Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Idealismo Alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) Formação • "Tübinger Stift" (seminário protestante em Württemberg) • Filosofia e Teologia • Obras principais: • Filosofia do Direito • Fenomenologia do Espírito • Na Introdução à Filosofia do Direito, Hegel procura delinear o que concebe por vontade livre ou autodeterminação. Para Hegel, há três concepções de vontade: universal, particular e individual. • A vontade universal é a vontade como pensamento puro. Trata-se de uma vontade livre de qualquer conteúdo e a consideração somente da forma do pensamento. • A vontade particular é concebida como vontade de um sujeito determinado, que tem um conteúdo determinado: um "eu" desejante que quer um objeto determinado. • A vontade individual é a que s refere à vontade como unidade da universalidade e da particularidade. Essa união acontece por meio de um processo que passa pela "vontade natural", pelo "arbítrio" (Willkür) e pela "cultura" (Bildung). • O ponto de partida da Filosofia do Direito, que pretende ser meditação sobre a sociedade e o Estado, é essa vontade livre que se orienta pelo seu próprio desejo e trata de sobreviver. Talvez se possa pensar aqui no que foi chamado de Estado de Natureza. • Essa liberdade se concretiza na posse, mas não tem por si maior garantia. O espírito busca, por isto mesmo, um contrato que lhe assegure a propriedade. • Locke havia indicado que, embora plenamente livre no Estado de Natureza, o homem não tinha qualquer garantia quanto à posse da propriedade privada, um direito natural. • Em razão disso, teve de se abdicar daquela liberdade plena a fim de dispor de uma lei, que protegesse a si mesmo e à propriedade. • Hegel chama a isto de Direito Abstrato. Presumivelmente por esta razão define ao direito como “a existência da vontade livre”, isto é, o que assegura a sobrevivência dessa vontade. • Partindo da propriedade e dessa ao contrato, instaura-se o direito de punir a quem desrespeite a regra estabelecida, fixando-se por esse meio um primeiro nível de legalização da violência, que vai ser assumida pelo Estado (monopólio da violência). • Assim procedendo, o direito não elimina o crime, mas apenas permite que seja punido. Não se trata de instaurar a harmonia entre os homens, mas de sancionar (coagir e punir) uma situação de fato. • A violência se contrapõe à liberdade. Tal verificação leva à descoberta da moralidade como algo subjetivo, como dever ser. • Esse dever ser deve ser regrado, julgado pelo Estado, que detém o monopólio da violência legal. • Deste modo, o Estado (modelo de moralidade e de ordem jurídica) se apresenta como a encarnação plena do Espírito Absoluto no seu devir dialético da História. • Como encarnação do Espírito Absoluto, o Estado nunca erra, visto ser a materialização da Razão Universal.
Compartilhar