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EMPREGO PACÍFICO DAS RADIAÇÕES A Radiação é um fato da vida; nós vivemos em um mundo onde ela ocorre naturalmente e está presente em todos os lugares. A luz e o calor produzidos por reações nucleares que ocorrem no sol são essenciais para a nossa existência. O nosso ambiente é composto, naturalmente, por materiais radioativos e o nosso corpo é formado por alguns elementos radioativos como o carbono-14 e potássio-40. Toda a vida na terra evoluiu na presença dessa radiação. Desde a descoberta dos raios X e da radioatividade há mais de 100 anos, o homem tem encontrado meios de produzir radiação e materiais radioativos artificialmente. A primeira utilização dos raios X em diagnósticos médicos aconteceu logo após a sua descoberta em 1895. Assim, um uso benéfico da radiação foi estabelecido desde muito cedo, mas também alguns dos seus perigos potenciais tornaram-se evidentes para os médicos e cirurgiões que, involuntariamente, expunham-se a doses excessivas de raios X no início de 1900. Desde então, muitas aplicações da radiação e de diferentes materiais radioativos têm sido desenvolvidos. As radiações são classificadas em radiações ionizantes e não-ionizantes de acordo com os efeitos que produzem quando interagem com a matéria. As radiações ionizantes incluem os raios cósmicos, raios X e a radiação emitida por materiais radioativos (raios gama, partículas alfa e beta). As radiações não-ionizantes incluem parte da luz ultravioleta, luz visível, infravermelho, microondas e ondas de rádio. Infelizmente, são pouco divulgados os grandes benefícios da energia nuclear. A cada dia, novas técnicas nucleares são desenvolvidas nos diversos campos da atividade humana possibilitando a execução de tarefas impossíveis de serem realizadas pelos meios convencionais. A medicina, a indústria, particularmente a farmacêutica e a agricultura são as áreas mais beneficiadas. Os isótopos radioativos, ou radioisótopos, devido à sua propriedade de emitirem radiação, possuem muitas utilizações. As radiações podem atravessar a matéria ou ser absorvidas por ela o que possibilita múltiplas aplicações. Mesmo em quantidades cuja massa não pode ser determinada pelos métodos químicos, a radiação emitida por um material poderá ser detectada. As células ou até mesmo pequenos organismos, ao absorverem a energia das radiações, poderão ser danificados. Essa propriedade, que, em condições normais, é altamente inconveniente para os seres vivos, poderá ser usada em seu benefício quando empregada para destruir células ou microorganismos nocivos. Em 8 de dezembro de 1953, o então presidente dos Estados Unidos Dwight D. Eisenhower apresentou uma proposta no sentido de ser criada uma organização internacional "devotada exclusivamente aos usos pacíficos da energia atômica", e que foi aprovada em 1954. Criou- se, então, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Em 1957 foi completado o seu estatuto, e o seu objetivo é a promoção do uso pacífico da energia nuclear e o desencorajamento dos usos para fins militares de armas atômicas. A AIEA tem a sua sede em Viena, (Áustria), e conta com 137 Estados membros, cujos representantes se encontram anualmente para uma Conferência Geral onde elegem 35 membros para o Conselho de Governadores. Este Conselho reúne-se cinco vezes por ano e prepara as decisões que serão ratificadas pela Conferência Geral. A AIEA constitui um fórum intergovernamental para a cooperação científica e técnica do uso pacífico da tecnologia nuclear. Os recentes desenvolvimentos e desafios atuais em energia nuclear, aplicações da energia nuclear, proteção e segurança nucleares, e fiscalização nuclear foi tema do discurso do diretor geral da AIEA, Dr Mohamed ElBaradei na abertura da 51ª Conferência Geral , em Viena. Dr. Mohamed ElBaradei falou da importância da cooperação internacional nestas áreas, salientando a importância de valores como o diálogo e multilateralismo. “No que diz respeito aos três pilares de atuação da Agência – Ciência e Tecnologia, segurança e fiscalização – a cooperação internacional é fundamental”, afirmou. No ano de 2007, quando a AIEA celebrou o seu 50º aniversário, Dr. Mohamed ElBaradei também disse que átomos para a paz continua a ser a visão central da Agência. "Cinqüenta anos atrás, à AIEA foi confiada a missão de assegurar que a energia nuclear não poderia ser a causa para a destruição da humanidade, mas sim um mecanismo de paz e prosperidade ... não devemos perder de vista as metas e ideais que guiaram a Agência desde sua criação. Estes ideais permanecem relevantes e significativos hoje, como eram para os fundadores da AIEA", disse ele. A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) é o centro mundial de cooperação no campo nuclear. A Agência direciona grande parte de sua atividade científica para as aplicações nucleares pacíficas relacionadas com a saúde, agricultura, indústria, gestão da água e preservação do meio ambiente. E é exatamente isso que iremos estudar nesta disciplina! Inicialmente, para conhecermos quais são os diferentes tipos de radiação existentes, entendermos como são geradas, quais os seus efeitos na matéria e suas diversas aplicações, precisamos conhecer as bases da constituição do átomo, os conceitos de matéria e energia assim com os diversos fenômenos que ocorrem na busca da matéria pela estabilidade física e química. Esta disciplina de “Emprego Pacífico das Radiações” tem como objetivo principal informar e conscientizar o público discente a respeito das diversas aplicações para fins pacíficos das radiações ionizantes assim como propiciar o entendimento dos processos de produção das radiações e suas aplicações nas áreas industrial, geração de energia e nos diversos diagnósticos e tratamentos clínicos disponíveis. (Texto adaptado do site e do livro “Radiation, People and Environment”, ambos da Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA) Mohamed ElBaradei. (Foto: D. Calma / AIEA)
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