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1º Modulo - aula 3 - legislacao_educacional

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Legislação 
Educacional
Legislação 
Educacional
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ca
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Marcia Siécola
MARCIA SIÉCOLA
Curitiba
2016
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
Apresentação
© 2016 – IESDE Brasil S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem 
autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________________
S573L
Siécola, Marcia
Legislação educacional / Marcia Siécola. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE Brasil, 2016. 
196 p. : il. ; 21 cm.
ISBN 978-85-387-6263-8
1. Ensino - Legislação - Brasil. 2. Planejamento educacional. I. Título.
16-35420 CDD: 379.81
 CDU: 34:37(81)
________________________________________________________________________
Capa: IESDE BRASIL S/A.
Imagem da capa: Martin Bilek/Shutterstock
Apresentação
Este livro tem como principal objetivo assessorar os docentes e demais profissionais 
da área de educação em compreenderem o contexto que envolve a Legislação Educacional 
no âmbito nacional, a partir de um resgate histórico da trajetória da educação brasileira, 
desde a Constituição Federal de 1988 até a atualidade com as Políticas Atuais de Educação 
(PNE – 2014-2024).
Com base em um diagnóstico sobre o papel social destinado à educação em diferentes 
períodos da história brasileira, é possível evidenciar algumas das principais tensões e contra-
dições que marcaram a organização do nosso sistema educacional, bem como as continuida-
des, descontinuidades, adaptações e rupturas que caracterizaram as políticas educacionais de 
diferentes períodos.
Esperamos que esse material contribua para a prática do docente e de todos os envolvidos 
no cenário educacional, trazendo reflexões pertinentes sobre a Legislação Educacional que 
devem priorizar o combate às desigualdades sociais e dar um grande salto no contexto brasi-
leiro, promovendo, assim, a educação de qualidade como um direito social.
Sobre a autora
Sobre a autora
MARCIA SIÉCOLA
Mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Especialista em 
Formação Docente em EAD e Gestão, Inovação e Docência em Educação a Distância pelo 
Centro Universitário Internacional (UNINTER). Graduada em Pedagogia pela Faculdade de 
Educação, Ciências e Letras Positivo (UP).
1
Aula
 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NO ÂMBITO NACIONAL 9
PARTE 1: A EDUCAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 10
PARTE 2: A EDUCAÇÃO NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 14
PARTE 3: LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LEI 9.394/96) 17
2
Aula
 DIRETRIZES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS 27
PARTE 1: O DIREITO À EDUCAÇÃO COMO FUNDAMENTO MAIOR DAS DIRETRIZES 28
PARTE 2: O CURRÍCULO: BASE NACIONAL COMUM E PARTE DIVERSIFICADA 32
PARTE 3: A ENTRADA DAS CRIANÇAS DE 6 ANOS NO ENSINO FUNDAMENTAL 36
3
Aula
 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA ENSINO MÉDIO 47
PARTE 1: AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS 48
PARTE 2: CIÊNCIAS DA NATUREZA 52
PARTE 3: CONHECIMENTO MATEMÁTICO 55
4
Aula
 REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL 67
PARTE 1: CUIDAR E EDUCAR: AÇÕES INDISSOCIÁVEIS 68
PARTE 2: A FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL 71
PARTE 3: CONHECIMENTO DE MUNDO 75
5
Aula
 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL 85
PARTE 1: CONCEPÇÃO E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL 86
PARTE 2: ORGANIZAÇÃO DE ESPAÇOS, TEMPOS E MATERIAIS 90
PARTE 3: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 93
Sumário
6
Aula
 PROPOSTA PEDAGÓGICA 105
PARTE 1: A ESCOLA CONSTRUINDO A “BOA ESCOLA” 106
PARTE 2: A PROPOSTA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 109
PARTE 3: A PROPOSTA PEDAGÓGICA NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 114
7
Aula
 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO E DA ESCOLA 125
PARTE 1: AVALIAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL 126
PARTE 2: AVALIAR NO ENSINO FUNDAMENTAL 130
PARTE 3: AVALIAR NO ENSINO MÉDIO 134
8
Aula
 RENDIMENTO ESCOLAR 143
PARTE 1: CONCEPÇÃO, PRINCÍPIOS E FINALIDADE 144
PARTE 2: A CONSTRUÇÃO COLETIVA DO REGIMENTO ESCOLAR 147
PARTE 3: CONHECENDO O REGIMENTO ESCOLAR DE UMA ESCOLA PÚBLICA 151
9
Aula
 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – ASPECTOS LEGAIS 161
PARTE 1: OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA: METAS 1, 2, 3 E 4 162
PARTE 2: A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA E A ALFABETIZAÇÃO DE TODOS OS CIDADÃOS: METAS 5, 7 E 9 167
PARTE 3: OS TEMPOS NA ESCOLA E O TEMPO DE ESCOLARIDADE: METAS 6 E 8 172
10
Aula
 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – ASPECTOS LEGAIS 179
PARTE 1: OS DESAFIOS DO ENSINO MÉDIO E DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: METAS 10, 11 E 12 180
PARTE 2: A FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO: 
METAS 13, 14, 15, 16, 17 E 18 184
PARTE 3: OS DESAFIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E O INVESTIMENTO PÚBLICO NA EDUCAÇÃO: 
METAS 19 E 20 189
Sumário
9Legislação Educacional
Devido à amplitude e relevância dessa temática, faz-se 
necessário conhecer a Legislação sobre a educação e utilizá-
la como instrumental no cotidiano de todo educador, não só 
propiciando oportunidade de implementar as Políticas Públicas 
sobre educação de forma coerente e correta com as normas 
existentes, mas também exigir que os direitos de alunos, pais, 
professores e diretores sejam garantidos.
Para tanto, o presente estudo apresenta uma abordagem 
histórica de direito à educação prevista na Constituição Federal de 
1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) e na 
LDB (Lei 9.394/96). Na sequência, refletiremos sobre a inserção 
desse privilégio no rol dos direitos sociais, como prerrogativa de 
que todas as pessoas podem exigir do Estado a prática educativa 
como direito fundamental traduzindo muito da exigência que todo 
cidadão brasileiro pode fazer em seu favor.
Aula 1
LEGISLAÇÃO 
EDUCACIONAL NO 
ÂMBITO NACIONAL 
Aula 1 Legislação educacional no âmbito nacional
10 Legislação Educacional
Parte
1 A Educação na Constituição 
Federal de 1988
A Constituição é um conjunto de leis que regem um país, um governo, um estado, é também chamado 
de Carta Magna ou Lei Suprema. Constitui-se de um conjunto de normas que regulam o Estado brasileiro, 
estabelecendo, inclusive, quais são as funções e competências dos diferentes órgãos do Estado, tais como: 
os poderes Judiciário, Legislativo, Executivo, Municípios, Estados, União, Defensoria Pública, Ministério 
Público, entre outros.
A Constituição Federal vigente foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988, com uma abordagem 
democrática em relação às demais constituições. Essa democracia é evidenciada, pois teve a colaboração e 
participação do povo, por meio de abaixo assinados, liderado pelos sindicatos de classe, entidades religiosas 
e demais segmentos da sociedade. 
Dentre outras alterações, o direito à educação no país foi priorizado a partir da promulgação da 
Constituição Federal de 1988. Após o Brasil ter vivenciado um grande período de Ditadura Militar, que 
percorreu os anos de 1964 a 1985, o país se via em um novo processo de redemocratização, em que se via a 
demanda de devolver ao povo brasileiro todos os direitos retirados durante o processo ditatorial.
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Figura 1: Ulysses Guimarães anuncia promulgação da Constituição de 1988. Disponível em: <http://vestibular.uol.
com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/25-anos-da-constituicao-federal-promulgacao-marcou-transicao-entre- 
ditadura-e-democracia.htm>. Acesso em: 29 abr. 2016.
Aula 1Legislação educacional no âmbito nacional
11Legislação Educacional
Entretanto, ao longo da história, com maior ou menor abrangência, e marcadas pelo contexto de cada 
época,todas as seis Constituições brasileiras anteriores a 1988 enfatizaram o tema educação. 
Sobre esses períodos, as autoras Mércia Cardoso De Souza e Jacira Maria Augusto Moreira Pavão 
Santana (2010) versam sobre a abordagem histórica de como o direito à educação foi tratado ao longo das 
Constituições brasileiras, reforçando que:
A Constituição Imperial de 1824 estabeleceu entre os direitos civis e políticos, a gratuidade da ins-
trução primária para todos os cidadãos e a criação de colégios e universidades. Essa constituição 
não considerava os escravos enquanto cidadãos, que formavam grande parte da população desta época 
[grifo nosso].
A Constituição Republicana de 1891, adotando o modelo federal, se preocupou em especificar a com-
petência para legislar da União e dos Estados com relação à educação. A União deveria legislar sobre 
o ensino superior enquanto que aos Estados cabia legislar sobre o ensino secundário e primário, 
muito embora tanto a União quanto os Estados pudessem criar e manter instituições de ensino superior 
e secundário. Essa constituição caracterizou-se pela separação entre Igreja e o Estado, e consequen-
temente houve o rompimento com a adoção de uma religião oficial, determinando-se a laicização do 
ensino nos estabelecimentos públicos [grifos nossos].
A Constituição Federal de 1934 foi a primeira a dedicar um dispositivo à educação e à cultura. A 
educação foi definida como direito de todos, correspondendo ao dever da família e dos poderes 
públicos, voltada para consecução de valores de ordem moral e econômica. Pode-se notar que essa 
constituição incorporou os direitos sociais aos direitos dos cidadãos. Apresentou vários dispositivos 
que organizavam a educação nacional, mediante previsão e especificação de linhas gerais de um plano 
nacional de educação [grifos nossos].
Na Constituição Federal de 1937 houve enorme retrocesso na medida em que o texto constitucional 
vinculou a educação a valores cívicos e econômicos. Não houve preocupação com o ensino público, 
sendo o primeiro dispositivo a estabelecer a livre iniciativa. Essa constituição centralizou os poderes 
nas mãos do Poder Executivo, constituindo-se num governo autoritário [grifos nossos]
A Constituição Federal de 1946 trouxe à tona os princípios presentes nas Constituições de 1891 e 1934. Essa 
constituição definiu a educação como direito de todos, dando ênfase à ideia de educação pública. Foram 
definidos princípios que deram uma direção ao ensino primário obrigatório e gratuito [grifos nossos].
A Constituição Federal de 1967 manteve a estrutura organizacional da educação nacional, preservando 
dessa maneira os sistemas de ensino dos Estados. Contudo, percebe-se um retrocesso sob a ótica de 
matérias relevantes como, por exemplo, o fortalecimento do ensino particular, mediante previsão de 
meios de substituição do ensino oficial gratuito por bolsas de estudo; a necessidade de bom desempe-
nho para garantia da gratuidade do ensino médio e superior aos que comprovassem insuficiência 
financeira [grifos nossos].
A Constituição Federal de 1988 foi determinante para a interrupção da Constituição de 1967, gerada na 
vigência da ditadura militar, que compreendeu os anos de 1964 a 1985, período que simbolizou a mudança 
do regime democrático brasileiro. Na época, o presidente da Assembleia Constituinte, Ulysses Guimarães, 
Aula 1 Legislação educacional no âmbito nacional
12 Legislação Educacional
parlamentar que promulgou a atual Carta Magna brasileira, juntamente com o governador de Minas Gerais, 
Tancredo Neves, fez desse relevante acontecimento sua proposta de eleição para a presidência da república 
(CUNHA, 2013). 
O documento legal foi abalizado um divisor de águas no Brasil por estar respaldado em concepções de 
cidadania e de democracia mundiais, agregou valores igualitários aos direitos fundamentais aos brasileiros 
que correspondem aos diversos segmentos, como: educação, saúde, trabalho, previdência social, lazer, se-
gurança, proteção à maternidade, infância e assistência aos desamparados. Sua praticidade é a primazia das 
conjunturas de vida dos menos beneficiados, em proveito da isonomia social (CUNHA, 2013).
A Carta Magna brasileira promulgada em 1988, denominada de “Constituição Cidadã” pelo represen-
tante do congresso Ulysses Guimarães, é considerada até os dias de hoje uma das mais modernas e progres-
sistas do mundo, em relação aos direitos e deveres individuais e coletivos dos brasileiros (DUARTE, 2012).
Sendo assim, deve-se atentar que a referida normativa constitucional apregoava o preceito de que to-
dos os brasileiros têm direito à educação, destacando à preferência pelo Ensino Fundamental, devendo esse 
ser imperativo e de graça. Carrega em seu cerne relevantes princípios para a educação e, nesse conjunto de 
circunstâncias, reforça a Constituição Federal de 1988 estabelecendo no artigo 205 que:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento de pessoas, seu preparo para o exercício 
da cidadania e sua qualificação para o trabalho [grifos nossos] (SILVA, 2008, p. 312).
Contudo, aponta-se que a Constituição Federal de 1988 não traz em sua essência somente o acesso à 
escola, mas o pleno desenvolvimento das pessoas a partir da educação, o que denota a pertinência de uma 
educação de qualidade. Sendo que esse dispositivo legal, em seu artigo 206, inciso VII, menciona a “[...] 
garantia de padrão de qualidade” do ensino, ou seja, não apenas o acesso de crianças e adolescentes à escola, 
mas um ensino de qualidade. 
Nesse mesmo dispositivo legal da Lei Suprema de 1988, estabeleceu-se alguns pressupostos por meio 
dos quais o direito à educação deverá ser pautado e ministrado. São eles:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e priva-
das de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, 
com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; 
Aula 1Legislação educacional no âmbito nacional
13Legislação Educacional
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos 
de lei federal. (BRASIL, CF/88)
A Lei Maior de 1988 aduz em seu artigo 207 metas para o ensino universitário, e instituições de pesqui-
sa científica e tecnológica: “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e da 
gestão financeira e patrimonial, e deverão obedecer ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa 
e extensão” (BRASIL, CF/1998).
O artigo 208 legitima a obrigatoriedade do Estado com relação à educação, que será efetivada mediante 
a garantia:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada 
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional 59/2009);
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
14/96);
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola,às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional 53/2006);
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade 
de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suple-
mentares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional 59/2009); 
§1.º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§2.º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa 
responsabilidade da autoridade competente.
§3.º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e 
zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola (BRASIL, CF/98).
Aula 1 Legislação educacional no âmbito nacional
14 Legislação Educacional
Nesse contexto, verifica-se que o direito à educação constitui-se uma das solicitações mais representativas 
para a vida dos cidadãos brasileiros como parâmetro para a transformação e melhoria da existência humana.
Assim, por meio das linhas mestras especificadas pela Constituição Federal de 1988, deu-se origem a 
outras iniciativas que asseguram o direito à educação, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 
1990) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96).
Parte
2 A Educação no Estatuto da 
Criança e do Adolescente
Foi criado em 13 de julho de 1990 o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituiu-se como Lei 
Federal 8.069, regulamentando e garantindo a imposição à família, à sociedade e ao Estado de assegurarem 
os direitos da criança e do adolescente, bem como disciplinando os mecanismos para efetivação e garantia 
desses interesses inerentes ao menor. Para crescer em um ambiente seguro, a criança necessita de cuidados 
e orientações para prosperar de forma sadia e equilibrada (FREITAS, 2003, p. 79).
Sendo o seu objetivo maior proteger a criança e o adolescente de toda e qualquer forma de abuso, bem 
como de garantir que todos os direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao 
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, à liberdade e à convivência familiar e coletiva, estabeleci-
dos na Constituição Federal de 1988 lhes fossem assistidos (FREITAS, 2003, p. 79).
O Estatuto da Criança e do Adolescente estabeleceu em seu artigo 2.º, a descrição para a condição de crian-
ça, sendo: toda pessoa com idade até doze anos de idade incompletos; adolescente aquele que tiver entre doze e 
dezoito anos incompletos; e menor adulto, dos dezoito aos vinte e um anos incompletos (BRASIL, 1990).
Essa normativa legal de 1990 trata também do direito à educação, entendendo que educar em seu senti-
do mais amplo significa transmitir conhecimentos, desenvolver valores e orientar a criança ou o adolescente 
o despertar de valores, promovendo desafios que os façam refletirem sobre a realidade que o cerca, pois:
A educação engloba a instrução, mas é muito mais ampla. Sua finalidade é tornar os homens mais ínte-
gros, a fim de que possam usar da técnica que receberam com sabedoria, aplicando-a disciplinadamen-
te. Instrução e educação, embora possam ser entendidos como duas linhas paralelas com finalidades 
diferentes, necessariamente devem caminhar juntas e integrar-se (MUNIZ, 2002, p. 9).
Garantir os direitos fundamentais perpassando pela análise da educação, parte da oportunidade de que 
todo cidadão brasileiro deve ter acesso e se apropriar dos conhecimentos cognitivos e formais culturalmente 
organizados, desenvolver valores construídos pelos indivíduos de uma determinada sociedade, colaborando, 
concomitantemente, para a mudança dos mesmos e do espaço público que estão inseridos (CURY, 2007).
Aula 1Legislação educacional no âmbito nacional
15Legislação Educacional
A Lei Federal dispõe do direito à educação em especial nos artigos 53 a 59, que contou com a partici-
pação da sociedade civil por meio de movimentos populares e entidades organizadas, incluindo especialistas 
do segmento da educação, conforme se confere nos dispositivos em referência:
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua 
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; 
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como 
participar da definição das propostas educacionais.
Art. 54. É dever de o Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade 
própria; 
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; 
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade 
de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; 
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-es-
colar, transporte, alimentação e assistência à saúde. 
§1.º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§2.º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa res-
ponsabilidade da autoridade competente.
§3.º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e 
zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola.
Aula 1 Legislação educacional no âmbito nacional
16 Legislação Educacional
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular 
de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar 
os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; 
III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, 
seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes 
excluídos do ensino fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do 
contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às 
fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de 
recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a ju-
ventude (BRASIL, 1990).
Partindo desses pressupostos, percebe-se a prioridade de que se faça honrar o que determina o disposi-
tivo legal brasileiro. Na atualidade, não é aceitável crianças fora da instituição escolar e sem o acolhimento 
imprescindível por parte da família, pois o descumprimento de tal situação poderá se retratar como abando-
no intelectual, como se preconiza: 
O direito à educação é um direito social, inserido dentre os direitos fundamentais do homem em nossa 
Constituição,apregoado como meio certo a conquista de uma efetiva igualdade e de liberdade do cida-
dão. Os direitos sociais têm o condão de criar condições materiais na busca da igualdade real, na medida 
em que proporciona condições ao exercício efetivo da liberdade (SILVA, 1995, p. 65).
Nessa mesma direção, sabe-se que para não haver uma alta representação da evasão escolar, repetência 
e péssimo desempenho escolar, é de suma importância que haja o trabalho conjunto da escola e da família. 
A criança ou adolescente devem comparecer regularmente à instituição escolar, tendo o acompanhamento 
familiar e o da instituição de ensino a que pertencem, para que as metas e os objetivos educacionais propos-
tos sejam atingidos (SUMMERS, 2013).
Portanto, não cabe à escola fazer o papel dos pais ou responsáveis, assumindo a obrigação de responder 
sozinha pelo ato de educar o discente, sendo que o procedimento de tal atividade deve acontecer em parceria 
com os implicados, pais/responsáveis e a instituição escolar, pública ou privada, para que se obtenha sucesso 
no processo educacional (SUMMERS, 2013).
Aula 1Legislação educacional no âmbito nacional
17Legislação Educacional
Por fim, enfatiza a Constituição Federal de 1988, assim como o Estatuto da Criança e do 
Adolescente 1990, que devemos amparar as crianças e os adolescentes preservando-os das arbitrarie-
dades, do desamparo intelectual/moral e da violência para que tenham uma infância e uma adolescência 
segura. Essas normativas asseguram aos menores proteção à vida sadia, norteada para o bem-estar, e 
equilibrada, concernente de que a proteção e as garantias dos direitos que lhes são devidos pela legis-
lação brasileira vigente (SUMMERS, 2013).
Nessa perspectiva, é preciso que os governos, a sociedade e, principalmente, a família passem a atuar 
de forma mais presente, eficiente e articulada, a fim de que os dispositivos legais deixem de ser apenas 
mais um projeto nacional, no sentido das práticas de direito. Devem ser garantidos a todas as crianças e 
adolescentes, sem restrições, bem como é necessário que haja o entendimento dos mesmos, como sujeitos 
de direitos, pessoas em condições peculiares de desenvolvimento e prioridade absoluta. Dessa forma, haverá 
a efetivação na proteção integral e garantias da política da criança e do adolescente. 
Parte
3 Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (Lei 9.394/96)
Para melhor entendermos essa abordagem, é fundamental definirmos inicialmente o que compreen-
demos por Diretrizes. Elas são linhas norteadoras, orientações, guias ou rumos que definem e regulam um 
projeto, um caminho ou uma trajetória a ser seguida (DA SILVA, 1999, p. 13).
Diretrizes na educação são os escopos e metas, quer sejam os políticos, administrativos, sociais ou 
pedagógicos a serem observados e praticados pelos gestores das políticas públicas de educação e diretores 
de instituição escolar. As diretrizes demandam articular a igualdade de aprendizagem, assegurando que con-
teúdos básicos sejam ensinados para todos os alunos, sem discriminar os diversos contextos nos quais eles 
estão inseridos (RODRIGUES, 2012).
Já as Bases equivalem aos meios institucionais e como a funcionalidade educativa se desenvolve na 
área pública, e, na área privada, no que concerne ao discernimento das competências em cada fase da ação 
educativa (DA SILVA, 1999, p. 13).
Nessa perspectiva, a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é abalizada como a norma-
tiva que regulamenta toda a educação brasileira, por isso mesmo é denominada de “Carta Maior da 
Educação”. Ela está hierarquicamente abaixo da Constituição Federal de 1988 e preconiza os princípios 
norteadores do ordenamento geral da educação brasileira. Por ter uma natureza generalista, a maioria 
de seus dispositivos legais necessita ser regulamentado por meio de uma normativa legal adicional. São 
Aula 1 Legislação educacional no âmbito nacional
18 Legislação Educacional
nessas circunstâncias que as políticas públicas educacionais vão se efetivando por meio dos projetos 
governamentais. (SAVIANI, 2008, p. 2)
As Diretrizes Curriculares Nacionais vigentes têm origem na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB 9.394/96), que assinala ser incumbência da União: 
[...] estabelecer, em colaboração com os estados, Distrito Federal e os municípios, competências e di-
retrizes para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos 
e os seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar a formação básica comum (BRASIL, LDB, 1996).
As Diretrizes Curriculares Nacionais são normas obrigatórias para a Educação Básica, que têm como 
objetivo orientar o projeto político pedagógico, o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de 
ensino, norteando seus currículos e conteúdos mínimos a serem ministrados. 
Assim, as diretrizes asseguram a formação básica, com fundamentação na Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), definindo competências e diretrizes para a educação brasileira.
Desde sua promulgação, em 20 de dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB) vem redesenhando o sistema educacional brasileiro em dois níveis de ensino: a Educação Básica e 
o Ensino Superior.
A Educação Básica é composta por três etapas:
• Educação Infantil – creches (de 0 a 3 anos) e pré-escolas (de 4 a 5 anos). Seu objetivo é promover 
o “desenvolvimento integral da criança [...], em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e 
social, complementando a ação da família e da comunidade” (art. 29 da LDB). É de competência 
dos municípios brasileiros.
• Ensino Fundamental – anos iniciais (do 1.° ao 5.° ano) e anos finais (do 6.° ao 9.° ano). Ensino 
Fundamental, com duração mínima de nove anos e com matrícula obrigatória aos seis anos de 
idade é a etapa que objetiva, conforme preconiza o artigo 32 da LDB:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, 
da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos va-
lores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos 
e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recí-
proca em que se assenta a vida social (BRASIL, LDB, 1996)
Na prática, observa-se que os municípios brasileiros estão atendendo aos anos iniciais e os Estados aos 
anos finais.
Aula 1Legislação educacional no âmbito nacional
19Legislação Educacional
• Ensino Médio – do 1.° ao 3.° ano, tem a duração mínima de três anos e é de responsabilidade dos 
Estados. A normativa legal não estabelece idade mínima para o acesso ao Ensino Médio, mas esse 
acesso pode ocorrer a partir dos 15 anos, sem limite máximo de idade (MEC, 2013).
 De acordo com o artigo 35 da LDB, o ensino médio tem como objetivos:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibi-
litando o prosseguimento de estudos; 
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de 
modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoa-
mento posteriores; 
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvi-
mento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; 
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a 
teoria com a prática, no ensino de cada disciplina (BRASIL, LDB, 1996).
Ensino Superior
• A educação superior está expressa nos artigos 43 a 57 da LDB/96. Ela é da alçada da União, po-
dendo ser ofertado por Estados e Municípios, desde que esses já tenhamassistidas as modalidades 
pelas quais são responsáveis pela sua totalidade. Cabe à União autorizar e fiscalizar as instituições 
privadas de ensino superior. Tem por finalidade divulgar a sociedade a criação cultural e a pes-
quisa científica e tecnológica originada nas instituições que oferecem a formação na modalidade 
superior e produzem conhecimento científico (LDB, 1996).
A educação brasileira conta ainda com algumas modalidades de educação, que perpassam por todos os 
níveis da educação nacional. São elas:
• Educação Especial – atende aos estudantes com necessidades especiais, preferencialmente na rede 
regular de ensino;
• Educação a Distância – atende aos educandos em tempos e espaços diversos, com a utilização de 
meios e tecnologias de informação e comunicação;
• Educação Profissional e Tecnológica – visa a preparar os estudantes para exercerem atividades 
produtivas, atualizar e aperfeiçoar conhecimentos tecnológicos e científicos;
• Educação de Jovens e Adultos – atende às pessoas que não tiveram acesso à educação na 
idade apropriada;
• Educação Indígena – atende às comunidades indígenas, de forma a respeitar a cultura e língua 
materna de cada tribo.
Aula 1 Legislação educacional no âmbito nacional
20 Legislação Educacional
Além dos níveis e das modalidades de ensino, a LDB 9.394/96 aborda também temas como os recursos 
financeiros e a formação dos profissionais da educação.
Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), toda escola 
precisa ter um projeto político pedagógico. Esse documento deve explicitar as características que gestores, 
professores, colaboradores, pais e alunos pretendem construir na unidade escolar e qual formação querem 
para quem ali estuda. 
Esse projeto é o referencial de qualquer instituição de ensino e é regido pela normativa legal de 1996, 
que detalha aspectos pedagógicos da organização escolar, o que mostra o valor atribuído a essa questão pela 
atual legislação educacional. Ou seja, o marco do Projeto Político Pedagógico é a LDB/96, que intensifica 
a elaboração e autonomia de sua capacidade de delinear sua própria identidade da construção de projetos 
diferenciados de acordo com as necessidades de cada instituição escolar (VEIGA, 2000, p. 13).
Ao construirmos esse documento pedagógico nas escolas, planejamentos o que temos a finalidade de 
fazer e de realizar, pois é a definição de princípios e diretrizes que norteiam a natureza e o vir a ser da escola. 
Nessa perspectiva, constatamos que:
O projeto político pedagógico vai além de um simples agrupamento de planos de ensino e de atividades 
diversas. Ele não é algo que é construído e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades edu-
cacionais, como prova do cumprimento de tarefas burocráticas. Ele deve expressar a visão de homem, 
de escola e de sociedade, o que servirá de alicerce para definir o caminho a ser traçado e as metas que 
irão corporificar as próprias ações deste documento legal (VEIGA, 2009, p. 12).
O projeto busca um direcionamento, como se fosse uma bússola. É uma ação que tem uma determi-
nada intenção, com um sentido declarado, com um compromisso definido coletivamente pelos integrantes 
da instituição escolar. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é também político por estar intimamente 
articulado a uma promessa sociopolítica com interesses reais e coletivos da população majoritária dessa 
instituição de ensino. É político no sentido de compromisso com a formação de qualidade do cidadão de um 
determinado tipo de sociedade. “A dimensão política se cumpre na medida em que ela se realiza, enquanto 
prática especificamente pedagógica” (SAVIANI, 1983, p. 93).
Na abrangência pedagógica, habita a oportunidade da efetivação da finalidade da escola, que é a for-
mação de qualidade do cidadão proativo, responsável, comprometido consigo e com o contexto que está 
inserido, e o desenvolvimento de um indivíduo crítico e criativo. Pedagógico, na acepção de esclarecer as 
ações educativas e os atributos necessários às escolas de cumprirem seus objetivos e suas intenções educa-
cionais (VEIGA, 2009, p. 15).
Aula 1Legislação educacional no âmbito nacional
21Legislação Educacional
As categorias político e pedagógico têm, assim, uma concepção que caminha de mãos dadas e não 
pode se separar. Nesse sentido, é que se deve considerar o projeto político pedagógico como um processo 
constante de reflexão, discussão dos problemas da escola e mudanças, na busca de alternativas viáveis à 
efetivação de sua intencionalidade (MARQUES, 1990, p. 23). 
Por outro lado, propicia a vivência democrática devendo envolver toda a comunidade escolar, tendo 
como referência a realidade em busca de aperfeiçoamento e de mudança necessários a uma educação de 
melhor qualidade.
No artigo 3.º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 9.394/96), estão implícitos os 
princípios norteadores do projeto pedagógico, e um deles é “igualdade de condições para acesso e perma-
nência na escola”, também previsto no artigo 206, inciso I da Constituição Federal de 1988 e no primeiro 
inciso do artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1991).
Como vimos, os textos legais abordados, como a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança 
e do Adolescente de 1990 e a LDB 9.394/96, garantem a todos os cidadãos o acesso e a permanência na 
escola, visando a que todos tenham condições iguais de acesso ao conhecimento sistematizado. Nesse con-
texto, a educação tem importante função de ascensão social, e o espaço escolar deveria favorecer o acesso ao 
conhecimento e ao desenvolvimento de habilidades e competências para o exercício da cidadania e inserção 
social de todos os cidadãos brasileiros.
Por último, complementando as premissas anteriormente abordadas, constatamos que no vídeo “A 
função da escola nos dias atuais”, concedido pelo SINPRO-SP, o educador e pesquisador José Carlos 
Libâneo aborda a função específica da escola contemporânea, que é ensinar. Para Libâneo, ensinar no 
século XXI significa:
[...] a capacidade de auxiliar os estudantes a desenvolverem as suas competências e habilidades 
intelectuais. O educador ainda relata os problemas sociais que interferem na vida dos jovens, o 
que exige da escola estar promovendo um ensino eficiente. Assim como, ele destaca a importância 
do papel do professor está atrelado à busca em conhecer as histórias de vida dos alunos. Ainda, 
segundo o autor, as novas tecnologias da informação e da comunicação precisam urgentemente ser 
integradas nas escolas, mas sem exclusão do professor e de outras mediações relacionais e cogni-
tivas no processo de aprendizagem. As tecnologias são indispensáveis na escola nas mãos de um 
professor competente (SINPRO, 2013).
O autor faz uma proposta à pessoa que assiste ao vídeo de repensar o real significado de ensinar na 
contemporaneidade. Que esta atividade tão importante não seja simplesmente um despejar de conteúdos 
pedagógicos, mas que ela possa colaborar para ampliar a visão de mundo do alunado com a mediação e 
competência do professor.
Aula 1 Legislação educacional no âmbito nacional
22 Legislação Educacional
Extras
Educação por trás das grades – Os desafios para garantir 
o direito de estudar a adultos e adolescentes em 
conflito com a lei
Ana Ligia Scachetti, Beatriz Vichessi, Bruna Nicolielo e Elisa Meirelles
“Eu fiquei três anos sem estudar e voltei quando cheguei aqui. Os professores são diferentes dos que tive no mundão. Se alguém tem 
uma pergunta, eles sentam do lado e explicam. Quando sair, quero estudar e cursar uma faculdade. Minha mãe está guardando dinheiro 
para isso.” Carla, 14 anos, aluna da 4ª série.
A pessoa que perde o direito à liberdade não pode ter negado o seu direito à Educação. Nas instituições 
que recebem adolescentes em conflito com a lei, a continuidade do ensino é umaobrigação e parte integrante 
da internação. Já entre os presídios, onde estão os adultos, estima-se que metade possua alguma estrutura 
escolar. Só 8,5% dos encarcerados tiveram alguma atividade educacional em 2012 em todo o país.
Embora as legislações para adultos e adolescentes sejam distintas, os desafios enfrentados por profes-
sores e alunos nesses contextos são semelhantes. Os entraves começam pelo espaço. Muitos prédios não são 
adequados para abrigar salas de aula. É comum que elas tenham grades e sejam pouco ventiladas. Inspeções 
feitas em 2013 pelo Ministério Público em 88,5% das unidades de medida socioeducativa do país encon-
traram instalações inadequadas em todas as regiões. Rosana Heringer, da Relatoria Nacional para o Direito 
Humano à Educação, considera a situação precária. “Há tantas violações de direito que, embora a Educação 
esteja prevista em lei, na prática, ela é tratada como um luxo e não é priorizada”, diz.
Outro aspecto fundamental é a relação entre as equipes de segurança e de Educação. Muitas aulas dei-
xam de acontecer porque há suspeita de rebelião ou outra ameaça à estabilidade. Presos com mau compor-
tamento ou que entram em conflito com os agentes penitenciários são comumente impedidos de frequentar 
as aulas. “O trabalho das áreas de Educação e segurança deve ser complementar, não competitivo”, ressalta 
Beatris Clair Andrade, da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina. 
Os docentes ainda precisam fazer inúmeras adaptações em sua prática. Os materiais didáticos, muitas 
vezes escassos, devem respeitar algumas normas. Tesouras, por exemplo, costumam ser proibidas. Há locais 
em que nem canetas podem entrar. E os livros e vídeos são selecionados para não causar agitações desne-
cessárias ao ambiente. 
Aula 1Legislação educacional no âmbito nacional
23Legislação Educacional
A situação já foi pior. “O debate sobre a Educação das pessoas privadas de liberdade ficou suspenso no 
Brasil por mais de 20 anos e só foi retomado recentemente”, diz Roberto da Silva, coordenador do Grupo de 
Estudos e Pesquisas sobre Educação em Regimes de Privação da Liberdade, da Universidade de São Paulo 
(USP). Hoje, documentos como o Plano Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional e o Plano 
Nacional de Atendimento Socioeducativo estabelecem metas e padrões mínimos, como a separação entre as 
atribuições dos órgãos de Justiça e Educação. 
Entre as conquistas para os adultos está a remissão da pena por dias de estudo antes uma exclusividade de 
quem trabalhava. Esse benefício já é realidade em presídios como os do Pará, onde a alfabetização também recebe 
atenção especial. No Rio de Janeiro, a parceria entre as áreas que integram a gestão da unidade resulta no respeito 
à aprendizagem, e até a lição de casa é incentivada. Avanços também são vistos nos locais voltados aos adoles-
centes. Em Salvador, o cuidado com a documentação durante a internação ajuda na continuidade dos estudos, e 
os agentes de segurança são chamados de orientadores; e, em São Paulo, os jovens são vinculados a uma escola 
estadual externa à instituição. Conheça a seguir mais detalhes sobre essas histórias.
Vínculo com a escola regular
As salas de aula da Casa Chiquinha Gonzaga, unidade feminina da Fundação Casa, em São Paulo, têm 
algumas particularidades. Ao lado de cada pesada porta de ferro, há sempre um agente de segurança, que 
fica de olho nas estudantes. As que saem da classe são revistadas e há grades antes das escadas que levam a 
outros andares. Apesar de não deixarem a Casa, todas estão matriculadas na Escola Estadual Oswaldo Cruz, 
uma escola regular no mesmo bairro. Com isso, ao deixar a internação, elas levam a certificação de uma 
escola comum. As aulas seguem o currículo da rede estadual e as garotas participam de avaliações externas, 
seguindo a determinação da Secretaria da Educação do Estado. As 115 alunas estão divididas em turmas 
multisseriadas do Ensino Fundamental e do Médio. 
Os 19 docentes que são contratados pela Secretaria sem concurso e recebem adicional de 20% pelo local 
em que atuam – participam de Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC) na Fundação Casa e na escola 
estadual. Uma coordenadora pedagógica faz a ponte entre as duas instituições. Tudo o que é realizado nas classes 
precisa contar com a anuência da área de segurança. Os cadernos, por exemplo, foram substituídos por folhas 
avulsas que ficam com o professor porque as jovens usavam o material para se comunicar umas com as outras. 
Além das salas de aula, a Casa possui duas quadras e alguns espaços para oficinas. Muitas das garotas 
que as frequentam têm em comum o fato de chegar ali após um período de vivência nas ruas, o uso de dro-
gas e muito tempo afastado do ensino formal. Por isso, um dos trabalhos da equipe pedagógica é o de dar 
novo sentido para a relação delas com o espaço escolar e colaborar para que continuem o estudo depois da 
passagem pela instituição. 
Aula 1 Legislação educacional no âmbito nacional
24 Legislação Educacional
Atividade
1. Por que a Constituição Federal de 1988 é chamada de Constituição Cidadã?
2. Quais as contribuições que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) trouxe à noção de 
direito à educação? 
3. Qual a relação da LDB 9.394/96 com o Projeto Político Pedagógico da escola?
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Aula 1Legislação educacional no âmbito nacional
25Legislação Educacional
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Aula 1 Legislação educacional no âmbito nacional
26 Legislação Educacional
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Resolução 
1. Porque é considerada até hoje uma das Constituições mais avançadas e democráticas do mundo, 
no que diz respeito aos direitos e garantias individuais do cidadão brasileiro. 
2. Como parte da herança cultural, o cidadão torna-se capaz de se apossar de padrões cognitivos e 
formativos, pelos quais tem maiores possibilidades de participar dos destinos de sua sociedade e 
colaborar na sua transformação.
3. As Diretrizes Curriculares Nacionais são normas obrigatórias para a Educação Básica, que têm 
como objetivo orientar o projeto político pedagógico e o planejamento curricular das escolas e 
dos sistemas de ensino, norteando seus currículos e conteúdos mínimos a serem ministrados. 
27Legislação Educacional
A ampliação do Ensino Fundamental para nove anos no Brasil 
se associa à realidade de vários países que perfazem em média 
um total de doze anos de estudo básico contínuo, compreendendo 
países da América Latina. Assim, o Brasil procura equiparar-se, 
na esperança de aprimorar o ensino nacional, pois historicamente 
a educação no país defronta-se com antagonismos ainda não 
vencidos, como altas taxas de evasão e repetência; analfabetismo; 
problemas na formação docente, carreira e valorização de 
professores; infraestrutura inapropriada; e o paradoxo entre o 
início e o bom êxito escolar, já que a admissão escolar brasileira 
não tem mostrado apoderar-se do processo de alfabetização, sendo 
essa uma das maiores intercorrências neste segmento, manter a 
denominada qualidade e equidade na educação. 
Assim, a partir destes pressupostos, pretende-se refletir sobre 
as bases que fundamentam as Diretrizes Curriculares Nacionais 
de nove anos e sua aplicabilidade prática.
Aula 2
DIRETRIZES CURRICULARES 
PARA O ENSINO 
FUNDAMENTAL DE 9 ANOS
Aula 2 Diretrizes curriculares para o ensino fundamental de 9 anos
28 Legislação Educacional
Parte
1 O direito à educação como 
fundamento maior das diretrizes
O direito à educação formal constitui-se em um mecanismo para que as pessoas possam desfrutar da 
igualdade de oportunidades em um determinado contexto histórico. Esse direito, instituído em lei, torna-se 
uma obrigatoriedade do Estado quando garante o acesso para todos os cidadãos brasileiros por meio da 
gratuidade (CURY, 2002, p. 259).
Na visão de Jamil Cury (2002, p. 259):
A declaração e a garantia de um direito tornam-se imprescindíveis no caso de países, como o Brasil, 
com forte tradição elitista e que tradicionalmente reservam apenas às camadas privilegiadas este 
bem social. Por isso, declarar e assegurar são mais que uma proclamação solene. Declarar é retirar do 
esquecimento e proclamar aos que não sabem, ou esqueceram que eles continuam a ser portadores de 
um direito importante. Disso resulta a necessária cobrança deste direito quando ele não é respeitado 
[grifos nossos].
Nessa vertente, o autor endossa que o fato de garantir o acesso à educação básica pública às crianças 
de seis anos de idade devolve a elas o direito ao exercício da cidadania. Dessa forma, autoriza uma parcela 
maior da comunidade, de frequentar mais cedo à escola, usufruindo de um direito que era extensivo apenas 
às crianças favorecidas, matriculadas no sistema formal de ensino brasileiro (CURY, 2002, p. 260).
No entanto, sabe-se que somente a normatização legal específica não garante, por si só, o direito à edu-
cação escolar e à democracia. Até porque ela é fruto de um intenso caminho a ser percorrido, da mobilização 
de diversos segmentos da sociedade brasileira, de concepções distintas de educação, do comprometimento 
dos professores e do envolvimento da comunidade educacional, assim como do papel efetivo do Estado com 
a formulação pertinente de políticas públicas educacionais, que devem intervir nas situações de desigualda-
des (FREITAS, 2008).
Diante dessas inquietações, a política de extensão do Ensino Fundamental de nove anos, respaldada na 
Lei Federal 11.114/2005, propôs assegurar-se do direitoà educação obrigatória aos menores de seis anos 
de idade, apoiado na Lei Federal 11.274/2006, reconhecendo que elas, ao ingressar antecipadamente no 
ambiente escolar, podem usufruir das mesmas oportunidades como as demais crianças nessa mesma faixa 
etária (COMPARATO, 2004, p. 67).
Segundo o instrumento escrito pelos responsáveis do Ministério da Educação e Cultura (MEC, 2009), 
a entrada antecipada da criança no Ensino Fundamental tem como foco assegurar a ela um período maior 
de convivência escolar, ampliando sua oportunidade no processo de aprendizagem da leitura e da escrita 
e nos conceitos básicos da área de conhecimento de Matemática, Ciências e Estudos Sociais. Para tanto, 
Aula 2Diretrizes curriculares para o ensino fundamental de 9 anos 
29Legislação Educacional
recomenda-se a reestruturação do currículo escolar, da formação continuada dos professores, boas condi-
ções de trabalho docente, revendo sua carga horária, número satisfatório de alunos por sala de aula, materiais 
e recursos didático-pedagógicos pertinentes, e da adequada infraestrutura do espaço físico, dentre outras 
tantas questões, que implicarão a efetivação da proposta educacional vigente. Dessa forma, fica claro que 
o Ensino Fundamental de nove anos estenda o período de permanência escolar, e antecipe a entrada de 
crianças a partir dos seis anos de idade, porém muitos fatores comprometem esse contexto educacional 
(KRAMER, 2006).
Consciente dessas mudanças, o Ministério da Educação e Cultura (MEC, 2009) elaborou um docu-
mento específico com todas as normas e informações pertinentes para dar subsídios aos gestores muni-
cipais e estaduais, aos conselhos de educação, à comunidade escolar e aos demais órgãos educacionais, 
denominado “Ensino Fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de 
idade” ressaltando que:
A criança de seis anos de idade que passa a fazer parte desse nível de ensino não poderá ser vista como 
um sujeito a quem faltam conteúdos da educação infantil ou um sujeito que será preparado, nesse pri-
meiro ano, para os anos seguintes do ensino fundamental. Reafirmamos que essa criança está no ensino 
obrigatório e, portanto, precisa ser atendida em todos os objetivos legais e pedagógicos para essa 
etapa de ensino [grifos nossos] (MEC, 2006a, p. 8).
Entretanto, os objetivos da ampliação do Ensino Fundamental de nove anos de duração são apresenta-
dos neste registro documental: “Ensino Fundamental de nove anos: passo a passo do processo de implanta-
ção”, como se esclarece:
a) Melhorar as condições de equidade e de qualidade da Educação Básica; 
b) Estruturar um novo ensino fundamental para que as crianças prossigam nos estudos, alcançando 
maior nível de escolaridade; 
c) Assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças tenham um tempo mais 
longo para as aprendizagens da alfabetização e do letramento (MEC, 2009).
Diante disso, a justificativa apresentada pelo governo federal para a incorporação desses menores 
nesta faixa etária ao Ensino Fundamental acontece, em parte pela constatação de que um contingente 
significativo de menores nessa idade, filhos de famílias das classes média e alta, já se encontram in-
seridas no espaço escolar, seja na pré-escola ou no ensino fundamental. O que difere da realidade da 
maior parte das crianças brasileiras na mesma faixa etária. Sendo assim, acredita-se que a reorganiza-
ção proposta pelo Ministério da Educação e Cultura pode contribuir para que este último grupo tivesse 
a mesma oportunidade que as demais (MEC, 2009).
Nessa mesma linha de raciocínio, o documento do MEC reforça que a inclusão de menores de seis 
anos de idade, nessa atual modalidade de ensino, não implica na antecipação dos conteúdos e atividades 
Aula 2 Diretrizes curriculares para o ensino fundamental de 9 anos
30 Legislação Educacional
pedagógicas, que tradicionalmente foram compreendidos como adequados para serem ensinados na pri-
meira série, do Ensino Fundamental de oito anos de duração. O escopo é construir uma nova estrutura 
curricular, com a sistematização dos conteúdos pedagógicos para o ensino fundamental vigente, agora com 
a duração de nove anos de escolarização (MEC, 2009).
Outra argumentação que vem reforçar esse processo de antecipação do acesso e da obrigatoriedade de 
escolarização da criança de seis anos no Ensino Fundamental é que se trata de uma medida adotada pelo 
governo federal em decorrência dos indicadores das políticas públicas educacionais dos países europeus e 
da maioria dos países da América Latina e do Caribe. 
Segundo dados da Oficina Regional de Educação para América Latina e Caribe, órgão da Organização 
das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (OREALC/UNESCO, 2007), os 41 países da América 
Latina e Caribe citados reforçam o seguinte procedimento:
[...] 15 estabelecem 11 anos ou mais de ensino obrigatório, 11 países estabelecem a duração de 10 
anos. Sendo que 5 países têm o tempo de duração da sua escolarização básica de 9 anos, 3 países, entre 
os quais o Brasil, no momento da pesquisa de dados, a duração da escolaridade básica era de 8 anos, 
um deles de 7 anos, e 6 países definem a duração do tempo de escolarização de apenas 6 anos. Em 22 
países, dos 41 pesquisados, o início da educação obrigatória é aos 6 anos, em 15 é aos 5 anos e apenas 
em quatro países como o Brasil, El Salvador, Guatemala e Nicarágua, o ingresso na vida escolar era aos 
7 anos, no momento da coleta dos dados. Dentre aqueles países que iniciam a educação obrigatória 
aos 6 anos, cinco países consideram o último ano da pré-escola como obrigatório [grifos nossos] 
(UNESCO, 2007).
Sendo assim, o direito ao Ensino Fundamental de nove anos está respaldado pela Lei Federal 11.114 de 
16 de maio de 2005, na qual o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou o dispositivo 
legal, modificando a redação dos artigos 6.°, 30, 32 e 87 da LDB 9.394/96, instituindo a obrigatoriedade es-
colar para as crianças de seis anos, sem alterar o tempo de duração do Ensino Fundamental (BRASIL, 1996).
Vale ressaltar que a mudança incidiu sobre o artigo 6.º que preconiza: “É dever dos pais ou responsá-
veis efetuar matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no Ensino Fundamental.”, assim man-
teve, na época, a duração mínima de oito anos para esse segmento, sem exigir o aumento de mais um ano, 
quando os artigos da Constituição Federal de 1988 já expressavam que:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exer-
cício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. [grifos nossos] (BRASIL, 1988).
[...]
Art. 208.
§1.º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é um direito público subjetivo.
Aula 2Diretrizes curriculares para o ensino fundamental de 9 anos 
31Legislação Educacional
§2.º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa na 
responsabilidade da autoridade competente [grifos nossos] (BRASIL, 1988).
Por sua vez, observamos que a Lei Federal 11.114/2005 tornou-se inconstitucional por não atender 
aos preceitos legais mencionados anteriormente, à medida que não responsabilizou o Estado pela oferta do 
Ensino Fundamental com a duração de nove anos. A questão refere-se à matrícula e à educação obrigatória a 
partir da Constituição Federal de 1988, que passa a ser um direito público. Esse fato obriga o Estado a criar 
formas de efetivação e proteção da mesma, quando esse direito for negado à criança ou a um adulto que, 
em idade própria, não tenha frequentado ou concluído essa etapa da educação obrigatória (BRASIL, 2005).
Mas, em fevereiro de 2006, o Conselho Nacional de Educação (CNE) apresentou a Lei Federal 11. 274 
que alterou a redação dos seguintesartigos da LDB 9.394/96: 29, 30, 32 e 87, sobre o ingresso da criança 
no Ensino Fundamental e sobre o tempo de duração da educação obrigatória que passa a ser de nove anos. 
Essa lei complementou a lei anterior de modo a determinar ao Estado o papel que lhe incumbe no sentido de 
responsabilizar o poder público pela oferta dessas vagas (BRASIL, 1996).
Enfim, o referido texto legal possibilitou o atendimento a um direito educacional que sedimenta:
O exercício do direito à educação, [...]. Exige condições materiais que o torne realidade: a) que seja 
possível o acesso material a uma vaga na escola, garantia que compete ao Estado assegurar. Os Estados 
costumam aceitar o direito em suas legislações antes de prever as condições necessárias para exercê-lo; 
b) possibilidade de assistir regularmente às aulas e permanecer na escola durante a etapa considerada 
como obrigatória, sem obstáculos provenientes das condições de vida externas ou das práticas escolares 
internas que possam levar à exclusão ou à evasão escolar; [...] (GIMENO, 2001, p. 19).
Essas palavras complementam o sentido que o legislador impõe à implantação do Ensino Fundamental 
de nove anos, responsabilizando o Poder Público, para que crie também as condições administrativas, estru-
turais e pedagógicas a fim de que esse direito seja efetivamente atendido.
A ampliação da escolaridade obrigatória é uma conquista para as classes populares e deve ser estendida 
cada vez mais, agora incluindo o contingente de crianças de seis anos. Com essa mudança, os brasileiros dos 
3 aos 14 anos de idade terão direito a onze anos da educação básica pública.
Por sua vez, a Resolução 3, de 3 de agosto de 2005, do Conselho Nacional de Educação (CNE) mo-
dificou a nomenclatura a ser adotada para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, especificando que:
Educação Infantil – 5 anos de duração – até 5 anos de idade.
Creche – até 3 anos de idade.
Pré-escola – 4 e 5 anos de idade.
Ensino Fundamental – 9 anos de duração – até 14 anos de idade.
Anos iniciais – 5 anos de duração – dos 6 aos 10 anos de idade.
Anos finais – 4 anos de duração – dos 11 aos 14 anos de idade [grifos nossos] (CNE, 2005).
Aula 2 Diretrizes curriculares para o ensino fundamental de 9 anos
32 Legislação Educacional
Por fim, constatamos que o direito à inclusão da criança de seis anos no Ensino Fundamental, com o 
tempo de duração de nove anos, não garante a melhoria da qualidade do ensino, outros fatores estão impli-
cados nesse processo educacional. Como educadores, sabemos que o menor quanto mais cedo usufrui do 
mundo da leitura e da escrita e de outros bens culturais historicamente construídos, levando-se em conta sua 
singularidade do menor, terá melhor êxito em seu processo de escolarização.
Parte
2 O currículo: Base Nacional 
Comum e parte diversificada
Em abril de 2013, um grupo de especialista na área da educação se reuniu para refletir sobre a adoção 
de uma Base Nacional Comum (BNC) no Brasil. Para eles, esse era um passo relevante para promover a 
igualdade educacional e o alinhamento de elementos relevantes do sistema brasileiro. A elaboração de uma 
estrutura curricular serviria como uma “espinha dorsal” para garantir os direitos de aprendizagem de cada 
estudante, a formação dos professores, os recursos didáticos e as avaliações externas (MBNC, 2015). 
Desde então, esse grupo, que atualmente conta com cerca de sessenta integrantes, busca facilitar e 
acelerar o processo de construção da Base Nacional Comum (BNC), apoiando e disseminando pesquisas 
e insumos técnicos que alimentem o debate bem como mobilizando outras pessoas da sociedade brasileira 
(MBNC, 2015). 
Entretanto, para melhor compreendermos esse contexto relevante, faz-se esclarecer que a Base 
Nacional Comum (BNC) mostrará quais são os conhecimentos essenciais, que todos os estudantes brasilei-
ros têm o direito de ter acesso e se apropriar durante sua trajetória na Educação Básica desde o ingresso na 
Educação Infantil até o final do Ensino Médio. A Base Nacional Comum (BNC) irá estabelecer, de forma 
clara e objetiva, as expectativas de aprendizagem ano a ano letivo. Assim, essas premissas estabelecem cri-
térios claros de qualidade, facilitando o acompanhamento do aprendizado. A Base Nacional Comum (BNC) 
é uma política de Estado e está prevista na legislação brasileira desde a Constituição de 1988. Por isso, será 
obrigatória em todas as escolas do país (MEC, 2015).
Essa estrutura comum é uma exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB 9.394/96, e do 
Plano Nacional de Educação (PNE), que determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacio-
nal brasileira dos próximos dez anos. Dessa forma, preconizam os dispositivos legais: “A Base Nacional 
Comum vai significar que qualquer aluno, em qualquer estado, qualquer município, qualquer escola tenha o 
mesmo direito de aprendizagem, e se mudar de um estado para outro ele tenha o mesmo currículo escolar” 
(MBNC, 2015). 
Aula 2Diretrizes curriculares para o ensino fundamental de 9 anos 
33Legislação Educacional
A Base Nacional Comum (BNC) está prevista no artigo 201 da Constituição Federal, no artigo 26 da 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), no artigo 49 das Diretrizes Curriculares 
Nacionais (DCN) para o Ensino Fundamental e nas metas 2, 3 e 7 do Plano Nacional da Educação (PNE) 
aprovado em 2014.
Por sua vez, o Ministério da Educação e Cultura (MEC, 2015) está à frente da construção da Base 
Nacional Comum (BNC), com a participação dos municípios, estados, além de contar com um amplo debate 
da população brasileira por meio da consulta pública. Serão três versões desse documento, sendo que: 
A primeira foi lançada em setembro de 2015 e ficou em consulta até 15 de março de 2016. Neste mesmo 
período o MEC esteve recebendo pareceres técnicos de instituições científicas, acadêmicas e represen-
tativas. A segunda versão, redigida de acordo com as mudanças sugeridas, para abril de 2016, e passará 
por nova revisão. A revisão final está prevista para junho de 2016 (MEC, 2015).
Com a Base Nacional Comum (BNC), pais e responsáveis terão acesso, de forma transparente, aos co-
nhecimentos e habilidades que os estudantes deverão saber ao final de cada ano letivo. Isso facilitará tanto o 
papel da família, que acompanhará mais de perto o desempenho dos filhos, como também dos professores, 
que planejarão melhor suas aulas, as trocas de experiências e as avaliações, identificando deficiências e 
soluções com mais agilidade (MBNC, 2015).
Sabe-se que a Base Nacional Comum (BNC) será mais uma ferramenta para orientar a construção do 
currículo escolar da Educação Básica do país, espalhadas de norte a sul, públicas ou particulares, mostrando 
quais são os elementos fundamentais que precisam ser ensinados e aprendidos em cada área do conhecimen-
to, como: Matemática, Linguagens e Ciências da Natureza e Humanas, dentre outras, e uma parte diversifi-
cada, assim como orientações para a comunidade escolar sobre a formulação do Projeto Político Pedagógico 
das instituições escolares brasileiras (DCNEB, 2013).
A parte diversificada irá complementar a base comum para oportunizar a formação integral dos estu-
dantes nos diversos contextos em que se inserem as escolas brasileiras. Cabe a parte diversificada:
[...] prever o estudo de características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da co-
munidade escolar. Perpassa todos os tempos e espaços curriculares constituintes do Ensino Fundamental 
e do Médio, independente do ciclo da vida no qual os sujeitos tenham acesso à escola [...] a base na-
cional comum e a parte diversificada não podem se constituir em dois blocos distintos, com disciplinas 
específicas para cada uma das partes (DCNEB, 2013, p. 32) 
Os princípios norteadores do Movimento pela Base Nacional Comum (MBNC) são: 
1. Ter foco nos conhecimentos,habilidades e valores essenciais que todos têm o direito de aprender para 
o seu pleno desenvolvimento e da sociedade do século XXI.
2. Trazer orientações claras e objetivas para os educadores sobre o que é essencial que as crianças e os 
jovens aprendam em cada etapa da escolarização básica.
Aula 2 Diretrizes curriculares para o ensino fundamental de 9 anos
34 Legislação Educacional
3. Ser baseada em evidências de pesquisas nacionais e internacionais. A Base Nacional Comum deve 
ser construída considerando os aprendizados alcançados com a construção de bases curriculares volta-
das para o desenvolvimento dos cidadãos do século XXI, no Brasil e no mundo.
4. Ser obrigatória para todas as escolas de Educação Básica do Brasil.
5. Ter a diversidade cultural como parte integrante.
6. Respeitar a autonomia dos sistemas de ensino para a construção de seus currículos, e das escolas para 
a construção de seus projetos políticos pedagógicos.
7. Ser construída em colaboração entre União, Estados e Municípios e submetida a consultas públicas 
(MBNC, 2015).
Com essa estrutura comum, sabemos que as escolas de cada estado ou município poderão enrique-
cer suas propostas curriculares e os projetos políticos pedagógicos no que estabelecerem de mais convenien-
te e adequado, em consonância com suas realidades regionais. Mas nunca deixando de garantir o que está 
na Base Nacional Comum (BNC).
CURRÍCULOS DAS 
ESCOLAS
CURRÍCULOS DAS 
REDES
BNCE
Figura 1 – Ilustração da Base Nacional Comum no âmbito dos currículos das redes e das escolasDisponível em: <http://movimen-
topelabase.org.br/duvidas-frequentes>. Acesso em: 1 maio 2016.
O Ministério da Educação e Cultura (MEC), compreendendo que a construção dessa estrutura apenas 
é possível com a participação de toda a sociedade brasileira, possibilitou o acesso a um portal, conforme 
Aula 2Diretrizes curriculares para o ensino fundamental de 9 anos 
35Legislação Educacional
se demonstra na sequência, para a comunicação e o recolhimento das análises e de sugestões a partir dessa 
proposta preliminar para colaborar na construção da Base Comum Nacional (BNC) (MEC, 2015).
O portal é uma ferramenta para a construção democrática da Base Nacional Comum (BNC) com ampla 
consulta à comunidade brasileira. As contribuições podem ser individuais ou coletivas, sejam originárias das 
redes de ensino ou dos movimentos e organizações da sociedade civil. Também podem ter caráter geral ou 
tratar pontualmente de cada tema/assunto (MEC, 2015). 
Figura 2 – 119 mil docentes já acessarão texto que formará currículo escolar. Disponível em: <http://g1.globo.com/educacao/noti-
cia/2015/12/base-nacional-ja-teve-acesso-de-119-mil-docentes-analise-comeca-dia-15.html>. Acesso em: 2 maio 2016.
A partir da Base Nacional Comum (BNC), os inúmeros professores brasileiros continuarão escolhendo 
os melhores caminhos de como ensinar, bem como apontar quais outros elementos, referindo-se a parte di-
versificada, que precisam ser somados nesse processo de aprendizagem e desenvolvimento de seus alunos. 
Tudo isso respeitando a diversidade, as particularidades e os contextos em que os alunos estão inseridos 
(MEC, 2015).
Aula 2 Diretrizes curriculares para o ensino fundamental de 9 anos
36 Legislação Educacional
A obrigatoriedade da criação de uma Base Nacional Comum (BNC) aparece pela primeira vez utili-
zando a expressão “conteúdos mínimos” na Constituição Federal de 1988, como prevê o artigo 210, preco-
nizando que: 
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar for-
mação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais [grifos nossos] 
(BRASIL, 1988).
 Anos depois, ela também é prescrita na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 9.394/96, 
em seu artigo 26, dispondo que: 
Os currículos do ensino fundamental e médio tenham uma base nacional comum, a ser complemen-
tada em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar por uma parte diversificada, exigida pelas 
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela [grifos nossos] 
(BRASIL, 1996).
Com essa ‘liberdade’ para elaborar uma proposta educacional de acordo com a realidade da comunida-
de escolar, cabe à instituição escolar desenvolver seus documentos legais, conforme o ambiente educacional 
em que está inserida, deixando transparecer as demandas daqueles que dela usufruem. Para tanto, precisa 
desenvolver o seu Projeto Político Pedagógico, que traduz sua identidade, o currículo escolar e seus funda-
mentos (PNE, 2014).
Recentemente, o debate sobre currículo tomou uma maior dimensão com o Plano Nacional de Educação 
(PNE), promulgado por meio da Lei 13.005 de 25 de junho de 2014, que trouxe metas e estratégias sobre as 
diversas questões que envolveram a necessidade de se unir esforços federativos para a institucionalização 
efetiva do Sistema Nacional de Educação (SNE) para os próximos dez anos. Destacou-se a busca por uma 
educação de qualidade, melhorias das condições do trabalho docente com qualificação profissional e melho-
res salários, e deu outras providências (PNE, 2014).
A adoção de uma Base Nacional Comum é uma tendência internacional; os Estados Unidos, Austrália, 
China e Reino Unido são alguns dos países que construíram e implementaram recentemente seus padrões 
curriculares nacionais. Portanto, adotá-la, segundo reforçam os responsáveis, é reduzir as desigualdades 
educacionais de uma nação.
Parte
3 A entrada das crianças de 6 anos 
no ensino fundamental
A Lei Federal 11.274, promulgada em 6 de fevereiro de 2006, que altera a Lei de Diretrizes e Bases 
9.394/96, garante a entrada do menor de seis anos de idade no Ensino Fundamental, a fim de aumentar o 
Aula 2Diretrizes curriculares para o ensino fundamental de 9 anos 
37Legislação Educacional
tempo de duração escolar obrigatório, popularizando a educação pública brasileira. Todos os movimentos 
que visem ao aprimoramento da qualidade da educação brasileira são relevantes, para que venha torná-la 
mais próxima de outros países mais adiantados, pois só por meio desse procedimento teremos a oportunida-
de de crescimento. Mas, sabemos que somente essa decisão não é satisfatória para que esses preceitos legais 
aconteçam de imediato, visto que o Brasil é um país com extensões geográficas e com robustos indicadores 
socioculturais que prevalecem por todo território brasileiro (FIORAVANTI; CAMPOS, 2007, p. 66).
Não é diferente na esfera educacional, pois atualmente ela é desprovida de prestígio e são poucos os 
recursos financeiros direcionados para esse segmento. Porém, embora a norma jurídica tenha os objetivos 
descritos anteriormente, estudos comprovam que é na fase da Educação Infantil, de zero a seis anos de idade, 
que o menor potencializa grande parte de suas características marcantes e das bases primordiais para a for-
mação integral do ser humano quanto aos aspectos físico, psicológico, intelectual e social (FIORAVANTI; 
CAMPOS, 2007, p. 67).
Todavia, em consonância com os estudos de Jean Piaget (1920-1973), assevera-se que:
[...] o desenvolvimento cognitivo segue um processo sequencial, respeitando etapas que são caracteri-
zadas por diferentes estruturas mentais. Segundo suas pesquisas, os estágios da inteligência sensório-
-motora (até dois anos) e da inteligência simbólica ou pré-operatória (de 2 a 7-8 anos) são experiências 
fundamentais e estruturantes para as fases de desenvolvimento cognitivo posteriores. Em cada 
etapa ou estágio do desenvolvimento, a criança possui uma forma (estrutura mental) de compreender e 
resolver problemas [grifos nossos] (PIAGET, 1998).
No primeiro ano de ensino regular, a continuidade representa uma transição, seja para aquela criança 
que se matricula pela primeira vez na escola, seja para aquela que já vem da Educação Infantil.

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