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3. AS PRIMEIRAS LEIS ESCRITAS E O CÓDIGO E HAMURABI
3.1.O crescente fértil e as primeiras leis escritas.
A região denominada crescente fértil é a região onde hoje está situado o Iraque, uma parte do Irã e parte de seus vizinhos (Ásia Menor). Este nome foi dado em razão da fertilidade que os rios Tigre e Eufrates proporcionavam àquela região, semelhante a uma lua crescente de cabeça para baixo. Os gregos a chamavam de MESOPOTÂMIA: (entre rios). Dois povos formavam a população da antiga Mesopotâmia: os sumérios e os acádios (semitas) 
Nesta região da Ásia Menor tivemos o aparecimento do que hoje se chama de civilização. O homem dividiu as horas, os minutos e segundos em sessenta, fez tijolos e erigiu grandes construções, criou a jardinagem, inventou o Estado e o Governo, fez as primeiras escolas. Mas a sua grandiosa invenção foi passar para uma superfície símbolos que expressavam uma ideia; a isso chamamos de escrita. O tipo de escrita que inventaram foi a cuneiforme. Cuneiforme é o sistema de escrita mais antigo que conhecemos, inventado pelos sumerianos, desde o 4º milênio. O termo cuneiforme caracteriza o aspecto anguloso dos símbolos, impressos em argila ou na pedra.
Portanto, estas pessoas foram as primeiras a terem leis escritas. O primeiro capítulo da História do Direito foi escrito na Mesopotâmia. Estes povos por sua vez irão inspirar os gregos e estes os romanos.
O Corpo de leis mais antigo que temos conhecimento até o momento, é o Código de Ur-Nammu, escrito por volta de 2040 a.C., surge na região da Suméria(baixa Mesopotâmia) elaborado pelo rei sumeriano com o mesmo nome; do qual chegaram até nós somente dois fragmentos de um tablete de argila. Há vestígios de textos anteriores, mas que ainda não foram descobertos.
O que chama a atenção neste Código de Ur-Nammu é o fato de que eram aplicadas multas em vez de penas corporais. Citamos como exemplo o descrito no item 8 deste documento:
“8. Um cidadão fraturou um pé ou uma mão de um outro cidadão durante uma rixa pelo que pagará 10 ciclos de prata. Se um cidadão atingiu outro com arma e lhe fraturou um osso, pagará uma mina de prata. Se um cidadão cortou o nariz a outro cidadão com um objeto pesado pagará dois terços de mina”
Em 1948 outras leis foram identificadas também na mesma região as leis de Eshunna(escritas por volta de 1930 a. C), escrita em babilônico e atribuído ao rei Bilalama. (Eshunna era uma cidade situada à margem do rio diyala, afluente do Tigre).
Também esta lei apresenta um sistema de penas baseado, sobretudo no princípio da indenização legal, isto é, o autor de uma infração deveria indenizar a vítima ou seus substitutos legais. Além da composição legal, a Lei de Eshunna, em determinados crimes aplicava a pena de morte, como, por exemplo, o arrombamento noturno praticado contra a propriedade de certa classe de cidadãos, certos raptos, adultério, homicídio por negligência. 
As leis de Eshunna, para efeito de punição, classificam os delitos em: a) delitos contra os bens; b) delitos contra as pessoas; c) delitos contra bens e pessoas. Interessante que o Direito Penal brasileiro divide o Código Penal em partes semelhantes.
No final de 1901 uma expedição arqueológica de franceses, chefiada por Jacques Morgan, descobriu em escavações na cidade de Susa(Pérsia) um conjunto de leis com 282 artigos, postos de maneira organizada, ao qual se deu o nome de Código Hammurabi. 
Hammurabi, segundo levantamentos históricos, reinou na Babilônia entre 1792 a 1750 a.C.. De acordo com alguns estudiosos o Código deve ter sido escrito por volta de 1780 a.C. 
3.2. A Babilônia de Hammurabi
A História da Babilônia remonta ao segundo milênio da era pré-cristã, quando um grupo de nômades (acadiano) fixou-se em uma localidade chamada BABILA ou Bab-Ilim(Babilônia ou Babel – porta de Deus) às margens do rio Eufrates.
Sumuabum (1894-1881 a.C.), chefe deste grupo acadiano começou a expansão territorial da Babilônia, mas foi seu sucessor, Sumula’el(1880-1845 a.C.), que com vitórias sobre os vizinhos, consolidou a independência da cidade.
Os reis posteriores incorporaram a cultura suméria e somaram-na à cultura arcádica. Mas somente em 1792 a. C., com a ascensão de Hammurabi a Babilônia cresceu em poder. Este rei que reinou de 1792-1750 a. C., com imensa habilidade em política de alianças, mais que dobrou o território que seu pai havia deixado, estendendo a hegemonia política da Babilônia sobre várias cidades-estado da Mesopotâmia(Mari, Isin, Uruk, Ur, Nipur, Esuna e da região de Larsa). Tornando a Babilônia a primeira metrópole do mundo.
Desta forma no território governado por Hammurabi havia vários povos de diferentes culturas, línguas e raças. Para exercer seu poder foram necessários mecanismos de unificação em meio a tanta heterogeneidade. Hammurabi utilizou-se de três elementos para empreender esta unificação: a língua, a religião e o direito. 
3.2.1. Código de Hamurabi
No direito o ligame se deu através da elaboração de um Código. Este teve uma penetração enorme, tanto é, que mil anos depois ainda era aplicado na Babilônia. Não é um código especializado, pois contém todo o ordenamento jurídico da cidade: organização judiciária, direito penal, processual, contratos, casamento, família, sucessões, direito de propriedade. Não tem ordem sistemática, visto que se trata de uma coletânea de julgados ou de hipóteses acompanhadas de decisões. Os artigos apresentam um caso concreto acompanhado de sua solução jurídica. Os seus preceitos estão formulados em breves sentenças.
Gravado em caracteres cuneiformes, com aproximadamente 3.600 linhas, em um enorme bloco cilíndrico de pedra negra, diorito de 2,25m de altura por 2 m de circunferência.
Trata-se do primeiro corpo de leis que se tem conhecimento que foi proclamado publicamente por um governador, arranjadas em grupos ordenados, de modo que todos os homens pudessem saber o que era exigido deles.
Hammurabi, não apenas usou o Código como ferramenta de controle, ele também reorganizou a Justiça (em moldes muito próximo aos que hoje utilizamos). A justiça era exercida, a princípio, pelos sacerdotes (juízes do templo) em nome dos deuses, com Hammurabi, passa a ser exercida por juízes civis. No entanto, o rei era o juiz supremo. 
Foi estabelecida uma organização judiciária, então, que incluía até o Ministério público e um direito processual.
Todo este sistema judiciário estava dominado pela autoridade soberana do rei. Juiz supremo poderia avocar a si todas as causas. O poder real, porém, só pode perdoar quando o ressentimento for aplacado.
3.3. Alguns Preceitos do Código de Hammurabi
 
	3.3.1.Pena do Talião. 
A expressão talião deriva do latim “tallis” que significa tal e qual. É apontado por alguns como sendo a primeira forma que as sociedades encontraram para estabelecer as penas para seus delitos. Este princípio é exemplificado na Bíblia com a frase “olho por olho, dente por dente”, não é uma lei, mas uma ideia que reflete que a pena para o delito é equivalente ao dano causado. Nestes termos, ninguém sofre “pena de talião”, mas baseado neste princípio, sofre como pena o mesmo sofrimento que impôs ao cometer o crime. Este princípio tem como objetivo propiciar a aplicação da proporcionalidade ou equivalência entre crime e pena. Não se leva em conta desculpas ou justificativas apenas o fato. 
No entanto, havia uma exceção: um acusado tinha permissão de atirar-se ao rio Eufrates. Aparentemente, a arte da natação era desconhecida, pois, se a corrente o trouxesse vivo à margem, ele era declarado inocente; se afogasse, era culpado. Assim, a crença era a de que a fé na justiça neste tempo estava nas mãos dos deuses e não na dos homens( ordálios).
O Código de Hammurabi utiliza muito este princípio no tocante aos danos físicos, chegando a aplicá-lo radicalmente mesmo quando, para conseguir a equivalência, penaliza outras pessoas que não o culpado. 
Ex: Se um homem furar o olho de um homem livre, ser-lhe-á furadoo olho; Se um homem bater em seu pai, terá as suas mãos cortadas; Se um arquiteto construir para outrem uma casa e não a fizer bastante sólida, se a casa ruir, matando o dono o arquiteto deverá ser morto”.
Outra observação a ser feita é de que o princípio da Pena do Talião não era aplicado no caso de escravos e crianças, visto que estes eram considerados como objetos ou bens alienáveis, deveria ocorrer o ressarcimento material.
 
	3.3.2.Falso Testemunho
	O falso testemunho é tratado com severidade pelos povos antigos porque provas materiais eram mais difíceis, contando mais nos processos somente com as provas testemunhais.
	O Código separa uma causa de morte de uma causa que envolve pagamento, nesta última o ônus do falso testemunho é o pagamento da pena do processo. Em outros casos a sanção para o falso testemunho é a pena de morte.
	Ex: “Se uma pessoa trouxer uma acusação de qualquer crime perante os anciãos e não provar o que declarou, deverá ser, se a declaração for uma ofensa capital, condenada à morte”.
	3.3.3.Roubo e Recpetação
O Código de Hammurabi penaliza tanto o que roubou ou furtou quanto o que recebeu a mercadoria roubada.
	Ex: roubo: “Se alguém abrir um buraco em uma casa(invasão para roubar), deverá ser condenado à morte em frente ao buraco e ser enterrado”. “SE alguém estiver cometendo um roubo e for pego, deverá ser condenado à morte”. 
Ex. receptação: “Se alguém roubar a propriedade de um templo ou da corte, deverá ser condenado à morte; e aquele que dele receber o item roubado deverá ser condenado à morte.
	
3.3.4. Família.
	O Código de Hammurabi consagra 67 artigos à família e os efeitos do casamento com relação à propriedade. O sistema familiar da Babilônia de Hammurabi era patriarcal e o casamento, monogâmico, embora fosse admitido o concubinato, no caso de esterilidade da mulher. A concubina jamais tinha o status ou os mesmos direitos de esposa.
 	O casamento legítimo era só aquele que houvesse contrato, e este devia ser escrito. Seu regime era o que hoje denominamos regime de comunhão de bens. O casamento era entendido como uma aquisição(dote).
	Havia possibilidade do casamento entre as camadas sociais e o código não somente admitia isto como regulamentava a herança dos filhos nascidos deste tipo de casamento.
	3.3.5. Divórcio
	O marido podia repudiar a mulher nos casos de recusa ou negligência em seus deveres de esposa e de dona-de-casa.
	Qualquer dos dois cônjuges podia repudiar o outro por má conduta, mas neste caso a mulher para repudiar o homem devia ter uma conduta ilibada.
	
3.3.6. Adultério.
	
	Quando pegos, as adúlteras eram condenados à morte, entretanto o Código previa o perdão do marido. E neste caso o rei poderia perdoar o homem.
	
3.3.7. Processo
	Hammurabi irá propiciar, também, à justiça uniformidade de organização, regulamentando cuidadosamente o processamento das ações, tais como: propositura, o recebimento ou não pelo juiz, a instrução completa pelo depoimento de testemunhas e diligências “in loco” e, finalmente a sentença. 
	3.3.8. Trabalho
	O código traz leis sobre o trabalho. É o primeiro que se tem notícia que indica o pagamento dos serviços do médico, e de outros profissionais como lavradores, pastores, tijoleiros, alfaiates, carpinteiros etc. Todavia, ele, também prevê punição para o erro médico.
3.3.9. Defesa do Consumidor.
Neste código havia também leis que protegiam os cidadãos dos maus prestadores de serviço, pelos menos em alguns casos. Ex. pedreiro.
Em linhas gerais podemos dividir o Código nos seguintes assuntos:
1. Arts. 1 a 5: leis penais relativas a fraudes processuais;
2. Arts. 6 ao 126: direito de propriedade;
3. Arts. 127 ao 195: direito de família e sucessões;
4. Arts. 196 ao 214: leis penais relativas às lesões corporais;
5. Arts. 215 ao 241: responsabilidade profissional( direitos e obrigações de:
	5.1. médicos(215-223);
	5.2. veterinários (224-225)
	5.3. barbeiros (226 – 227)
	5.4. pedreiros 9228 – 233)
	5.5. barqueiros (234-240)
6. Arts. 241ao 277: regulamentação de preços e salários;
7. Arts 278 a 282: regula a posse e propriedade dos escravos. 
Em síntese, podemos dizer que o Código regula de forma clara e definida a organização da sociedade. O Código de Hammurabi não foi na verdade o primeiro. As leis precedentes desapareceram, mas foram encontrados diversos traços delas, e o próprio Código implica sua existência. Seu feito foi organizar um sistema legal já há muito estabelecido. 
QUESTIONÁRIO
Questões Fechadas
1. Qual é o corpo de leis mais antigo que se conhece, até o presente momento?
	a)Ur-Namur;
	b)Eshunna;
	c)Código de Hammurabi;
	d)Legislação Mosaica.
2. De acordo com as Leis de Eshunna é incorreto incluir para efeitos de punição na classificação dos delitos: 
a) delitos contra os bens; 
b) delitos contra as pessoas; 
c) delitos contra bens e pessoas;
d) delitos contra a fauna.
3. O primeiro corpo de leis que se tem conhecimento que foi proclamado publicamente por um governador, arranjadas em grupos ordenados, de modo que todos os homens pudessem ler e saber o que era exigido deles foi:
a) Lei de Eshunna;
b) Código de Ur-Nammu;
c) Código de Hammurabi;
d) Código de Moisés.
4. Qual o Código que utiliza a pena do talião chegando a aplicá-lo radicalmente mesmo quando, para conseguir a equivalência, penaliza outras pessoas que não o culpado?
a) Código de Ur-Nammu;
b) Código de Hammurabi;
c) Código de Manú;
d) Leis de Eshunna .
5. Regula de forma clara e definida a organização da sociedade. Não foi na verdade o primeiro. As leis precedentes desapareceram, mas foram encontrados diversos traços delas, e o próprio Código implica sua existência. Seu feito foi organizar um sistema legal já há muito estabelecido. Qual este Código?
a) Código de Hammurabi;
b) Leis de Eshunna;
c) Código de Moisés;
d) Código de Manú
6. Qual o Código era aplicada multas em vez de penas corporais?
a) Código de Hammurabi;
b)Código de Manú;
c) Código de Ur-Nammu;
d) Lei Mosaica.
10. No final de 1901 uma expedição arqueológica de franceses, chefiada por Jacques Morgan, descobriu um conjunto de leis com 282 artigos, postos de maneira organizada, ao qual se deu o nome de:
a) Lei de Eshunna;
b) Código de Hammurabi;
c) Código de Ur-Nammu;
d) Lei Mosaica.
7. Este princípio tinha como objetivo propiciar a aplicação da proporcionalidade ou equivalência entre crime e pena. Não se leva em conta desculpas ou justificativas apenas o fato. Este princípio é o:
a) da intolerância;
b) da ponderação;
c) da razoabilidade;
d) da pena do talião.
8. O código traz leis sobre o trabalho. É o primeiro que se tem notícia que indica o pagamento dos serviços do médico, e de outros profissionais como lavradores, pastores, tijoleiros, alfaiates, carpinteiros etc. Todavia, ele, também prevê punição para o erro médico. Qual é este Código?
a) Código de Hammurabi;
b) Lei de Eshunna;
c) Código de Ur-Nammu;
d) Lei Mosaica.
9. Neste código havia também leis que protegiam os cidadãos dos maus prestadores de serviço, pelos menos em alguns casos. Ex. pedreiro. Qual é este Código?
a) Código de Moisés
b) Código de Eshunna;
c) Código de Ur-Nammu;
d)Código de Hammurabi.
Questões abertas
10. No tocante à aplicação de penas qual a diferença básica entre as leis de Ur-Nammu e o Código de Hammurabi
11. Como era a organização da justiça no tempo de Hammurabi?
12. Como desenvolvia os processos no tempo de Hammurabi?

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