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CONTRATUALISTAS (MAQUIAVEL, HOBBES, LOCKE E ROUSSEAU)

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MITO DO MAQUIAVELISMO, HOBBES, LOCKE E ROUSSEAU 
Contexto Histórico: após a queda da Idade Média, que foi marcada pela extinção dos sistemas 
feudais, houve a emersão do Estado Moderno, o qual surgiu com o advento da centralização 
do poder, culminando no absolutismo. Nesse contexto, surgiram vários pensadores, dentre 
eles pode-se destacar Maquiavel, Hobbes, Locke e Rousseau. 
MAQUIAVEL 
No contexto da centralização dos poderes, a Itália sofria do fragmentismo, onde havia uma 
instabilidade política, dividida em principados e repúblicas. Foi aí que surgiu Maquiavel, 
vivente da República de Florença. 
Maquiavel lançou obras como “O Príncipe” a qual, lendo apressadamente, há de se concluir 
que ele defendia o absolutismo e a completa imoralidade. Entretanto, essa interpretação 
superficial ficou conhecida como o “mito do maquiavelismo”. Atribui-se a Maquiavel a frase 
“os fins justificam os meios”, entretanto essa é uma interpretação simplista de suas obras, 
visto que em uma delas Maquiavel defende ideais republicanos. 
Em uma visão geral, na primeira obra – O Príncipe – Maquiavel representa a ação do príncipe 
em uma Itália dividida, a fim de centralizar o poder de forma absoluta para, posteriormente, 
com a estabilidade alcançada, instalar o governo republicano. Maquiavel decorre sobre a 
necessidade de o governo ter apoio popular, o que traz a ideia do consenso. 
Virtú e Fortuna 
Virtú é a virtude, a força, valor, qualidade de lutador e guerreiro civil. Com isso, os príncipes 
são capazes de realizar grandes obras. O príncipe que tem virtú é aquele que percebe o jogo 
político, estratégico, manipula o inimigo, prever os acontecimentos ou provoca-os se 
aproveitando disso. Por exemplo: Lula tem Virtú; Fortuna é a ocasião. O príncipe deve 
perceber a ocasião oportuna para agir, aproveitando o acaso ou a sorte das circunstâncias. 
Dessa forma, de nada serve a fortuna se não for associada à Virtú, pois pode transformar-se 
em mero oportunismo. Portanto, a virtú cria a fortuna – ou se aproveita de uma fortuna criada 
– e a fortuna requer a virtú para se perpetuar. Então, a virtú e a fortuna se completam, na 
medida em que nada adianta se um governante tem virtú, mas não sabe aproveitar as ocasiões 
propícias, bem como não adianta ter as ocasiões sem ser virtuoso. 
Nesse sentido, há o Príncipe de Virtú e o Tirano, no qual o primeiro usa a violência para o bem 
coletivo, e o segundo age por interesse próprio. 
Política como categoria autônoma 
Maquiavel é considerado o fundador da Ciência Política, pois desconstruiu a abordagem 
tradicional dos gregos e medievais. Sua política é realista, como o homem age de fato. É uma 
disciplina autônoma, pois se desvincula da ética pessoal e da religião. A moral política se 
distingue da moral privada, pois a ação política deve ater-se ao que é vivido, tendo em vista a 
busca do bem comum. Dessa forma, não busca as normas que definem o bom regime, como 
Platão o faz, visto que isso leva à construção de utopias. A moral política tem em vista a 
otimização dos resultados da ação política sem se preocupar com os meios. Ou seja, deve 
buscar o bem da comunidade e isso implica na utilização da força física. Dessa forma, há de se 
concluir que o pensador visa a moral coletiva em detrimento da moral individual, seguindo 
para a teoria do bem maior, na qual se for necessário sacrificar uma minoria para garantir o 
bem coletivo, a minoria será sacrificada. 
Portanto, para se fazer política não precisa da ética, pois esta será uma conseqüência da 
política. A política atem-se a uma nova moral centrada na avaliação do que é útil à 
comunidade, sem se importar com os meios para chegar nela. Ou seja, não se deve gerir o 
Estado como se gere uma família ou empresa sob pena de fracasso. O primeiro trata-se de 
uma moral coletiva, o segundo trata-se de uma moral individual, no qual não cabe ao gestor 
do Estado. 
São ideais completamente contrários da Patrística e Escolástica, visto que estes tratam da 
política do “dever-ser” e Maquiavel não oculta o que se faz e não costuma dizer. 
Maquiavel republicano 
Em sua obra “Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio”, Maquiavel desmente o mito 
do maquiavelismo, pois explicita ideias democráticas. Ele percebe que o conflito é um 
fenômeno inerente à atividade política, e que a ordem resulta do conflito, a partir da 
conciliação dos interesses divergentes. Diz ele que o Estado deve criar mecanismos para que o 
povo se expresse, bem como controlar seus excessos. 
HOBBES 
Hobbes é um filósofo contratualista, no qual defende que o líder tem que ser eleito através de 
um pacto. Uma vez eleito, o líder pode fazer o que quiser (diferente de Rousseau, que diz que 
o líder ouviria o povo, mas eleito através do pacto). 
O absolutismo de Maquiavel, defendido em partes por Hobbes, começa a ser contestado com 
as ideias liberais emergentes. 
Jusnaturalismo 
“O homem é o lobo do homem” – Hobbes 
Com essa frase, Hobbes diz que o homem precisa do Estado para viver em harmonia, pois se 
cada um se governar, acabará em constante conflito, pois no estado de natureza, cada homem 
é livre para usar o seu próprio poder da maneira que quiser. Isso seria um estado de anarquia 
e, portanto, dotado de insegurança e medo, onde os interesses individuais predominam. Dessa 
forma, o poder do soberano deverá ser ilimitado. Com isso, Hobbes traz a figura do Leviatã, 
que representa o Estado absolutista. Consiste em um monstro grande e cruel que protegia os 
peixes pequenos de serem engolidos pelos peixes grandes. Dessa forma, o homem abdica da 
liberdade, dando plenos poderes ao soberano para defendê-lo, pois o indivíduo reconhece a 
necessidade de delegar os poderes individuais a um único homem ou grupo de pessoas, no 
qual este iria limitar a liberdade, garantindo a ordem social. Assim, garantiria, também, a 
propriedade individual. Portanto, é melhor estar nessa situação do que em constante guerra 
civil. “Ruim com ele, pior sem ele.” Dessa forma, o medo e o desejo da paz levam os indivíduos 
a fundar um Estado social. 
LOCKE 
Locke também foi um filósofo contratualista, no qual dizia que o estado de natureza não é um 
ambiente de guerra e egoísmo, porém cada é juiz em sua própria causa, o que traz o risco da 
parcialidade e desestabilização das relações humanas e, portanto, há a necessidade da criação 
do Estado. 
Assim, o poder delegado ao Estado seria um espécie de confiança, na qual se o governo não 
visar o bem público, é permitido aos governados retirar essa confiança e delegar a outro, 
diferentemente de Hobbes que dizia que não havia abuso de poder, visto que o poder é 
ilimitado. 
O Estado não deve intervir na liberdade individual no que tange a iniciativa econômica e o livre 
exercício da propriedade, consistindo num pensamento liberal. 
ROUSSEAU 
Rousseau, filósofo contratualista, diferente de Hobbes, diz que o homem no estado de 
natureza é bom e vive em harmonia com as outras pessoas, até que se cria a propriedade, a 
qual será responsável pela miséria e escravidão. Ou seja, o homem é bom por natureza, mas a 
sociedade o corrompe. 
Rousseau diferencia o conceito de soberano e governante. Para ele, o povo é soberano, pois 
vai participar ativamente de todas as ações políticas. Dessa forma, o homem abdica da sua 
liberdade, mas como é parte ativa da política, a obediência a sua lei se configura em liberdade, 
pois está obedecendo a si mesmo. 
Dessa forma, o contrato social para ser legítimo, deve se originar do consentimento unânime, 
com os indivíduos abdicando dos seus direitos em favor da comunidade.

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