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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Curso de Administração – Desenvolvimento de Projeto de Pesquisa GABARITO AP3 de Desenvolvimento de Projeto de Pesquisa Coordenadora: Denise Carvalho Takenaka 1ª Questão (3,0 pontos) – 0,5 cada item (0,25 indicação e 0,25 explicação) Considere os seis papéis assumidos no processo de compra. Cite cada um e explique sua atuação nesse processo e indique que tio de dados cada um deles pode fornecer para uma pesquisa empresarial. O consumidor, dependendo da situação, pode desempenhar, no momento da compra, até seis papéis diferentes: 1. Iniciador: é a pessoa que, em primeiro lugar, sugere ou tem a idéia de comprar um produto ou serviço. 2. Influenciador: é a pessoa cujos pontos de vista ou conselhos possuem alguma influência na decisão de compra. 3. Decisor: é a pessoa que toma a decisão de comprar – se deve comprar, como e onde. 4. Comprador: é a pessoa que faz a compra; 5. Consumidor: é a pessoa que consome ou utiliza o produto ou serviço comprado. 6. Avaliador: é a pessoa que expressa preocupação (positiva ou negativa) sobre a compra. 2ª Questão (3,0 pontos) Considerando a utilização de pesquisas em um sistema empresarial e sua importância na geração de informações, responda: a) O que é um Planejamento Estratégico e qual é sua importância para a definição de uma pesquisa? Planejamento Estratégico é um instrumento que aborda a alocação de recursos calculados para atingir determinados objetivos num ambiente competitivo e dinâmico. Ao considerar todos os fatores que interferem no processo de produção (dos bens ou serviços da empresa), viabiliza que a missão da empresa seja cumprida. Assim, um modo estratégico de gerenciar se torna, igualmente, necessário. b) O que é Gerenciamento Estratégico? Qual sua relação com o Planejamento Estratégico? Gerenciamento Estratégico é aquele que encara o pensamento estratégico como fator inerente à condução dos negócios e que, conseqüente-mente, considera o planejamento estratégico o instrumento em torno do qual todos os demais sistemas de controle podem ser integrados, de modo a possibilitar o cumprimento da missão da empresa. Num moderno processo de planejamento estratégico, não basta identificar a missão da empresa e os seus valores, nem mesmo idealizar a visão da empresa para o futuro. Se a prática de avaliar continuamente as ações não for feita de forma intensiva – para verificar, por um lado, se estão alinhadas à visão, e, por outro, se essa visão está correta –, o planejamento estratégico resumir- se-á num quadro emoldurado na parede, com a visão, os valores e a missão da empresa. Os profissionais responsáveis por gerar resultados terão de analisar todas essas variáveis, de modo a poder planejar as ações futuras à luz do que foi obtido com informações, implementando essas ações e controlando-as, a fim de que os objetivos previamente traçados sejam alcançados 3ª Questão (4,0 pontos) Considerando as pesquisas Quantitativas e Qualitativas construa um quadro comparativo (como indicado) respondendo aos itens abaixo citados: Pesquisas Quantitativas Pesquisas Qualitativas O que são? (principais características) • é feita com questionários pré- elaborados que admitem respostas alternativas e cujos resultados são apresentados de modo numérico (caráter conclusivo), permitindo uma avaliação quantitativa dos dados. • produzem resultados numéricos • necessita de conhecimento anterior suficiente para a formulação de hipóteses; • Apresenta estrutura rígida; • Por suas características, ouvem, uma grande quantidade de pesquisados. • Se forem bem feitas, permitem que se conheça de modo bastante exato a totalidade do público que as pessoas ouvidas representam, o que faz com que assumam um caráter conclusivo. • É necessária a realização de cálculo amostral com base em técnicas rigorosas, bem como apuro na análise, em especial no cruzamento das respostas • Têm uma estrutura rígida e única, e podem ser repetidas várias vezes, podendo gerar séries históricas que norteiam os negócios e apontam caminhos para o crescimento das empresas. Boa parte das pesquisas qualitativas tem caráter exploratório, ou seja, destina-se a avaliar a reação de potenciais consumidores de produtos ou serviços absolutamente novos, para os quais não haja similares na região, a respeito dos quais não se disponha de qualquer informação. Servem, ainda, para verificar como os consumidores reagem diante de alguma marca, produto ou serviço, buscando conhecer, em profundidade, o que norteia suas escolhas. Nesta gama encontra-se uma infinidade de opções de novidades: produtos, serviços, embalagens, aromas, sabores, cores ou peças de campanhas publicitárias, entre muitos outros itens. Por meio das pesquisas qualitativas é possível: • conhecer melhor aspectos que não podem ser observados nem medidos de forma direta ou objetiva: sentimentos, pensamentos, intenções, comportamentos, valores, sensações. • avaliar determinadas questões sobre as quais as pessoas podem ter difi culdades de falar, de se posicionar ou com as quais apresentam certo desconforto, que se mostrem invasivas de sua privacidade, de sua intimidade, ou que, de alguma forma, exponham a si mesmas ou à sua família. • realizar o levantamento inicial de opiniões, usos, costumes, imagens, percepções, crenças, experiências, intenções, estilos de vida, comportamentos passados e presentes. A partir desse levantamento serão geradas as hipóteses que poderão vir a ser testadas, futuramente, em larga escala, em pesquisas quantitativas. As pesquisas qualitativas pretendem revelar, portanto, aquilo a que não se conseguiria chegar por meio de perguntas objetivas, para as quais seria necessário montar um perfil mais exato do comportamento das pessoas, em situações sociais ou não, a partir do qual seja possível modelar o produto compatível com o que o consumidor valoriza. Quando devem ser utilizadas (para apurar o que) • quando já se dispõe, em relação a um determinado problema, de conhecimento suficiente para a formulação de hipóteses • quando se pretende conhecer perfis ou freqüências • quando se deseja mensurar características ou atributos; • quando se pretende realizar testes de preços ou de imagem de marca. Situações em que se pretende: • mapear determinado problema ou produto, em relação ao qual não se disponha de informações anteriores; • verifi car mudanças de valores, hábitos e atitudes do consumidor; • avaliar reações a novos produtos ou a mudanças em produtos já conhecidos, inclusive de embalagens, rótulos, sabores, aromas, cores etc.; • qualifi car o posicionamento de determinada marca em um segmento de mercado; • conhecer os motivos que balizam a preferência ou a rejeição a determinadas marcas ou produtos (likes e dislikes, como se usa em “pesquisês”; • interpretar informações novas, inesperadas ou imprevistas obtidas em pesquisa quantitativa anterior. Como é feita a coleta de dados (principais instrumentos) Quanto maior o número de informações anteriores disponibilizadas, maiores as chances de que o instrumento de coleta seja organizado de modo a atender os objetivos. As variáveis que compõem o instrumento de coleta de dados derivam dos objetivos que se pretende atingir. As variáveis devem ser estabelecidas em processo coletivo de discussão, considerando: os elementos advindos do conhecimento prévio do assunto; os elementos advindos das hipóteses; os elementos correlatos às hipóteses levantados durante o planejamento. A escolha da técnica a utilizar varia de acordo com a natureza da questão a ser compreendida e com o contexto em que o problema se situa, bem como com o tempo e osrecursos disponíveis para compreendê-lo. A definição da técnica de abordagem das pesquisas qualitativas deve se dar a partir do objetivo que se busca atingir, respeitando as características de cada técnica. Por este motivo, apresentamos neste capítulo as diferentes técnicas, de modo a permitir uma escolha segura e adequada. São, prioritariamente, duas as técnicas mais utilizadas nas abordagens qualitativas: discussões em grupo, também chamadas grupos de foco, conhecidas sob a sigla DG; e as entrevistas individuais em profundidade. A PESQUISA ETNOGRÁFICA vem também ganhando força dentre as técnicas utilizadas, do mesmo modo que a CENTRAL LOCATION. Há ainda outras – como as pesquisas projetivas e a laddering, por exemplo – mas de usos tão restritos e específicos que não se justifica estudá-las. Em uma pesquisa qualitativa, a coleta de dados é feita com o emprego de um roteiro que será seguido em um grupo de discussão ou em uma entrevista individual em profundidade. O roteiro a ser utilizado é similar, nos dois casos. De posse dos dados coletados, o momento da tabulação e processamento dos dados é crítico, basicamente por dois motivos. Inicialmente, porque é um momento em que a incidência de erro humano pode ser muito grande quando é feita a transposição das respostas anotadas no questionário em papel para a base de dados. Além disso, esse é o primeiro momento em que se vai saber se a coleta foi, efetivamente, consistente, ou seja, só nesse momento se terá idéia da quantidade de questionários mal preenchidos ou incompletos, e, dependendo desse percentual, será necessário adotar outras ações, que certamente trarão impacto sobre o cumprimento dos prazos. O próximo passo é a codificação dos itens. Por meio desse processo, associa-se um código numérico a cada resposta possível de cada pergunta. As perguntas fechadas, normalmente, são pré- codificadas. O problema está nas perguntas abertas, que precisam ser interpretadas para que se chegue a um conjunto de respostas comuns, codificando cada uma delas de forma específica. O nível de subjetividade desse processo é relativamente alto, e, quando mal feito, pode ser importante fonte de viés. Muitas vezes é necessário proceder a ajustes estatísticos dos dados, de modo a serem valorados mais adequadamente, resultando numa análise mais apurada. Vários procedimentos podem ser adotados com tal objetivo, e estes são os três mais utilizados: • atribuição de pesos; • reespecificação de variáveis; • transformação de escalas. Concluídos os ajustes, chega-se ao momento da tabulação. Para que seja realmente bem-feita e produtiva, a etapa da análise, nas pesquisas qualitativas, requer do profissional responsável a maior isenção e nenhum preconceito:A análise e a interpretação dos resultados é complicada pela extrema disparidade dos comentários geralmente obtidos, o que significa dizer que qualquer analista pode encontrar algo que seja convergente com seus próprios pontos de vista sobre o problema (AAKER et alii, 2001, p. 215). Para que se atinja os resultados desejados, é imprescindível não deixar de seguir o roteiro que serviu de base para a pesquisa. Inicialmente, deve-se transcrever tudo o que foi dito sobre cada item do roteiro, antes de iniciar a análise. Entretanto, a mera transcrição não garante um bom relatório final: é necessário contextualizar os comentários, para que suas implicações fiquem mais evidentes. É importante, portanto, interpretar os resultados em função das hipóteses que estejam sendo testadas; quando for pertinente, devem ser indicadas novas hipóteses, a fim de que sejam testadas posteriormente. Além dos comentários verbais, é de grande valia que o moderador consiga interpretar os comentários não verbais que ocorreram durante a discussão em grupo. Gestos, atitudes, expressões fisionômicas diante de comentários alheios, todos esses elementos devem ser considerados na análise, ainda que não sejam verbalizados. Em entrevistas em profundidade, as reações mais emocionais ou excessivamente contidas também são importantes “comentários não verbais” a serem considerados. Como apurar os dados? (gerar os resultados da pesquisa) A tabulação visa [sic] determinar a distribuição de freqüência das variáveis que foram investigadas, isto é, o número de entrevistados que deram respostas positivas a cada pergunta, gerando as estatísticas descritivas conhecidas como médias e percentuais. (PINHEIRO, CASTRO, SILVA & NUNES, 2004, p. 118). Quando temos dúvidas se uma variável ajudaria a entender o comportamento de outra, é preferível pedir o cruzamento das questões que abordam as referidas variáveis. Dessa forma, poderemos esclarecer as dúvidas. Muitas vezes, descobrimos interessantes informações como conseqüência desses cruzamentos. Outras vezes, na fase de aprovação do instrumento de coleta de dados, já imaginamos que determinadas questões deveriam ser cruzadas com outras. Nesse caso, é interessante já deixar claro para o executor da pesquisa que esses cruzamentos deverão ser realizados. Entretanto, o mais comum é que, na fase de análise dos resultados, para que se consiga entender melhor o problema, novos cruzamentos sejam demandados, até que se tenha conseguido que os dados confessem a verdade. A análise dos dados advindos de uma pesquisa — à medida que se destina a ajudar a compreender melhor um problema — tem de permitir que se visualize melhor os pontos positivos e os pontos críticos do objeto em estudo. Portanto, é fundamental que sejam vistos isoladamente, um a um, para que possam, a seguir, ser submetidos a um olhar conjunto, que será a expressão daquilo a que se conseguiu chegar acerca da questão estudada. Portanto, é necessário que os elementos que formos capazes de recolher ajudem a explicar o fenômeno pesquisado. Por isso, é fundamental que o profissional que está analisando a pesquisa seja experiente para saber detectar a necessidade de proceder a novos cruzamentos e transformar os dados numa informação relevante. É indispensável que cada conclusão acerca do problema esteja embasada nos dados recolhidos e devidamente referenciada, a fim de que o tomador de decisões saiba exatamente que afirmações é possível, finalmente, fazer acerca do objeto estudado. É importante desafiar cada conclusão, buscando que os porquês que explicam cada uma estejam explicitados na análise. Esta prática pode evitar situações delicadas no momento da apresentação dos resultados. Feito isso, é preciso gerar um relatório detalhado da pesquisa, capaz de oferecer ao cliente indícios concretos das ações que podem ser implementadas, com vistas a solucionar o problema.
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