Buscar

PRÉ SOCRÁTICOS, SOFISTAS, SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES

Prévia do material em texto

FILOSOFIA 
HERÁCLITO 
Heráclito foi um filósofo pré socrático, o qual dizia que os seres eram sempre mutáveis, 
estavam em constante movimento, ou seja, sempre estamos adquirindo experiências e 
mudando quem nós somos, apesar de não perdermos a nossa essência. Duas músicas que 
enfatizam o pensamento de Heráclito são “Como uma onda” e “Metamorfose ambulante”. 
Heráclito dizia que ninguém nunca conseguiria banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois, após 
o primeiro banho, nós já passaríamos por uma mudança, bem como o rio não será o mesmo. 
Heráclito é o pensador do “vir-a-ser”. 
PARMÊNIDES 
Parmênides foi também um filósofo pré socrático, que respondeu a Heráclito criticando a sua 
forma de enxergar o mundo. Para ele, os seres são o que são, ou seja, não existe o constante 
movimento, todos os seres são imutáveis, imóveis, únicos. Ou seja, nós nascemos de uma 
forma e morremos da mesma forma. Adquirimos experiências e mudamos a aparência, mas 
nunca deixamos de ser o que nós somos. O ser é o que é e o não ser é o que não é. Se o ser 
estiver em movimento, ele deixa de ser quem ele é. 
SOFISTAS 
Os sofistas eram pessoas providas da dialética, os quais ensinavam a arte da persuasão para os 
nobres e classe média. Foram fundamentais para a sistematização do que hoje é o ensino, nos 
libertando da tradição dogmática. Entretanto, usavam desse dom para tirar proveito, 
vendendo o seu conhecimento para os cidadãos, muitas vezes enganando-os. Os sofistas se 
consideravam sábios e pedagogos e foram os principais responsáveis pela condenação de 
Sócrates à morte. 
SÓCRATES 
Sócrates é um dos mais importantes filósofos, o qual foi responsável pela divisão das eras 
filosóficas. Não deixou nada escrito dos seus pensamentos, pois dizia que coisas escritas não 
podiam ser defendidas, diferentemente da dialética. 
Sócrates tinha uma profunda intriga com os sofistas da época, designando-os como 
“prostitutas do saber”, pois eles usavam da sua capacidade oratória para manipular, enganar e 
vender os ensinamentos à sociedade, quando Sócrates defendia exatamente o oposto: o 
ensino deveria ser passado por livre e espontânea vontade, gratuito, deveria ser aberto a 
todos, pois quem compartilha ensinamentos, também aprende. 
Sócrates, então, começou a andar pelas ruas de Roma e começou a fazer perguntas a todos os 
tipos de cidadão: mulheres, crianças, mendigos, ricos e pobres. Acreditava que todos tinham 
algo a nos ensinar. Entretanto, havia aqueles que se diziam dotados de sabedoria e Sócrates, 
por sua vez, através do seu método, desconstruía os dogmatismos alheios, reconstruindo-os 
com sabedoria. 
Método Socrático: O método socrático consiste em duas partes: a ironia e a maiêutica. A 
primeira reflete a Ideia da desconstrução da condição de sábio. Sócrates, a partir de inúmeras 
perguntas, se fazia de desentendido perante àquela pessoa que se dizia conhecer do assunto, 
e convencia-as de que aquilo que eles achavam que sabiam, na realidade, eles não sabiam. Ou 
seja, Sócrates, por meio da ironia, dava-lhes a sabedoria de reconhecer a própria ignorância. 
Feito isso, entra a parte da maiêutica. Essa segunda fase do método socrático consiste na ideia 
da reconstrução do pensamento dando à luz novas ideias. Ou seja, era a parte da reconstrução 
do novo conceito daquilo que estava em discussão. Vale ressaltar que nem sempre Sócrates e 
nem o interlocutor dele chegavam a um novo conceito, mas ele acreditava que, passando por 
esse método, estariam eles muito mais perto de encontrar a verdade absoluta e, portanto, a 
virtude. 
PLATÃO 
Platão foi um filósofo discípulo de Sócrates, criador do Mito da Caverna, onde respondeu aos 
dois filósofos anteriores e a Sócrates. 
O Mito da Caverna consiste na teoria de que nós nascemos dentro de uma caverna (parte de 
dentro), nos libertamos dela (parte de fora) e retornando à caverna para salvar os que ainda 
não tiveram a oportunidade de enxergar a realidade (o retorno). 
A primeira parte, a de dentro da caverna, é onde enxergamos apenas sombras da realidade, ou 
seja, enxergamos o mundo das aparências o qual pensamos ser o mundo real. Esse mundo 
Platão chamou de mundo sensível. O mundo sensível é o mundo das opiniões (doxa), o mundo 
do achismo, onde nós estamos acomodados e não alcançamos a verdadeira essência de como 
as coisas realmente são. 
A segunda parte, a de fora da caverna, consiste na ideia de que nós nos libertamos do mundo 
sensível e alcançamos a realidade, onde a luz do Sol representa o choque com a realidade, 
representa a luz que ilumina as nossas vistas para que possamos realmente enxergar a 
essência das coisas, como elas realmente são. Para essa parte, Platão nomeou de mundo 
inteligível. Essa ponte que se dá entre o mundo sensível ao mundo inteligível é alcançada pela 
filosofia, ou seja, pelo conhecimento verdadeiro que alcançamos exclusivamente pelo 
pensamento. Além disso, Platão dizia que o puro espírito já teria contemplado o mundo das 
ideias, ou seja, todos nós já estivermos no mundo inteligível no estado de puro espírito e, a 
partir do momento em que nos tornamos prisioneiros do nosso próprio corpo, voltamos ao 
mundo sensível, o qual, a partir da lembrança do nosso estado de puro espírito, nós 
conseguimos alcançar o mundo inteligível. Em outras palavras, conhecer é lembrar. Essa teoria 
ficou conhecida como a teoria da reminiscência. 
A terceira e ultima parte se dá pelo retorno do filósofo à caverna com o intuito de mostrar a 
realidade aos que ainda não se libertaram. Essa metáfora faz-se analogia aos filósofos que são 
chamados de loucos quando expõem seus pensamentos, quando tentam abrir a mente das 
sociedades, pois, no mito, as pessoas que se encontram na caverna não acreditam no que a 
pessoa que retornou de fora está falando e o reprimem. Alguns pensadores citam a morte 
para essas pessoas que retornaram, a fim de retratar o que aconteceu com Sócrates, morto 
pelos Sofistas. 
Com isso, finalmente, Platão respondeu aos filósofos: dizia ele que, o mundo sensível, o 
mundo dentro da caverna é retratado pela teoria de Heráclito, onde tudo está em constante 
movimento, onde tudo está no mundo das aparências, onde não alcançamos a essência das 
coisas, é um mundo material, das imagens e opiniões. A matéria é, por natureza, algo 
imperfeito, que não consegue manter uma identidade por estar em constante movimento. 
Assim, Platão designou a teoria de Parmênides como o mundo inteligível, onde as coisas são 
realmente o que são, pura essência, imutáveis e, portanto, bebem de uma identidade própria. 
O mundo imaterial, onde as opiniões dão lugar às ideias, o não ser dá lugar ao ser, ou seja, o 
sensível dá lugar ao mundo inteligível. 
Por fim, Platão responde a Sócrates no que diz respeito ao retorno da caverna. Este seria feito 
através do método socrático da ironia e da maiêutica. 
A educação platônica 
No que diz respeito à organização da cidade, Platão sugere uma cidade utópica, que seria a 
cidade ideal. Para ele, a educação deveria ser dada pelo Estado e não pela família, pois esta 
influenciaria, ditaria os caminhos que os filhos vão trilhar, ao contrário do Estado, que daria os 
meios para que, a partir de suas convicções e especialidades, o indivíduo possa vir a se tornar 
no que melhor lhe convém. Platão, dessa forma, propõe uma espécie de comunismo, 
eliminando a propriedade e a família. 
Platão diz que a educação deveria ser a mesma a todos até os 20 anos, onde haveria o 
primeiro corte identificando as pessoas com “alma de bronze”, os que têm mais vocação para 
a agricultura. Os outros continuariam por mais dez anos e, então, haveria outro corte que 
identificaria os que têm “alma de prata”, que cuidaria da segurança dacidade. Os que 
sobrariam desses cortes teriam a “alma de ouro”, que seriam os especialistas na dialética, 
estudariam a filosofia. E, por fim, aqueles que passassem pelas provas, aos cinqüenta anos, 
estariam aptos a governar. Essa ultima etapa Platão chamou de sufocracia, que é a aristocracia 
da inteligência. 
ARISTÓTELES 
Aristóteles foi um filósofo extremamente importante, o qual resolveu seguir as dialéticas 
platônicas, onde o seu pensamento foi, basicamente, construído a partir das concordâncias e 
discordâncias do pensamento de Platão. 
Para começar, Aristóteles discorda de Platão no que diz respeito à separação do mundo 
sensível do mundo inteligível. Platão dizia que esses mundos estavam completamente 
separados e que nós, seres sensíveis, mutáveis, moradores do mundo das aparências, dotados 
de meras opiniões as quais não condizem com a realidade, lutamos para relembrar a nossa 
essência enquanto ato puro e, assim, chegar ao mundo inteligível, que seria o mundo das 
ideias, do conhecimento verdadeiro. Para Aristóteles, Platão estava equivocado: o mundo 
sensível está ligado ao mundo inteligível em comum acordo. O mundo do “Devir”, como dizia 
Heráclito, é o mundo em que vivemos, é o mundo físico, nossos sentidos são a fonte para a 
estruturação do conhecimento e não meras distorções do que é real. Portanto, Aristóteles 
critica duramente a teoria das ideias de Platão. 
Aristóteles então cria a sua teoria que é conhecida de “conhecimento pelas causas”, onde, 
através dela, é possível superar os enganos das opiniões e compreender a natureza da 
mudança. Nessa teoria, Aristóteles relaciona, a todo tempo, o mundo sensível do mundo 
inteligível, de maneira oposta ao que propôs Platão. Primeiramente, Aristóteles trazia o 
conceito de “substância”, que consiste no ser enquanto ser, ou seja, é o ser propriamente dito, 
o suporte de seus atributos. Que atributos são esses? A essência e o acidente. O primeiro é a 
parte da substância em que não é mutável, ou seja, se esta for excluída, o ser não será quem 
ele é. A segunda é o atributo que, tendo ou não, a substância não mudará o que ela é. Ex: o ser 
pode ser gordo, magro, criança ou idoso, mas não mudará a sua essência diante de tais 
atribuições. 
Em segundo momento, o filósofo trouxe os conceitos de matéria e forma, onde matéria é de 
aquilo do que o mundo é feito e forma é aquilo que faz o sujeito ser quem ele é. Ou seja, de 
um lado a forma é o princípio inteligível, de outro, a matéria é o princípio sensível, do “Devir”, 
o princípio do movimento, o qual tem a forma em potência, assim como uma criança tem um 
adulto em potência ou uma semente tem uma árvore em potência. Dessa forma, adianta-se o 
conceito de potência e ato que virão a seguir: potência é a capacidade de torna-se alguma 
coisa, ou seja, aquilo que uma coisa pode vir a ser, enquanto o ato é a essência da coisa. 
Assim, pois, toda substância é constituída de matéria e forma, o qual a matéria é a potência e a 
forma é o ato. 
Partindo desse princípio é possível explicar a teoria da causalidade de Aristóteles, onde ele diz 
que tudo que se move é necessariamente movido por outro. Há quatro sentidos para a causa: 
causa material; causa eficiente; causa formal e causa final. 
Causa material é aquilo de que a coisa é feita; causa eficiente é aquilo que moveu a coisa, ou 
seja, que deu impulso ao movimento; causa formal é aquilo que a coisa tende a ser e, por 
ultimo, a causa final é a finalidade para qual a coisa foi feita. 
Nesse contexto, Aristóteles diz que todas as coisas são contigentes, ou seja, tudo o que é feito 
surgiu a partir de outra coisa que, por sua vez, é contigente a uma terceira coisa e assim por 
diante. Dessa forma, é necessário ter uma coisa não contigente, que deu origem a todas as 
outras coisas e, para isso, o filósofo trouxe a ideia de Deus, sendo o primeiro motor imóvel, 
imutável, dando origem ao que Aristóteles chama de Metafísica. Essa área, a metafísica, foi 
onde o filósofo encaixou o pensamento de Parmênides, mundo inteligível, onde as coisas são 
imutáveis, únicas e imóveis. Dessa forma, Deus é a expressão do puro ato, o qual não expressa 
nenhuma potencialidade, visto que esta, a potencialidade, são atributos do mundo físico, onde 
os seres, do “Devir”, buscam em sua existência para, assim, atingir o ato. Já que Deus não se 
movimenta, é provido do puro ato, criador de todas as coisas, mas não foi criado, ele não tem 
potencialidade, pois este princípio se encaixa na ideia de movimento, caracterizado pelo 
mundo do sensível. 
Vale ressaltar que esse Deus de Aristóteles não é o mesmo Deus da religião.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes