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KANT Criticista, discordava da dicotomia racionalismo-empirismo. Vai cobrar a parte da moralidade. Vai ser da fusão da razão e experimento que o conhecimento vai se dá. O “sair de si” é a instância maior da razão. Dessa forma, o conhecimento se dá pela matéria, que é o que nós criamos e a forma, que é o que nós somos. Portanto, a matéria e a forma atuam ao mesmo tempo: para conhecer as coisas, precisamos da experiência sensível (matéria), mas ela não será nada se não houver uma razão anterior a experiência. O conhecimento formula-se por proposições analíticas (a priori) e sintéticas (a priori e a posteriori). A primeira não é necessário o experimento, obedece ao princípio lógico, enquanto que para a sintética unifica vários elementos, como, por exemplo, 5 + 7 = 12 (a priori), onde há a unificação de 5 e 7; e “essa flor é vermelha” (a posteriori), pois precisa conhecer a flor para dizer que é vermelha. *o que diferencia os dois “a prioris” é a unificação. Crítica da Razão Prática Uma boa vontade é algo que você faz porque quer fazer, sem buscar recompensas. Inteligência, coragem e felicidade não são boas em totalidade, pois a inteligência pode ser usada para fazer o mal, a coragem pode ser usada para reagir a um assalto e a felicidade pode ser adquirida através de um assassinato. Por sofrer influência das inclinações da sensibilidade, na vontade humana trava-se, então, um conflito entre a razão e a sensibilidade. É desse conflito, onde a vontade vai ser constrangida pela razão, que se originam os mandamentos ou imperativos. Eles podem ser: - Hipotéticos: o agir moral está condicionado a alguma coisa; medo do constrangimento; visa alcançar um fim. - Categóricos: agir sem esperar recompensas; verdadeiramente moral; três máximas morais: universalidade de conduta, onde todos vão agir universalmente em harmonia; dignidade humana, onde todos vão tratar o outro de forma humana, independente das diferenças; e boa vontade, onde o “tu deves” dá a lei e nós fazemos de forma autônoma. MARX Em 1848, proletariado procurava expressar sua própria ideologia, oposta ao liberalismo e tendo inspiração de início o socialismo utópico. Nem todos os teóricos do socialismo reconhecem o antagonismo entre burguesia e proletários, mas que a sociedade pode viver em harmonia mediante boa vontade de ambos. Crítica marxista ao socialismo utópico Marx e Engels contrapôram-se ao socialismo utópico com o socialismo científico. Criticam, pois não vê nos socialistas utópicos meios concretos para impor o que propunham, embora serviu de conscientização dos proletários. O socialismo utópico era inócuo por ser: - Paternalista: operários apenas como classe sofredora - Conservador: nega ao proletário autonomia política, negando as revuoluçoes - Moralista: com pequenas experiências condenadas ao fracasso, abrir caminho ao novo evangélio social. *Marx dota-se de determinismos positivistas ao afirmar que apenas a sua teoria era o caminho viável. No materialismo dialético de Marx, ele se posiciona ao contrário de Hegel, ao dizer que a matéria é dado primário, por ser a fonte da consciência e esta é o dado secundário, por ser reflexo da matéria. Dialética é formada por 3 fases: tese, antítese e síntese. Explica-se a realidade pela contradição entre a tese e antítese e a superação disto pela antítese. O materialismo histórico aplica os princípios do materialismo dialético no campo da história. Explicação da história por fatos materiais: econômicos e técnicos. A sociedade estrutura-se em níveis: 1º Infraestrutura: constitui a base econômica. Relações do ser humano com o esforço de produzir a própria existência e as relações entre proprietários e não proprietários. Portanto, a infraestrutura é determinante. 2º Superestrutura: caráter político-ideológico: estrutura jurídico-política e estrutura ideológica. Estrutura jurídico-política é representada pelo Estado e pelo direito, ou seja, serviços e leis estão a serviço da classe dominante. Estrutura ideológica são as expressões da consciência social, ou seja, religião, leis, educação, literatura, filosofia, ciência, etc. Também estão a servgiço da classe dominante, pois sua cultura reflete as ideias e valores da classe dominante. *Infraestrutura determina a superestrutura. Ao logo da história, as concepções de moral e direito (superestrutura) foi modificados de acordo com as alterações na infraestrutura. Ex: passagem do feudalismo para o Estado Moderno, onde foi mudada as relações econômicas. Essas determinações tem caráter dialético: ao perceber as contradições, o ser humano pode agir ativamente naquilo que o determina. O individuo se autoproduz à medida que transforma a natureza pelo trabalho, ou seja, existir decorre do agir. Nenhuma natureza humana é idêntica em todo espaço e tempo. Relações de produção e luta de classes - Relações de produção: ser humano usa as técnicas e se organizam por meio da divisão social do trabalho. - Forças produtivas: avanço tecnológico que alteram as forças de produção. Ex: troca de pedra pelo metal, técnicas de adubagem sofisticadas, etc. - Modo de produção: maneira pela qual as forças produtivas se organizam em determinadas relações de produção num dado momento histórico. Forças de produção, quando se desenvolvem além de certo ponto, configura na contradição com as antigas relações de produção, expressa pela luta de classes. - Luta de classes: configura-se no motor pelo qual a história se faz. - Mais-valia: valor que o operário cria além do valor de sua força de trabalho, e que é apropriado pelo capitalista. Proletário não é capaz de reverter esse quadro de exploração por estar alienado. Alienação tem origem na vida econômica. Ao vender sua força de trabalho mediante salário, o operário também transforma-se em mercadoria e daí vem o fetichismo: mercadoria adquire “vida”, pois os valores de troca passam a ser superiores dos valores de uso. *O que faz com que essa alienação não seja percebida é a ideologia, ou seja, ideias e valores das classes dominantes são disseminadas pela sociedade, permeando a concepção de mundo dessa sociedade. Esconde que o Estado representa os interesses da classe dominante e, portanto, o Estado é um mal a ser extirpado. - Ditadura do proletariado: duas fases, o socialismo, onde ainda haveria ideias burguesas resistentes, bem como o Estado, portanto o socialismo seria usado para não haver contrarevoluções e, por fim, o comunismo, em uma espécie de “anarquia feliz”. HEGEL Vivenciou a Revolução Francesa e admirava Napoleão. Fundou seu sistema a partir da noção de liberdade da época. Pelo coletivo e não solitária. Instancia essencial para a consciência de si mesmo. Por isso, critica a filosofia de Kant por ser muito abstrata. Obras de Hegel são de difíceis interpretação, na medida em que traz conceitos conhecidos com completa diferença em seus sentidos: ser, lógica, absoluto, dialética. *Nenhum conceito é examinado por si mesmo, mas por seus opostos: ser- nada, corpo-mente, liberdade-determinismo, estado-particular. Dessa forma, o ser está em constante mudança, explicado pela dialética hegeliana, convergindo com as ideias heraclianas. - A dialética: razão é histórica, ou seja, a verdade é construída no tempo. Filosofia do Devir. Ser em constante transformação e o motor dessa transformação é a contradição, para dar conta da dinâmica do real. Essa nova lógica é chamada de dialética. História resulta de um processo cujo motor é a contradição dialética, diferente de Marx que diz que o motor da história é a luta de classes.A dialética é formada pela afirmação (ideia), negação (natureza, ideia alienada, mundo privado da consciência) e superação (espírito, ideia que toma consciência de si por meio da natureza). *Espírito é uma atividade da consciência que se manifesta no tempo e se expressa em três momentos diferentes: - Espírito subjetivo: espírito individual, ser de emoção, desejo, imaginação. - Espírito objetivo: opõe-se ao espírito subjetivo; espírito exterior, como expressão da vontade coletiva, da moral. - Espírito absoluto: realiza a síntese final; mais alta manifestação do espírito absoluto é a filosofia. SARTRE Sofreu influência da fenomenologia de Husserl e da filosofia de Heidegger. A resistência francesa na Segunda Guerra causou impactos na concepção política de engajamento de Sartre. Engajamento é a necessidade de se voltar para a análise da situação concreta, como responsável pelas mudanças sociais e políticas do seu tempo. A partir daí, a liberdade deixa de ser apenas imaginária. *Não é possível prever o conteúdo da moral, mas indagar se o que fazemos é ou não é em nome da liberdade. Para Sartre, a existência precede a essência, pois não há natureza humana, ou seja, não há um Deus para nos dar uma essência ao nascermos, como nós damos uma essência ao objeto que criamos antes mesmo deles existirem. Portanto, nós só existimos e,por conta disso, somos o nada, até nos definirmos como um ser dotado de essência. Ou seja, o ser humano primeiro existe, se descobre, surge no mundo e só depois se define. O homem é aquilo que ele se concebe durante a sua existência e, dessa forma, está condenado a ser livre, pois não há um Deus para conceber essa essência, portanto, o homem não é mais que o que ele faz. *A diferença entre o homem e as coisas é que só ele é livre para adquirir a sua própria essência a partir do que fizer durante a sua existência. Portanto, só o homem existe, pois é consciente, sendo capaz de ser autoreflexivo. - Angústia e má-fé: ao experimentar a liberdade, o indivíduo vive a angústia da escolha. Muitas pessoas fogem dessa angústia, alinhando-se à má-fé. Esta, por sua vez, caracteriza-se no sentimento de conformidade com tudo o que acontece, gerando o engano de si próprio, sob a justificativa que o seu destino já estava traçado, estreitando-se com o pensamento do “em-si”, portanto, assemelhando-se com as coisas. Essa recusa da liberdade, por não querer se responsabilizar pelas suas livres escolhas, Sartre dá o nome de “espírito de seriedade”.
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