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CRIMINOLOGIA x DIREITO PENAL Teoria do Crime Para identificar se determinada conduta é considerada criminosa, devemos verificar se ela é típica, antijurídica e culpável. Se ela se enquadrar nesses três aspectos, é considerada crime. CONDUTA: TÍPICA ANTIJURÍDICA CULPÁVEL Exceções: Exceções: Exceções: - Adequação social - Legítima defesa - Inimputabilidade da conduta - Estado de - Erro de proibição - Princípio da necessidade - Inexigibilidade de insignificância - Exercício regular de conduta diversa um direito - Obediência -Estrito cumprimento hierárquica do dever legal 1. A Conduta Uma conduta é uma ação, um ato praticado por determinado indivíduo, de maneira consciente e voluntária, tendente a uma finalidade. As condutas podem ser comissivas ou omissivas: - A conduta comissiva é aquela em que se comete o ato. É o fazer. (ação positiva) - A conduta omissiva é aquela em que há omissão. É o não fazer. (ação negativa) Ainda podem ser consideradas como dolosas ou culposas: - Dolosa: quando há a intenção de produzir o ato. - Culposa: não há a intenção de produzir o ato. 2. A Tipicidade Uma conduta é considerada típica quando é descrita pela lei Penal. Ela está enquadrada a uma norma já existente pelo ordenamento. Esta norma penal tem função de garantia para com bens jurídicos tutelados. Estes bens jurídicos tutelados são, nesta ordem: a vida > a integridade física > a honra > a propriedade. Há a conduta (ação ou omissão), o resultado causado por ela, e o nexo causal, que é a conexão entre os dois para aquele contexto. 2.1. Exceções ou excludentes de Tipicidade Em certos casos, uma conduta pode estar prevista em lei (genericamente), mas não ser considerada típica, e por consequência, criminosa. São estes casos: - Adequação social da conduta: Quando uma conduta é aceita pela sociedade (e não contraria a Constituição Federal). Faz parte da ordem social. Exemplos: um farmacêutico que fura a orelha de uma criança para colocação de brinco; circuncisão masculina na religião judaica; tatuagem; entre outros. - Princípio da insignificância: Conduta incapaz de lesar o bem jurídico. 2. A Antijuridicidade ou Ilicitude Após a conduta ser constatada típica, ainda não pode ser considerada criminosa, pois o nosso sistema penal adota a teoria bipartida. Ou seja, só interessa a conduta típica combinada com a antijuridicidade (conduta típica e antijurídica). A Antijuridicidade é a contradição da norma com o ordenamento jurídico. É um fato ilícito, não aceito pelo ordenamento. 3.1. Excludentes de Antijuridicidade Entretanto, existem excludentes, previstos no Art. 23 do CP: - Legítima defesa: Atitude defensiva, que ocorre em resposta a atitude agressiva vinda de outra pessoa, ou potencial atitude agressiva. - Estado de necessidade: Situação de perigo, em que se pratica determinada conduta para se salvar de mal maior. - Exercício regular de um direito: Ações do cidadão que são autorizadas por direito concedido em Lei, desde que não ocorra abuso deste direito. Exemplos: um médico que corta tecidos de um paciente para acessar a região a ser operada; um jogador que acomete outro de grave lesão dentro de jogo de futebol; etc. - Estrito cumprimento do dever legal: Quando um agente cumpre aquilo que lhe é designado. Exemplo: policial que prende criminoso em flagrante (o policial afeta o direito de liberdade do criminoso); um soldado que atinge um inimigo em campo de batalha; entre outros. 4. Culpabilidade Após os fatores elencados, é necessário determinar se a conduta é considerada culpável. Ou seja, se o autor pode receber, ou não, uma sanção pelo ato cometido. Lembrando que ela não é requisito do crime, mas pressuposto para aplicação da pena. 4.1. Excludentes de Culpabilidade Recaem alguns excludentes sobre a culpabilidade, sendo eles: - Inimputabilidade: O indivíduo é considerado inimputável quando não está sujeito a receber uma pena. Exemplo: menor de 18 anos. - Erro de proibição: O agente desconhece o caráter ilícito do fato, e não possui potencial algum para conhecer. Não podia evitar o erro, pois pensou que estava cometendo algo lícito. Exemplo: um holandês acostumado a fumar maconha no seu país, que vem passar férias no Brasil, e aqui fuma. - Inexigibilidade de conduta diversa: Não é possível exigir que o autor se comportasse de maneira diferente daquela. Também é conhecida como coação irresistível. Exemplo: Sequestro da família de um gerente de banco, que é orientado a sacar todo o dinheiro do banco e entregar aos criminosos (coação moral irresistível). - Obediência hierárquica: É necessário que o agente aplique o fato em extrema obediência a ordem vinda de superior, sendo que a ordem não é aparentemente ilícita para aquele que comete. Aquele a ser punido é o superior que deu a ordem. Logo, o crime é a conduta (ou fato, ou ato) típico, antijurídico e culpável.
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