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resumo direito Empresarial I

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D. Empresarial 
Atos para o registro da Empresa
O sistema de registro das empresas envolve três tipos de atos:
Matrícula: é uma exigência legal que é direcionada a determinados profissionais que exercem atividades ligadas à atividade empresária, como leiloeiros, intérpretes e trapicheiros.
Arquivamento: no exercício da atividade empresária são praticadas uma série de atos que devem ser arquivados no registro das empresas, tais como: 
Inscrição do empresário e das sociedades, isto é, todos os empresários ou sociedades são obrigados, por força do artigo 967/CC, a se inscrever no Registro Público das Empresas Mercantis de sua sede; feita a inscrição, será aberto um registro para o empresário no qual serão averbados todos os atos e modificações que digam respeito ao empresário. Ex: abertura de uma filial, alteração da sede, nomeação de administrador; 
Os atos do grupo de sociedades e comércios de que trata a lei 6.404/76, que mesmo não tendo personalidade jurídica, sua existência deve ser dotada de publicidade;
As sociedades estrangeiras autorizadas a funcionar no país que devem ter seus atos registrados na junta;
As microempresas e empresas de pequeno porte podem requerer o registro na junta comercial, onde arquivarão sua declaração de enquadramento;
Todos os atos da empresa que os quais a legislação imponha publicidade. Ex: escritura de emissão de debentures.
•Prazo de arquivamento: deverá ser realizado em 30 dias, contando da assinatura do ato, produzindo efeitos retroativos a data da assinatura. Não sendo realizado no prazo de 30 dias o arquivamento somente produzirá efeitos a partir do despacho que o ordenar.
•Controle do arquivamento: a junta comercial não tem controle de mérito sobre o ato a ser arquivado, porém deverá zelar pela obediência às formalidades legais ao atendimento à ordem pública e aos bons costumes e que os atos não colidam com atos arquivados anteriormente. 
•Cancelamento por falta de arquivamento: será cancelado automaticamente o registro de sociedade que passe de 10 anos sem arquivar atos e não informe a intenção de permanecer em funcionamento.
Autenticação: ato praticado pelas juntas comerciais que recaem sobre os instrumentos de escrituração da atividade empresária, com o objetivo de evitar eventuais adulterações que possam afetar o valor probante dos livros empresariais.
Escrituração (1.179 a 1.195/CC)
Introdução: o artigo 1.179 impõe ao empresário e à sociedade empresária, dispensado o pequeno empresário, a obrigação de escrituração contábil dos negócios que participarem. 
Finalidade: a escrituração tem como finalidades organizar o negócio; servir como prova nas relações com terceiros e controle por parte do fisco.
Princípios: independentemente da forma adotada pra escrituração, é pacífico ao entendimento de que devem observar determinados princípios a fim de evitar confusões e resguardar a confiabilidade de informações registrada.
•Uniformidade Temporal: a escrituração é feita por um método do contador, e este deve ser mantido durante toda a vida da empresa para evitar confusões acerca do escrito; assim, a uniformidade temporal se refere à manutenção de um mesmo método contábil apesar do decurso do tempo.
•Fidelidade: os lançamentos feitos na escrituração tem como base documentos que devem ser fieis a eles, devendo a escrituração corresponder à realidade que se apresenta; para dar maior aplicação a este princípio, o art. 1.183/CC veda as rasuras, espaços em branco, entrelinhas ou borrões. 
•Sigilo: por se tratar de informações pessoais, a escrituração da empresa goza de sigilo frente a terceiros. Entretanto, o sigilo não tem força perante o fisco sendo admitido o exame dos livros contábeis pelas autoridades fiscais e judiciais. 
•Livros: a escrituração normalmente é feita em livros, sendo possível o sistema de fichas, folhas soltas ou microfichas geradas por computador. Independentemente do instrumento utilizado para escrituração, devem ser obedecidas regras que garantam o valor probante dos instrumentos. 
	Considerando a força probante destes instrumentos e de sua equiparação a documento público (art. 297, § 2°/CP), estes devem ser autenticados pela junta comercial.
•Espécies de Livros: no Brasil existem livros obrigatórios, não obrigatórios e especiais.
Obrigatórios: nos termos do art. 1.180/CC o único livro obrigatório é o livro diário, que pode inclusive ser substituído pelo sistema de fichas da escrituração eletrônica. Por este livro o empresário deve ter registrado no dia-a-dia todas as operações que representam elemento patrimonial e de resultados econômicos. Existem outras espécies de livros obrigatórios que são impostos por legislação tributária ou trabalhista, como por exemplo: livro de registro de entrada, livro de registro de saída, registro de verificação de termos fiscais e de concorrências, registro de inventário, registro de apuração de ICMS, registro de empresa, etc.
Não-obrigatórios: os livros não obrigatórios servem para avaliar e facilitar a escrituração e controle de atividade empresária. Um dos livros facultativos é o Livro Razão, no qual as operações são lançadas pelas contas que foram movimentadas. Outro livro facultativo é o Livro Caixa, onde o empresário registra todas as entradas e saídas de dinheiro durante o expediente. Para as empresas que optarem pelo regime do SIMPLES NACIONAL, o livro caixa será obrigatório. Outros livros facultativos: obrigações a pagar, a receber, etc.
Especiais: aqueles que são obrigatórios, por força da lei, para certos empresários, às vezes em razão da atividade desenvolvida e às vezes pela forma adotada para a sociedade. Ex: Registro de Duplicatas (5.474/68), Balancetes Diários e Balanço (4.843/43), Livro de Entrada e de Saída de Mercadoria (decreto 1.102/03), Registro de Ações, Livro de Ações Nominativas, Livro de Registro de Partes Beneficiárias, Livro de Atas da Assembleia Geral, Registro de Ata de Presença de Acionistas, Livro de Atas de Reunião do Conselho de Administração, etc. 
Exibição de livros: a exibição integral dos livros só será determinada judicialmente por meio de ação cautelar ou incidente no curso de outro processo.
	Não havendo a exibição dos livros, o juiz poderá determinar que se proceda a apreensão judicial dos livros (1.192/CC).
	Nenhuma restrição, em relação ao exame dos livros, se aplica às autoridades fazendárias, por haver um interesse público envolvido que se sobrepõe ao interesse particular (1.193/CC e 195/CTN).
Da Guarda e Conservação dos Livros: dada a importância probatória de tais documentos, o empresário tem a obrigação de guardar e conservar os livros e documentos da atividade empresária até que ocorra a prescrição ou decadência das obrigações decorrentes dos atos ali registrados.
Demonstrações Contábeis: é a obrigação do empresário o levantamento periódico de suas atividades, por meio do balanço patrimonial e de resultados econômicos, que se realizará a cada ano, sendo o pequeno empresário dispensado dessa obrigação (1.179/CC, § 2°)
	No balanço patrimonial será apresentado separadamente os bens do ativo e do passivo, e ao final o patrimônio líquido (1.187 e 1.188/CC)
	O balanço de resultado econômico apresenta o desempenho do empresário em determinado período, apurando a existência de lucro ou prejuízo.
 
Prepostos do Empresário
Introdução: no exercício da atividade, o empresário ou a sociedade empresaria contam com o auxílio de pessoas que desempenham a mão-de-obra, que constitui um dos fatores de produção da empresa.
Estas pessoas são contratadas pela empresa seguindo a legislação trabalhista ou como profissionais autônomos. Independente da forma de vinculação, estas pessoas serão chamadas de prepostos e subordinados ao prepotente (empresário).
Regime Jurídico: art. 1.169 a 1.178, artigos do código ou lei que trata do tema preposto.
Contrato de Preposição: trata-se de contrato autônomo que tem como característica essencial a dependência e subordinação hierárquica do preposto em relação ao empresário.
	O preposto não é qualquer auxiliar
do empresário, isto é, nem todos os empregados são considerados prepostos, apenas aqueles que recebem poderes de representação do empresário. Destarte, podemos dizer que o preposto é o funcionário que substitui o empresário na prática de atos ou negócios jurídicos.
Personalíssimo da Relação de Preposição: dada a relação de confiança, o preposto não pode fazer-se substituir em suas funções sem a anuência escrita do empresário, sob pena de responder pessoalmente pelos atos e negócios praticados pelo substituto.
Vinculação do Preponente ao Preposto: à medida que os prepostos atuam dentro ou fora do estabelecimento, mas dentro da atividade exigida pela empresa, seus atos obrigam o empresário. 
	Se os atos forem praticados fora do estabelecimento, somente obrigarão o empresário nos limites dos poderes conferidos ao preposto por escrito.
	A regra estabelecida pela lei civil é de que se os prepostos agiram com culpa no desempenho de suas funções, a empresa responderá diretamente pelas obrigações ou danos causados, porém haverá ação de regresso ao preposto.
Se o preposto agir com dolo, responderá solidariamente com a empresa pelos danos causados a terceiros. 
Do Gerente
	O código civil trata especificamente de dois prepostos: o gerente e o contabilista, profissionais de grande relevância no cotidiano da empresa.
	A nomeação de gerente não é obrigatória, um vez que a função de gestão é do empresário e, caso haja a contratação, ele será considerado preposto permanente no exercício da atividade empresária. 
Poderes do Gerente: é o responsável por coordenar a atividade da empresa, estando autorizada a prática de todos os atos necessários à administração.
	O gerente somente dependerá de autorização especial para prática de algum ato quando assim estiver expresso nas normas da empresa. 
	Havendo mais de um gerente, e não existindo disposição expressa, serão considerados solidários os poderes a eles conferidos para o desempenho de suas funções
Vinculação do Gerente ao Empresário: o preponente será responsável pelos atos praticados pelo preposto, desde que relacionados à atividade empresária.
	Eventuais limitações constantes da outorga de poder do empresário ao gerente, para serem opostos a terceiros dependem do arquivamento ou averbação de instrumento de outorga na junta comercial, exceto se ficar provado que o terceiro tinha ciência da limitação de poder. 
Atuação em Juízo: segundo o artigo 1.176, o gerente pode atuar em juízo em nome do preponente pelas obrigações resultantes do exercício de sua função.
Do Contador
	Por disposição legal o empresário se encontra a fazer a escrituração de suas atividades diárias que deve obedecer a critérios técnicos. Para essa escrituração são necessários conhecimentos técnicos inerentes ao contabilista que deverá estar inscrito no CRC.
Conceito: é o profissional responsável por toda escrituração dos livros do empresário. Podendo ser empregado contratado da empresa ou apenas um prestador de serviço. 
Atributos: deve ser profissional inscrito no órgão competente e estar legalmente habilitado. A atuação do contabilista é obrigatória, mas a lei dispensa a sua presença se na localidade não houver profissional da área.
Da Escrituração: o contabilista faz os assentos em livros e fichas da empresa e, salvo se elaborados de má-fé, valem como se estivessem sendo feitos pelo próprio empresário.
Estabelecimento Empresarial
Conceito: é considerado todo o complexo de bens organizados para o exercício da atividade empresária.
Sinônimos: na doutrina é comum a utilização de expressões para designar o estabelecimento, tais quais: fundo de comércio/ negócio comercial/ fundo mercantil/ fundo da empresa/ azienda.
O Patrimônio do Empresário e o Estabelecimento: o complexo de bens empregados na atividade não precisa necessariamente ser de propriedade da empresa, uma vez que este poderá locar tais bens, sendo suficiente para formação do estabelecimento que o empresário possuía direito de uso sobre os bens. 
Natureza Jurídica do Estabelecimento: em sendo um complexo de bens, o estabelecimento constitui uma unidade que decorre da vontade do empresário e não de uma disposição legal. Dessa forma, estamos diante de uma universalidade do fato.
Elementos Integrantes do Estabelecimento: é inegável que o estabelecimento é formado por um complexo de bens que constituem elementos organizados pelo empresário para a consecução da atividade. Esses elementos podem ser bens materiais (estoques, mobiliário, equipamentos, máquinas) ou imateriais (patentes de invenção, marcas, nome empresarial, título de estabelecimento, ponto empresarial)
	Imóveis: os imóveis desempenham papel determinante na atividade empresária. Dessa maneira, farão parte do estabelecimento quando forem de propriedade do empresário. No caso de locação ou outro direito de uso, os imóveis não integrarão o estabelecimento, mas apenas o direito de uso dos mesmos.
Estabelecimento Empresarial
Ponto Comercial: diretamente relacionado com imóvel, porém não se confundindo com ele; trata-se de um elemento incorpóreo do estabelecimento. O ponto está ligado a localização da empresa que se mostrar fundamental para o crescimento e sucesso desta; na maioria dos casos a clientela surge e aumenta em decorrência do local onde se exerce a atividade econômica. 
Proteção ao Ponto: quando o imóvel pertence ao empresário, a proteção ao ponto decorre da proteção ao direito de propriedade do imóvel; quando o imóvel for objeto de locação, o ponto empresarial será protegido como um elemento que compõe estabelecimento, sendo assegurado ao empresário o direito de renovação da locação, desde que atendidas as exigências legais ou o direito de uma indenização por negativa injustificada.
Hipóteses de Renovação: a lei 8.245/71 que dispõe sobre a locação de imóveis urbanos, em seu artigo 51 traz requisitos cumulativos que garantem o direito de renovação de imóveis destinados ao comércio, a saber:
O contrato tenha sido celebrado por escrito e por prazo determinado;
O prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos sejam de 5 anos;
O locatário esteja explorando o mesmo ramo de atividade pelo prazo mínimo e ininterrupto de 3 anos;
Da Exceção de Retomada: o locador está obrigado a renovar o contrato, a menos que:
Por determinação do poder público tiver que realizar no imóvel obras que importarem em sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor da propriedade e do negócio;
O imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio, existente a pelo menos um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendentes ou descendentes.
OBS: na hipótese do item 2, o imóvel não poderá ser destinado ao mesmo ramo, salvo se a locação também envolva fundo de comércio. Ex: alugou o ponto já com tudo dentro.
OBS 2: nas locações de espaço em shoppings, o locador não poderá recusar a renovação da locação com base no item 2, pois contraria a finalidade de locação em shoppings.
Direito de Indenização: o locatário terá direito a indenização para ressarcir prejuízos e lucros cessantes (que deixou de ganhar) que tiver que arcar com a mudança do estabelecimento.
	Renovação não ocorre em razão de proposta de terceiro em melhorar condições, ou se o locador no prazo de 3 meses não der o destino alegado para recusa de renovação, deverá ocorrer indenização. 
 Aviamento: trata-se de um sobrevalor atribuído a um estabelecimento, em relação ao valor individual de cada bem que o compõe, estando relacionado a uma expectativa de lucros futuros. O aviamento não compõe o estabelecimento, sendo um anexo deste.
Clientela: é o conjunto de pessoas que mantém relações contínuas com a empresa para aquisição de bens ou serviços. A clientela não compõe o estabelecimento empresarial, sendo um anexo deste.
Negócio sobre o Estabelecimento: enquanto complexo de bens, o estabelecimento poderá ser objeto de ação, andamento ou instituição de usufruto.
Formas para o Negócio: quanto à forma, os negócios sobre o estabelecimento são iures para fim de prova e validade perante terceiros de forma escrita. Nos casos de bens que exijam forma especial (imóveis) a forma deverá ser observada.
Publicidade: tais negócios podem influenciar no interesse de terceiros, assim a lei exige que sejam averbados no registro competente e publicados no diário oficial.
Alienação: também conhecida como trespasse é a transferência do conjunto de bens e seus anexos para o domínio do adquirente.
Condição para Alienação: a venda do estabelecimento dependerá da concordância ou do pagamento de todos os credores, podendo a concordância ser expressa ou tácita e manifestada no prazo de 30 dias da notificação da venda.
Débitos: o adquirente do estabelecimento sucede o alienante das obrigações regularmente contabilizadas; no entanto, o alienante continuará solidariamente obrigado por um ano, a contar da publicação do trespasse para as dívidas vencidas ou a contar do vencimento para as dívidas vincendas. 
Débitos Tributários: aplica-se o artigo 133 do CTN independente de contabilização e a responsabilidade do adquirente poderá ser integral ou subsidiaria, a depender da postura do alienante.
	Se o alienante continuar ou iniciar atividade econômica, no prazo de 6 meses, o adquirente responderá subsidiariamente pelos débitos tributários.
Caso o alienante não prossiga ou não se reestabeleça, no prazo de 6 meses, a responsabilidade do adquirente será integral.
OBS: no trespasse os contratantes poderão estabelecer regras quanto à responsabilidade, no entanto, só produzirá efeitos entre eles. 
Débitos Trabalhistas: segundo o artigo 488 da CLT, o adquirente assumirá a transferência dos contratos e as obrigações trabalhistas provenientes da atividade.
Créditos: os créditos fazem parte do estabelecimento empresarial, sendo considerados bens incorpóreos e serão transmitidos do trespasse. A cessão de créditos só produzirá efeitos quando ocorrer a publicação no diário oficial do trespasse. 
Contratos: o artigo 1.148 diz que apesar de os contratos não fazerem parte do estabelecimento, salvo disposição em contrário, o adquirente se sub-roga nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, desde que não sejam de natureza personalíssima. 
Cláusula de Não Reestabelecimento: esta cláusula busca impedir que o alienante faça concorrência ao adquirente, proibindo aquele de oferecer concorrência pelo prazo de 5 anos, salvo disposição expressa em contrato. 
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte 
Microempresa: rendimento anual de até 360 mil, uma única alíquota de imposto.
São empresas individuais, sociedades empresárias ou sociedades simples que por determinação do artigo 179 da CF/88, objetivando promover distribuição de renda e geração de emprego, receberão tratamento jurídico diferenciado, em relação as obrigações tributárias, trabalhistas, previdenciárias e de acesso ao crédito.
Regime Jurídico da ME e EPP: artigo 179, CF/88; LC 123/06
Requisitos para a aquisição da condição de ME ou EPP:
Para ser ME, a empresa necessita ter faturamento bruto anual igual ou inferior a R$ 360.000.
Para ser EPP, o faturamento deverá ser superior a R$ 360.000 até R$ 3.600.000.
A empresa necessita estar devidamente registrada, não ter como sócio pessoa jurídica ou que participe de outra pessoa jurídica.
Não pode ser enquadrada sociedade que tenha sócio inscrito como empresário individual ou sócio de sociedade já enquadrada,
Não se admite enquadramento de sociedade cujo dono participe com mais de 10% do capital de outra cuja receita somada ultrapasse o limite do enquadramento.
Não se admite enquadramento da sociedade na qual o tutelar ou sócio seja administrador de sociedade cuja receita somada ultrapassa o limite.
A participação no capital da sociedade que tenha por objetivo social a defesa exclusiva de interesses econômicos da ME ou EPP.
Não podem se enquadrar as cooperativas, salvo as de consumo e as Sociedades Anônimas.
Não pode ser enquadrada sociedade que foi objeto de operação societária nos últimos 5 anos (fusão, cisão, etc).
Não se admite enquadramento de sociedade que exerça atividade de instituição financeira (ex: banco comercial).
Benefícios do Enquadramento: a empresa que se enquadra recebe do Estado tratamento diferenciado, sendo-lhe assegurada tributação diferenciada, regras específicas para o registro, acesso ao mercado de crédito e aos juizados especiais. 
Tratamento Tributário: esse tratamento requer a opção da empresa pelo sistema do Simples Nacional, que especifica a arrecadação de tributos e contribuição, simplificando o recolhimento tributário e dominando o percentual de recolhimento.
A tributação simplificada afasta a obrigação do recolhimento em separado de: IOF, FGTS, IPVA e IPTU.
Também fica dispensado de recolhimento entidades privadas de serviço social (SESC, SENAC, etc)
Exclusão desse tratamento: o artigo 17 da LC 123, traz exclusão ao tratamento em razão da atividade exercida da existência de sócio domiciliado no exterior, que integre a administração pública ou que existam débitos tributários não suspensos. 
Das Vedações (artigo 17, LC 123/06)
Tratamento trabalhista: conforme o artigo 51, as empresas enquadradas são dispensadas:
Da fixação de quadro de empregados nas suas dependências; 
Da anotação de férias dos empregados nos livros e fichas de registro da empresa;
De empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos serviços nacionais de aprendizagem;
Da posse do livro intitulado “inspeção do trabalho”;
De comunicar o NTE a concessão de férias coletivas.
Obrigações não dispensadas:
Anotação no CTPS;
Arquivamento dos documentos que comprovam as obrigações trabalhistas e previdenciárias; 
Apresentação do GFIP, guia de recolhimento do FGTS, do tempo de serviço e informação previdenciária;
Apresentação anual da RAIS e de CAGED.
Acesso à Justiça do Trabalho: pode o empresário fazer-se substituir perante a justiça trabalhista por terceiros que conheçam os fatos, ainda que não possuam vínculos trabalhistas com a empresa.
Tratamento Licitatório: nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal das ME e EPP só será exigida na assinatura do contrato.
	Por ocasião de participação em licitações deverão apresentar toda documentação exigida pra efeitos de comprovação de regularidade fiscal, mesmo que apresente restrição. Havendo alguma restrição, será assegurado prazo de 5 dias após o resultado do certame que poderá ainda ser prorrogado por igual período.
	A não regularização do prazo previsto implicará a decadência do direito de contratação, podendo a administração convocar os licitantes remanescentes.
Acesso ao juizado especial: é possível o acesso aos juizados especiais na condição de autor da demanda. 
Tratamento Comercial: acerca do registro e averbação, esta determina que o registro às alterações ou extinção ocorrerão independentemente da regularidade de obrigação tributária, previdenciária ou trabalhista do empresário ou da sociedade.
Também é dispensada a certidão de condenação criminal por uma declaração do titular atestando não estar impedido de exercer a atividade empresária. Também é dispensado o visto de advogado nos atos constitutivos e alteração a serem registrados.
Em relação ao protesto de títulos contra a ME ou EPP, existe dispensa de pagamento de taxas, custos e contribuições sob os indumentos dos tabeliões 
Nome Empresarial: a LC 123/06 determina que as empresas enquadradas deverão conter no final do nome empresarial a expressão “ME” e “EPP” por suas abreviaturas.
Pequeno empresário: o artigo 68 da LC 123/06 considera pequeno empresário aquele que é empresário individual enquadrado como ME na forma dessa lei complementar que certifica receita bruta anual de até R$ 81.000.
Regime jurídico para microempreendedor individual: lei 128/08 introduziu os artigos 18A até 18C na LC 123/06.
Objetivo da MEI: retirar da informalidade exercentes de atividade econômica, possibilitando recolhimento tributário fixo
e permitindo-lhes acesso ao crédito.
Critérios para enquadramento: será considerado MEI o empresário individual que tenha receita bruta anual de até R$ 81.000, desde que cumpra os seguintes requisitos:
Seja optante do Simples Nacional;
Exerça atividades específicas definidas pelo comitê gestor tributário;
Possua um único estabelecimento comercial;
Não tenha vínculo com qualquer outra atividade empresária;
Possua no máximo 1 funcionário e ele não pode receber mais do que 4 salários mínimos ou o peso da categoria.
Órgãos para requerimento do enquadramento: preenchidos os requisitos, o empresário deverá requerer seu enquadramento junto à Receita Federal e a Junta Comercial, sendo o registro feito por via eletrônica.
Propriedade Industrial
Marcas: a marca é um sinal que identifica um produto ou serviço entre os demais.
Função: a marca tem duas funções:
Distintiva, do produto ou serviço em relação a outros;
Indicadora de procedência 
Registro das marcas: artigo 122 da lei 9.279/96, a lei afasta o registro de marcas olfativas, gustativas ou sonoras, exigindo um caráter visual para o registro.
Requisitos para o registro: capacidade distintiva, novidade e desimpedimento (art. 124).
Aquisição: para aquisição, por pessoa física ou jurídica dos direitos sobre determinada marca, se faz necessário o registro junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). 
Tempo de vigência: a vigência da marca vale por 10 anos (art. 133), podendo ser prorrogada por prazo indeterminado, que deverá ser requerida no último ano do prazo de vigência sob pena de perca dos direitos sobre a marca. Admite-se atraso de 6 meses, após os 10 anos, desde que pague-se a multa pelo atraso.
Proteção à marca: o registro garante ao titular da marca o uso exclusivo, podendo seu titular se utilizar de ação judicial para inibir o uso indevido da sua marca ou de marca que gere confusão junto ao consumidor.
Marcas de fato: são marcas não registradas que gozam de certa proteção à medida em que a utilização da marca alheia apresenta como meio fraudulento para desviar clientela, o que constitui concorrência desleal. 
Marcas de alto renome: é aquela que o seu conhecimento extrapola o ramo de atuação para que foi registrada; a força da marca não está limitada ao seu ramo de atuação e por isso sua proteção deve ser estendida a todos os ramos de atividade.
A proteção deverá ser estendida e requerida ao INPI quando da ação de oposição ao pedido de registro por outra pessoa ou de processo administrativo de nulidade de registro. 
Marcas notoriamente conhecidas: são marcas que detêm prestígio apenas no seu ramo de atividade e independem de registro no país. Nesse caso a proteção se mantém restrita ao ramo de atividade.
 Extinção do direito sobre a marca: (art. 142)
Pela expiração do prazo de vigência;
Pala renúncia perante o INPI;
Pela caducidade, isto é, quando após o registro há o decurso de 5 anos sem o uso da marca;
Por desobediência ao artigo 217. Para os casos de titulares de marca domiciliados no exterior não manterem procurador domiciliado no país com poderes de representação geral.
Nulidade da marca: após deferimento dos registro pelo INPI, o registro pode ser objeto de anulação por desobediência aos ditames legais, e poderá ser reconhecido administrativamente, que deverá ser requerido no prazo de 180 dias do registro ou judicialmente por ação de nulidade, com prazo de 5 anos. 
Patente de invenção 
Conceito: é um produto de engenho da mente humana, que com sua capacidade inventiva faz surgir algo novo, um bem imaterial, que não existe na natureza.
Proteção a invenção: Por ser um bem imaterial a invenção não pode ser um objeto de apropriação física, e dessa forma qualquer pessoa poderia apropriar-se da ideia e tirar proveito da invenção de outrem; em função disso foi criado o sistema de proteção para as invenções, denominado sistema de patentes.
Por esse sistema se garante ao inventor, por um certo tempo, o direito de utilização exclusiva da invenção, isto é, o monopólio da invenção. 
Patente de invenção: é o título que dá legitimidade ao inventor de ter o privilégio de utilização por um determinado tempo.
Requisitos para patente: novidade, atividade inventiva e aplicação na indústria.
Vigência: o prazo de vigência será de 20 anos, se de invenção contado da data do deposito, contudo se o processo de concessão for demasiadamente longo, é garantida a vigência por 10 anos, contado da data da emissão da carta patente. 
Extinção da patente:
Pelo decurso do prazo de vigência 
Pela renúncia do titular 
Pela caducidade 
Pela falta de pagamento da retribuição anual 
Pela inexistência de representante legal domiciliado no país, se o titulado for domiciliado no exterior 
Modelo de utilidade: o artigo 9° da lei de propriedade industrial diz que se trata de objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo que resulte em melhoria funcional do seu uso em sua fabricação. 
Vigência: o prazo de vigência é de 15 anos, contado da data do depósito; contudo se o processo de concessão for muito longo será garantida a vigência da patente por 7 anos contado da data de emissão da carta patente.
Desenho industrial: também chamado de design, representa uma configuração ornamental nova e específica ao produto, de maneira a torná-lo inconfundível pelo público consumidor; sem qualquer acréscimo de utilidade. 
Órgão pra registro: no Brasil o órgão responsável pelo registro da patente é o INPI.
Vigência: é de 10 anos e pode ser prorrogada por mais 3 períodos de 5 anos, até que atinja o máximo de 25 anos. 
Área de proteção da patente: o registro possui validade apenas dentro do território do país. 
PROVA: ATOS DE REGISTRO DE EMPRESA; ESCRITURAÇÃO E DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS; ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL; PREPOSTO; NOME DA EMPRESA; PROPRIEDADE INDUSTRIAL; MICROEMPRESA, PEQUENO PORTE E MEI.

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