Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ecologia Bêntica Ambientes marinhos Ambiente marinho •Domínio Bentônico •Domínio Pelágico Zona Costeira (ou Nerítica) - Profundidade: 0-200m - Temperatura 25-5 ºC Ambiente marinho •Domínio Bentônico Zona Batial - Profundidade: 200-4.000m - Temperatura 15-5 ºC Ambiente marinho •Domínio Bentônico Zona Abissal - Profundidade: 4.000-6.000m - Temperatura <5 ºC Ambiente marinho •Domínio Bentônico Zona Hadal - Profundidade: > 6.000m - Temperatura <3 ºC Ambiente marinho •Domínio Bentônico Comunidades Bentônicas da região entremarés Litoral ou Entre - marés Marés Origem das marés A sua origem é astronómica e resulta da interação existente entre a força atrativa do Sol e da Lua sobre a Terra, e a força centrífuga gerada pela rotação do sistema Terra-Lua. Como resultado destas forças, a água das bacias oceânicas é “puxada” formando dois lobos alinhados com a Lua. Estas duas marés percorrem todo o globo terrestre devido à rotação da Terra e Lua em torno eixo comum. O efeito do Sol e da Lua é evidenciado nas marés vivas e marés mortas. Maré de Sizígia (maré viva) Lua Cheia Lua Nova Sol Terra MA MA MB MB Ocorrem nos períodos de Lua Nova e Lua Cheia, quando o Sol e a Lua se encontram em conjuntura (estão diretamente alinhados). As forças gravitacionais estão no seu máximo originando marés de grande amplitude. Maré de Quadratura (maré morta) Lua Crescente Lua Minguante Terra MA MA MB MB Sol Ocorrem nos períodos de Quarto Crescente e Minguante Quando o Sol e a Lua se encontram em quadratura (formam um ângulo de 90º com a Terra). As forças gravitacionais atuam em oposição e estão no seu mínimo originando marés de fraca amplitude. PERIODICIDADE DAS MARÉS: O tempo necessário para que a terra faça uma rotação completa em relação à lua é de 24 horas e 50 minutos, ou um dia lunar. Portanto, as duas marés altas e as duas marés baixas de um dias ocorrem cerca de 50 minutos mais tarde que no dia anterior. AS MARÉS PODEM SER: a. Diurnas: ocorrem apenas uma vez ao dia b. Semidiurnas: ocorrem duas vezes ao dia c. Mistas: combinação dos dois tipos anteriores As marés são resultado de vários fatores interagindo. Para predizer precisamente as marés, mais de 150 fatores devem ser levados em consideração. http://www.mar.mil.br/dhn/chm/tabuas/40145Jul2012.htm Salinas, PA Salinas, PA Salinas, PA Costão Rochoso • Costão Rochoso Costão rochoso é o nome dado ao ambiente costeiro, formado por rochas, situado na transição entre os meios terrestre e aquático. • Costão Rochoso - Marés - Inclinação - Substrato consolidado - Formação de poças de maré • Costão Rochoso Costões rochosos são afloramentos de rochas cristalinas na linha do mar, sujeitos à ação das ondas, correntes e ventos, podendo apresentar diferentes configurações como falésias, matacões e costões verdadeiros. Matacões Matacões Costão Costão Costão Falésia Falésia - Erosão Falésia - Erosão Costão Construção (humana) Falésia – Costão - Matacão Caulerpa racemosa • Costão Rochoso Ulva sp. Padina gymnospora Galaxaura marginata • Costão Rochoso • Costão Rochoso Ascídia colonial Phragmatopoma sp. Sacebella sp. Schizoporella unicornis Eriphia gonagra Chtamalus sp. • Costão Rochoso Lepas anatifera Ligia exotica Grapsus grapsus Littorina scutulata • Costão Rochoso Perna perna Thais sp. Quiton sp. Lapa sp. • Costão Rochoso Oreaster sp. Litechinnus variegatus Ophioderma sp. Competição por Espaço Variação na temperatura Tempo de Exposição Variação na Salinidade Dessecação Tempo para alimentação • Limitações Ondas!!!! Ondas!!!! Ondas!!!! Zonação: • Disposição das populações e comunidades biológicas de uma área determinada em Zonas. Os organismos se estabelecem ou se locomovem em faixas distintas. Estas regiões (ou zonas) são formadas a partir das habilidades adaptativas dos organismos relacionadas aos fatores: Abióticos: como diferenças de temperatura, umidade, irradiância, latitude, níveis de maré e exposição ao ar, entre outros; Bióticos: Diversos níveis de interações biológicas como competição, predação, parasitismo e mutualismo e processos de recrutamento. • Costão Rochoso • Costão Rochoso • Costão Rochoso • Costão Rochoso • Costão Rochoso • Costão Rochoso • Costão Rochoso • Costão Rochoso • Costão Rochoso • Costão Rochoso • Costão Rochoso A disposição dos organismos em um costão rochoso se dá em faixas horizontais distintas em toda sua extensão; cada faixa é conhecida como zona (zonação). • Costão Rochoso Modelo universal de zonação de Stephenson and Stephenson's (1972) Aumento da abundância e diversidade de organismos Zonação: © G . B e rtin i © F . C a rv a lh a l Faixa de macroalgas Faixa de mexilhões © A . Fran so zo • Costão Rochoso Adaptações à vida em costões rochosos Estruturas de fixação permanente Cimento das cracas Stress mecânico Adaptações à vida em costões rochosos Estruturas de fixação permanente Stress mecânico Bissos Adaptações à vida em costões rochosos Presença de órgãos de aderência ou fixação Stress mecânico Pé musculoso Adaptações à vida em costões rochosos Em relação a perda d’água Aqueles organismos que não são tão tolerantes têm como opção fecharem-se dentro de conchas durante o período do dia em que estão expostos ao ar opérculo Adaptações à vida em costões rochosos Em relação a perda d’água Produção de muco Adaptações à vida em costões rochosos Em relação a perda d’água e Stress mecânico Refúgio em fendas ou reentrâncias das rochas Adaptações morfológicas Algas flexíveis e com estruturas aderentes Adaptações à vida em costões rochosos Fauna associada ao ecossistema fital Adaptações à vida em costões rochosos Cnidaria Hidrozoa Ophiuroidea Tanaidacea Polychaeta PADRÃO DE ZONAÇÃO DE DUAS ESPÉCIES DE GASTRÓPODES (MOLLUSCA) EM COSTÃO ROCHOSO Camilla Presente Pagotto Figura 1. Abundância relativa de Colisella subrugosa (barras claras) e Fissurella clenchi e em quatro estratos do co rochas com quatro estratos. F. clenchi C. subrugosa COMPARAÇÃO DO PADRÃO DE ZONAÇÃO DOS ORGANISMOS BENTÔNICOS DE UM COSTÃO BATIDO E OUTRO PROTEGIDO LOCALIZADOS NAS REGIÕES DA ILHA GRANDE E ARRAIAL DO CABO, RIO DE JANEIRO Úrsula Russo Duarte da Silva ¹ Ricardo Coutinho ² A - Espaço Vazio Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) B - Nodilittorina lineolata Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) C - Chthamalusbisinuatus Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) D - Brachidontes solesianus Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) E - Tetraclita stalactifera Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) F - Isognomon bicolor Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) G – Perna perna Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) H - Ralfsia expansa Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) I - Jania rubens Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) J - Megabalanus coccopoma Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) L -Colpomenia sinuosa Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) M - Codium taylori Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) N - Laurencia obtusa Cobertura dos organismos bentônicos encontrados no costão protegido na região da praia do Forno – Ponta da Fortaleza – Arraial do Cabo – RJ (SILVA e COUTINHO, 2006) O – Sargassum furcatum. • Costão Rochoso Poças de marés ↑ da temperatura evaporação ↑ da salinidade Ecologia Bêntica Manguezal Manguezais Ecossistema costeiro, de transição (ecótono) entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime das marés. Constituído de espécies vegetais lenhosas típicas (angiospermas), micro e macroalgas (criptógamas), adaptadas à flutuação de salinidade e caracterizadas por colonizarem sedimentos predominantemente lodosos, com baixos teores de oxigênio. Apresenta condições propícias para alimentação, proteção e reprodução de muitas espécies animais, sendo considerado importante transformador de nutrientes em matéria orgânica e gerador de bens e serviços (Schaeffer-Novelli, 1991). Principais Características: Temperaturas elevadas Grande variação de salinidade Substrato pouco consolidado, com oxigênio e matéria orgânica Caracterizam-se por uma grande biomassa aérea Diversidade baixa de halófitas facultativas Importante produtor primário • Costão Rochoso Costão rochoso é o nome dado ao ambiente costeiro, formado por rochas, situado na transição entre os meios terrestre e aquático. Ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime das marés. • Manguezal • Costão Rochoso - Marés - Inclinação variável - Algas - Substrato consolidado - Formação de poças de maré - Marés - Variação de salinidade - Mangue - Pouca inclinação -Substrato inconsolidado (muito silte/argila) • Manguezal Distribuição: Regiões tropicais e subtropicais Temperatura média acima de 20ºC Amplitude térmica inferior a 5ºC Precipitação acima de 1.500 mm/ano Brasil: mais de 1/3 da costa O Brasil tem uma das maiores extensões de manguezais do mundo: desde o Cabo Orange no Amapá até o município de Laguna em Santa Catarina. Hoje em dia o manguezal ocupa uma superfície total de mais de 10.000 km² a grande maioria na Costa Norte. Flora do Manguezal: A flora arbórea do manguezal é extremamente especializada e é composta por 3 gêneros: Rhizophora Avicennia Laguncularia Adaptações da Flora: Para manter o equilíbrio interno: Diluição de sais dentro da célula; Glândulas excretoras de sais; Folhas pequenas, pêlos armazenadores de água; Síntese e acúmulo de solutos orgânicos; Produzem propágulos, o embrião desenvolve-se preso a árvore mãe. Mangue vermelho Tolera até 55 de salinidade Rizóforos Propágulo comprido, cilíndrico e pontiagudo Rhizophora mangle: Mangue branco, manso ou tinteira Tolera até 65 de salinidade Raízes radiais Pneumatóforos Produz uma grande quantidade de propágulos Laguncularia racemosa: Siriúba Tolera até 90 de salinidade Raízes radiais Pneumatóforos Folhas esbranquiçadas Avicennia schaueriana: Fauna do Manguezal: A fauna do manguezal provém de 3 pontos principais: O componente marinho O componente de água doce; O componente terrestre. Grupos principais Nº famílias Nº espécies Aves 35 86 Crustáceos 16 59 Moluscos 16 33 Peixes 60 185 Fonte: Vanucci, 1999 A Fauna dos Manguezais e suas Adaptações Espécies diretamente associadas às estruturas aéreas das árvores: Littorina spp, Ostra do mangue, Craca, Tucker, 1991 Grassé, 1975 A fauna do manguezal pode ser agrupadas em 4 grupos funcionais distintos: Caranguejo da bromélia, Almofadinha. Aratus pisonii Caranguejo de bromélia Metopaulias depressus, Rathbun 1896 A: Metopaulias depressus na Bromélia; B: Jovem se alimentando de um artrópoda capturado pela mãe C: Sombra de M. depressus na Bromélia; D: Mãe com os juvenis; E: M. depressus; F: Conchas vazias trazidas para a bromélia por M. depressus, a fim de aumentar o nível de pH da água e aumentar o nível Ca2+-. Fotos de Rudolf Diesel. Espécies que vivem no sedimento dos manguezais e/ou bancos de lama adjacentes. Siris, Caranguejos, Mexilhão Bivalves, Gastrópodos. Tucker, 1991 Tucker, 1991 Espécies que habitam o ambiente terrestre, mas que visitam periodicamente os manguezais à procura de alimento: Cachorros, Lontras, Jacarés, Micos, Macacos. Levinton., 1995 Espécies marinhas que passam parte do seu ciclo de vida nos manguezais: Camarões, Peixes, Zonação nas Raízes de Mangue: Aratus pisonii Goniopsis cruentata Distribuição espacial de caranguejos chama-maré (Uca) Distribuição espacial de caranguejos chama-maré (Uca) Importância dos Manguezais: Alta produtividade; Serve como fonte de abrigo e alimentação para muitas espécies; Contribui na cadeia alimentar dos organismos das águas costeiras; Utilização da madeira; Utilização do tanino; Subsistência das comunidades ribeirinhas; Espécies de grande valor comercial. Litopenaeus schmitti (camarão branco) Farfantepenaeus paulensis (camarão rosa) Algumas Espécies de Valor Comercial: Ucides cordatus (caranguejo Uçá) Cardisoma guanhumi (guaiamú) Callinectes danae (siri azul) Anomalocardia brasiliana (berbigão)
Compartilhar