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LITERATURA BRASILEIRA AD1 COM GABARITO

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Curso de Licenciatura em Letras – UFF / CEDERJ
Disciplina: LITERATURA BRASILEIRA 1
Coordenador: André Dias
AD1 – 2017.1 
Questão 1 (Valor: 5,0) – Sobre a aula 01 – 
Em linhas gerais, uma análise histórica concentra seu olhar, sobretudo, em apresentar ao leitor as condições de produção de uma obra literária, de modo a demonstrar, por exemplo, como as situações histórico-sociais contribuíram para determinar a existência do texto tal como ele se apresenta. Uma abordagem historiográfica, por sua vez, preocupa-se fundamentalmente em observar o modo pelo qual o escritor, através do emprego de imagens poéticas do cotidiano, constrói seu discurso literário. A partir desses apontamentos sobre história e historiografia da literatura, leia e analise a crônica a seguir. Em sua análise, utilize os princípios das duas abordagens. 
A polícia suburbana 
(Lima Barreto)
 Noticiam os jornais que um delegado inspecionando, durante uma noite destas, algumas delegacias suburbanas, encontrou-as às moscas, comissários a dormir e soldados a sonhar. 
Dizem mesmo que o delegado-inspetor surripiou objetos para pôr mais à mostra o descaso dos seus subordinados. 
Os jornais, com aquele seu louvável bom senso de sempre, aproveitaram a oportunidade para reforçar as suas reclamações contra a falta de policiamento nos subúrbios.
Leio sempre essas reclamações e pasmo. Moro nos subúrbios há muitos anos e tenho o hábito de ir para a casa alta noite. 
Uma vez ou outra, encontro um vigilante noturno, um policial e muito poucas vezes é-me dado ler notícias de crimes nas ruas que atravesso. 
A impressão que tenho é de que a vida e a propriedade daquelas paragens estão entregues aos bons sentimentos dos outros e que os pequenos furtos de galinhas e coradouros não exigem um aparelho custoso de patrulhas e apitos. 
Aquilo lá vai muito bem, todos se entendem livremente e o Estado não precisa intervir corretivamente para fazer respeitar a propriedade alheia. 
Penso mesmo que, se as coisas não se passassem assim, os vigilantes, obrigados a mostrar serviço, procurariam meios e modos de efetuar detenções e os notívagos, como eu, ou os pobres-diabos que lá procuram dormida, seriam incomodados, com pouco proveito para a lei e para o Estado. 
Os policiais suburbanos têm toda a razão. Devem continuar a dormir. Eles, aos poucos, graças ao calejamento do ofício, se convenceram de que a polícia é inútil. 
Ainda bem. 
(Publicado originalmente no Correio da Noite em 28-12-1914.) 
BARRETO, Lima. “A polícia suburbana” in. Vida urbana: artigos e crônicas. São Paulo: Editora Brasiliense, 1956, p. 61 – 62. Obras completas do autor, Vol. XI. 
GABARITO RESPOSTA: Ao apresentar-nos uma imagem do subúrbio carioca nas primeiras décadas do século XX, a crônica em questão pode ser lida como um registro particular acerca da cidade do Rio de Janeiro; mais especificamente, compreende-se como a violência (ou a ausência dela) e a atuação da polícia em uma região pouco valorizada socialmente eram percebidas por Lima Barreto em determinado momento histórico. A despeito dessa “função” histórica, é imperativo destacar, também, o olhar do escritor para o prosaico, valorando-o ao transformá-lo em matéria principal de seu texto. Ademais, a linguagem simples (porém justa) empregada pelo autor de Clara dos Anjos se coaduna perfeitamente à abordagem do tema cotidiano.
 Questão 2 (Valor: 5,0) – Sobre a aula 8 – 
Com base nas discussões desenvolvidas na Aula 8, podemos verificar que na obra A Literatura no Brasil é flagrante o emprego de conceitos e formas de estudo próprios da historiografia, a começar pela própria divisão dos volumes, feita com base em “eras”. Por que essa questão se constitui como uma contradição em relação ao projeto da coleção dirigida por Afrânio Coutinho?
GABARITO RESPOSTA: A contradição se deve ao fato de Afrânio Coutinho ambicionar, inicialmente, empreender uma análise que valorizasse a qualidade estética das obras estudadas, mas apresentar, na verdade, uma leitura de caráter historicista, que destaca aspectos extrínsecos aos textos, tais como o contexto em que foram produzidos e/ou a biografia de seus autores.

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