e inferior, estando a superior no osso 
maxilar e a inferior na mandíbula. Cada uma destas arcadas pode ser dividida em hemiarcos 
ou quadrantes direito e esquerdo. A identificação destas arcadas é feita didaticamente por 
meio de números 1, 2, 3 e 4 a saber: 
 
Hemiarcada superior 
direita 
1 2 Hemiarcada superior 
esquerda 
Hemiarcada inferior 
direita 
4 3 Hemiarcada inferior 
esquerda 
 
Os dentes incisivos centrais, incisivos laterais e caninos são os dentes superiores e a eles 
são atribuídos, respectivamente, os números 1, 2, e 3. Os pré-molares e os molares são os 
dentes posteriores e a eles atribuímos os números 4, 5, 6 , 7 e 8 (primeiro pré-molar, 
segundo pré-molar, primeiro molar, segundo molar e terceiro molar, respectivamente). Os 
dentes são dispostos de forma simétrica nas arcadas e para a identificação utilizaremos a 
notação da FDI*, com dois algarismos, sendo que o primeiro identifica i quadrante e o 
segundo, o dente: 
 
1 
8765321 
2 
12345678 
4 
87654321 
3 
12345678 
 
* FDI: Federação Dental Internacional 
 8 
Exemplo: 1º molar superior esquerdo – dente 26 
 Incisivo lateral inferior direito – dente 42 
 
1.3 Nomenclatura das Faces dos Dentes 
 
O elemento dental é dividido em duas porções distintas: coroa e raiz. O limite divisório 
entre elas é de fácil visualização e se caracteriza como uma linha contínua, sinuosa e de 
formato variável que se estende por todos os lados dos dentes. É a linha do colo anatômico, 
correspondente à região cervical do dente. A cada um destes lados chamaremos faces. 
Podemos classificar estas faces como: 
 
• Faces livres (vestibular, lingual ou palatina): são as faces dos dentes que não matem 
contato com outros dentes da mesma arcada, estando voltadas, respectivamente, para o 
lábio e bochechas (vestíbulo bucal) e para a língua ou palato; 
 
• Faces proximais (mesial e distal): são as faces que mantêm contatos com os dentes da 
mesma arcada, estando voltadas, respectivamente, para o plano sagital mediano, e para 
a porção posterior dos arcos dentais. A face distal dos últimos molares não faz contato 
com dentes vizinhos; 
 
• Borda incisal: apesar de não ser uma face, é uma característica importante dos dentes 
anteriores. É formada pelo encontro das faces vestibular e lingual destes dentes. 
 
• Face oclusal: é a face dos dentes posteriores voltada para o arco antagonista. 
 
As faces levam o nome do lado para o qual estão voltadas. 
 
• Faces livres: vestibular e lingual (ou palatina nos superiores). 
 
• Faces proximais: mesial e distal. 
 
Didaticamente, o estudo da anatomia da coroa dental é amplamente facilitado pela divisão 
das faces em terços e pelos sentidos de visualização. Em uma vista vestibular ou lingual, 
dividimos a face do dente no sentido horizontal em terço mesial, médio e distal, e no 
sentido vertical, em terço oclusal ou incisal, médio e cervical (fig. 1.3.1). Em uma vista 
proximal, dividimos a face do dente em terço vestibular, médio e lingual no sentido 
horizontal e, no sentido vertical, em terço incisal ou oclusal, ,édio e cervical (fig. 1.3.2). Por 
fim, em uma vista oclusal teremos uma face dividade em terço mesial, médio e distal no 
sentido médio-distal e, no sentido vestíbulo-lingual teremos os terços vestibular, médio e 
lingual (fig. 1.3.3). 
No terço cervical, as faces proximais apresentam uma depressão característica, de maior 
magnitude e concavidade nas fazes mesiais e quase imperceptível nas faces distais. Estas 
concavidades, chamadas lojas papilares, são preenchidas pela papila gengival. 
 
 
 
 9 
 
 Fig. 1.3.1 Vista vestibular. Dente 23 Fig. 1.3.2 Vista proximal. Dente 23 
 
 
I. Para efeito de ilustração todos os desenhos terão sua raiz ou base desenhadas para baixo. 
II. II. M = mesial, D = distal, L = lingual 
 
 
 
 10 
 
1.4 Características gerais comuns a todos os dentes 
 
Apesar de cada grupo de dentes apresentar detalhes particulares, algumas características 
podem ser observadas em todos os dentes, a saber: 
• As faces mesiais são sempre maiores nos dois sentido (ocluso-cervical e vestíbulo-
lingual) e mais planas que as faces distais. 
• As faces vestibulares são geralmente mais altas (sentido cérvico-incisal ou cérvico-
oclusal) e mais largas (sentido mesio-distal) que as faces linguais. Como única excerção 
temos o 1º molar superior, onde a face lingual ou palatina se aoresenta mais larga que a 
vestibular. 
• O ângulo formado entre a coroa e a raiz pe sempre mais agudo nas faces distais, em 
virtude de sua maior inclinação (fig. 1.4.1). 
 
 
 
 
 
• Convergências. Outra característica comum a todos os dentes, em função do tamanho 
de suas faces, é a convergência das mesmas. Numa vista oclusal/ incisal as faces 
vestibular e lingual convergem para distal (sentido mésio-distal). Nesta mesmo vista, as 
faces proximais convergem para lingual (sentido vestíbulo-lingual) (fig. 1.4.2). O 1º 
molar superior é a grande exceção, pois sua face lingual, sendo maior do que a 
vestibular, faz com que a convergência ocorra para vestibular. Em vista vestibular as 
faces proximais (mesial e distal) convergem para cervical (sentido vertical) (fig. 1.4.3). 
Fig. 1.4.3 Convergência das faces 
proximais em vista vestibular 
(sentido vertical). 
 
Fig. 1.4.4 Convergência das faces 
vestibular e lingual em vista 
proximal (sentido vertical). 
 
 11 
Numa vista proximal as faces vestibular e lingual convergem para oclusa/incisal 
(sentido vertical) (fig. 1.4.4). 
 
 
1.5 Estrutura anatômicas comuns a todos os dentes 
 
1. Linha do colo 
É uma linha contínua e sinuosa que divide o dente em cora e raiz. Em relação à borda 
incisal ou face oclusal, é côncava nas faces livres e convexa nas proximais (fig. 1.5.1). 
 
Fig. 1.5.1 Linha do colo. Dente 21 
 
 
2. Bordas 
São segmentos de reta que delimitam a transição entre faces dentais, levando o nome das 
faces que delimitam (fig. 1.5.2 e fig. 1.5.3) 
 
 
 Fig. 1.5.2 Borda vestíbulo-distal. Dente 21 Fig. 1.5.3 Borda mésio-lingual. Dente 21 
 
 
3. Bossas 
São elevações ou saliências de esmalte que se sobressaem nas faces dentais (fig. 1.5.4 e 
1.5.5). 
As bossas vestibular, mesial e distal têm localização comum a todos os dentes, a saber: 
• Bossa vestibular: terço cervical 
• Bossa mesial:terço incisal ou oclusal 
 12 
• Bossa distal: terço incisal ou oclusal, porém sempre localizada mais próxima do terço 
médio que a bossa mesial. 
A bossa lingual ou palatina varia do grupo anterior para o posterior, localizando-se no terço 
cervical dos dentes anteriores e no terço médio das coroas dos dentes posteriores. 
 
 
 
 
 
4. Linha equatorial 
É a linha de maior contorno da coroa dental (resultante da união de todas as bossas), que 
passa portanto, pelas áreas de maior convexidade das faces dentais. A linha equatorial 
divide a coroa dental em duas áreas: uma área retentiva localizada cervicalmente à linha 
equatorial, e uma área retentiva localizada cervicalmente à linha equatorial, e uma área 
expulsiva localizada oclusal ou incisalmente à ela. Em virtude características funcionais das 
faces vestibulares dos dentes inferiores e linguais ou palatinas dos dentes superiores, a área 
expulsiva apresenta maior grau de expulsividade nos terços oclusais (fig. 1.5.6). 
 
Fig. 1.5.6 Linha equatorial demarcada (vista proximal e vestibular). Dente 37 
 
 
5. Cristais Marginais 
São saliências de esmalte de configuração cilindróide. Nos dentes anteriores localizam-se 
nas porções proximais da face lingual, estendendo-se da borda incisal ao cíngulo. Nos 
Fig. 1.5.4 Bossas vestibular e 
lingual. Dente 23 
 
Fig. 1.5.5 Bossas vestibular e 
lingual. Dente 24 
 
 13 
dentes posteriores localizam-se nos terços proximais da face oclusal e unem as cúspedes 
linguais às vestibulares. 
 
 
 
 
 
 
1.6 Estruturas anatômicas exclusivas de Dentes Anteriores 
 
1. Cíngulo 
É uma saliência de esmalte no terço cervical da face lingual (fig. 1.6.1). 
 
 
 
2. Fossa lingual 
É uma depressão da face lingual delimitada pela borda incisal, cristas marginais e cíngulo 
(figura 1.6.1). 
 
3. Forame cego 
É uma depressão puntiforme formada pela falta de coalescência do esmalte, na região entre 
cíngulo e fossa lingual. Não está sempre presente (figura 1.6.1). 
Fig. 1.5.7 Crista 
marginal (anterior). 
Dente 21 
 
Fig. 1.5.8 Crista 
marginal (posterior). 
Dente 36 
 
 14 
 
4. Sulcos de desenvolvimento 
São depressões lineares, paralelas ao longo eixo do dente, localizadas nas faces vestibulares 
de dentes anteriores, dividindo-as em segmentos. Têm desenvolvimento variável e são mais 
freqüentes em dentes jovens (fig. 1.6.2). 
 
 
 
 
5. Lóbulos de desenvolvimento 
São segmentos das faces vestibulares, delimitados pelos sulcos de desenvolvimento. Em 
número de três, tendem a ser melhor visualizados em dentes reém irrompidos, chegando a 
entalhar as bordas incisais, formando os mamelos incisais (figura 1.6.2). 
 
6. Crista mediana 
É uma elevação de esmalte presente na face lingual dos caninos. O terço incisal do canino 
pode ser considerado uma cúspide, e assim, a aresta transversal lingual correspondente à 
crista mediana, que é mais volumosa junta a ponta da cúspide e vai perdendo volume em 
direção ao cíngulo. Pode apresentar-se também como uma elevação mais suave nos incisos 
centrais e laterais superiores e é praticamente inexistente nos incisivos inferiores (fig. 
1.6.3). 
 
 
Fig. 1.6.3 Crista Mediana. Dente 23 
Fig. 1.6.2 
Dente 21 
 
 15 
 
7. Borda Incisal 
É o encontro da face vestibular com a face lingual (fig. 1.6.4). 
 
 
Fig. 1.6.3 Borda incisal. Dente 21 
 
1.7 Estruturas anatômicas exclusivas dos Dentes Posteriores 
 
Nos dentes posteriores, as estruturas de maior interesse se localizam nas faces oclusais. 
A face oclusal pode ser classificada em anatômica e funcional. Entendes-se por face oclusal 
anatômica a região contida entre as arestas longitudinais das cúspides e as arestas das 
cristas marginais transversais. Durante a fisiologia mastigatória não é apenas a face oclusal 
anatômica que participa do processo de trituração dos alimentos. Portanto, a face oclusal 
funcional corresponde à face oclusal anatômica acrescida dos terços oclusais das faces 
linguais superiores e terços oclusais das faces vestibulares inferiores. 
As faces oclusais anatômicas apresentam uma série de elementos descritivos, os quais 
detalharemos a seguir. 
 
 
 16 
1. Cúspide 
São estruturas de formato piramidal, consideradas unidades funcionais dos dentes 
posteriores. A cúspide recebe o nome da face a qual apresenta proximidade; por exemplo, 
cúspide mésio-vestibular do 1º molar inferior. Cada cúspide pode ser comparada 
geometricamente a uma pirâmide de base quadrangular, exceto a cúspide mésio-palatina do 
1º molar superior, que apresenta a base pentagonal. Enquanto as cúspides possuem 
normalmente quatro vertentes, a cúspide mésio-palatina do º molar superior é formada por 
cinco vertentes. Essa conformação confere detalhes anatômicos bem definidos: ápice, 
vertentes, arestas e sulcos. 
O ápice da cúspide em realidade é arredondado, e sofre desgaste ao longo do tempo em 
decorrência da própria fisiologia mastigatória (fig. 1.7.2). 
 
 
Fig. 1.7.2 Detalhe da forma geométrica da cúspide. Dente 37 
 
3. Vertente 
São as faces da cúspide, normalmente em número de quatro. Cada cúspide apresenta duas 
vertentes internas ou triturantes, que estão situadas no interior da face oclusal anatômica, e 
duas vertentes externas ou lisas, que estão situadas nas faces vestibulares e linguais ou 
npalatinas. Tanto as vertentes internas quanto as externas são ainda classificadas em 
mesiais ou distais, de acordo com a proximidade de uma ou outra face, a fim de que sejam 
diferenciadas (fig. 1.7.3). 
 
 
Fig. 1.7.3 Pré-molar geométrico face oclusal. 
 
Vertente externa 
ou lisa distal 
 
Vertente interna 
ou triturante distal 
 
Vertente externa 
ou lisa mesial 
 
Vertente interna 
ou triturante mesial 
 
 17 
A cúspide mésio-palatina do primeiro molar superior, por apresentar uma base virtual 
pentagonal, possui três vertentes internas ou triturantes, as quais denominaremos mesial, 
média e distal (fig. 1.7.4). 
 
Fig. 1.7.4 Cúspide mési-lingual do primeiro molar superior. Dente 26 
 
4. Arestas 
São segmentos de retas formados pela união de vertentes de uma mesma cúspide ou de uma 
crista transversal, normalmente em número de quatro para cada cúspide. As arestas que 
separam as vertentes externas das internas, paralelamente ao eixo mesio-distal da coroa, são 
denominadas arestas longitudinais. As arestas que separam duas vertentes internas ou 
externas entre si, perpendicularmente ao eixo mésio-distal da coroa, são denominadas 
arestas transversais (fig. 1.7.5). 
As arestas longitudinais são ainda classificadas em mesiais ou distais, enquanto que as 
arestas transversais são classificadas em internas ou externas. 
A cúspide mésio-palatina do primeiro molar superios, como exceção às regras, apresenta 
duas arestas transversais internas, denominadas mesial e distal. 
 
Fig. 1.7.5 Arestas. Dente 37 
 
 
 
 18 
5. Sulcos Principais 
São depressões que separam as cúspides. Os sulcos principais mésio-distais separam as 
cúspides vestibulares das linguais, enquanto que os sulcos principais ocluso-vestibulares e 
oclusos-linguais separam cúspides vestibulares ou linguais entre si. 
Os sulcos principais meio-distais não são rigorosamente retilíneos, apresentando 
sinuosidades e, por vezes, até mesmo interrupções em seu trajeto, como veremos no 
primeiro molar superior. Seu posicionamento no sentido vestíbulo-lingual também pe 
variável, o que explica diferenças volumétricas entre cúspides vestibulares e linguais. Nos 
dentes inferiores, os sulcos principais mésio-distais apresentam-se deslocados para lingual. 
Nos dentes superiores, apresentam-se deslocados para no primeiro pré-molar, centralizados 
no segundo pré-molar e deslocados para vestibular nos molares (fig. 1.7.6). 
 
Fig. 1.7.6 Sulcos principais e secundários. Dente 36 
 
Exemplos de sulcosem um 1º molar inferior: sulco mésio distal ou sulco principal (1), sulco ocluso – lingual 
(2) e culco ocluso – vestibular (3), além de sulcos secundários (seta). 
 
6. Sulcos secundários 
São depressões que entalham as vertentes das cúspides, com trajeto curviíneo em relação a 
aresta transversal. São mais profundos e estreitos próximo ao sulco principal mésio-distal 
de onde partem e mais rasos e largos a medida que se distanciam dele. Facilitam o 
escoamento de alimentos e o deslize de cúspides durente a função mastigatória (figura 
1.7.6-seta). 
 
Dente Superior Inferior 
1º Pré-molar V > L V > L 
2º Pré-molar V = L V > L 
1º Molar ML > MV > DV > DL MV > ML > DL > MED > DV 
2º Molar ML > MV > DV > DL MV > ML > DV > DL 
Tabela 1: Volume das cúspides superiores e inferiores. 
 
7. Crista oblíqua ou ponte de esmalte 
A ponte de esmalte é uma saliência de esmalte que une as cúspides disto-vestibular e 
mésio-lingual no primeiro molar superior, interrompendo o trajeto do sulco principal 
mésio-distal. Também é considerada uma área de reforlo da cora dental. O primeiro pré-
 19 
molar inferior também apresenta uma ponte de esmalte unindo sua cúspide vestibular à 
cúspide lingual, porem de forma transversal e não oblíqua. 
 
 
 
8. Fossa central 
Depressão na porção da central da superfície oclusal de um molar. Corresponde ao encontro 
dos sulcos principais mésio-distal, ocluso-vestibular e/ou ocluso-lingual (fig. 1.7.8). No 
primeiro molar onferior, considera-se o encontro entre os sulcos mésio-distal, sulco acluso-
vestibular-mesial e ocluso-lingual como fossa central e o encontro entre o sulco ocluso-
vestibular-distal e o sulco mésio-distal como fossa distal. 
 
9. Fóssula 
Depressão rasa e de formato piramidal presente na superfície oclusal dos dentes posteriores. 
É formada pelo encontro de 3 vertentes internas: uma da cúspide vestibular, uma da cúspide 
lingual e uma da crista marginal. Pode ser mesial e distal (fig. 1.7.8). 
 
10. Fosseta 
Depressão em forma de ponta localizada nas faces vestibulares e linguais dos molares, 
corresponde ao término dos culcos oclusos-vestibulares e ocluso-linguais (fig. 1.7.8). 
Fig. 1.7.8 Fossa central, fóssulas e fossetas. Dente 37 
 20 
Capítulo 2 – Relações interdentárias 
 
Há dois tipos de relação de contato entre os dentes: relação interproximal e relação oclusal. 
A relação interproximal caracteriza-se pelo contato estabelecido entre as faces proximais de 
dentes adjacentes de mesmo arco. A relação oclusal pe descrita como relação de contato 
entre dentes antagônicos, ou seja, de arcos opostos. 
 
Fig. 2.1 A relação interproximal ocorre entre dentes de mesmo arco. 
A relação interoclusal ocorre entre dentes de arco opostos (antagônicos). 
 
Relações Interproximais 
 
Para melhor compreendermos como se estabelece a relação interproximal dos dentes, bem 
como suas dimensões, é necessário o conhecimento da anatomia envolvida, ou seja, das 
faces proximais e estruturas adjacentes: 
 
• Dimensões 
Mesial maior que distal, tanto no sentido vestíbulo-lingual quanto no sentido cérvico-
oclusal. 
 
• Convexidade (sentido vestíbulo-lingual) 
A face distal mais convexa que sial (que é mais plana). Quando nos aproximamos da 
porção cervical da coroa, no sentido ocluso-cervical, a face mesial adquire um formato 
mais aconcavado quando comparada à distal. 
 
• Área de maior convexidade 
Em ambas as faces, a região mais proeminente localiza-se no terço oclusal, no sentido 
cérvico-oclusal. No sentido vestíbulo-lingual, essa região localiza-se no terço vestibular, 
coincidindo com a área de contato proximal. 
 
• Formato das faces (vista proximal) 
Dentes anteriores: aspectos triangular 
Dentes posteriores: aspectos trapézoidal (superiores) ou romboidal (inferiores) 
 
• Direção das faces no sentido vertical (vista vestibular) 
Convergência para cervical, sendo inclinação mais acentuada na face distal. 
 
 21 
• Direção das faces no sentido horizontal (vista oclusal) 
Convergência para o lado lingual, com exceção do 1º molar superior, onde a convergência é 
para vestibular, porque esta face é menor que a lingual. 
 
Cada dente faz contato proximal com dois outros dentes, sendo que a face mesial toca a 
face distal de seu dente vizinho. A exceção é observada nos incisivos centrais que fazem 
contato entre si por mesial e os terceiros molares, que só contatam por mesial. 
 
Fig. 2.2 Vista vestibular: localização do ponto de contato. 
Observe a posição das bossas proximais (terço oclusal) 
 
O contato entre os dentes, como já foi relatado, se dá na região correspondente às bossas 
proximais (terço oclusal). No entanto, devemos levar em conta o posicionamento dos 
dentes no arco. Desta forma, observando-se o arco superior numa vista vestibular, os 
contatos interproximais apresentam-se no terço oclusal, no sentido cérvico-oclusal. Entre 1º 
e 2º molares superiores, pela própria implantação dos dentes na maxila, este contato será 
estabelecido entre terço médio e terço oclusal. Numa vista oclusal, os contatos 
interproximais se apresentam no terço vestibular (sentido vestíbulo-lingual). Entre 1º e 2º 
molares superiores, o contato é realizado entre terço vestibular e terço médio, pelo fato de a 
face palatina do 1º molar superior ser maior que a face vestibular, e também pelo 
fechamento do arco superior (fig. 2.3). 
 
Fig. 2.3 Vista oclusal: localização dos pontos de 
contato proximais, de terço médio, 
pelo fechamento do arco superior nesta vista. 
 
 22 
No arco inferior, podemos observar que os contatos interproximais, numa vista vestibular, 
localizam-se mais oclusalmente. 
Numa vista oclusal, localizam-se no terço vestibular devido à implantação e inclinação ds 
dentes no arco, e à localização das respectivas bossas proximais (fig. 2.4). 
 
Fig. 2.4 Vista oclusal: localização dos pontes de 
contato proximais inferiores no terço vestibular. 
 
 
O contato proximal determina áreas ou espaços distintos (fig. 2.5). Numa vista vestibular, 
teremos dois espaços: 
• Sulco interdental (ou interproximal): é o espaço que parte da área de contato em 
direção incisal/ oclusal. Nos dentes posteriores, é o espaço que se estende da área de 
contato até a aresta das cristas marginais transversais, sendo formado pelas vertentes 
externas de duas cristas marginais vizinhas (crista marginal transversal mesial de um dente 
e distal de seu adjacente). Nos dentesm anteriores, esse sulco é formado a partir do contato 
interproximal até o ângulo inciso-proximal. 
• Espaço interdental (ou interproximal): é o espaço existente a partir da área de 
contato interproximal em direção à porção cervical da coroa. Este espaço situa-se entre as 
faces proximais de dentes vizinhos de mesmo arco, e normalmente é preenchido pela papila 
gengival interdentária. Tanto o espaço interdental quanto o sulco interproximal podem ser 
observados em uma vista vestibular e lingual, sendo normalmente de formato triangular. 
Nesses dois casos, as bases dos triângulos são virtuais (base cervical e base oclusal, 
respectivamente). 
Ao observarmos a relação interproximal por uma vista oclusal, teremos a formação de duas 
áreas: 
• Ameia vestibular: é um espaço de formato triangular que parte da área de contato em 
direção vestibular. 
• Ameia lingual: é um espaço de formato triangular que parte da área de contato em 
direção lingual. 
As ameias linguais são maiores que as ameias vestibulares devido à própria posição da 
área de contato (terça vestibular), já que as faces linguais de todos os dentes são menores 
que as faces vestibulares, com exceção do 1º molar superior. 
As paredes das ameias são formadas pelas faces proximais dos dentes e a base desse 
triângulo (vestibular ou lingual) é virtual. 
 
 23 
Fig. 2.5 As áreas de contato determinam 4 espaços distintos; 
vista vestibular: 1. sulcointerdental; 2 espaço enterdental; 
vista oclusal: 3. ameia vestibular; 4. ameia lingual 
 
 
Relação entre os detalhes anatômicos dos dentes de mesmo arco 
 
Ao observarmos a anatomia dos arcos dentários, podemos constar que esxistem detalhes 
anatômicos que se repetem e se relacionam entre si, apresentando relativa semelhança (fig. 
2.6). 
 
Fig. 2.6 Observar posição das bossas vestibulares, 
Altura da linha do colo, paralelismo entre arestas 
Transversais internas e altura de cúspide 
 
Características comuns das faces dos dentes: 
• Face vestibular: constância na convexidade (região retentiva e região expulsiva da 
face) e na localização dos detalhes anatômicos – posição de bossa no terço cervical. Além 
disso, há um relativo paralelismo dessa face em todos os dentes. 
 
• Face lingual: diferente da face vestibular, a face lingual apresenta uma 
significativa discrepância morfológica entre os dentes. Os incisivos têm uma concavidade 
que diminui no canino, o qual, ao mesmo tempo apresenta aumento de volume na região do 
cíngulo, passando a esboçar uma cúspide. Os pré-molares já apresentam um aumento 
significante de volume, caracterizando a cúspide lingual propriamente dita. Nos molares, 
esse aumento de volume é mais acentuado. Apesar dessas diferenças, há características 
anatômicas comuns nos dentes anteriores entre si e nos dentes posteriores entre si. Nos 
anteriores, observamos as cristas marginais e o cíngulo, mais evidentes nos superiores do 
que nos inferiores. A bossa lingual localiza-se no terço cervical. Já nos posteriores, a bossa 
 24 
lingual encontra-se no terço médio. Além disse podemos observar uma relativa constância 
na convexidade dessa face e um alinhamento na altura das cúspides. 
 
• Face oclusal: as pontas de cúspide vestibulares possuem um alinhamento, assim 
como as cúspides linguais. As arestas longitudinais das cúspides apresentam-se alinhadas 
(vista oclusal), com uma mesmo inclinação das arestas mesiais entre si e arestas distais 
entre si (vista vestibular) (fig. 2.7). 
Fig. 2.7 Inclinação das arestas longitudinais: 
Arestas mesiais paralelas entre si (homólogas). 
Arestas distais paralelas entre si (homólogas). 
Vista vestibular. 
 
• As arestas transversais possuem um perfil igual para todos os dentes posteriores, 
numa vista do hemiarco em sua porção oclusal, ou seja possuem a mesma inclinação. 
As arestas transversais denominadas homólogas (num mesmo hemiarco e pertencentes a 
um mesmo grupo de dentes) apresentam um paralelismo relativo. Ressaltamos que a 
denominação arestas transversais refere-se às arestas transversais internas que são 
homólogas entre si, e às arestas transversais externas que também são homólogas entre si. 
O mesmo ocorre nas vertentes internas dos dentes posteriores (homólogas) e nas vertentes 
externas (também homólogas). 
Outro parâmetro importante é o alinhamento do sulcos principais mésio-distais. Esses 
sulcos seguem em continuidade de um dente para outro no mesmo hemiarco. No arco 
superior apresentam uma posição mais centralizada conforme avança para a região do 2º 
molar. Os sulcos mésio-distais dos dentes inferiores localizam-se em porção mais 
lingualizada, e ainda assim, em alinhamento e continuidade (fig. 2.8). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 2.8 Alinhamento dos sulcos mésio-distais dos dentes posteriores e alinhamento das arestas longitudinais. 
Hemiarcos superior e inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alinhamento das arestas 
longitudinais vestibulares 
 
Alinhamento dos sulcos 
principais mésio-distais 
 
Alinhamento das arestas 
longitudinais linguais 
 
 
Alinhamento das arestas 
longitudinais 
 
Alinhamento dos sulcos 
Principais 
 
 26 
Capítulo 3 – Noções de Oclusão 
 
O conceito de oclusão abrange tanto a intercuspidação entre os arcos dentais e as diversas 
posições e movimentos mandibulares, como as funções diretamente relacionadas ao 
aparelho mastigatório. Visando o aprendizado de Escultura Dental, focaremos a oclusão 
dental no que concerne apenas o posicionamento e as relações dentais. 
O relacionamento entre os arcos superior e inferior está intimamente ligado à Articulação 
Tê,poro-Mandibular (ATM), bem como aos músculos, ligamentos e quaisquer outras 
estruturas envolvidas nos movimentos funcionais desta articulação. A este conjunto 
podemos dar o nome de Sistema Estomatognático. Este sistema será responsável pela 
execução da função mastigatória, e assim, pela oclusão dental de forma estática e dinâmica. 
Consideraremos posições mandibulares como os relacionamentos entre os arcos dentais de 
forma estática, enquanto os movimentos mandibulares representarão as relações 
interoclusais quando o sistema estomatognático estiver trabalhando de forma dinâmica, ou 
seja, quando a mandíbula estiver em excursão. 
Em relação aos Contatos Oclusais, para que possamos estudá-los e entendê-los 
corretamente devemos primeiramente conhecer as principais estruturas anatômicas que 
efetivamente participam destes contatos. 
Os primeiros conceitos que devemos ter em mente são os de Cúspides de Suporte ou 
Trabaho e os de Cúspides de Corte ou Balanceio. As cúspides de suporte são aquelas que 
efetivamente contatam as faces oclusais dos dentes antagonisyas de maneira a promover 
superto efetivo à oclusão. São as cúspides vestibulares dos dentes inferiores e as palatinas 
dos dentes superiores (VIPS). Já as cúspides de corte são aquelas que não fazem contato 
direto com as estruturas anatômicas das faces oclusais destes mesmo dentes antagonistas 
(fig. 3.1). 
 
 
Fig. 3.1 Representação esquemática das cúspides de suporte (cúspides VIPS) dos primeiros molares 
superiores e inferiores em corte frontal. 
 
Posições mandibulares 
 
1. Oclusão Central 
A Oclusão Central (OC) pode ser definida como o posicionamento da mandíbula em 
relação à maxila de maneira que consigamos o máximo número de contatos oclusais entre 
os dentes dos arcos superior e inferior. 
 27 
Numa oclusão ideal estes contatos se dariam de forma bilateral e simultânea de maneira 
mais intensa entre os dentes posteriores e menos intensa entre os dentes posteriores e menos 
intensa entre os anteriores. 
A Oclusão Central é também denominada de Posição de Máxima Intercuspidação (PMI), 
ou Mpaxima Intercuspidação (MIC), ou ainda Oclusao Habitual (OH). 
Esquematicamente teríamos uma situação de engrenamento intenso entre os arcos dentais 
como representado na figura abaixo (fig. 3.2). 
 
 
Fig. 3.2 Vista Lateral dos hemiarcos dentais evidenciando a Oclusão Central (OC). 
 
 
Em Oclusão Central, de maneira geral, os pontos de contatos oclusais entre os dentes 
anteriores ocorrem entre as bordas inciais e 1/3 incisal das faces vestibulares dos incisivos e 
caninos inferiores com os 1/3 médio e incisal das faces palatinas de seus correspondentes 
superiores, concentrando-se principalmente nas cristas marginais destes dentes. 
Entre os dentes posteriores os contatos oclusais em máxima intercuspidação ocorreriam 
entre os cúspides de suporte e cristas marginais, fóssulas e pontes de esmalte de maneira 
geral. Assim sendo, as cúspides de suporte de um determinado dente contataria a face 
oclusal de seu antagonista na sua região de cristas marginais, fóssulas ou pontes de esmalte 
quando presentes. 
 
2. Relação Central 
A Relação Central (RC) pode ser entendida como uma posição postural da cabeça da 
mandíbula dentro da cavidade articular. Esta relação independe da presença de dentes, 
sendo assim, podemos descrevê-las também em indivíduos edêntulos. 
Quanto às ATMs, as cabeças da mandíbula assumiriam uma posição de equilíbrio em 
relação às cavidades articulares, de forma que não haja tensões ou esforços exagerado nos 
músculos, ligamentos e discos articulares diretamente relacionados aestas articulações. 
Há grande controvérsia entre os diversos autores que estudam oclusão quanto ao 
posicionamento exato da cabeça da mandíbula durante a posição de RC. Entretanto, nos 
parece ser mais coerente a escola que determina a posição ântero-superior na cavidade 
articular. 
 
 28 
3. Relação de Oclusal Central 
Em uma pequena parcela da população a Relação Central (RC) coincide com a Posição de 
Máxima Intercuspidação (PMI). Temos neste caso a Relação de Oclusão Central (RC=OC). 
 
4. Dimensão Vertical de Repouso 
Quando o sistema estomatognático está em repouso, ou seja, não está exercendo função 
mastigatória, de deglutição, ou de fonação, há o estabelecimento de um equilíbrio dos 
músculos elevadores e abaixadores da mandíbula de maneira que esta assume uma posição 
em relação à maxila em que não há contatos oclusais entre os dentes dos arcos superior e 
inferior. Nesta posição podemos mensurar a distância entre dois pontos antropológicos 
carnais, násio e gnátio representados esquematicamente na figura abaixo (fig. 3.3). 
 
 
Fig. 3.3 Vista lateral de um crânio destacando os pontos carnais násio (1) e gnático (2) bem como a 
mensuração da DVR. 
 
A medição encontrada nos fornecerá o valor da Dimensão Vertical de Repouso (DVR). 
 
5. Dimensão Vertical de Oclusão 
Por outro lado, quando temos o sistema estomatognático em Posição de Máxima 
Intercuspidação (PMI) a medição entre os mesmos dois pontos antropológicos carnais nos 
dará o valor da Dimensão Vertical de Oclusão (DVO) como representado na figura 3.4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
 
Fig. 3.4 Vista lateral de um crânio destacando os pontos carnais násio (1) e gnátio (2), bem como a 
mensuração da DVO. 
 
6. Espaço Funcional Livre 
A diferença entre os valores da DVR e da DVO é conhecida como Espaço Funcional Livre 
(EFL). Esquematicamente, este espaço pode ser representado pela distância entre a borda 
incisal do incisivo central inferior e a porção da face palatina do incisivo central superior 
onde esta mesmo borda faz contato quando em OC. 
 
Curvas de oclusão 
Entende-se por Curvas de Oclusão as curvas virtuais formadas a partir das posições 
características dos elementos dentais em seus respectivos arcos dentais. 
São elas: 
- Curva de Balkwill-Spee 
- Curva de Wilson 
 
1. Curva de Balkwill-Spee 
Por definição, a Curva de Balkwill-Spee ou Curva Sagital de Oclusão seria a curva formada 
quando da união virtual da ponta de cúspide do dente canino com as pontas de cúspides 
vestibulares dos dentes posteriores num hemiarco superior. Esquematicamente, teríamos 
uma curva ântero-posterior ascendente em direção distal quando de uma vista sagital do 
hemiarco em questão (fig. 3.5). 
 
 
 
 
Fig. 3.5 Representação 
esquemática 
da Curva de Spee em 
um hemiarco superior quando 
em vista lateral. 
 30 
A Curva de Balkwill-Spee é mais comumente denominada Curva de Spee. 
Se, por outro lado, fizermos o mesmo processo virtual de unir a ponta de cúspide do canino 
às pontas de cúspide vestibulares dos dentes posteriores em um hemiarco inferior; ou se 
unirmos as pontas de cúspides linguais dos dentes posteriores em um hemiarco superior ou 
inferior, encontraremos curvas de oclusão paralelas à Curva de Spee. Da mesma forma, 
podemos imaginar que uma curva que se origine da união dos sulcos principais mésio-
distais dos dentes posteriores em um hemiarco superior ou inferior seja uma curva de 
oclusão paralela à Curva de Spee. Este paralelismo entre as curvas de oclusão é importante 
pois irá garantir o perfeito engrenamento e relacionamento entre os dentes e, 
conseqüentemente, entre os arcos dentais. 
 
2. Curva de Wilson 
A Curva de Wilson ou Cruva Transversal de Oclusão pode ser definida como uma curva 
látero-lateral que passa sobre a cúspide vestebular e lingual de um dado dente posterior 
posicionado em seu hemiarco e também sobre as mesmas cúspide vestibular e lingual de 
um dado dente posterior posicionado em seu hamiarco e também sobre as mesmas cúspides 
do dente correspondente a este mesmo dente no hemiarco oposto, quando de uma vista 
frontal. 
Como exemplo teríamos uma curva de oclusão passando sobre as cúspides mésio-vestibular 
e mésio-lingual do primeiro molar inferior direito e também sobre as mesmas cúspides do 
primeiro molar inferior esquerdo. Formar-se-ia uma curva de oclusão cuja concavidade é 
voltada para o arco superior. É importante ressaltar que esta mesma curva pode ser 
reproduzida na arcada inferior (fig. 3.6). 
 
Fig. 3.6 Corte frontal das arcos superior e inferior demonstrando a Curva de Wilson. 
 
A formação da Curva de Wilson deve-se à direção de implantação dos dentes nos alvéolos 
dentais com suas inclinações características. 
 
 
 
 
 
 
 31 
Capítulo 4 – Movimentos mandibulares 
 
A liberdade de movimentos da mandíbula sofre interferência dos dentes. Alguns desses 
movimentos são determinados pelo engrenamento dos dentes antagonistas. Podem ser 
ântero-posteriores e laterais e serão estudados para o entendimento dos Princípios de 
Oclusão. 
Os ântero-posteriores são movimentos de protrusão e retrusão da mandíbula. 
No movimento de protrusão, os dentes inferiores anteriores partem de uma situação de 
máxima intercuspidação, e deslizam pelas concavidades palatinas dos dentes anteriores 
superiores até ficarem topo a topo, desocluindo os dentes posteriores. A trajetória dos 
incisivos inferiores no movimento de protrusão é chamada de guia anterior ou guia incisiva 
(fig. 4.1). 
 
Fig. 4.1 Em OC (máxima intercuspidação) há contato entre o bordo incisal do inciso central inferior e a face 
lingual do incisivo central superior (figura 4.1.a). O movimento de protrusão caracteriza-se por contato apenas 
entre dentes anteriores (figura 4.1.b). Os incisivos centrais superiores e inferiores são os responsáveis pela 
guia anterior. 
 
O movimento da mandíbula para posterior a partir da oclusão central caracteriza o 
movimento de retrusão, onde há contato apenas entre dentes posteriores. A extensão desse 
movimento é variável, sendo menor em arcada com relação de oclusão central. 
Em movimento de lateralidade, a mandíbula desloca-se para um dos lados em relação ao 
plano sagital médio. O hemiarco que se afasta do plano sagital médio denominamos lado de 
trabalho. É o lado para o qual a mandíbula se movimenta. O lado da mandíbula qie se 
aproxima do plano sagital, é o lado de balanceio (fig. 4.2). 
 
Fig. 4.2 A partir do plano sagital médio, a mandíbula pode 
deslocar-se para um dos lados; o lado que se afasta do plano 
sagital denomina-se trabalho; o que se aproxima, balanceio. 
 32 
Para uma maior compreensão dos contatos que podem ocorrer nos movimentos de 
lateralidade, é importante entender o movimento de um dente posterior inferior em relação 
ao seu antagonista, durante uma fase do ciclo mastigatório. 
Os contatos não se dão exatamente entre ponta de cúspide e fundo de fóssula, mas ocorrem 
nas vertentes, bem próximo dessa situação. Ocorrem também entre ponta de cúspide e 
crista marginal transversal. 
Partindo de máxima intercuspidação há uma abertura do plano oclusal, os alimentos são 
posicionados entre os dentes com o auxílio da língua e das bochechas. Os dentes inferiores 
deslocam-se para esse lado até que as cúspides superiores e inferiores estejam 
emparelhadas (lado de trabalho). Inicia-se a trituração dos alimentos com o fechamento do 
plano oclusal, onde a ponta de cúspide toca em um ponto da vertente interna do dente 
antagonista e se desloca até o fundo da fóssula, ou esse contato ocorre apenas no final do 
movimento. 
Para uma análise prática do tipo de guia de desoclusão, faz-se o movimento inverso ao do 
ciclo mastigatório, partindo da posição de máxima intercuspidação, a mandíbula se desloca 
para um determinado lado (trabalho), mantendo contato entre os dentes desse lado. 
No lado detrabalho podem ser encontrados três tipos de guias de desoclusão: 
1. Guia canino: o canino inferior desliza na concavidade palatina do canino superior 
na lado de trabalho, desocluindo os demais dentes, tanto do lado de trabalho quanto do lado 
de balanceio. 
2. Função parcial de grupo: os caninos e pré-molares tocam simultaneamente seus 
correspondentes antagonistas, no lado de trabalho, havendo desoclusão dos demais dentes. 
Nesta modalidade de desoclusão, sempre há toque de caninos antagonistas e mais um, dois 
ou três dentes adjacentes e seus antagonistas Antero-posterior. Ou seja: podemos ter toque 
entre os dentes 3 e 4 inferiores com 3 e 4 superiores, ou dentes 3, 4 e 5 inferiores com 3, 4 e 
5 superiores, ou ainda, dentes 3, 4, 5 e 6 inferiores com 3, 4, 5 e 6 superiores. 
3. Função total em grupo: os caninos (3), pré-molares (4,5) e molares (6,7) de um 
arco, tocam simultaneamente seus homólogos do arco antagonista no lado de trabalho, 
havendo total desoclusão no lado de balanceio (fig. 4.3). 
 
Fig. 4.3 Guia Canino. Vista lingual, observar o guia canino no lado de trabalho (direto). Se fosse lateralidade 
em função parcial de grupo existiria toque também nos primeiros pré-molares ou em ambos os pré-molares do 
lado de trabalho; e se fosse função total de grupo, além de toque nos pré-molares, existiria também toque nos 
molares. Observar o lado do balanceio (esquerdo), onde não há contato. 
 33 
PARTE II 
 
ESCULTURA DENTAL COM AUXÍLIO DO MÉTODO GEOMÉTRICO 
 
 
Capítulo 5 – Obtenção da Silhueta 
 
Materiais e instrumentos envolvidos 
• Papel quadriculado 
• Lápis preto nº 2 
• Borracha 
• Tesoura 
• Bloco de cera para escultura de macro modelo (49X22X20mm) 
• Bloco de cera para escultura em tamanho natural* 
• Canivete ou faca, afinados 
• Espátula Lecron 
• Esculpidor Hollemback 3 e 3S 
• Silhueta de uma vista proximal e vestibular (lingual no primeiro molar superior) 
para cada parte. 
• Placa de vídeo para apoio do bloco de cera 
• Lamínula para checar paralelismo dos cortes 
• Meia de seda para alisamento da cera 
• Talco para avivar desenhos da superfícir da cera 
• Escova de dente macia 
 
* Pode ser utilizado qualquer tamanho de bloco de cera para treino. Sugerimos que se 
comece com o macro modelo devido a facilidade de visualização de detalhes, e, após algum 
treinamento, utilize-se um bloco de cera compatível com o tamanho do dente natural. 
 
Obtenção da silhueta 
Em um papel quadriculado, delimitamos um retângulo de 5,0 cm X 2,0 cm, dentro do qual 
iremos desenhar a silhueta do dente que desejamos esculpir. Desenhe as faces de maior 
tamanho, as mesiais e as vestibulares e, no caso do 1º molar superior, a mesial e a palatina. 
Este desenho poderá ser copiado de algum modelo e, mesmo que o modelo seja menor, 
poderá ser ampliado; ou ainda, poderá ser desenhado livremente utilizando os seus 
conhecimentos de anatomia dental. 
Após o desenho feito, recorte-o, obtendo-se assim a silhueta do dente. 
No início de cada capítulo, fazemos a projeção de cada dente no bloco de cera. 
 
Obs.: Como facilitar a visualização da técnica de escultura: 
 
• Demarcação de traços e linhas 
Como um instrumento de ponta, demarcamos a cera traçando os desenhos e linhas 
necessários (sulco de pouca profundidade). Esses sulcos serão avivados aplicando-se talco 
com um pincel macio. 
 34 
• Acabamento da escultura em cera 
Após a escultura que será desenvolvida através do método contido neste livro, passa-se à 
fase de acabamento da escultura em cera. 
Utilizaremos a escova de dente macia para o acabamento inicial da escultura. 
Então, passa-se a meia de seda sobre a cera para obter-se o brilho final da superfície. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
Capítulo 6 – Incisivo Central Superior 
 
Para uma familiarização com a escultura de um elemento dental o treinamento, 
evidentemente, é um passo muito importante. 
O método geométrico é um auxiliar no treinamento da escultura dental. 
A maior dificuldade para o iniciante na escultura é dar o posicionamento espacial inicial do 
dente; o método geométrico deve ser visto como a obtenção de um esboço para que se 
chegue na anatomia final do dente. O conhecimento da forma dental e das proporções que 
os detalhes anatômicos possuem é de fundamental importância para que se corrija as 
limitações desse método. 
O método baseia-se na projeção ortogonal das faces proximais e vestibulares dos dentes em 
um bloco de cera e tem a seguinte seqüência: 
• Obtenção das silhuetas proximal e vestibular (fig. 6.1 e 6.2). 
• Desenho da projeção da face proximal no bloco de cera (fig. 6.3). 
• Recorte da projeção proximal (fig. 6.4). 
 
 
 
É importante, nesse recorte, que a face vestibular e a lingual estejam paralelas entre si, isto 
pe obtido com o auxilio de uma placa de vidro e uma lamínula. Apóia-se a parte plana do 
bloco de cera, não recortada, na placa de vidro e com a lamínula, também apoiada na placa, 
tenta-se contato em toda a superfície testada. Pequenos recortes de ajuste podem ser feitos 
com a lamínula. 
• Desenho da projeção vestibular no recorte da projeção proximal (fig. 6.5). 
• Recorte da projeção vestibular (fig. 6.6). 
 
 36 
 
Após o recorte das projeções é importante observar se as vistas vestibulares e lingual estão 
em igual proporção, assim como as vistas mesial e distal. Observar também se o 
posicionamento das bossas e a linha de colo está correto. Os passos seguintes são: 
 
• Demarcação das bossas. 
• Demarcação da linha do colo. 
• Traçar linhas longitudinais a partir do bordo incisal, seguindo o longo eixo do 
dente (fig. 6.6 e 6.7). 
 
As linhas demarcadas podem ser avivadas com talco, para facilidade da visualização. 
Após a demarcação das linhas, procederemos ao recorte da parte expulsiva e retentiva dos 
dentes. A referência para o recorte será dada pela interseção das linhas longitudinais (a 
partir do bordo incisal) e transversais (linha do colo e linha das bossas). 
 
 
 
 
 
 
 37 
 
Fig. 6.8 Pontos ‘b” e “c” interseção das linhas longitudinais com linhas de bossa. Pontos “d” e “e” interseção 
das linhas longitudinais com linha de colo. 
Unir pontos “b” e “c” e recortar plano “a, b, c”. Unir ponto “d” e “e” e recortar plano “b, c, d, e”. 
 
Seguiremos os seguintes passos (fig. 6.7 e 6.8): 
• Demarcação da interseção das linhas longitudinais e transversais. 
• Unir ponto de encontro das interseções nas bossas proximais com as das bossas 
vestibulares mais próximas. 
• Unir ponto de encontro das interseções na linha do colo proximal com as das linha 
de colo vestibular. 
Após a união de “bossa com bossa” e “colo com colo” recortaremos a porção retentiva e 
expulsiva. Seguiremos a seqüência (fig. 6.9 e 6.10): 
• Recorte da porção expulsiva próximo-vestibular. 
• Recorte da porção retentiva disto-vestibular. 
Por lingual, na união da interseção lingual, chega-se um pouco aquém desse ponto em 
função do arredondamento (fig. 6.11 e 6.12). 
 
 
 
 
 38 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 6.9 Recorte da 
porção expulsiva e 
retentiva vestíbulo-
proximal. 
Fig. 6.10 Vista 
vestibular dos 
recortes expulsivos e 
retentivos. 
Fig. 6.11 Por lingual, 
há apenas uma linha 
longitudinal. Observar 
a posição da 
demarcação das linhas 
de colo com colo e 
bossa com bossa. 
Fig. 6.12 O limite do recorte 
da parte retentiva não deve 
chegar à linha longitudinal 
(seta), para não se perder 
volume do dente durante o 
arredondamento. O recorte 
expulsivo nos incisivos é 
muito pequeno. 
 39 
• Recorte da parte retentiva mésio-lingual e disto-lingual. 
Observar que por lingual, a porção expulsiva requer pouco recorte. 
É importante observar que as linhas de demarcação são respeitadas, poiselas são os limites 
do contorno. Serão desgastadas durante o arredondamento do dente, que é a última fase da 
escultura. 
Detalhes que devem ser observados durante o arredondamento: 
• Lóbulos de desenvolvimento vestibular. 
• Cristas marginai, mesial e distal, na face lingual. 
• Cíngulo lingual. 
• Lojas papilares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 6.13 Vista 
disto-vestibular da 
fase geométrica 
concluída. 
Fig. 6.14 Vista 
lingual após o 
arredondamento. 
Fig. 6.15 Aspecto de 
uma vista vestibular. 
Passa-se, agora, ao 
alisamento da escultura 
primeiro com a escova 
de dente e, depois com a 
meia de seda ou 
solventes de cera 
aplicados com algodão 
apenas umedecido. 
 40 
Capítulo 7 – Segundo molar inferior 
 
A seqüência de escultura utilizando-se o auxílio do método geométrico é, basicamente, a 
mesma para todos os dentes. Nos dentes posteriores, a dificuldade pode estar no 
envolvimento da face oclusal. De todos os dentes, o segundo molar inferior é o que possui 
maior geometrismo nessa face. Razão esta, para que este dente seja feito no início do 
tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim como nos incisivos, após o recorte das projeções, é importante observar se as vistas 
vestibular, lingual e proximais, assim como as posições das bossas e da linha de colo, estão 
corretas. Os passos seguintes são: 
 
Fig. 7.3 
Demarcada a 
posição da linha 
do colo, 
desenhamos a 
vista proximal no 
bloco de cera. 
 
Fig. 7.4 Recorte da 
projeção mesial no 
bloco de cera. 
 
Fig. 7.5 Desenho da 
vista vestibular 
aplicado sobre o 
bloco após o recorte 
da vista proximal. 
 
 41 
• Demarcação das bossas. 
• Demarcação da linha de colo. 
• Traçar linhas longitudinais a partir da ponta das cúspides, seguindo o longo eixo 
do dente, duas para cada face. 
 
 
Fig. 7.6: Como é uma projeção das faces, as bossas são demarcadas em uma linha (a1, a2); a linha do colo (b), 
apesar de nos dentes posteriores estar próximo de um plano em todo o contorno do dente, nas proximais 
fazendo uma ligeira curvatura; as linhas longitudinais (c1, c2, c3, c4) partem da ponta de cúspide e seguem 
reto, seguindo o longo eixo do dente. 
Pontos importantes são a interseção dessas linhas longitudinais com as linhas de bossas e a linha do colo. 
 
• Demarcação da interseção das linhas longitudinais e transversais (colo e bossa). 
• Demarcar-se o ponto de encontro das linhas longitudinais com as bossas 
proximais e une-se este ponto com o ponto de encontro das linhas longitudinais e das 
bossas vestibulares mais próximas. 
 42 
• Une-se, agora o encontro dessas mesmas linhas longitudinais com a linha do colo, 
tanto por proximal, como por vestibular. 
 
 
Fig. 7.7: Da interseção das linhas longitudinais com as linhas transversais, encontramos pontos nas bossas e 
na linha do colo. Unimos esses pontos com uma reta, logicamente marcando o bloco de cera, obtendo assim a 
figura 7.7. 
 
Após a união de “bossa com bossa” e “colo com colo”, recortaremos a porção retentiva e 
expulsiva. Seguindo a seqüência: 
• Recorte da porção expulsiva mésio-vestibular e disto-vestibular. 
• Recorte a porção retentiva disto-vestibular e mésio-vestibular. 
• Recorte da parte retentiva e expulsiva mésio-lingual e disto-lingual. 
• É importante observar que as linhas de demarcação são respeitadas, pois elas são 
os limites do contorno. Serão desgastadas durante o arredondamento do dente, que é a 
última fase da escultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
 
Fig. 7.8, 7.9 e 7.10: os pontos “a, b, c, d, e” formam uma figura geométrica com 3 planos, plano “a, b, c” “a, 
e, d” e plano “e, c, d”. Unindo-se os pontos “a, b, d” obtemos um novo plano que é a parte expulsiva (acima 
da linha de maior contorno) do dente. O mesmo procedimento obtém-se a parte retentiva. 
 
 
 
Fig. 7.11, 7.12 e 7.13: O mesmo procedimento executado por próximo-vestibular é feito com relação as faces 
próximo-linguais. Obtendo-se desta forma a parte retentiva e expulsiva dessas faces. 
 
Após essa fase, nós obtemos as vertentes proximais externas das cúspides. Em uma visão 
oclusal (figura 7.14), observamos que as arestas longitudinais estão em uma posição mais 
externa à sua posição real do dente. Procederemos agora, o recorte das vertentes distais das 
cúspides mesiais e as vertentes mesiais das cúspides distais. A definição dessas vertentes 
define também a parte externa dos sulcos ocluso-vestibular e ocluso-lingual e o 
posicionamento correto das arestas longitudinais. A seqüência do recorte é: 
• União das pontas de cúspides vestibulares. 
• União das pontas de cúspides linguais. 
• Traçar direção do sulco vestibular (até a metade o terço médio da face vestibular). 
• Recorte das vertentes que formam os sulcos, tendo como referencia a união das 
cúspides (arestas longitudinais) e as linhas longitudinais. 
 44 
 
Fig. 7.14 e 7.15: Vista oclusal após o recorte da parte expulsiva e retentiva da coroa. Observar que a aresta 
longitudinal vestibular encontra-se mais vestibularizada (a), o mesmo ocorre por lingual. O posicionamento 
correto desses detalhes anatômicos (a2) é o primeiro passo para a escultura da vertente externas meisal; outra 
linha que se traça neste momento pe a referência do sulco mésio-vestibular (b) e mésio-lingual. 
 
 
Fig. 7.16, 7.17 e 7.18: Detalhes da escultura das vertentes que formam o sulco ocluso-vestibular (porção 
vestibular). 
 
 
 
Fig. 7.19: Após o término da escultura geométrica das paredes axiais, passamos para oclusal. Nesta fase os 
sulcos principais mésio-distal e vestíbulo-lingual (s) e as arestas longitudinais vestibular e lingual (a2), 
encontram-se posicionados. O importante é definir a posição das arestas das vertentes internas, no exemplo a 
arestas interna da cúspide mesial (a). 
 
O recorte geométrico da fase oclusal tem a seguinte seqüência: 
 45 
• Demarcar as arestas longitudinais. 
• Traçar a base das vertentes internas (que são ta,be, os limites das vertentes 
internas da crista marginal transversal). 
• Recortar as vertentes mesiais. 
• Recortar as vertentes distais. 
• Recortar as vertentes internas das cristas marginais transversais. 
 
 
Fig. 7.20, 7.21, 7.22 e 7.23: Observar o detalhe da marcação dos limites das arestas internas (a), o triângulo 
formado está na parte mais externa do dente no limite da cera e vamos aprofundá-lo até o vértice (observar 
figuras 7.24 e 7.25). A partir de dois planos internos, “1” e “2”, Fig. 19 transformamos em uma única 
vertente. O mesmo procedimento é feito em todas as vertentes internas das cúspides. 
 
 
Fig. 7.24 e 7.25: Vista vestibular e palatina do final dos cortes geométricos. Observar que as linhas de 
referências não foram tocadas, o que vai propiciar um dente do tamanho planejado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
 
Fig. 7.26, 7.27, 7.28 e 7.29: O arredondamento, fase final da escultura, torna-se bastante fácil, entretanto o 
conhecimento da anatomia é fundamental para que se proceda esse passo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
Capítulo 8 – Canino superior 
 
O canino superior é um dente que apresenta um contorno volumoso. Durante a fase 
geométrica cuidados devem ser observados para que o dente não perca dimensão durante o 
arredondamento. 
• As linhas longitudinais são em número de uma para cada face. 
No entanto, podem ser duas na face vestibular e na face lingual, uma bem próxima da outra. 
• Se a opção for por um linha longitudinal. Durante o recorte expulsivo e retentivo, 
chegar com o recorte aquém do encontro de bossa com bossa e colo com colo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 8.5: Unindo 
bossa com bossa e 
colocom colo; 
recortar os planos 
expulsivos e 
retentivos. 
Fig. 8.6: Vista 
vestibular do recorte 
expulsivo e retentivo. 
Obsevar que os 
recortes ficam aquém 
da interseção da linha 
longitudinal com a 
linha do colo. 
Fig. 8.7:Vista do recorte da 
porção expulsiva e 
retentiva da face mesial, 
vista por lingual. Observar 
que nesta face o recorte 
também chega apenas 
próximo da interseção da 
linha longitudinal com a 
linha do colo. 
Fig. 8.8: Vista 
proximal do final do 
recorte geométrico. 
Fig. 8.9: Vista 
vestibular do final 
da escultura. 
Fig. 8.10: 
Vista 
lingual. 
 49 
Capítulo 9 – Pré-molar superior 
 
 
Este dente tem dois detalhes anatômicos importantes: o tamanho menor da cúspide lingual 
em relação ao da vestibular e o deslocamento dela para mesial. 
Três passos devem ser seguidos para a obtenção desses detalhes: 
• Linha longitudinal lingual deslocada para mesial (fig. 9.8). 
• Antes de se realizar o corte geométrico da face oclusal, diminuir o volume da 
cúspide lingual (fig. 9.11, 9.12 e 9.13) 
• Deslocar a aresta transversal da cuspide lingual para a mesial (fig. 9.15). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 9.1: 
Silhueta da face 
proximal. 
Fig. 9.2: 
Projeção da face 
vestibular. 
Fig. 9.3: Desenho da 
face vestibular após 
o recorte da projeção 
proximal. 
Fig. 9.4: Marcação 
das linhas de 
bossa, linha de 
colo e as linhas 
longitudinais à 
partir das pontas 
de cúspides. 
 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 9.5: Recorte 
da porção 
expulsiva mesial. 
Fig. 9.6: Recorte da parte 
retentiva. Deve-se evitar 
avançar nas linhas de 
demarcação, pois o dente 
ficará, durante o 
arredondamento, com um 
dimensão menor que o 
proposto inicialmente. 
Fig. 9.7: Vista 
vestibular com recorte 
retentivo e expulsivo. 
Observar o 
comprimento das 
arestas longitudinais, a 
distal é maior que a 
mesial. 
Fig. 9.8: Os pré-molares 
têm a cúspide lingual 
deslocada para mesial, por 
essa razão deslocamos a 
língua longitudinal. 
 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 9.9: Detalhe da 
parte expulsiva mesial 
recortada. 
Fig. 9.10: Vista da lingual 
com a parte retentiva e 
expulsiva recortadas. 
Observar que a ponta de 
cúspide não está na posição 
correta do recorte. 
Fig. 9.11: Vista por 
oclusal após o recorte 
axial. Observar que a 
cúspide lingual 
encontrase com muito 
volume. 
Fig. 9.12: Desenha-se 
o contorno oclusal, 
marcando-se as 
arestas. 
Fig. 9.13: Aspecto da vista 
oclusal após o recorte dos 
excessos axiais. 
Fig. 9.14 e 9.15: Definir as arestas medianas a partir das pontas de cúspides e as fóssulas proximais. 
Recorte das vertentes internas mesiais e a vertente interna da crista marginal transversal. Notar que a 
aresta interna da cúspide lingual está deslocada para mesial. 
 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 10 – Primeiro molar inferior 
 
Cinco cúspides caracterizam este dente, 
Fig. 916. e 9.17: Vista próximo-vestibular do arredondamento do primeiro pré-molar superior. 
Fig. 9.18 e 9.19: Vista oclusal geométrica e após o arredondamento. 
Fig. 9.20: Vista próximo-oclusal. 
 53 
sendo duas linguais e três vestibulares. 
As vestibulares denominam-se: mesial, mediana e distal, esta última a menor delas. 
Durante a forma geométrica, as características as características do recorte são: 
• Na silhueta vestibular, desconsiderar a cúspide distal. Seria como se ela tivesse 
contida na aresta distal da cúspide mediana (fig. 10.4 e 10.5). 
• No recorte da vista vestibular, não incluir recorte do sulco ocluso-vestibular (fig. 
10.4). 
• As linhas longitudinais vestibulares partem das pontas de cúspides mesial e 
mediana (fig. 10.4). 
• Após o recorte expulsivo, desenhar a cúspide distal da face vestibular (fig. 10.6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 10.4: As linhas 
longitudinais são em número 
de duas, uma parte da ponta 
da cúspide vestíbulo-mesial e 
a outra da cúspide mediana. 
Fig. 10.5: O recorte da porção 
expulsiva e retentiva 
desconsidera, nesta primeira 
etapa, a cúspide disto-vestibular. 
Fig. 10.6: Após o recorte da parte 
retentiva a expulsiva “vertente 
distal”, que é bem mais alongada 
devido a desconsideração da cúspide 
distal, desenhamos agora a vertente 
distal da cúspide mediana e a 
cúspide disto-vestibular. 
Fig. 10.7: Vista oclusal após o recorte 
expulsivo e retentivo das faces 
proximais, vestibular e lingual. 
Fig. 10.8: Observar na linha pontilhada, as arestas 
obtidas até então. As linha por vestibular e lingual são 
as posições dos sulcos ocluso-vestibular e ocluso-
lingual. A linha contínua é que caracterizará as arestas 
longitudinais. 
 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 10.9, 10.10, e 10.11: Com as vertentes externas das cúspides já recortadas, obteve-se os sulcos 
ocluso-vestibulares e ocluso-lingual (seta). A partir das pontas de cúspides, demarcar as arestas das 
vertentes internar. Observar na figura 10.10 o aspecto geométrico da escultura oclusal, e na figura 10.11, o 
início do arredondamento dessa face. 
Fig. 10.12: Vista por oclusal da face 
oclusal após o arredondamento. 
Fig. 10.13: Vista disto-oclusal do dente 
após o arredondamento. 
Fig. 10.14: Vista vestibular após o arredondamento. 
 56 
Capítulo 11 – Primeiro molar superior 
 
Dentre todos os dentes do arco, o primeiro molar superior é o único que apresenta uma 
distância mésio-distal da face lingual maior do que a mesmo distância por vestibular. 
Possui também como característica a ponte de esmalte, que nada mais é do que a 
continuidade de uma aresta da cúspide mésio-lingual com a aresta da cúspide disto-
vestibular, interrompendo o sulco mésio-distal. 
Uma outra característica desse dente é que a cúspide mésio-lingual possui cinco vertentes, 
sendo duas externas (ou lisa) e três internas (ou triturantes). 
Os detalhes a serem observados no recorte geométrico desse dente são: 
• A silhueta é uma vista lingual, pois esta é face maior que a vestibular (fig. 11.4). 
• As arestas internas da cúspide mésio-lingual são em número de duas, portanto, 
este dente tem três vertentes internas nesta cúspide. 
 
 
 
Fig. 11.1: Silhueta 
proximal. 
Fig. 11.2: Silhueta 
lingual. 
Fig. 11.3: Detalhes da face 
oclusal. 
 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 11.4: A projeção neste 
dente, no recorte proximal, é da 
face lingual. 
Fig. 11.5: Vista próximo-vestibular 
após o recorte expulsivo e retentivo. 
Fig. 11.6: Vista oclusal após o recorte 
expulsivo e retentivo das faces axiais. 
Observar a demarcação do sulco ocluso-
lingual deslocado para distal, pois a 
cúspide disto-lingual é a menor neste 
dente. 
Fig. 11.7: Demarcação do sulco mésio-
distal (interrompido na região da ponte 
de esmalte) e as fóssulas mesial (seta) e 
distal. 
 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 11.8: Vista oclusal do primeiro molar superior com as 
vertentes externas das cúspides concluídas, tanto as 
vestibulares quanto as linguais. Observar que além dos 
sulcos (fig. 11.7), agora estão demarcadas as arestas. Note 
também a posição da ponte de esmalte que está contida nas 
arestas que vão da ponta de cúspide vestíbulo-distal à 
ponta de cúspide mésio-lingual. 
Fig. 11.9, 11.10 e 11.11: Detalhes da escultura das vertentes internas das cúspides mesiais do primeiro 
molar superior. 
 59 
Capítulo 12 – Escultura de elementos unitários em manequins articulados 
 
Até esta etapa, realizamos a escultura de elementos dentais pela técnica geométrica, tendo 
como referências paratal escultura as características gerais de tamanho, convergência e 
convexidade das faces dentais e nos passos preconizados pela técnica de escultura. 
A partir desta etapa executaremos a escultura de elementos dentais montados em manequim 
articulado. Para tanto, além dos conceitos anatômicos assimilados e praticados nos 
capítulos anteriores deveremos usar como referências para escultura, os detalhes comuns 
dos dentes do mesmo arco, o relacionamento do dente a ser esculpido com os dentes 
adjacentes (relação interproximal) e do arco antagonista (relação oclusal). Utilizaremos 
uma técnica mista de enceramento progressivo para escultura dos contornos axiais do dente 
e de amassamento de cera plastificada para registro das estruturas oclusais. 
Relacionando-se o dente esculpido com seus adjacentes e antagonistas, buscamos um 
equilíbrio oclusal do arco, além de uma harmonia estética. Diversos são os detalhes a serem 
observados, tais como forma e localização de bossas, arestas, vertentes, sulcos, etc; bem 
como o alinhamento vestíbulo-lingual de faces, bordas incisais e pontas de cúspides, 
paralelismo de estruturas homólogas, posição e profundidade dos sulcos principais, curvas 
de Spee e Wilson. A reprodução fiel destas referências deve também ser acompanhada do 
estabelecimento dos contatos oclusais e observação dos movimentos oclusais durante estes 
movimentos. Rever capítulos 1 a 4. 
 
Referências Anatômicas e Funcionais para Escultura de Dentes Anteriores 
 
• Contatos proximais 
• Posicionamento de bossas vestibular e lingual 
• Inclinação da face vestibular 
• Contatos oclusais nas cristas marginais transversais 
• Guias de desoclusão anterior e guia canina 
• Altura e posicionamento vestíbulo-lingual da Borba incisal 
 
Referências Anatômicas e Funcionais para Escultura de Dentes Posteriores 
 
• Contatos proximais 
• Posicionamento de bossas vestibular e lingual 
• Inclinação da face vestibular 
• Contorno e convergência das faces proximais e livres 
• Posicionamento de pontas de cúspides 
• Posicionamento de sulcos principais 
• Posicionamento e altura de cristas marginais 
• Inclinação de arestas e vertentes 
• Paralelismo entre estruturas homólogas 
• Contatos oclusais 
• Guias de desoclusão 
 
Material necessário 
 60 
• 01 manequim odontológico articulado com dentes removíveis 
• troquéis em gesso cm preparos protéticos totais e/ou parciais 
• vaselina 
• lapiseira 0,5 mm 
• cola de cianoacrilato (tipo Super Bonder) 
• lamparina 
• cera para enceramento progressivo 
• gojetador 
• Lê Cron 
• Hollemback 3 e 3s 
• Escova dental macia 
• Talco 
• Pincel 
 
Técnica de escultura 
 
• Preparo do troquel: deve-se marcar com lapiseira fina o limite do preparo dental. 
Esta marcação pe em seguida fixada com cola e o troquel posicionado na arcada do 
manequim. 
• Isolamento com vaselina sólida da porção radicular do troquel, dos dentes 
adjacentes e do arco antagonista. 
• Plastificação da cera e obtenção dos primeiros pontos de referência: contatos 
proximais, bossa vestibular e arestas da face vestibular. 
• Preenchimento e obtenção do contorno da face vestibular. 
• Determinação da bossa lingual e contorno da face lingual. 
• Enceramento e obtenção do contorno axial do dente, estabelecendo-se inclinação 
e convergência das faces livres e proximais e o correto limite cervical linha de colo). 
• Plastificação da cera na face oclusal (posteriores) ou lingual (anteriores) e 
estabelecimento dos contatos oclusais. Nessa fase realizaremos o amassamento da cera 
plastificada através do estabelecimento dos contatos oclusais entre as duas arcadas do 
manequim. 
• Observação da imagem negativa do dente antagonista impressa na cera e 
interpretação das marcas obtidas. 
• Remoção dos ecessos de cera. 
• Escultura da face funcional, tendo como referência as marcas obtidas e as 
características anteriormente citadas. 
• Acabamento da cera, através do alisamento com Hollemback, Lê Cron, meia de 
seda e escova dental. 
• Verificação oclusal com talco pincelado sobre as faces de contato oclusal. 
• Verificação e conferência dos movimentos excursivos mandibulares e da ausência 
de interferências. 
 
 
 
 
 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 12.1: O primeiro passo do 
enceramento é i estabelecimento dos 
pontos de contatos proximais e i 
contorno das faces mesial e distal. 
Fig. 12.2: A escultura das faces livres é 
iniciada pelo estabelecimento das bossas e 
das linhas longitudinais, que unem as 
pontas das cúspides à linha de colo do 
dente. 
Fig. 12.3: O preenchimento das 
paredes axiais deve seguir os limites 
estabelecidos pelos contatos 
proximais, linha longitudinais e 
bossas, bem como tamanho e 
convergências das faces. 
Fig. 12.4: A face oclusal deve ser 
preenchida em excesso, e a cera 
plastificada para registro das relações 
oclusais com o arco antagonista. 
Fig. 12.5: Deve-se, então, estabelecer a 
oclusão entre as duas arcadas do 
articulador, imprimindo-se a forma da 
face oclusal do dente antagonista na cera 
plastificada. 
Fig. 12.6: Os seguintes detalhes anatômicos podem ser 
observados na face oclusal. 
a. Pontas de cúspide do dente antagonista tocando 
na área que corresponde ao fundo de fóssula do 
dente em escultura. 
b. Sulco principal antagonista determinando as 
pontas de cúspides do dente em escultura. 
c. Ponte de esmalte (nesse caso, do 1º molar 
superior) tocando e imprimindo o sulco ocluso-
vestibular distal. 
d. Crista marginal. 
 62 
Aspecto final da escultura concluída 
 
 
 
Fig. 12.7 Fig. 12.8 
 
 
 
 Fig. 12.9 Fig. 12.10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 63 
 
Capítulo 13 – Glossário de Termos 
 
Termos de Orientação 
 
A 
 
Ângulo...: junção de duas ou mais superfícies. Ex.: ângulo mésio-incisal, inciso-distal. 
 
Ângulo axial: encontro de duas faces axiais; ex.: mésio-vestibular, mésio-lingual, disto-
vestibular e disto-lingual, etc. 
 
Antagonista: antagônico, que atua no sentido oposto, contrário. Pág. 28, fig. 2.1. 
 
Ápice: porção terminal, ponta da cúspide ou ponta da raiz. Pág. 22. 
 
Apical: relativo ao ápice. 
 
Arcada dental: superior ou inferior, corresponde respectivamente ao conjunto de dentes 
implantados na maxila ou na mandíbula, em forma de arco. Pág. 11. 
 
Arco antagonista: arcada oposta. O arco inferior se opõe ao superior, e vice-versa. Pág. 11. 
 
B 
 
Borda incisal: borda cortante dos dentes anteriores, originada do encontro da face vestibular 
com a face lingual ou palatina dos mesmos. Pág. 20, fig. 1.6.4. 
 
C 
 
Contatos oclusais: contatos estabelecidos entre dentes de arcadas opostas. 
 
Convergência para...: perda de volume para.... Ex.: Em vista oclusal, as faces vestibulares e 
linguais convergem para distal, ou seja, perdem volume de mesial para distal, devido à 
diferença de tamanho das faces proximais. PÁG. 15, fig. 1.4.1, 1.4.2, 1.4.3 e 1.4.4. 
 
D 
 
Dentes anteriores: incisivos centrais, incisivos laterais e caninos. Pág. 18. 
 
Dentes análogos: dentes correspondentes situados em hemiarcos diferentes de uma mesma 
arcada. Ex.: 13 e 23; 36 e 46. 
 
Dentes antagônicos: dentes correspondentes implantados em arcadas opostas. Ex.: 13 e 43; 
26 e 36. 
 
 64 
Dentes posteriores: pré-molares e molares. Pág. 21. 
 
Distal: que dista (se afasta) da linha mediana. 
 
F 
 
Faces: lados ou superfícies das coroas dentais. São elas: mesial, distal, lingual, vestibular e 
oclusal. Pág. 12. 
 
Faces axiais: faces paralelas ao longo eixo do dente, ex.: face vestibular, lingual, mesial e 
distal. 
 
Face distal: face do dente que dista da linha média seguindo a curvatura do arco dental. 
 
Face lingual: face do dente voltada para a língua (nos dentes superiores e o termo mais 
usado é face palatina devido à adjacência ao palato).

Outros materiais