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PROCESSO PENAL I - Reta Final Delegado MS - Damásio

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RETA FINAL – DELEGADO/MS
Dir. Processual Penal – Prof. Guilherme Madeira
DATA 10/07/2017
AULA 01
PROVAS NO PROCESSO PENAL – arts. 155 a 250, CPP
1. SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA 
 Regra geral: sistema do livre convencimento motivado ou persuasão racional (art. 155, CPP e 93, IX, CF).
 Exceções: há dois outros sistemas:
a) sistema da íntima convicção: o juiz decide sem motivar, isso se aplica aos jurados;
b) sistema da prova legal ou tarifada: as provas possuem valor pré-determinado ou, ainda, cada fato se prova por específico meio de prova. Temos dois resquícios desse sistema no Brasil.
O primeiro resquício está art. 155, §ú, CPP, onde somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições da lei civil.
O segundo resquício está no art. 158, do CPP.
2. ÔNUS DA PROVA – art. 156, CPP
 O ônus da prova incumbe a quem alega.
 Nos casos envolvendo arma de fogo e a vulnerabilidade da arma de fogo (defesa alega que a arma não funcionava), o ônus da prova de demonstrar o poder vulnerante da arma de fogo é da defesa. O comum é a arma de fogo ter poder vulnerante, se a defesa alega algo contrário ao que é o comum, então, cabe à defesa fazer esta prova – AgRg no REsp 1582127/MG, Rel.: Jorge Mussi, J. 24/05/16.
3. PODERES INSTRUTÓRIOS DO JUIZ – art. 156, CPP
 Poderes instrutórios são a possibilidade do juiz produzir prova de ofício.
 No modelo do CPP é possível em duas hipóteses:
	I) antes de iniciada a ação penal o juiz pode produzir provas urgentes e relevantes, desde que observada a adequação, a necessidade e a proporcionalidade da medida.
	II) durante a instrução ou antes da sentença se houver dúvida sobre ponto relevante.
 Os poderes instrutórios do juiz são constitucionais ou inconstitucionais? O STF admite a constitucionalidade dos poderes instrutórios do juiz – HC 126501/MT. Rel.: Marco Aurélio. J. 14/06/16.
4. PROVA EMPRESTADA 
 É a prova que é produzida em um processo e levada para o outro.
 Não precisa mais ser produzida entre as mesmas partes para ter validade. Basta que no processo para onde ela tenha sido levada seja aberta a possibilidade de contraditório – RHC 42215/PI. Rel.: Reynaldo Soares da Fonseca. J. 16/08/16.
5. PROVA ILÍCITA
 Para a CF, no art. 5º, LVI, a prova ilícita é inadmissível. 
 Para o CPP, no art. 157 a prova ilícita é inadmissível e também é desentranhada, inutilizada, pois é a obtida com violação a normas constitucionais ou legais.
	5.1. PROVA ILÍCITA DERIVADA
 A CF não prevê, quem prevê é o CPP, no art. 157, §1º.
 A prova ilícita contamina toda a prova que dela derive dentro de um nexo de causalidade.
 O que é ilícito na origem contamina tudo o que dele derive.
 Ex.: uma busca e apreensão sem mandado, eu apreendo um notebook, é feita a perícia, que gera documentos, que gera novas perícias. Na origem, eu tenho uma prova ilícita, esta tudo contaminado.
 O juiz deve dizer quais são as provas contaminadas pela ilicitude – HC 301488/MT. Rel.: Reynaldo Soares da Fonseca. J. 01/09/16.
PROVAS EM ESPÉCIE: EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL – arts. 158 a 184, CPP
1. OBIRGATORIEDADE DO EXAME DE CORPO DE DELITO
 Art. 184: é a única perícia que o juiz não pode indeferir. O juiz pode indeferir todas as perícias menos o exame de corpo de delito.
 Art. 158: o exame de corpo de delito é obrigatório nas infrações que deixam vestígios, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
 Art. 167: se os vestígios desaparecerem, a prova testemunhal poderá suprir a falta.
 Art. 161: o exame de corpo de delito é tão obrigatório que ele pode ser feito em qualquer dia e horário.
 Súmula 574, STJ: trata do crime de violação de direito autoral. Um camelô é preso em flagrante com uma mochila com 5 mil DVDs piratas, precisa fazer perícia em todos? Não. 
A perícia pode ser feita por amostragem. Essa perícia pode ser feita nos aspectos externos do material.
Ainda que não seja identificado o titular do direito autoral haverá o crime.
2. PERITOS – art. 159, CPP
 É 01 perito oficial ou 02 peritos não-oficiais.
 Quem pode ser perito não-oficial?
a) pessoa idônea;
b) portadora de diploma de curso superior;
c) possuir habilitação técnica para o exame, preferencialmente na área específica.
 Vamos pensar uma necropsia, um oftalmologista, um ginecologista, um dermatologista, eles podem ser nomeados peritos não-oficiais? Sim, pois eles possuem habilitação técnica para o exame, eles fizeram medicina, só não é na área específica, mas isso não é uma exigência, é “preferencialmente”.
 Policiais podem ser peritos não-oficiais? Sim, desde que satisfaçam os critérios do art. 159 – Ag Int. no REsp 1500071/MT. Rel.: Rogério Schietti Cruz. J. 28/06/2016.
	2.1. ATUAÇÃO DOS PERITOS – art. 159, CPP
 Os peritos elaboram o laudo, no prazo de 10 dias.
 Os peritos podem depor em juízo, mas para isso, eles devem ser intimados com cópia dos quesitos com 10 dias de antecedência, podendo apresentar laudo escrito.
 Quem decide se vai depor ou se vai apresentar laudo escrito? A lei não fala, se a lei não fala, cabe ao juiz tomar essa decisão.
 Exceções quanto ao prazo do laudo:
a) exame de insanidade mental: este exame deve se encerrar no prazo de 45 dias, nos termos do art. 150, §1º, do CPP;
b) nos crimes contra propriedade imaterial de ação penal privada, o prazo é de 03 dias, nos termos do art. 527, CPP.
	2.2. ASSISTENTE TÉCNICO – art. 159, CPP
 O assistente técnico é indicado pela parte.
 O assistente técnico somente atua após a elaboração do laudo pelo perito oficial e sua admissão pelo juiz.
 O assistente técnico apresenta parecer em prazo fixado pelo juiz ou eles depõem em juízo.
3. ASPECTOS FINAIS DO EXAME DE CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS
	3.1. LESÃO CORPORAL POR INCAPACIDADE PARA AS OCUPAÇÕES HABITUAIS POR MAIS DE 30 DIAS – art. 168, §2º, CPP
 A lei não fixa prazo para o primeiro exame de corpo de delito, mas fixa prazo para o segundo exame, qual seja, o prazo é de 30 dias após o fato.
	3.2. CADEIA DE CUSTÓDIA
 Trata-se dos procedimentos a serem observados quando da colheita do material, bem como de sua guarda.
Ex.: quando nas séries policiais a polícia isola com a fita amarela o local da cena do crime.
 O STJ entende que se o áudio da interceptação telefônica desaparecer deve haver o desentranhamento da transcrição – HC 160662/RJ. J. 18/08/14. Rel.: Assusete Magalhães.
PROVAS EM ESPÉCIE: INTERROGATÓRIO – arts. 185 a 196, CPP
1. OBRIGATORIEDADE
 O interrogatório é um ato obrigatório, o acusado não é obrigado a falar, mas o ato do interrogatório é obrigatório.
2. INTERROGATÓRIO POR VÍDEO CONFERÊNCIA – art. 185, §2º a 4º, CPP
 Só para o réu preso.
 O juiz pode determinar de ofício ou a requerimento das partes.
 As partes devem ser intimadas com 10 dias de antecedência em relação ao ato.
 As hipóteses de videoconferência possuem um rol é taxativo que se encontram no §2º, do art. 185.
3. INTERROGATÓRIO NA AUDIÊNCIA – art. 400, CPP
 A sequência de atos na audiência é: ofendido, testemunha de acusação, testemunha de defesa, perito, assistente técnico, acareação, reconhecimento e, por fim, o interrogatório.
 Há leis especiais que prevêem o interrogatório como primeiro ato: a) tráfico de drogas; b) abuso de autoridade; c) CPPM; d) rito da competência originária.
 O que deve prevalecer, o CPP ou as leis especiais? O STF disse que prevalece o CPP – HC 127900/AM, Rel.: Dias Toffoli, J. 03/03/16. 
	Todos os interrogatório feitos a partir desta data do HC decidido pelo STF deve prevalecer o CPP sobre as leis especiais. 
	O problema é que as leis estão lá ainda, se na prova perguntar “de acordo com a lei”, responda de acordo com o que está na lei.
4. PROCEDIMENTO DO INTERROGATÓRIO – art. 185 e seguintes, CPP
 O procedimento é: 
I) Entrevista reservada com advogado;
II) Qualificação;
III) Direito ao silêncio;
IV) Interrogatório sobre a pessoa do réu;
V) Interrogatório sobre os fatos;
VI) Esclarecimentos das partes.
 O acusado não pode mentir na qualificação – Súmula 522, do STJ.
 Depois que ojuiz faz as perguntas dele, as partes podem fazer perguntas.
 Pode o advogado de um dos corréus fazer perguntas para o outro? Sim, o advogado de um dos corréus pode fazer perguntas para o outro – RHC 54650/RJ. Rel.: Felix Fischer. J. 05/05/15.
 Atenção: art. 185, §10º e art. 6º - o delegado e o juiz deve fazer perguntas se o acusado tem filhos e quem é o responsável por eles.
PROVAS EM ESPÉCIE: CONFISSÃO – arts. 197 a 200, CPP
 A confissão é uma atenuante.
 A confissão é retratável (a pessoa pode reconsiderar sobre eventual confissão) e divisível (a pessoa pode confessar em parte apenas) – art. 200, CPP.
 O sujeito confessa no IP e se retrata em juízo. O juiz usa a confissão no IP, combina com as testemunhas e condena, o juiz pode fazer isso? Sim, o juiz pode pegar elementos do IP e do processo e condenar. Se o juiz fizer isso, incide a atenuante da confissão? Sim, segundo a Súmula 545, STJ.
 Súmula 545, STJ: se a confissão for utilizada como fundamento da sentença haverá incidência da atenuante.
PROVAS EM ESPÉCIE: OFENDIDO – art. 201, CPP
 O ofendido será ouvido sempre que possível.
 O STF entende que pode o juiz indeferir a oitiva da vítima desde que de maneira motivada – HC 131158/RS. Rel.: Edson Fachin. J. 26/04/16. Este caso é o caso da Boate Kiss, além das vítimas que morreram tem 638 vítimas que sobreviveram, quem estava na boate e sobreviveu foi considerada vítima de homicídio tentado, a defesa queria ouvir todas as vítimas e o juiz indeferiu.
 Atenção: o ofendido será comunicado de determinados atos processuais, como entrada e saída do réu da prisão, bem como receberá cópia da sentença e do acórdão. 
Isso é uma idéia de fortalecer a participação vítima no processo penal. A pedido da vítima esta comunicação pode ser feita por meio eletrônica.
 O juiz pode encaminhar a vítima para atendimento por equipe multidisciplinar às expensas do ofensor ou do Estado.
DATA 11/07/207
AULAS 02 e 03
PROVAS EM ESPÉCIE: PROVA TESTEMUNHAL – art. 202 e seguintes
1. QUEM PODE SER TESTEMUNHA?
 A regra é que qualquer pessoa pode ser testemunha.
 Exceções:
a) testemunha dispensada (art. 206, CPP): são testemunhas que em razão de parentesco com o acusado estão dispensadas de depor.
	Se forem a única fonte de prova tem o dever de depor, embora sem prestar compromisso.
b) testemunhas proibidas (art. 207, CPP): são testemunhas que em razão de função, ministério, ofício ou profissão tem o dever de sigilo (ex.: médico, padre, terapeuta, psicólogo).
	Mas se o beneficiário do sigilo requerer e o destinatário aceitar haverá depoimento. Tem uma categoria de pessoas nem se o Papa pedir, o advogado. O advogado só poderá depor em autodefesa.
2. CLASSIFICAÇÃO DE TESTEMUNHA
	2.1. TESTEMUNHA DIRETA
 É a que depõe sobre aquilo que foi captado por seus sentidos, é a testemunha tradicional, que viu, que ouviu.
	2.2. TESTEMUNHA INDIRETA
 É a que depõe sobre aquilo que ouviu por outra pessoa, também chamada de testemunha de “ouvir dizer”.
	2.3. TESTEMUNHA NUMERÁRIA
 É a que entra no número máximo de testemunhas.
 Qual o número máximo de testemunhas?
a) PCO e 1ª fase do júri: 08 por fato e por réu.
b) PCS e 2ª fase do júri: 05 por fato e por réu.
	2.4. TESTEMUNHA EXTRANUMERÁRIA
 É a testemunha que não entra no número máximo de testemunhas.
 São elas: as que não prestam compromisso; as testemunhas referidas; e as que nada souberem que interesse à causa (art. 401, §1º e 209, CPP).
	2.5. TESTEMUNHAS INSTRUMENTAIS OU INSTRUMENTÁRIAS OU FEDATÁRIAS
 É a testemunha que depõe sobre a validade de um ato jurídico (art. 304, §2º e 3º, CPP).
 É a testemunha que depõe sobre o que ela viu no processo. (ex.: testemunhas que acompanham a entrega do preso no auto de flagrante).
3. PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL
	3.1. EXCEÇÕES AO DEVER DE COMPARECIMENTO
 Como regra a testemunha tem o dever de comparecer, mas há exceções:
a) pessoas impossibilitadas de comparecer (art. 220, CPP)
b) autoridades com prerrogativa (art. 221, CPP) – não vale para autoridade que está sendo investigada.
c) precatória e rogatória (art. 222 e 222-A, CPP)
	Tudo que se aplica à precatória vale para a rogatória.
	O juiz fixa um prazo para o cumprimento, vencido este prazo, o juiz pode julgar sem a precatória.
	Súmula 155, do STF – se o juiz não intimar a defesa da expedição da precatória, haverá nulidade relativa.
	Súmula 273, do STJ – se o juiz intimou a defesa da expedição da precatória, não precisa ser intimar a defesa da data da audiência na cidade para qual foi deprecado o ato. 
	3.2. PRODUÇÃO EM AUDIÊNCIA – “Cross Examination” – art. 212, CPP
 Testemunha de acusação: acusação, defesa (ambos perguntam diretamente para a testemunha), por último o juiz.
 Testemunha de defesa: defesa, acusação (ambos perguntam diretamente para a testemunha), por último o juiz.
 Se essa ordem não for respeitada e o juiz for o primeiro a perguntar, haverá nulidade relativa – AgRg no REsp 1520702/RJ. Rel.: Reynaldo Soares da Fonseca. J. 15/09/16.
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS – arts. 226 a 228, CPP
 O Código não fala de reconhecimento fotográfico, quem fala é a jurisprudência.
 O reconhecimento fotográfico pode ser utilizado desde que não seja a única fonte de prova – HC 224831/MG. Rel.: Rogério Schietti Cruz. J. 28/06/16.
 O procedimento está no art. 226, do CPP, e para jurisprudência ele é uma mera recomendação legal – AgRg no REsp 1243675/SO. Rel.: Reynaldo Soares da Fonseca. J. 23/08/16.
ACAREAÇÃO – art. 229 e 230, do CPP
 Acareação cave quando houver divergência sobre ponto relevante.
 As pessoas são colocadas lado a lado, é apontada a divergência e tenta-se sanar a divergência.
PROVA DOCUMENTAL
 Documento pode ser juntado a qualquer tempo no processo, salvo no plenário do júri (só pode ser lido no plenário documento que tenha sido juntado com 03 dias úteis de antecedência – art. 478 e 479, é o único prazo em dia útil do CPP).
BUSCA E APREENSÃO – arts. 240 e seguintes, CPP
1. OBJETO DA BUSCA – art. 240, §1º, CPP
 Apreender cartas abertas ou não – isso foi recepcionado da CF? 
	Segundo o STF, pode haver a busca e apreensão de cartas com autorização judicial – RHC 115983/RJ. Rel.: Ricardo Lewandowski. J. 16/04/13.
2. BUSCA E APREENSÃO PESSOAL – art. 240, §2º, CPP
 Não precisa de ordem judicial, desde que haja fundada suspeita. 
3. BUSCA E APREENSÃO DOMICILIAR – art. 5º, XI, CF
 A grande discussão é a questão de flagrante no caso permanente.
 Pode entrar a noite, sem mandado, desde que amparado em fundadas razões justificadas a posteriori demonstrem a ocorrência do crime permanente – RE 603616/RO. Rel.: Gilmar Mendes. J. 04 e /05/11/15.
4. CASOS ESPECIAIS DE BUSCA E APREENSÃO
	4.1. CELULAR
 Precisa de autorização judicial para fazer a devassa de dados no aparelho celular. Pode apreender quando estiver em flagrante, mas não pode olhar o celular sem ordem judicial – RHC 51531/RO. Rel.: Nefi Cordeiro. J. 19/04/16.
	4.2. VEÍCULO PESSOAL
 Como regra, o veículo é busca e apreensão pessoal.
 Exceção: quando o veículo se destina também à moradia (trailer, motor home, boleia de caminhão) – RHC 117767/DF. Rel.: Teori Zavascki. J. 11/10/16.
	4.3. ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA – art. 7º, §6º, do EOAB
 O STJ entende que a falta do representante da OAB não impede o cumprimento do mandado e não haverá nulidade se não há notícias de abuso ou prejuízo às prerrogativas – AP 690/TO. Rel.: João Otávio Noronha. J. 15/04/15.
MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS – arts. 282 a 350, CPP
PREMISSAS:
 De um lado nós temos a liberdade e de outro a prisão, ente elas nós temos as medidas diversas da prisão (arts. 319 e 320). 
 Depois da prisão, nós temos as medidas substitutivas da prisão preventiva, que é a prisão domiciliar (art. 318).
 Prisão Domiciliar (art. 318): 
	I – maior de 80 anos;
	II – extremamente debilitado por doença grave;
	III – imprescindível aos cuidados de pessoas menor de 6 anos ou com deficiência;
	IV – gestante – basta ser gestante, não precisa ser do 7º mês;
	V – mulhercom filho de até 12 anos incompletos;
	VI – homem se for o único responsável pelos cuidados de filho com até 12 anos incompletos.
1. CRITÉRIOS DE ESCOLHA DAS CAUTELARES – arts. 282 e 283, CPP
 São os critérios:
	a) Necessidade; 
	b) Adequação; 
	c) Prisão preventiva como última hipótese; 
	d) Só cabe cautelar se o crime tiver prevista pena privativa de liberdade de maneira isolada, cumulada ou alternada.
2. CUMULATIVIDADE – art. 282, §1º
 As medidas cautelares podem ser aplicadas de maneira isolada ou cumulada.
3. ATUAÇÃO DO JUIZ – art. 282, §2º
 Durante o processo o juiz pode decretar cautelar de ofício.
 No IP, como regra, o juiz não pode decretar de ofício.
 No IP, como exceção, preso em flagrante os autos vão para o juiz, que poderá relaxar a prisão, conceder liberdade provisória ou outra cautelar, ou decretar a prisão preventiva (art. 310, CPP) – RHC 70492/MG. Rel.: Antônio Saldanha Palheiro. J. 01/09/16.
	No flagrante, uma das hipóteses do juiz é decretar a prisão preventiva e não a prisão temporária.
DATA 11/07/207
AULA 04
PRISÕES EM ESPÉCIE: 
PRISÃO EM FLAGRANTE – art. 302 e seguintes
1. MODALIDADES DE FLAGRANTE NO CPP
 Art. 302, I e II: flagrante verdadeiro ou real – sujeito está cometendo o crime ou acaba de cometer.
 Art. 302, III: flagrante impróprio ou quase flagrante – o sujeito é perseguido “logo após”.
 Art. 302, IV: flagrante presumido – o sujeito é encontrado “logo depois”.
 Atenção: o conceito de perseguição é dado pelo art. 290, §1º.
 Enquanto durar a perseguição está em flagrante, ainda que perca de vista. O que não pode haver é a interrupção da perseguição/ solução de continuidade.
 Não existe um cálculo matemático para saber quanto tempo é o logo após e o logo depois.
2. MODALIDADES DE FLAGRANTES DA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA
 Flagrante Preparado:
	a) há intervenção na vontade;
	b) não é válido;
	c) crime impossível;
	d) Súmula 145, STF
 Flagrante Esperado:
	a) não há intervenção na vontade;
	b) é válido;
	c) Súmula 567, STJ
 Se a polícia induz a pessoa a cometer o crime, esse flagrante é preparado, ele não vale, é crime impossível por obra do agente provocador (Súmula 145, STF).
 Se por outro lado a polícia não faz nada, não age, não induz a pessoa a cometer o crime, neste caso, o flagrante é válido, o flagrante é esperado.
 O sistema de monitoramento por câmeras, por si só, não torna o crime impossível (Súmula 567, STJ).
 Se o policial compra a droga da pessoa e esta a tem em depósito, o flagrante é esperado. Mas se a pessoa precisa adquirir a droga com terceira pessoa, o flagrante é preparado.
3. FORMALIDADES DO FLAGRANTE
	3.1. AUTORIDADE POLICIAL
 Qual a autoridade policial competente para lavrar o auto de prisão em flagrante?
	É a autoridade policial do local da captura.
	Se não tiver autoridade policial no local da captura, vai para o local mais próximo que tenha autoridade.
	3.2. CONDUTOR
 Condutor é a pessoa que encaminha o preso para a autoridade policial.
 No Brasil, quem faz isso, normalmente, é a polícia militar.
	3.3. TESTEMUNHAS
 Deve haver no mínimo 02 testemunhas para lavrar o flagrante.
 O condutor conta como testemunha.
 A falta de testemunhas não impede o flagrante, mas, neste caso, deve haver 02 testemunhas da apresentação do preso à autoridade.
 Sempre tem que haver duas testemunhas que viram a prisão ou que presenciaram a entrega do preso à autoridade policial.
	3.4. COMUNICAÇÕES
 O preso recebe nota de culpa.
 O juiz e o promotor recebem cópia do auto de prisão em flagrante.
 Deve-se comunicar ao defensor público, se o preso não indica o nome do advogado.
 Todas essas comunicações devem ser feitas em 24 horas.
 O atraso na comunicação ao juiz é causa de nulidade do flagrante?
	O atraso, desde que não seja demasiado, não gera mácula ao flagrante – RHC 66822/DF. Rel.: Felix Fischer. J. 15/03/16.
	3.5. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
 Não há previsão expressa no CPP.
 Está regulamentada pela Resolução n. 213, de 15/12/2015, do CNJ. 
 Esta resolução estabelece que a audiência de custódia vale para qualquer prisão, não só para a prisão em flagrante (art. 13, da Resolução 213/15).
 Atenção: a falta de audiência de custódia não impede que o juiz decrete a prisão preventiva – RHC 70942/MG. Rel.: Antônio Saldanha Palheiro. J. 01/09/16.
PRISÕES EM ESPÉCIE: 
PRISÃO PREVENTIVA – art. 311 e seguintes
1. Art. 312: Indícios suficientes de autoria + Prova da existência do crime
2. Art. 314: Em nenhum caso será decretada se praticada nas hipóteses do art. 23, do CP (causas excludentes da ilicitude – legítima defesa, estado de necessidade).
3. Art. 312: Garantia da ordem pública; garantia da ordem econômica; conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal.
4. Art. 313: Pena máxima maior do que 04 anos; reincidente em crime doloso; para assegurar o cumprimento de medida protetiva de urgência.
 Para decretar a prisão preventiva precisa de dois elementos do tópico 1, não pode ter o elemento do tópico 2, deve haver ao menos 1 elemento do tópico 3 e ao menos um elemento do tópico 4.
 Atenção: o art. 314, cuida das causas excludentes da ilicitude, mas não há menção na lei da causa de excludente de culpabilidade, só de ilicitude.
1. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA – art. 312, I:
 Ordem pública não é sinônimo de clamor público.
 A garantia da ordem pública significa:
	a) probabilidade de reiteração de condutas criminosas;
	b) periculosidade do agente;
	c) gravidade em concreto do crime.
 Atos infracionais podem ser utilizados como parâmetro para o decreto de prisão preventiva – HC 352027/ES. Rel.: Reynaldo Soares da Fonseca. J. 15/09/16.
 Quantidade de droga apreendida autoriza o decreto de preventiva – HC 366042/MG. Rel.: Rogério Schietti Cruz. J. 06/09/16.
2. GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA – art. 312, II:
 É a ordem pública aplicada a aspectos econômicos do crime.
 Não se aplica apenas aos crimes contra a ordem econômica.
 O montante da lesão econômica justifica o decreto de preventiva com base na garantia da ordem econômica – HC 360445/PE. Rel.: Maria Thereza. J. 09/08/16.
3. CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL – art. 312, III:
 É a atuação indevida do réu na produção probatória.
	Ex.: se houver ameaça a testemunha; 
 Se o réu se recusa a fornecer padrões de grafia para o exame grafotécnico? Não pode ser usado para o decreto de preventiva, pois esta não é uma atuação indevida do réu na produção probatória.
4. PARA ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA LEI PENAL – art. 312, IV:
 Se houver indícios concretos de fuga.
5. PARA ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA – art. 313, III:
 Se o acusado descumprir medida protetiva de urgência não responde pelo crime de desobediência, mas apenas poderá ser decretada a preventiva – HC 356811/SC. Rel.: Maria Thereza. J. 09/08/16.
6. DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS DIVERSAS DA PRISÃO – art. 312, §ú
 No caso do art. 312, §ú, precisa combinar com o art. 313?
	Para o STJ, não precisa combinar com o art. 313 – RHC 66407/RJ, Rel.: Feliz Fischer, J. 13/09/16.
LIBERDADE PROVISÓRIA 
1. LIBERDADE PROVISÓRIA VEDADA OU PROIBIDA
 A lei proíbe qualquer forma de liberdade provisória, seja com fiança ou sem fiança.
 Exemplo é o art. 44, da Lei n. 11.343/06 (Lei de Drogas).
	Para o STF este dispositivo é inconstitucional – HC 104339/SP. Rel.: Gilmar Mendes. DJe 06/012/2012.
 Então, a liberdade provisória vedada ainda consta na lei, mas para o STF ela é inconstitucional.
2. LIBERDADE PROVISÓRIA OBRIGATÓRIA
 A liberdade provisória obrigatória ocorre em 03 hipóteses:
	a) Art. 69, §ú, da Lei n. 9099/95: se o sujeito concordar em comparecer na audiência preliminar, não se impõe a prisão em flagrante.
	b) Art. 301, da Lei n 9503/97 (CTB): se o condutor parar para prestar socorro não se impõe a prisão em flagrante.
	c) Art. 48, §3º, da Lei n. 11343/06: nos crimes envolvendo o art. 28 da lei de drogas não se impõe a prisão em flagrante.
3. LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA
 A liberdade provisória sem fiançaocorre em 03 hipóteses:
a) Art. 310, §ú: se praticar o crime abarcado por causa de excludente da ilicitude;
b) Art. 321: se ausentes os requisitos da prisão preventiva;
c) Art. 350: nas hipóteses em que o réu não pode pagar a fiança.
4. LIBERDADE PROVISÓRIA COM FIANÇA
 O CPP trabalha com o sistema de exclusão, ele traz situações de inafiançabilidade no art. 324, o que estiver fora desse rol é afiançável.
 O delegado só pode arbitrar fiança para os crimes com pena menor ou igual 04 anos.
	4.1. QUBRAMENTO DA FIANÇA – arts. 341, 327 e 328
 As conseqüências da quebra da fiança estão no art. 343, são elas:
	a) perda da metade do valor da fiança; 
	b) se for o caso, terá a prisão preventiva decretada.
 Não é automático o decreto de preventiva, é se for o caso.
DATA 01/08/2017
AULAS 05 e 06
PROCEDIMENTOS
1. MODALIDADES DE PROCEDIMENTO - art. 394, CPP
	1.1. PROCEDIMENTO COMUM 
a) ordinário: crimes com pena máxima cominada maior ou igual a 4 anos; 
b) sumário: crimes com pena máxima cominada menor do que 4 anos; 
c) sumaríssimo: infrações de menor potencial ofensivo – contravenções penais e crimes com pena máxima menor ou igual a 2 anos, cumulado ou não com multa.
	1.2. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
 Procedimentos especiais pode ser júri, honra, etc.
PROCEDIMENTOS EM ESPÉCIE
1. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
Denúncia Rej./Descl./Rec. Citação R.A. Absl.Sum./ Descl./ Rej./ Aud.Inst.
	1.1. REJEIÇÃO – art. 395
 Ocorre quando:
	a) quando a denúncia ou queixa for manifestamente inepta;
	b) quando faltar condição da ação ou pressuposto processual; 
	c) quando faltar justa causa.
 Não confundir a rejeição com a absolvição sumária do art. 397.
 Desde 2013, a jurisprudência passou a aceitar uma nova rejeição, chamada a Rejeição Tardia da Denúncia, que é a ocorre após a resposta à acusação.
	1.2. DESCLASSIFICAÇÃO 
 Perceba que há duas possibilidades desclassificação, uma que ocorre após o oferecimento da denúncia e uma que ocorre após a resposta.
 A desclassificação após a resposta só pode existir em duas hipóteses:
	a) se com a nova tipificação houver mudança na competência;
	b) se com a nova tipificação surgir direito antes inexistente.
	1.3. CITAÇÃO – arts. 351 e seguintes
 Modalidades de citação:
	a) real: feita por mandado;
	b) ficta: feita por edital ou por hora certa.
 A citação real é a regra no processo penal.
 O preso é sempre citado pessoalmente.
 No caso do militar, ele é citado pelo chefe do respectivo serviço.
 A pessoa que está no estrangeiro é citada por carta rogatória. Na carta rogatória enquanto não cumprida a prescrição ficará suspensa.
 Citado pessoalmente, se não comparecer e nem constituir advogado, o processo segue à revelia, o juiz nomeia defensor dativo.
 Citação por hora certa ocorre quando o réu se oculta.
 A citação por hora certa não tem rito próprio, isso quer dizer, que a citação por hora certa segue o rito do CPC.
 O STF considera que a citação por hora certa é constitucional.
 Se o réu for citado por hora certa, não comparecer e nem constituir advogado, segue o processo à revelia e o juiz nomeia defensor dativo.
 Quanto a citação por edital é preciso saber três coisas:
	a) citação por edital é exceção
	b) o prazo do edital é de 15 dias
	c) art. 366, CPP: citado por edital, o réu não comparece e não constitui advogado, o processo vai para o juiz. 
	O juiz deve suspender o processo e a prescrição. 
	Essa conduta do juiz não exige motivação, pois são obrigatórias. A prescrição não vai ficar suspensa para sempre (súmula 415, STJ – a prescrição fica suspensa considerando o máximo da pena em abstrato), vencido o prazo a prescrição volta a correr, mas o processo não.
	O juiz pode decretar a prisão preventiva e/ou produzir prova urgente. 
	As condutas facultativas exigem motivação idônea. 
 Súmula 455, STJ: a possibilidade de esquecimento da testemunha não é motivação idônea para antecipar a prova. Há dois julgados que atenuam essa Súmula. Atenuações da Súmula:
	a) se pela distância temporal houver possibilidade de esquecimento
	b) se as testemunhas forem policiais.
	1.4. RESPOSTA À ACUSAÇÃO – art. 396 e 396-A
 Ela é obrigatória.
 O prazo é de 10 dias, o termo inicial é a data da efetiva citação e não a data do mandado aos autos.
	1.5. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA – art. 397
 Também é chamada de Julgamento Antecipado Pro Reo.
 Pode ocorrer a absolvição sumária quando:
	a) existir manifesta causa excludente da ilicitude;
	b) existir manifesta causa excludente da culpabilidade, salvo inimputabilidade;
	c) o fato narrado evidentemente não é crime;
	d) estiver extinta a punibilidade.
 “Salvo inimputabilidade” quer dizer que não se aplica medida de segurança nesta fase.
 Embora não haja previsão expressa de réplica, não haverá nulidade se o juiz determinar a réplica – RHC 56882/MS. Rel.: Reynaldo Soares da Fonseca. J. 02/08/16.
 A motivação da decisão que rejeita a absolvição sumária deve ser sucinta – RHC 69963/SP. Rel.: Jorge Mussi. J. 16/08/16.
	1.6. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO, DEBATES E JULGAMENTO – arts. 400 e seguintes
 Há um prazo de 60 dias para se realizar a audiência de instrução - não há conseqüência o descumprimento do prazo.
 Há uma sequência de atos na audiência: 
	a) atos probatórios: ofendido, testemunha de acusação, testemunha de defesa, peritos, assistente técnico, acareação, reconhecimento, interrogatório;
	b) diligências, debates e sentença.
 Diligências: não é qualquer diligência que pode ser requerida, só podem ser requeridas diligências, cuja necessidade surja na audiência.
 Se não houver diligências ou forem elas indeferidas, inicia-se os debates.
 Debates: acusação fala por 20 minutos, prorrogáveis por mais 10; a defesa fala por 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 e o juiz julga, sem que haja tempo limitando.
 O assistente de acusação fala após a acusação, por 10 minutos sem prorrogação.
 Se o assistente de acusação falar, você acresce 10 minutos no tempo da defesa.
 Conversão dos debates orais em memoriais escritos: é possível em 03 hipóteses:
	a) caso se trata de causa complexa (art. 403, §3º);
	b) caso sejam vários acusados (art. 403, §3º);
	c) se for deferida diligência (art. 404).
 O prazo apara apresentar memoriais é de 05 dias para a acusação, 05 dias para a defesa e o juiz tem 10 dias para julgar,
 Os memoriais da defesa são obrigatórios, não pode o juiz julgar sem os memoriais da defesa.
 Não há nulidade se o juiz ouvir o MP após a defesa sobre as preliminares ou sobre os documentos juntados e depois julgar – RHC 55036/SP. Rel.: Maria Thereza. J. 10/02/15.
2. PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
 É igual o ordinário, mas com as seguintes mudanças:
a) são 05 testemunhas;
b) 30 dias para realizar a audiência de instrução – não há conseqüência o descumprimento do prazo;
c) não há previsão se expressa se pode requerer diligências ao final ou converter os debates orais em memoriais escritos. Então, pode haver, desde que seja aplicado subsidiariamente o procedimento ordinário.
3. PROCEDIMENTO ESPECIAL – CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO AFIANÇÁVEIS – art. 513 a 518, CPP
 Quais são os crimes de responsabilidade de funcionário público?
	São os crimes previstos no art. 312 a 326, do CP, isso é definido pela doutrina e jurisprudência – RHC 38811/SP. Rel.: Reynaldo Soares da Fonseca. J. 07/06/16.
 Muitos desses crimes são de competência do JECrim e, uma vez no JECrim, segue o rito do JECrim e não o rito especial.
 Fluxograma:
Denúncia Notificação para a defesa preliminar Defesa Preliminar (art. 514) Rej/Rec segue o rito comum.
 A defesa preliminar tem prazo de 15 dias.
 Quanto à obrigatoriedade da defesa preliminar o STJ e o STF divergem:
	a) STJ: súmula 330, esta súmula diz que é desnecessária a defesa preliminar se houve IP.
	b) STF: sempre precisa da defesa preliminar, sob pena de nulidade relativa – HC 128109/MG. Teori Zavascki. J. 08/09/15.
 Se quando oferecida a denúncia não for mais funcionário público não seguirá o rito especial.
4. JECRIM– Lei n. 9099/95
 Fluxograma:
TC Aud. Preliminar A.I.D.J. Apel p/ Turma Recursal 05 hipóteses:
	1) R.E. para o STF - não há REsp para o STJ;
	2) HC para o TJ;
	3) Reclamação para o TJ;
	4) Revisão criminal para a própria Turma Recursal;
	5) M.S. contra ato do juiz de 1º grau para a própria Turma Recursal.
	
	4.1. TERMO CIRCUNSTANCIADO – art. 69, lei 9099/95
 O TC substitui o IP.
	4.2. AUDIÊNCIA PRELIMINAR
 Primeira coisa que pode ocorrer é a composição civil (art. 72), que é um acordo entre o autor do fato e a vítima. 
	A composição civil possui uma conseqüência quando se tratar de ação penal pública privada ou condicionada: haverá a renúncia ao direito de queixa ou representação.
 Além da composição civil, pode haver a transação penal (art. 76).
	A transação penal consiste na proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa.
	Cumprida a transação, haverá a extinção da punibilidade.
 Súmula Vinculante 35: o descumprimento faz o processo voltar a correr.
 Se não houver composição civil ou transação penal, é oferecida a denúncia, se possível oral, e designa-se audiência de instrução, debates e julgamento.
	4.3. A.I.D.J – art. 81
 É feita uma defesa preliminar, o juiz recebe a denúncia, aí temos a proposta de suspensão condicional do processo, a oitiva de testemunhas, por fim, o interrogatório, os debates e a sentença.
 Foi a primeira lei a prever o interrogatório como último ato.
 Sistema Recursal no âmbito do JECrim:
a) apelação (art. 82)
	Essa apelação tem prazo de 10 dias.
	Esta apelação cabe da decisão que rejeita a denúncia (no PCO cabe RSE).
b) embargos de declaração (art. 83)
c) RE para o STF (art. 102, III, CF)
	Não cabe REsp, porque REsp só cabe de decisão de tribunal e turma recursal não é tribunal
d) Revisão Criminal (art. 621 – jurisprudência)
	É criação da jurisprudência, o JECrim não prevê.
e) M.S. contra decisão do juiz do JECrim (jurisprudência)
	É criação da jurisprudência, o JECrim não prevê.
f) HC contra decisão da Turma Recursal (jurisprudência)
	É para o TJ e não para o STF
g) Reclamação (resolução 03 de 07/04/2016, do STJ)
	Caberá reclamação para o TJ da decisão que violar jurisprudência pacífica ou repetitivo julgado no STJ.
	Essa reclamação foi criada no CPC e existe porque você precisa trazer a turma recursal para a esfera de influência do STJ. Antes a reclamação ia para o próprio STJ, agora não vai mais, por conta da resolução, agora ela vai para o TJ.
	4.4. SURSIS PROCESSUAL OU SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO – art. 89
 Aplica-se também fora do JECrim.
 Pressupõe o recebimento da denúncia.
 Requisitos:
a) crime com pena mínima menor ou igual a 01 ano (Súmulas 243, STJ e 723, STF);
b) não ter sido condenado por outro crime;
c) não estar sendo processado
d) presentes os demais requisitos do art. 77, do CP.
 Presentes os requisitos, vai para o MP, que propõe a suspensão do processo por 02 anos ou 04 anos, isso se chama período de prova (no período de prova, a prescrição ficará suspensa), sob as seguintes condições:
	a) reparação do dano se possível;
	b) comparecimento mensal em juízo;
	c) proibição de ausentar-se da comarca sem autorização do juiz;
	d) proibição de freqüentar determinados lugares.
 Súmula 696, STF: se o MP não oferecer a suspensão e o juiz entender que cabe suspensão, então, o juiz, encaminha o processo para o procurador geral de justiça. O juiz não propõe de ofício.
 Se cumprir todas as condições sem revogação, estará extinta a punibilidade.
 Causas de revogação: podem ser obrigatórias ou facultativas.
a) obrigatórias (art. 89, §3º): se for processado por crime no período de prova ou se ele não reparar o dano sem motivo justificado,
b) facultativas (art. 89, §4º): se for processado por contravenção no período de prova ou se ele descumprir as demais condições
 Vamos supor que o processo fique suspenso por 02 anos. Depois disso, os autos vão para o juiz. O juiz percebe que no primeiro mês ele foi processado por crime, só que o juiz só descobre isso no final. O juiz revoga o benefício ou não?
	Jurisprudência pacífica entende que revoga o benefício – HC 359095/RS. Rel.: Maria Thereza. J. 21/06/16.
5. PROCEDIMENTO ESPECAL DO JÚRI – 1ª FASE
 Fluxograma da 1ª fase do júri:
Den rej./rec. cit. RA replica se necessário AIDJ 04 hipóteses: P. DIA
	1) pronúncia – cabe RESE.
	2) desclassificação – cabe RESE.
	3) impronúncia – cabe Apelação
	4) absolvição sumária – cabe Apelação
 Todo esse procedimento deve se encerrar no prazo de 90 dias.
 Art. 409: o prazo para apresentar réplica é de 05 dias.
 Não se aplica a absolvição sumária do art. 397.
 Debates: pode haver pronúncia sem que haja manifestação da defesa.
	5.1. PRONÚNCIA – art. 413
 Requisitos:
a) indícios suficientes de autoria;
b) prova da existência do crime.
 Nesta fase vale o in dúbio pro societate, na dúvida pronuncia. O in dúbio pro societate também vale no recebimento da denúncia e na revisão criminal.
 Conteúdo da pronúncia: o juiz analisa o tipo, qualificadoras, causas de aumento, prisão e liberdade. 
O juiz não analisa 03 coisas: agravantes, atenuantes e causa especial de diminuição de pena.
 Preclusão da pronúncia: 
a) defesa: não há preclusão;
b) acusação: em regra, há preclusão. A exceção é o art. 421, que diz que, ainda que preclusa a pronúncia, sobrevindo fato novo, os autos serão encaminhados para o MP.
	5.2. DESCLASSIFICAÇÃO – art. 419
 Se o juiz entender que não se trata de crime doloso contra a vida, ele desclassifica.
 Em caso de desclassificação, se houver crime conexo, ele será remetido para outro juiz analisar.
	5.3. IMPRONÚNCIA – art. 414
 Ocorre se faltar indícios suficientes de autoria e/ou materialidade.
 A impronúncia não faz coisa julgada material.
	5.4. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA – art. 415
 Ela faz coisa julgada material, portanto, ela exige prova segura
	5.5. INIMPUTABILIDADE E 1ª FASE DO JÚRI
 Só pode aplicar medida de segurança se a inimputabilidade for a única tese defensiva alegada.
 Se houver inimputabilidade e outra tese não pode aplicar medida de segurança. Neste caso, o juiz deve:
a) se houver comprovação dessa outra tese, o juiz decide por ela.
b) se não houver comprovação da outra tese, o juiz pronuncia.
6. PROCEDIMENTO ESPECAL DO JÚRI – 2ª FASE
 Preclusa a decisão de pronúncia (art. 421) os autos vão para o juiz presidente (art. 422), que abre vista para as partes se manifestarem em 05 dias e elas podem arrolar 05 testemunhas por fato e por réu (art. 422), aí volta para o juiz presidente que faz o relatório do processo, defere diligências e designa a data do plenário (art. 423).
	6.1. DESAFORAMENTO – arts. 427 e 428, do CPP, e Súmula 712, STF
 É a mudança do julgamento (plenário) de uma comarca para outra.
 O desaforamento só existe na 2ª fase do júri, porque o plenário só existe na 2ª fase do júri.
 É uma causa de competência originária dos tribunais, ou seja, quem julga é o tribunal e não juiz.
 É obrigatória a oitiva da defesa (Súmula 712, CPP)
 Hipóteses de cabimento do desaforamento do art. 427, CPP: 
a) quando houver dúvida sobre a imparcialidade dos jurados; 
b) quando o interesse da ordem pública reclamar; 
c) quando houver risco para segurança pessoal do acusado.
 Hipóteses de cabimento do desaforamento do art. 428, CPP:
a) cabe o desaforamento se o julgamento não for realizado em 06 meses a contar do trânsito em julgado da pronúncia.
	6.2. PLENÁRIO
 Fluxograma da sessão de plenário:
Instalação da sessão (art. 453 a 465) sorteio do conselho de sentença (arts. 448 a 452 e 466 a 472) juramento (art. 472) instrução (art. 473) interrogatório (art. 474) debates (art. 476 a 481) sala especial (arts 482 a 493).
 São convocados 25 jurados para a instalação da sessão (art. 447).
 Deve haver no mínimo 15 jurados para instalar a sessão.
 Primeiro a defesa e depois a acusação irão dizer que se aceitam ou não o jurado sorteado.
 Pode haver 03 recusas sem motivação.
HABEAS CORPUS
 Cabe HC quando houver lesão ouameaça de lesão à liberdade de locomoção.
 Súmulas do STF ligadas ao cabimento do HC:
a) Súmula 695, STF: não cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade.
b) Súmula 693, STF: não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa ou relativa a processo em curso por infração penal em que a pena pecuniária seja a única cominada.
1. RECURSOS DO HC
 Da decisão do juiz que concede ou nega o HC cabe RESE para o TJ.
 Da decisão do TJ que nega o HC caberá ROC (recurso ordinário constitucional) para o STJ.
2. COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DO HC
 É dada em função da autoridade coautora, se for o delegado vai para o juiz, se for o juiz vai para o TJ, se for o TJ para o STJ, se for o STJ para o STF.
 A autoridade coautora é quem dá a competência para a fixação do HC.

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