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Anatomia do Coração e Circulação Sanguínea

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Beatriz D. Pigossi
CORAÇÃO
	O coração tem aproximadamente o tamanho da mão fechada, com aproximadamente 12cm de comprimento, 9cm de largura (no ponto mais amplo) e 6cm de espessura. Pesa em média 250g nas mulheres adultas e 300g nos homens adultos.
	O coração repousa sobre o diafragma, próximo da linha mediana da cavidade torácica. Encontra-se no mediastino, região anatômica que se estende do esterno à coluna vertebral, da primeira costela ao diafragma, e entre os pulmões. Aproximadamente dois terços da massa do coração se encontram à esquerda da linha mediana do corpo.
	Pode-se visualizar o coração como um cone deitado de lado. O ápice pontiagudo é formado pela ponta do ventrículo esquerdo e está situado sobre o diafragma. O ápice está direcionado para frente, para baixo e para a esquerda. A base do coração está do lado oposto ao ápice e constitui sua face posterior; é formada pelos átrios, principalmente o esquerdo.
 
Pericárdio
	Pericárdio é a membrana que envolve e protege o coração. Ele restringe o coração a sua posição no mediastino, de modo a possibilitar liberdade de movimento suficiente para a contração vigorosa e rápida.
Essa membrana apresenta duas partes principais:
Pericárdio fibroso: superficial, comporto por tecido conjuntivo inelástico, resistente, denso e irregular. Impede a hiperdistensão do coração, protege e ancora o coração no mediastino.
Pericárdio seroso: mais profundo, é uma membrana mais fina, delicada, que forma uma dupla camada em torno do coração. A lâmina parietal visceral do pericárdio seroso – o epicárdio – é uma das camadas da parede do coração e adere firmemente a sua superfície. Entre as camadas visceral e parietal do pericárdio seroso existe uma fina camada de líquido lubrificante, que reduz o atrito entre elas.
CAMADAS DA PAREDE DO CORAÇÃO
A parede do coração constitui-se por três camadas:
Epicárdio: camada externa, composto por duas camadas de tecido. A mais externa denomina-se lâmina visceral do pericárdio seroso, composta por mesotélio. Sob o mesotélio existe uma camada variável de tecido fibroelástico delicado e tecido adiposo. O epicárdio confere textura lisa e escorregadia à face mais externa do coração. Contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e vasos que irrigam o miocárdio.
Miocárdio: camada intermediária, responsável pelo bombeamento do coração e compõe-se por tecido muscular cardíaco. Representa aproximadamente 95% da parede do coração.
Endocárdio: camada interna, fornece revestimento liso para as câmaras do coração e abrange as válvulas cardíacas, de modo a minimizar o atrito de superfície. É contínuo ao revestimento endotelial dos grandes vasos sanguíneos ligados ao coração.
ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO
 
	Além do tecido muscular cardíaco, a parede do coração também contém tecido conjuntivo denso que forma o esqueleto fibroso do coração. Essencialmente, o esqueleto fibroso constitui-se por quatro anéis de tecido conjuntivo denso que circundam as valva cardíacas, unidos um ao outro, e que se fundem ao septo interventricular.
	Além de formar uma base estrutural para as valvas cardíacas, o esqueleto fibroso evita o estiramento excessivo das valvas enquanto o sangue passa por elas. Ele também serve como ponto de inserção para os feixes de fibras musculares cardíacas e atua como um isolante elétrico entre os átrio e os ventrículos.
 
 
 
 
 
 
 
PEQUENA E GRANDE CIRCULAÇÃO
	O ventrículo esquerdo ejeta sangue para a aorta. A partir da aorta, o sangue divide-se em correntes separadas, entrando progressivamente em artérias sistêmicas menores que o transportam a todos os órgãos do corpo – com exceção dos alvéolos pulmonares, que são irrigados pela circulação pulmonar.
	A aorta, ponto de início da grande circulação, parte do ventrículo esquerdo. Forma um grande arco, que se dirige para trás e para a esquerda, segue verticalmente para baixo, seguindo a coluna vertebral, atravessa depois o diafragma e penetra na cavidade abdominal. Ao fim do seu trajeto, a aorta se divide nas duas artérias ilíacas, que vão aos membros inferiores. Da aorta se destacam numerosos ramos que levam o sangue a várias regiões do organismo. Da aorta partem as artérias subclávias que vão aos membros superiores e as artérias carótidas que levam o sangue à cabeça. Da aorta torácica partem as artérias bronquiais, que vão aos brônquios e aos pulmões, as artérias do esôfago e as artérias intercostais.
	Nos tecidos sistêmicos, as artérias dão origem a arteríolas de menor diâmetro, que por fim levam a extensos leitos de capilares sistêmicos. A troca de nutrientes e gases ocorre através das finas paredes capilares. O sangue libera O2 (oxigênio) e capta CO2 (dióxido de carbono). Na maior parte dos casos, o sangue flui por meio de um único capilar e então entra em uma vênula sistêmica. As vênulas transportam o sangue desoxigenado dos tecidos e se fundem para formar veias sistêmicas maiores. Por fim, o sangue reflui para o átrio direito. 
	O lado direito do coração é a bomba para a circulação pulmonar; ele recebe todo o sangue desoxigenado vermelho escuro que retorna da circulação sistêmica. O sangue ejetado do ventrículo direito flui para o tronco pulmonar, que se divide em artérias pulmonares que levam o sangue para os pulmões direito e esquerdo. Nos capilares pulmonares, o sangue descarrega o CO2, que é expirado, e capta o O2 do ar inalado. O sangue recentemente oxigenado então flui para as veias pulmonares e retorna ao átrio esquerdo. 
CIRCULAÇÃO FETAL
	Existem três estruturas vasculares importantes na transição da circulação fetal para a neonatal:
Ducto venoso
Forame oval
Ducto arterial
	O sangue oxigenado chega da placenta pela veia umbilical. Ao se aproximar do fígado, o sangue passa diretamente para o ducto venoso, um vaso fetal que comunica a veia umbilical com a veia cava inferior. 
	Pela veia cava inferior, o sangue chega no átrio direito e é redirecionado pelo forame oval para o átrio esquerdo. Assim chega, no átrio esquerdo, o sangue com alto teor de oxigênio vindo da veia cava e o sangue pouco oxigenado vindo das veias pulmonares (já que os pulmões não fornecem, nesse caso, oxigênio, apenas o extraem).
	O Ducto arterial, ao desviar o sangue da artéria pulmonar para a artéria aorta, protege os pulmões da sobrecarga e permite que o ventrículo direito se fortaleça para sua total capacidade funcional ao nascer.
CIRCULAÇÃO NEONATAL DE TRANSIÇÃO
	Após o nascimento, o ducto arterial, o ducto venoso, o forame oval e os vasos umbilicais não são mais necessários. Assim, ocorre o fechamento do forame oval e a contração do ducto venoso e arterial. O fechamento do forame oval ocorre pelo aumento de pressão no átrio esquerdo, que pressiona a valva esquerda contra o septum secundum. O fechamento arterial é possivelmente mediado pela bradicinina, substância liberada pelos pulmões durante a distensão inicial e com potentes efeitos contráteis. O fechamento do ducto venoso ocorre pela contração de seu esfíncter, de modo a possibilitar que o sangue que entra no fígado percorra os sinusoides hepáticos.

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