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Prof. Dra. Adriana M. Imperador O Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e seus Objetivos Primeiro vamos entender o que é Ambiente ! EIA/Rima O que é EIA/Rima A expressão EIA/RIMA é bastante difundida atualmente, e estas siglas referem-se ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e ao Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Segundo Fornasari Filho & Bitar (1995), o EIA na Legislação Federal segue os seguintes termos, apresentados aqui de forma sintetizada: É referente a um projeto específico a ser implantado em determinada área ou meio; Trata-se de um estudo prévio, ou seja, serve de instrumento de planejamento e subsídio à tomada de decisões políticas na implantação da obra; É interdisciplinar; Deve levar em conta os segmentos básicos do meio ambiente (meios físico, biológico e sócio-econômico); Deve seguir um roteiro que contenha as seguintes etapas 1. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto; 2. Avaliação de impacto ambiental (AIA); 3. Medidas mitigadoras, e; 4. Programa de monitoramento dos impactos. Ainda segundo os autores citados, o EIA deve apresentar suas conclusões traduzidas no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), com linguagem simples e objetiva, tornando-o formal perante o Poder Público e a sociedade A Estrutura do EIA/Rima deve conter A elaboração do EIA/RIMA deve: (a) contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto, (b) identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade, (c) definir as Áreas Direta e Indiretamente afetadas pelos impactos, e (d) considerar os Planos e Programas de Governo com jurisdição sobre a área onde será implementada a atividade impactante. Atividades Técnicas Desde modo, considerando a abrangência das Áreas Direta e Indiretamente a serem afetas, o estudo de impacto ambiental deverá no mínimo contemplar as seguintes atividades técnicas: (a) o diagnóstico ambiental, (b) o prognóstico das condições ambientais com a execução do projeto, (c) as medidas ambientais mitigadoras e pontecializadoras a serem adotadas e (d) o programa de acompanhamento e monitoramento ambiental. (1) Diagnóstico Ambiental 1) Diagnóstico Ambiental consiste na elaboração de uma descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações. Portanto, este diagnóstico deverá caracterizar: (a) o meio físico - exemplo: solo, subsolo, as águas, ar, clima, recursos minerais, topografia e regime hidrológico; (b) o meio biológico: fauna e flora; (c) o meio sócio econômico - exemplo: uso e ocupação do solo; uso da água; estruturação sócio econômica da população; sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais; organização da comunidade local; e o potencial de uso dos recursos naturais e ambientais da região. (2)Prognóstico 2) Prognóstico refere-se a identificação, valoração e interpretação dos prováveis impactos ambientais associados a execução, e se for o caso, a desativação de um dado projeto. (3) Medidas Mitigadoras 3) Medidas Ambientais Mitigadoras e Pontecializadoras tratam-se de medidas a serem adotadas na mitigação dos impactos negativos e potencialização dos impactos positivos. Neste caso, as medidas devem ser organizadas quanto: (a) a natureza - preventiva ou corretiva; (b) etapa do empreendimento que deverão ser adotadas; (c) fator ambiental que se aplicam - físico, biótico e, ou, antrópico; (d) responsabilidade pela execução - empreendedor, poder público ou outros; e (e) os custos previstos. (4) Acompanhamento e Monitoramento Ambiental 4) Programa de Acompanhamento e Monitoramento Ambiental implica na recomendação de programas de acompanhamento e monitoramento das evolução dos impactos ambientais positivos e negativos associados ao empreendimento. Sendo necessário especificar os métodos e periodicidade de execução E ainda tem mais: Ressalta-se que o empreendedor deverá custear todas as despesas decorrentes da: (a) contratação da equipe elaboradora, (b) condução dos estudos, (c) elaboração dos documentos EIA/RIMA e (d) tramitação do processo pelo Órgão Licenciador. Uma vez o processo de licenciamento em curso, o Órgão Licenciador poderá proceder a realização de audiências públicas. Estas tem por finalidade expor e dirimir dúvidas relacionados ao processo em análise. As audiências públicas podem ser realizadas sempre que o Órgão Licenciador julgar necessário ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério Público, ou por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos. A audiência pública será dirigida pelo representante do Órgão Licenciador que, após exposição objetiva do projeto e do seu RIMA, abrirá as discussões com os interessados presentes. Ao final de cada audiência pública será lavrada uma ata sucinta e a esta serão anexadas todos os documentos escritos e assinados que forem entregues ao presidente dos trabalhos durante a seção. Empreendimentos que Precisam do EIA/Rima (Conama, 1986) A Resolução CONAMA nº 01/86, ao tratar do assunto cita as atividades que precisam elaborar EIA/RIMA, sem contudo excluir outras que o órgão ambiental competente possa exigir conforme sua avaliação do caso: •Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; • Ferrovias; •Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; •Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66; •Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; •Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; •Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; •Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); •Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; Empreendimentos que Precisam do EIA/Rima (Conama, 1986) •Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; •Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW; •Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); •Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; •Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; •Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério do IBAMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes; •Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia; •Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 há ou menores, neste caso, quando se trata de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive áreas de proteção ambiental. Além do EIA/Rima Os principais documentos empregados em Processos de Licenciamento Ambiental no Brasilsão o EIA/Rima, o PCA/RCA e o PRAD. PCA / RCA O PCA/RCA denominados Plano de Controle Ambiental acompanhado do Relatório de Controle Ambiental são exigidos para empreendimentos e, ou, atividades que não tenham grande capacidade de gerar impactosambientais. Porém, a estruturação dos documentos possuem escopo semelhantes aos do EIA/RIMA, no entanto, não são demandados altos níveis de especificidade em suas elaborações. PRAD Quanto ao PRAD - Plano de Recuperação de Áreas Degradas instituído pelo Decreto Federal 97.632, de 10.04.1989, define em seu Artigo Primeiro que "Os empreendimentos que se destinam à exploração dos recursos minerais deverão, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, submeter à aprovação do órgão ambiental competente, plano de recuperação de áreas degradas". Área de Mineração da Alcoa – Poços de Caldas MG Fonte: www.alcoa.com
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