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DIREITOS DAS OBRIGACÕES

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Mauro Dias da Silveira Júnior
FACULDADE FABRAN – 2014.1
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Mauro Dias da Silveira Júnior
E-mail: maurojúnior009@hotmail.com
Telefone: 8119 – 5804 / 9189 - 1507
*Advogado OAB/AP nº 2003
Ramo de Atuação: Trabalhistas, Cível, Penal. Advocacia e Consultoria em geral.
* Presidente da Comissão Permanente de Licitação IPEM/AP
* Pregoeiro Titular do IPEM/AP
* Especialista em Direito e Processo do Trabalho
*Área de Segunda Fase especifica em exame de ordem: Direito Penal e Processo Penal.
* Professor Universitário
* Assessor Jurídico Eleitoral
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Aulas expositivas (quase sempre com slides)
Estudos de casos
Exercícios para abonar faltas e falta de pontos ao final do semestre
 
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Provas – questões objetivas e subjetivas
Trabalhos extra-classe: pontos extras ou abono de faltas (cuidado com o plágio...)
Debates em sala de aula: pontos extra
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CALCULO DE NOTAS PARA APROVAÇAO
NP1 + NP2= MS/2 (MINIMO 7)
EF + MS = MF/2 (MINIMO 5)
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1 – Pagamento.
1.1 – Noções Gerais. 
Clóvis Beviláqua faz a seguinte diferenciação: pagamento lato sensu e pagamento strito sensu.
- para este doutrinador pagamento, em sentido amplo, é toda forma de satisfação das obrigações, sejam estas de dar, fazer ou de não fazer.
- e, em sentido estrito, é o cumprimento das obrigações de dar, especificamente dinheiro (o que é o conhecimento comum). 
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REGRAS GERAIS 
 
Pagar é cumprir a obrigação. Nesse sentido, paga não apenas aquele que entrega a quantia em dinheiro (obrigação de dar), mas também o indivíduo que realiza uma atividade (obrigação de fazer) ou, simplesmente, se abstém de um determinado comportamento (obrigação de não fazer).
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1.2 – Condições Subjetivas do Pagamento.
 
É o estudo sobre as seguintes pessoas:
				- quem deve pagar;
				- a quem deve ser pago.
 
a. Quem deve Pagar? Artigo 304 e seguintes.
 
b. A quem deve pagar? Artigo 308 e seguintes.
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- ao próprio credor;
 
- ao representante: legal ou convencional.
 
- a terceiro: é possível que o pagamento seja feito a uma terceira pessoa que não represente os interesses do credor, mas se a quantia não for revertida o credor, este terá o direito de cobrar do devedor a quantia pactuada (quem paga mal paga duas vezes).
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Obs.: Credor Putativo: É válido o pagamento feito a credor putativo? Sim, desde que obedeça aos seguintes requisitos proposto pela doutrina:
- boa-fé do devedor: boa-fé subjetiva.
- escusabilidade (perdoável) do erro.
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Conceito
1.3 – Condições Objetivas do Pagamento.
É o estudo sobre as seguintes questões:
					- objeto do pagamento;
 - prova do pagamento;
 - lugar do pagamento;
 				- tempo do pagamento;
					
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a. objeto do pagamento.
 
Características do objeto do pagamento:
	- artigo 313;
	- artigo 314;
	- artigo 315;
	- artigo 316;
 - artigo 317:
	- artigo 318.
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b. prova do pagamento. É a quitação. 
- artigo 319;
c. lugar do pagamento: artigo 327 e seguintes CCB.
d. tempo do pagamento. Artigo 331 e seguintes CCB.
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CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
 
 - No pagamento por consignação, o devedor promove o depósito de uma coisa para se liberar dos efeitos do descumprimento de sua obrigação. 
 - Poderá ser objeto de depósito tanto um bem móvel quanto um bem imóvel.
 - Tratando-se de dinheiro, a consignação não necessariamente precisará ser judicial; será possível realizar uma consignação extrajudicial do valor pecuniário numa instituição bancária.
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CABIMENTO – ART. 334
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
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III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
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REQUISITOS DE VALIDADE: ART. 336
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
 
 - Em relação às pessoas (devedor e credor);
 
 - Em relação ao objeto: o pagamento deve ser feito em sua totalidade;
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 - Quanto ao modo, ou seja, a consignação deve ser feita no modo em que está previsto para o cumprimento da obrigação. Ex. pagamento a vista não pode ser parcelado.
 - Quanto ao tempo, deverá ser observado o pactuado.
Também não poderá mudar o local de pagamento. art. 337.
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
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Possibilidade de levantamento do depósito pelo devedor: art. 338.
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.
 
a) Antes da aceitação ou impugnação do depósito;
b) Depois da aceitação ou impugnação de depósito pelo credor;
c) Julgado procedente o depósito.
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- CONSIGNAÇÃO DE COISA CERTA E COISA INCERTA. 
 
Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, o devedor poderá citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada. art. 341.
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
 
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Se for coisa indeterminada (leia-se: incerta) é preciso proceder a certificação do “concentração do débito” art. 342.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
 
Se a escolha couber ao credor, este deverá ser citado (5 dias) para tal fim, sob pena de perder o direito, bem como de ser depositada a coisa segundo a escolha do devedor.
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Em sentido amplo sub-rogar é colocar uma coisa em lugar de outra, uma pessoa em lugar de outra. Duas, portanto são as espécies de sub-rogação: a sub-rogação real (coisas) e a pessoal (pessoas). Na sub-rogação real verifica-se a substituição de uma coisa por outra, ficando a segunda em lugar da primeira, com os mesmo ônus e atributos. Assim acontece nos casos de sub-rogação de vínculos que recaiam sobre bens inalienáveis. Na sub-rogação pessoal, ocorre substituição de uma pessoa por outra, ressalvando-se a esta os mesmos direitos e ações que àquela competiam. É da sub-rogação pessoal que se ocupa o Código Civil, no capítulo do pagamento com sub-rogação.
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Exemplo: cessão de direitos creditórios daquele que solveu a obrigação alheia ou emprestou a quantia necessária para o pagamento que satisfez o credor; esse terceiro sub-roga-se em nome do credor, de modo que o devedor não se desonera do vínculo obrigacional. A obrigação estará extinta para o antigo credor, apenas, que não mais poderá cobrá-la - em tese, então, não extingue a obrigação, mas sim a substituição do sujeito passivo.
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Parece ser uma cessão de crédito, pois aqui também há uma alteração subjetiva da obrigação, mas não é cessão por diversas razões:
 
a) A cessão de crédito independe de pagamento,
a sub-rogação depende;
b) A cessão visa lucro, a sub-rogação não: CC., art. 350
c) A sub-rogação dispensa notificação do devedor, a cessão não: CC., art. 290;
d) Na sub-rogação não se tem a transferência, legal ou convencional, do direito creditório, a cessão sempre será feita por um ato consensual.
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Trata-se de um instituto autônomo, mediante o qual o crédito, com o pagamento feito pelo terceiro, se extingue ante o credor satisfeito, mas não em relação ao devedor, tendo-se apenas uma substituição legal ou convencional do sujeito ativo. A sub-rogação é, pois, uma forma de pagamento que mantém a obrigação, apesar de haver a satisfação do primitivo credor.
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A sub-rogação pode ser legal: quando imposta por lei (CC, art. 346, I a III; Dec. n. 2.044, de 1908, art. 40), ou convencional: quando resultar de acordo de vontade entre o credor e terceiro (CC, art. 347, I) e entre o devedor e terceiro (CC, art. 347, 11).
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IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO: CC. ARTS. 352 A 355
 
Ocorrerá sempre que a pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, puder indicar a qual deles oferece em pagamento. Extingue o débito a que se refere, bem como todas as garantias reais e pessoais.
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o
direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
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De acordo com o art. 353 do CC, a imputação pressupõe 5 elementos:
 
a) Dualidade ou multiplicidade de débitos;
b) Identidade de credor e de devedor;
c) Os débitos devem ser da mesma natureza;
d) Devem ser ainda líquidos e estarem vencidos;
e) O pagamento deve cobrir qualquer desses débitos.
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A imputação do pagamento pode ser feita:
 
a) Pelo devedor: CC. arts. 314, 352 e 353,
b) Pelo credor: CC. art. 353
c) Em razão de determinação legal: CC art. 355
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DAÇÃO EM PAGAMENTO: CC. ARTS. 356 A 359
 
A doação em pagamento é um acordo firmado entre devedor e credor, por via da qual o credor concorda em receber do devedor, para desobrigá-lo de uma dívida, objeto distinto daquele que constituiu a obrigação. Seus requisitos são:
a) existência de um débito vencido;
b) intenção de solver o débito;
c) diversidade do objeto oferecido em relação ao devido;
d) concordância do credor: expressa ou tácita.
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Há quem diga que a dação em pagamento é uma novação subjetiva, todavia não o é porque extingue a obrigação sem criar uma nova.
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NOVAÇÃO: CC. ARTS. 360 A 367
Novação é a substituição de uma dívida por outra, ocorrendo a mera substituição e não a extinção da obrigação. È um ato que cria uma nova obrigação destinada a extinguir a precedente, substituindo-a.
Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o
devedor quite com este.
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Para que ela ocorra será preciso:
 
a) Existência de obrigação anterior, que se extingue com a constituição de nova, que vem a substituíla (obligatio novanda);
b) Criação dessa nova obrigação, em substituição à anterior, que se extingue;
c) Capacidade, legitimação e intenção de novar;
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São três os modos pelos quais se opera a novação:
 
a) Pela mudança de objeto da prestação;
b) Pela mudança do devedor;
c) Pela mudança do credor.
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Assim, podemos concluir que a novação pode ser:
 
a) Objetiva ou real: quando há mutação do objeto devido entre as mesmas partes (CC., art. 360, I)
b) Subjetiva ou pessoal: quando há mutação de um ou ambos os sujeitos da obrigação: novação subjetiva ativa (CC., art. 360, III) e novação subjetiva passiva por delegação (CC., art. 360, II) ou por expromissão (CC., art. 362).
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Vale mencionar que não se caracteriza novação:
 
a) Quando for feita simples redução do montante da dívida;
b) Mera tolerância do credor não importa manifestação da vontade de novar;
c) Não ocorre novação quando o credor tolera que o devedor lhe pague parceladamente;
d) Quando há modificação da taxa de juros.
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Em resumo, intenção de novar não se presume. Deve ser expressamente declarada pelas partes, ou resultar, de modo inequívoco, da natureza das obrigações, inconciliáveis entre si. Não havendo ânimo de novar, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira.
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CONFUSÃO
 
A obrigação pressupõe a existência de dois sujeitos: o ativo e o passivo. Credor e devedor devem ser pessoas diferentes. Se essas duas qualidades, por alguma circunstância, encontrarem-se em uma só pessoa, extingue-se a obrigação, porque ninguém pode ser juridicamente obrigado para consigo mesmo ou propor demanda contra si próprio.
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Em razão desse princípio, dispõe o art. 381 do Código Civil: "Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor". Na compensação, há dualidade de sujeitos, com créditos e débitos opostos, que se extinguem reciprocamente, até onde se defrontarem. Na confusão, reúnem-se numa só pessoa as duas qualidades, de credor e devedor, ocasionando a extinção da obrigação.
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Em geral, a confusão resulta da herança. O caso mais comum é do filho que deve ao pai e é sucessor deste. Morto o credor, o crédito transfere-se ao filho, que é exatamente o devedor. Opera-se, neste caso, a confusão, desaparecendo a obrigação. Mas a confusão pode resultar, também, da cessão de crédito, do casamento pelo regime da comunhão universal de bens e da sociedade.
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ESPÉCIES
 
A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela (CC, art. 382). Pode ser, portanto, total ou parcial. Na última, o credor não recebe a totalidade da dívida, por não ser o único herdeiro do devedor. Por exemplo, os sucessores do credor são dois filhos e o valor da quota recebida pelo descendente devedor é menor do que o de sua dívida.
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A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade (CC, art. 383). Em se tratando de obrigação solidária passiva, e na pessoa de um só dos devedores reunirem-se as qualidades de credor e devedor, a confusão operará somente até a concorrência da quota deste. Se ativa a solidariedade, a confusão será também parcial ou imprópria (em contraposição à confusão própria, abrangente da totalidade do credito), permanecendo, quanto aos demais, a solidariedade
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EFEITOS
 
A confusão extingue não só a obrigação principal como também os acessórios, como a fiança, por exemplo. Mas a recíproca não é verdadeira. A obrigação principal, contraída pelo devedor, permanece se a confusão operar-se nas pessoas do credor e do fiador. Extingue-se a fiança, mas não a obrigação. Igualmente se houver confusão entre fiador e devedor: desaparece a garantia, mas subsiste a obrigação principal.
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Porém, "cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior" (CC, art. 384). O fenômeno pode acontecer, por exemplo, no caso de abertura da sucessão provisória em razão da declaração de ausência e posterior aparecimento do presumidamente morto, ou ainda em caso de anulação de testamento já cumprido. Nestas hipóteses, não se pode falar que a confusão efetivamente extinguiu a obrigação, mas que somente a neutralizou ou paralisou, até ser restabelecida por um fato novo.
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REMISSÃO
 
É o perdão da divida, onde o pai (credor) do filho, declara que não vai mais exigi-la (por meio de um documento particular ou devolvendo o titulo objeto da obrigação). Para produzir efeito jurídico é necessário que seja aceito, tácita e expressamente, uma vez que ainda restará a obrigação moral.
 
Art. 385. A
remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
 
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Requisitos:
 
Ânimo de perdoar: o ato de perdoar deve ser expressa, exige a capacidade jurídica e a legitimação para dispor do referido credito, como validade do negocio jurídico.
Aceitação do perdão: a remissão não prescinde da concordância do devedor (não desejar dever favores ao credor; respeitabilidade social em pagar suas dívidas), podem levar a recusa do perdão.
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Espécies:
 	A remissão pode ser parcial ou total. Se o credor não é obrigado a receber parcialmente a divida, pode, a contrario sensu, perdoá-la parcialmente.
 
A remissão pode ser ainda ser expressa ou tácita. A expressa pode ocorrer de forma escrita ou verbal, porem é recomendável algo em escrito, sobre a renuncia do debito (carta, testamento e etc.).
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Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. 
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· INADIPLEMENTO
 
O Inadimplemento, por sua vez, é o descumprimento das obrigações assumidas ou seu cumprimento de forma incompleta; é a quebra do dever jurídico criado entre aqueles que se comprometeram a dar, fazer ou se omitir de fazer algo ou alguma coisa.

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