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1049164 Texto 12 Pierre George Geopolítica das Minorias

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Geopolítica das Minorias
Pierre George
Introdução
O termo minoria ( acompanhado de um adjetivo para precisar melhor sua identidade: minoria lingüística, étnica, religiosa...( designa grupos humanos que se encontram "marginalizados", em posição de inferioridade numérica, salvo exceção e, ao mesmo tempo, de inferioridade política, social ou econômica, cultural etc... O fato de estar em minoria implica, ao mesmo tempo, o fato de ser "menor" jurídica ou sociologicamente. Trata-se, então, de uma realidade de ordem quantitativa e diferencial e, simultaneamente, de uma condição de dependência, ou ressentida como tal.
[...] Os sistemas totalitários excluem ou fecham em quadros limitativos as minorias, cujas lutas se exacerbam, ou que são constrangidas ao êxodo, transferindo-se ( sempre em condição minoritária ( para o interior de outras culturas, mais ou menos tolerantes. E, mesmo esse direito à emigração nem sempre é reconhecido em todo lugar.
[...] É grande a diversidade da gênese das minorias, de seu impacto espacial, de suas movimentações. Assim, essas minorias se constituem no objeto de uma geografia dos grupos humanos e de suas relações que, até aqui (1984), só foi esboçada em termos de estudos muito gerais. Mas, trata-se também, hoje em dia, de um tema de preocupação para governos e instituições internacionais, tais como o Alto Comissariado para os Refugiados. A questão merece ser tratada ao menos como orientação de pesquisa acadêmica e/ou como busca de sensibilização do público para situações que desembocam em mal-entendidos, conflitos e dramas.
A questão das minorias tem sido, até agora, visualizada sob três aspectos principais:
o da constituição, no tempo longo, das minorias históricas, as quais não podem ser negligenciadas pelos governos atuais;
o dos movimentos que criam, na atualidade, novos grupos minoritários: êxodos de refugiados, migrações em busca de trabalho, etc.;
aquele, enfim, do impacto sobre o espaço geográfico, através da constituição e da conservação, durante períodos mais ou menos longos de territórios minoritários, de regionalismos, de guetos urbanos.
Cada um desses aspectos implica na consideração simultânea das aspirações e das reivindicações das minorias e da atitude a seu respeito das sociedades-ambientes majoritárias [...].
A existência e a reanimação das minorias nacionais, lingüísticas, religiosas, em uma palavra, etno-culturais, ameaçam, em diferentes graus, os equilíbrios políticos de muitos setores do mundo contemporâneo.
[...] A existência de minorias consolidadas e combativas não deve ocultar a latência de minorias potenciais. [...] Nenhum continente está isento do processo de formação de minorias. Assim, tratar da questão das minorias é abordar um dos dados essenciais da política nacional e internacional, qualquer que seja seu impacto geográfico, que neste caso desempenha o papel de fixador espacial de antagonismos (sociais, econômicos, políticos). É por isso que o tema pede mais uma abordagem geopolítica do que uma simples análise de geografia política.
[...] Em um estudo que quer ser simplesmente introdutório, não se pode tratar de fazer um quadro ou uma lista de todas as minorias e de todos os movimentos minoritários. Trata-se, antes de tudo, de um diagnóstico, de um ensaio de tipologia, apoiado em exemplos representativos: uma introdução a uma análise global, que assume um lugar cada vez mais importante em um panorama do mundo atual.
Retrato e gênese das minorias
Um dos paradoxos da vida política contemporânea é a contradição entre duas tendências opostas da organização e da prática do espaço. A economia [...] propõe a reunião de extensões cada vez mais vastas sob a mesma tutela de empresas, ditas supra e transnacionais, e/ou de alianças políticas. Ao mesmo tempo, afirmam-se vontades de independência ou de autonomia de grupos que reivindicam sua personalidade histórica, a especificidade de suas tradições etno-culturais, em termos de particularismos lingüísticos que desembocam em posições antagônicas às da tendência de agrupamento e de unificação, ao ponto de comportar a reivindicação de privilégios ou de direitos políticos. Não é fora de propósito se questionar se não se trata de um jogo dialético em múltiplas ocasiões os enfrentamentos entre operações unificadoras, que tendem ao alargamento das bases espaciais do Estado, ou mesmo do império, e a afirmação de particularismos que tendem a fracioná-lo.
Este é um dos aspectos da tese desenvolvida por J.B. Duroselle, em seu livro Todo império perecerá. Trata-se, na verdade, de uma dialética mais complexa, que faz aparecerem a diversidade e a multiplicidade dos fermentos de desagregação engendrados por toda forma de crescimento e de autoritarismo, ao mesmo tempo que as formas de extensão a níveis diferentes de evolução das civilizações materiais e morais.
[...] Em termos concretos, enquanto a condição de sobrevivência econômica e talvez política dos Estados Europeus, ou da África e da América Latina é freqüentemente considerada em comunidades ou confederações orgânicas, proliferam os movimentos de integrismo local, de fracionamento político de pequenas unidades reivindicando uma identidade etno-cultural e uma herança da história [...]. A substância desses conflitos consiste nas relações entre forças de agrupamento que engendram situações de dominação "majoritária" e vontades de existir e de serem reconhecidas como minorias.
Se os grandes conjuntos e as forças unitárias ocupam o essencial da cena da geografia política e econômica, e são objeto de estudos globais relativamente simples, a agitação das minorias procede de uma multidão de situações particulares e de aspirações a soluções diferentes de acordo com o caso. Um esboço da diversidade das minorias, da afirmação de sua identidade e de suas reivindicações aparece como um importante tema da abordagem dos sistemas de relações entre os diversos elementos constitutivos da população dos Estados e entre coletividades etno-culturais e o espaço geográfico.
A origem
Um fator importante de diferenciação das minorias é sua origem. O caso mais simples é aquele de populações instaladas em um determinado espaço geográfico e que são submetidas por invasores. O efeito duplo é a redução dos vencidos à condição de habitantes minoritários de enclaves e a superposição de um povoamento e de uma estrutura política, cultural, econômica e social exógena, que se atribuem uma situação privilegiada, no quadro do espaço precedentemente ocupado por aqueles que se tornaram simultaneamente minoritários e dominados. O exemplo mais representativo é o da ocupação do continente americano por populações vindas da Europa, dando lugar a diversas formas de condição minoritária ameríndia [...]. Outros exemplos aparecem com os enclaves nos grandes domínios montanhosos, que possuem posição de refúgio, onde se concentraram os sobreviventes de populações vencidas e invadidas por grupos majoritários: Cáucaso, montanhas do Maghreb, dos Bálcãs, etc.
O segundo caso é aquele de populações sistematicamente introduzidas, em uma determinada época, em um espaço que não era originariamente seu, para assegurar a exploração de recursos locais ou a defesa de fronteiras, a serviço dos mestres do país, pouco numerosos [...]. O exemplo mais importante, pela massa humana envolvida [...] é aquele do tráfico dos negros africanos para a América tropical, as Caraíbas e o Sul dos Estados Unidos.
O terceiro caso é aquele da dispersão de populações expulsas de seus países de origem, em função de acontecimentos políticos, de perseguições religiosas, ou de populações engajadas em aventuras econômicas, criando as chamadas diásporas, cujos elementos, mesmo muito afastados uns dos outros, permanecem cultural e economicamente idênticos, como os judeus, armênios, libaneses, chineses, etc. A densidade do patrimônio cultural comum assegura às unidades dispersas em ambientes muito diferentes uma coesão de comportamento, de crenças, de modos de expressão, mesmo se as relaçõesde grupo a grupo são episódicas, e interrompidas durante longos períodos. A identidade e sua conservação repousam na memória coletiva. É ela que, mesmo sob as aparências de uma integração ao ambiente de vida, assegura a salvaguarda da autonomia do grupo e a manutenção da comunidade cultural dos diversos elementos da diáspora. Se as diásporas mais conhecidas são aquelas que foram criadas no longo prazo por grupos de uma capacidade de auto-conservação excepcional, o processo de dispersão inclui também êxodos de refugiados (mais recentes). Não se deve esquecer, por outro lado, que toda dispersão possui seu antídoto, ou seja, a reconcentração em núcleos localizados em áreas de acolhimento privilegiadas, que desempenham o papel de centros de atração e de fixação dos signos aos quais está ligada a identidade de grupo.
A forma mais recente de constituição de minorias resulta dos movimentos de mão-de-obra engendrados pelas desigualdades de desenvolvimento tecnológico e econômico. Milhões de homens têm sido deslocados durante as últimas décadas, dos países mais industrializados. [...] Seja como massas de trabalhadores isolados, seja como concentrações familiares, esses imigrantes constituem, nos países receptores, minorias que transferem consigo sua identidade cultural, mais ou menos em desacordo com as tradições dos meios de implantação, problema que se agrava pelas desigualdades econômicas e pela segregação residencial [...].
No plano teórico, o termo antagônico à manutenção de minorias é assimilação, que implica, no extremo, o desaparecimento total da identidade minoritária e, fundamentalmente, a perda da memória coletiva. Na maioria dos casos ocorrem diversas formas de compromissos de coexistência, que tornam sempre possível o reaparecimento da identidade e do fato minoritário, na medida em que forem questionadas as condições e formas de compromisso.
O papel do fator tempo é essencial. A sucessão de gerações que só estão integradas à minoria através de uma memória transmitida e que, além disso, sofrem a pressão e a sedução do meio ambiente, pode amortecer progressivamente a consciência de pertencer a uma minoria, sobretudo se esta consciência está carregada de um fator de inferioridade. O comportamento dos outros em relação à minoria é um aspecto decisivo das possibilidades de coexistência, em um primeiro tempo, e de inserção, em um segundo tempo.
[...] Mais freqüentemente, porém, a integração não passa de aparência e ilusão. A memória coletiva, mesmo em letargia, permanece, e acontecimentos de natureza bem diversa podem provocar seu novo despertar.
[...] A história dos séculos XIX e XX europeus atribui uma importância excepcional à formação de minorias nacionais, mas reconhece, também, importantes movimentos de refugiados, que deram lugar à formação de diásporas e, posteriormente, testemunha um forte processo de migração de trabalhadores. A carga cultural de uns e de outros é desigual e, sobretudo, as relações com o espaço são profundamente diferentes.
O espaço das minorias
Duas grandes séries de relações com o espaço podem ser destacadas: a das minorias instaladas em um espaço próprio e aquela das minorias inscritas sob a forma de "ilhas isoladas" no interior do espaço majoritário. Para simplificar, as primeiras podem ser chamadas de minorias espacialmente coerentes e as segundas, minorias difusas.
( As regiões minoritárias
As minorias e um espaço próprio são, antes de tudo, aquelas que resultaram da acumulação de vagas sucessivas de povoamento.
[...] Um povoamento exaustivo de um espaço minoritário dado é raro. Elementos da população majoritária se infiltram nos espaços minoritários, como fatores de enquadramento militar e administrativo e aí se multiplicam. Embora minoritários por seu turno, eles podem ocupar posições dominantes, na qualidade de representantes do poder. A história do século XIX na Europa central revela a fragilidade de tais situações. [...] Esta é, por exemplo, a origem da crise dos Sudetos, explorada pela Alemanha hitlerista para provocar o esfacelamento do Estado tchecoeslovaco (1938).
( O gueto
Se muda a escala e a atenção se volta para a repartição das populações urbanas, o fato minoritário se confunde com a "concentração insular", comumente designada pelo termo gueto. Trata-se de um espaço minoritário resultante das condições de agrupamento geográfico imposto, na Europa Central, às coletividades judaicas da Idade Média. Mas o gueto possui também seus homólogos na África do Norte e no Oriente Médio, onde são denominados mellahs e haras.
Porém, a realidade do gueto extrapola largamente a esfera das comunidades judaicas. R. Duchac observa, a partir do exemplo norte-americano, que, na cidade de Cleveland, o asilo de segurança e de identidade de coletividade etno-culturais em meio alógeno é a concentração em bairros que funcionam como conservatórios das tradições e dos hábitos de vida, não importando o destino das minorias, no longo prazo, em termos do processo de assimilação.
É, portanto, no nível da Geografia e da Sociologia urbanas que se coloca uma parte essencial da análise dos guetos. Uma outra parte importante é coberta pelos estudos históricos.
A consciência minoritária
A identidade de uma minoria repousa sobre sua memória coletiva, inseparável de suas particularidades etno-culturais. O conjunto dessas particularidades tem sido simbolizado pela imagem do que tem sido chamado de raízes.
Em relação a essa identidade, três processos podem ser considerados:
perda da identidade por diluição na cultura da população ambiente, que supõe uma adoção total dos signos e dos símbolos do meio envolvente, ou um sincretismo promovendo uma integração gradual a uma civilização aberta aos valores de uma e outra cultura;
a coexistência de coletividades distintas em um mesmo modo de vida, simbolizado por uma só língua de comunicação, as mesmas formas de atividade e consumo, a mesma escala social, mas cada qual guardando, pelo menos em parte, seu patrimônio, principalmente a religião e os usos a ela ligados. Trata-se, então,. de uma cultura dupla, tal como é representada pelas coletividades envolvidas. Um bom exemplo é o dos católicos irlandeses e os judeus na sociedade americana;
a conservação, no seio de uma etno-cultura majoritária, do máximo de heranças da cultura minoritária original, mesmo com algumas concessões ao poder majoritário. Esta conservação pode tornar-se o argumento de um debate no sentido de resolver a contradição entre a tendência unificadora do Estado e a vontade de salvaguardar as identidades dos grupos, tarefa mais fácil numa estrutura federal do que em uma estrutura centralizada. O melhor exemplo é aquele do Quebec, no Canadá.
Este mesmo exemplo permite, também, mostrar que a afirmação da identidade é um fenômeno histórico, com fases de intensidade desigual, muito sensível a todas as variações da conjuntura, embora a vontade de existir enquanto grupo seja constante. O elemento comum a toda manifestação da identidade do grupo é a referência à cultura herdada e a todos seus prolongamentos sob a forma de expressão original na literatura e na arte. [...] É essa continuidade dos valores compartilhados da identidade grupal que alimenta as doutrinas da afirmação de um direito nacional ou, ao mesmo, regional. Assim, a tomada de consciência do pertencimento a uma minoria é ponto de partida para a reivindicação de direitos que reconheçam sua existência e sua especificidade. Um dos debates mais importantes gerados a partir dessa reivindicação é o debate lingüístico. O mesmo pode ser dito daquele que se desenvolve no plano religioso.
Quanto ao território, o debate é também muito importante e variável de acordo com o caso. Para as minorias que conseguiram conservar seu espaço geográfico original [...], a reivindicação maior é a do reconhecimento da originalidade deste espaço, de sua diferenciação em relação aos espaços da cultura e da população majoritárias. Este, normalmente, é o tema dos regionalismos e da independêncianacional. Para as minorias que foram dispensadas ou transferidas para ambientes alógenos, o debate se volta ou para a obtenção de todos os direitos e privilégios conferidos à população majoritária ( o caso dos negros nos Estados Unidos ( ou para o sonho de retorno às fontes originais, como é o caso da criação do Estado de Israel ou da reivindicação dos armênios do reconhecimento de seus direitos de reconstituir um Estado em sua região de origem.
[...] Uma vez levantado o problema minoritário, os temas de identidade e da historicidade encontram eco na consciência coletiva, da qual o debate serve para redespertar a memória: e isto é também um exemplo da interferência do tempo curto no tempo longo e vice-versa. A consciência coletiva pertence ao tempo longo, enquanto a abertura do debate e seu desenvolvimento pertencem à essência do evento.
Minorias e Estado
[...] Uma sociedade ou um Estado multicultural e multilíngue pode apresentar duas formas principais de relacionamentos: uma coexistência harmoniosa repousando no respeito mútuo e na igualdade de direitos das diversas coletividades ou, então, uma situação diferencial.
[...] Se nos referimos à situação jurídica, a maioria será caracterizada pelo benefício de instituições e direitos que lhe asseguram a preeminência e a dominação em relação às minorias. [...] Há casos, porém, em que uma situação majoritária de direito pode privilegiar a coletividade menos numerosa: o exemplo, por excelência, é a da África do Sul, onde o apartheid se manifesta como a forma mais radical de segregação entre grupos diferentes da população, inclusive com uma forte projeção no plano territorial (os bantustans).
No caso de uma estrutura de Estado que garante a igualdade das diferentes coletividades, não há minoria ou maioria, mas pluralismo: a Suíça, por exemplo, busca alcançar este nível, mesmo que certos conflitos lingüísticos locais apareçam de tempos em tempos e provoquem retificações no estatuto jurídico e mesmo territorial.
[...] Mais delicado é o caso dos Estados multinacionais ou multiculturais, onde nenhum grupo dispõe de uma autoridade preeminente e onde o jogo das relações maioria-minoria varia de acordo com a conjuntura política e os efeitos de pressões externas. Este é o caso infeliz do Líbano.
Os regionalismos
[...] A época contemporânea viu o surgimento de reivindicações relativas ao reconhecimento da identidade de populações regionais, tendo por base particularidades lingüísticas, culturais, confessionais, resultantes freqüentemente de uma longa história. Seu alvo é o acesso a um estatuto de autonomia interna, no quadro de um espaço cultural, cujos limites estão para ser definidos no plano geográfico. Essas reivindicações freqüentemente se consolidam a partir da existência de uma situação de inferioridade econômica, por exemplo, no interior do Estado nacional: França e Córsega, Espanha e País Basco, Itália e Mezzogiorno são exemplos desse tipo de relação. Essas regiões já se beneficiam de um estatuto particular, porém esse estatuto não cobre todas as suas reivindicações. Um caso particular muito mais complexo é aquele do Ulster, onde se enfrentam duas populações antagônicas: protestantes, que pertencem à comunidade britânica, e os católicos que, embora no mesmo território, rejeitam a comunidade britânica. [...] Este relacionamento conflituoso é resultante, também, de um longo passado histórico, formador de memórias coletivas específicas.
GEORGE, Pierre. Géopolitique dès Minorités. Paris: PUF, 1984.
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