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AULA 3 DIREITO CONTRATUAL

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1 
 
AULA 3 - DIREITO CONTRATUAL 
 
1. Da Compra e Venda – Fixação do preço, Riscos, Vendas Especiais, Retrovenda. 
2. Da Troca ou Permuta e do Contrato Estimatório. 
3. Da Doação I e II. 
4. Da Locação de Coisas. 
5. Do Empréstimo – Comodato. 
6. Da Prestação de Serviços e da Empreitada. 
 
 Parte especial dos contratos - entre os arts. 481 e 853 (Contratos 
Típicos ou nominados). 
 
 
 
Da Compra e Venda1 
 
Origem 
 
Deu-se na troca já que o homem primitivo não conhecia o 
dinheiro. 
 
Com o surgimento do dinheiro, fez surgir o contrato de compra e 
venda, que é a troca de coisa por dinheiro. 
 
 
Natureza jurídica: 
 
◦ bilateral perfeito ou sinalagmático, gerando obrigações 
recíprocas; 
 
◦ consensual, em regra, se aperfeiçoando com a entrega da 
coisa; 
 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e 
perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço. 
 
 
 ◦ Oneroso (pagamento X recebimento do bem); 
 
 ◦ Comutativo, em regra, pois gera prestações recíprocas. 
Mas pode ser Aleatório, quando tiver como objeto coisa futura 
sujeita risco. 
 
Ex. Comutativo: compra e venda clássica. 
 
1 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Contratos e Atos Unilaterais, vol.III. 
10. ed, São Paulo˸ Saraiva,2013. 
 
2 
 
Ex. Aleatório: contrato jogo, aposta, seguro, venda de coisa futura 
(458 e 459 CC). 
 
 
 
Conceito e características 
 
Uma parte se obriga a transferir a outra o domínio de uma coisa 
mediante o pagamento de certo preço em dinheiro. 
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir 
o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. 
 
 Não transfere o domínio (propriedade) porque esta depende da 
tradição, quando se tratar de bem móvel (art. 1226 e 1267 CC), e 
do registro, quando se tratar de imóvel (1227 e 1245 CC). 
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou 
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. 
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos 
entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos 
referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. 
 
 Com relação à tradição, até a entrega os riscos são do vendedor e, 
depois de entregue, do comprador (princípio res perit domino - a 
coisa perece para o dono). 
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta 
do vendedor, e os do preço por conta do comprador. 
 
Ex.: “se você compra uma geladeira à vista e vai aguardar em casa 
que a loja entregue, porém o caminhão é roubado, o prejuízo será da 
loja que vai ter que lhe entregar outra geladeira; 
todavia, se você compra um celular a prazo, sai com o aparelho da 
loja e você é roubado, o prejuízo será seu e você terá que pagar as 
prestações”.2 
 
Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-
á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda. 
 
 
 
2 http://rafaeldemenezes.adv.br/aulas/contratos/6 
 
3 
 
Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do 
comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de 
transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor. 
 
 
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da 
tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na 
entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado. 
 
 
 se ele não o fizer será cabível as perdas e danos do art. 389 CC, 
de acordo com as exceções do art. 475 CC. 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais 
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e 
honorários de advogado. 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, 
se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, 
indenização por perdas e danos. 
 STJ TEM ENTENDIDO QUE QUANTO AS RELAÇÕES 
CONDOMINIAIS (CONDOMÍNIO E CONDÔMINO) NÃO CABE A 
APLICAÇÃO DA EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO. 
TJ-PR - Apelação Cível AC 4770343 PR 0477034-3 (TJ-PR) 
Data de publicação: 31/07/2008 
Ementa: AÇÃO DE COBRANÇA. TAXAS CONDOMINIAIS. ASSEMBLÉIA GERAL QUE 
ESTABELECE A CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA DOS CONDÔMINOS PARA COBRIR OS 
CUSTOS DE PINTURA E OBRAS DE REPARAÇÃO NO EDIFÍCIO. CASAL RÉU, PROPRIETÁRIO 
DO APARTAMENTO DE COBERTURA, QUE NÃO PAGA REFERIDA CONTRIBUIÇÃO, 
ALEGANDO EXCEÇÃO DOCONTRATO NÃO CUMPRIDO, ISTO É, QUE SUSPENDERAM O 
PAGAMENTO EM RAZÃO DE PROBLEMAS NO TELHADO E LAJES COM INFRINTAÇÕES E 
GOTEIRAS NO APARTAMENTO DOS MESMOS. PEDIDO CONTRAPOSTO COM PRETENSÃO 
DE RECEBER INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MATERIAIS NO VALOR DE R$100.000,00 E 
DANOS MORAIS. SENTENÇA QUE JULGA PROCEDENTE O PEDIDO INICIAL E 
IMPROCEDENTE O PEDIDO CONTRAPOSTO. Apelação PARTICIPAÇÃO DO CONDÔMINO NAS 
DESPESAS. OBRIGAÇÃO QUE TEM NATUREZA PROPTER REM, SEM QUALQUER ÍNDOLE 
CONTRATUAL, MAS SIM INSTITUCIONAL. INADMISSIBILIDADE DE ALEGAÇÃO DE 
 EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO. SENTENÇA MANTIDA Possíveis 
irregularidades advindas da construção do prédio, ainda não sanadas por inadimplência da 
construtora, não tem o condão de afastar do condômino a obrigação de pagar as quotas condominiais. 
Tendo em vista que a relação entre o condomínio e o condômino não é contratual, mas sim institucional, 
incabível a exceção docontrato não cumprido. RECURSO DESPROVIDO 
 
 
4 
 
Elementos: 
a) Coisa (Res): é o objeto da obrigação do vendedor que, em geral é 
corpórea e tangível; mas pode também ser incorpórea como o direito 
autoral. 
Normalmente o contrato é de coisa presente, mas pode ser 
futura (contratos aleatórios). 
 Devem ser úteis, apropriáveis, determinados ou 
determináveis (coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e 
quantidade, determinável na escolha e a obrigação alternativa). 
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a 
transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. 
Ex.: não cabe a venda do ar atmosférico, mas sim do oxigênio 
devidamente engarrafado; não se pode vender aquilo que está fora do 
comércio, como bens com cláusula de inalienabilidade colocada em 
doação ou testamento; os direitos de personalidade; os órgãos do corpo 
humano etc. 
 É nula a venda de coisa inexistente, mas pode ser existência 
futura como o contrato de venda de safra futura (aleatório). 
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste 
caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das 
partes era de concluir contrato aleatório. 
* no CDC a coisa é o produto. 
 
b) Preço: é objeto da obrigação de dar do comprador, que geralmente é 
em dinheiro, mas pode ser em cheque, cartão. 
● O preço precisa ser combinado pelas partes, não se admitindo o 
contrato que se deixa ao arbítrio de uma única parte quanto ao preço. 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e 
perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço. 
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio 
exclusivo de uma das partes a fixação do preço. 
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para 
a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se 
sujeitaram ao preço corrente nas vendashabituais do vendedor. 
5 
 
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, 
prevalecerá o termo médio. 
 
● Um terceiro pode fixar o preço (arbitramento). 
 
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que 
os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a 
incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes 
designar outra pessoa. 
 
 
● O preço pode também ser fixado pelo mercado. 
 
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de 
bolsa, em certo e determinado dia e lugar. 
 
Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, 
desde que suscetíveis de objetiva determinação. 
 
 
● Além do preço, gera outras despesas (transporte do bem móvel, 
registro do imóvel). 
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro 
a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. 
 
 
● Normalmente, o vendedor primeiro apresenta o preço para 
depois entregar a coisa. 
 
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a 
coisa antes de receber o preço. 
 
 
 
c) Consenso: todo contrato sempre exige acordo de vontades sobre o 
disposto nele, devendo as partes ter capacidade para contratar e sua 
vontade estar livre de qualquer impedimento. 
 
Além da capacidade, deve ter legitimidade (autorização) para 
comprar e vender: 
I) O cônjuge não pode vender um bem imóvel sem a 
autorização do outro cônjuge (outorga uxória), sendo anulável tal ato. 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, 
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
6 
 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, 
quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível 
concedê-la. 
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária, 
tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a 
anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. 
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento 
público, ou particular, autenticado. 
 
 II) Um pai não pode vender um bem a um filho sem a 
autorização dos demais filhos, sob pena de anulabilidade 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros 
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge 
se o regime de bens for o da separação obrigatória. 
 III) O tutor não pode comprar os bens do órfão que ele 
administra; o Juiz não pode comprar os bens penhorados do devedor 
no processo de execução, sob pena de nulidade, etc. 
 Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta 
pública: 
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens 
confiados à sua guarda ou administração; 
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a 
que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; 
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros 
serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar 
em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a 
sua autoridade; 
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam 
encarregados. 
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito. 
 
IV) Um condômino não pode vender sua parte a terceiro se 
outro condômino a quiser (direito de preferência), sob pena de 
anulabilidade. 
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a 
estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não 
se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte 
vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de 
decadência. 
7 
 
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias 
de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem 
iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando 
previamente o preço. 
Ex.: Pedro e Carla são donos de uma lancha, e se Carla quiser 
vender sua parte deverá antes oferecer a Pedro. 
 
 
 Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens 
excluídos da comunhão. 
 
 
 
Vendas Especiais 
 
 Venda mediante a apresentação de amostras, protótipos ou 
modelos, o vendedor deve assegurar que a coisa tenha as 
qualidades apresentadas. 
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, 
entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas 
correspondem. 
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver 
contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato. 
 
 
 Venda ad mensuram quando se determina a área do imóvel 
vendido (apto de 100 m2, fazenda de 50 ha), ou o preço de cada 
metro ou há, que se não respeitada, cabe complemento, resolução 
contratual ou abatimento do preço. 
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de 
extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em 
qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o 
complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do 
contrato ou abatimento proporcional ao preço. 
 
 Venda ad corpus, presume-se que a coisa é conhecida por quem a 
compra (apto da Construtora A. Yoshii, Fazenda São Paulo), de 
modo que não se pode falar de abatimento do preço. 
Art. 500, § 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de 
excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido 
8 
 
apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo 
expresso, ter sido a venda ad corpus. 
 
 
Cláusulas especiais à compra e venda- retrovenda 
 - modificam o contrato e são opcionais, podendo ou não estar presentes 
nos contratos, a critério das partes. 
 
a) Retrovenda: vendedor combina com o comprador o direito de, 
em até três anos, recomprar o imóvel vendido, devolvendo o preço e 
todas as despesas feitas pelo comprador (só para imóveis). Chamada 
também de pacto de resgate ou de retrato. 
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-
la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e 
reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de 
resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de 
benfeitorias necessárias. 
 
 
“Não será necessário novo contrato de compra e venda, e nem novo 
pagamento de imposto de transmissão se o vendedor exercer seu 
poder.” 3 
 
“O comprador se torna dono da coisa, mas sua propriedade não é 
plena e sim resolúvel, ou seja, pode ser resolvida (= extinta) se o 
vendedor exercer a opção. É direito potestativo do vendedor exercer a 
retrovenda, de modo que o comprador não pode se opor.”4 
 
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o 
vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente. 
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o 
vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o 
comprador. 
 
 
Essacláusula deverá ser registrada em Cartório de Imóveis, 
dessa forma, se um terceiro adquirir tal imóvel fica sujeito também à 
 
3 http://rafaeldemenezes.adv.br/aulas/contratos/6 
4 http://rafaeldemenezes.adv.br/aulas/contratos/6 
 
9 
 
retrovenda. Mas deve ser exercida em três anos, sendo o prazo 
decadencial, gerando a perda do direito. 
Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e 
legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente. 
 
Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo 
imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele 
acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, 
contanto que seja integral. 
 
 
 
b) Venda a contento: 
Se for inserida no contrato, permite desfazer o mesmo se o 
comprador não gostar do bem, sendo direito seu desfazer a mesma 
(potestativo). 
Ex: vendo um carro com prazo de 7 dias para o comprador 
experimentá-lo 
Espécies: 
b.1) Suspensiva: ad gustum ou degustação e sujeita a prova, em 
ambas o comprador fica como comodatário (empréstimo). 
Venda ad gustum (degustação) - aplicável a gêneros 
alimentícios. 
Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob 
condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará 
perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. 
Sujeita a prova - o comprador adquire a coisa por 
empréstimo. Se gostar, compra; se não, devolve. 
Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição 
suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja 
idônea para o fim a que se destina. 
Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob 
condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não 
manifeste aceitá-la. 
 Como a coisa é do vendedor, se perecer enquanto o comprador 
experimenta, o prejuízo será por conta do vendedor, afinal res 
perit domino (a coisa perece para o dono). 
10 
 
 
b.2) Resolutiva: o comprador paga o preço e adquire a coisa como 
dono, mas se não gostar devolve a coisa. Tem direito ao dinheiro de 
volta. 
Se a coisa vier a perecer durante a prova o prejuízo será do 
comprador. Se vendedor e comprador não estipularem prazo para a 
prova do bem, o vendedor deverá intimar o comprador para se 
manifestar. 
Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o 
vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em 
prazo improrrogável. 
 
c) Preempção ou direito de preferência: 
Obriga o comprador de coisa móvel ou imóvel a oferecê-la ao 
vendedor caso resolva aliená-la a um terceiro, a fim de que o vendedor 
exerça seu direito de preferência. 
Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de 
oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que 
este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. 
Requisitos: 
- comprador queira vender 
- vendedor (ex-dono) pague o mesmo preço oferecido pelo terceiro, 
e não o preço pelo qual vendeu. 
Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimando 
o comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa. 
Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder, obrigado a 
pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado. 
 
- Prazo para ser exercido o direito: se o comprador quiser vender o 
imóvel a um terceiro em até dois anos após a compra, o vendedor terá 
sessenta dias para se manifestar. É direito personalíssimo. 
Art. 513, Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não 
poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. 
11 
 
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a 
coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo 
nos sessenta dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o 
vendedor. 
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. 
 
Espécies: 
a) convencional: depende de contrato/de acordo de vontades, é a 
preferência que nos interessa; 
b) legal: interessa ao Direito Público, quando, por exemplo, o 
Estado desapropria um terreno para fazer uma estrada, e depois não faz 
mais a obra, colocando a venda, cabe então preferência ao ex-dono para 
readquirir o imóvel. 
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, 
ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for 
utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, 
pelo preço atual da coisa. 
 Se o comprador vender o bem a um terceiro sem oferecer ao 
vendedor, este não poderá recuperar a casa do terceiro. 
 
 Mas terá direito de exigir uma indenização do comprador que não 
respeitou a cláusula da preempção. 
Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter 
dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. 
Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé. 
 
 
d) Venda com reserva de domínio: 
 - Aplicável na venda a prazo de bens móveis individualizáveis e 
duráveis (ex: carros, máquinas), onde a coisa fica como garantia das 
prestações referentes a compra realizada. 
* Não se aplica a imóveis. 
* Se for vendida pelo comprador a terceiros, em regra, a venda 
deve ser desfeita, mas caso o terceiro for de boa-fé, desconhecendo a 
reserva de domínio, a venda pode prevalecer. 
12 
 
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa 
insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na 
dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé. 
 
 
- Com ela o comprador assume a posse da coisa, mas só se torna 
seu proprietário após pagar o preço integral. 
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a 
propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. 
 
- Normalmente a simples tradição já transmite a propriedade do 
bem móvel, mas aqui, além da tradição, o vendedor exige o pagamento 
integral do preço. 
- A coisa pertence ao vendedor até o pagamento de todas as 
prestações e, regra geral, o prejuízo pela sua destruição também deveria 
ser dele (res perit domino - a coisa perece para o dono). 
* Exceção a este princípio - res perit emptoris - a coisa perece para 
o comprador. 
Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em 
que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o 
comprador, a partir de quando lhe foi entregue. 
 
 - O comprador, então, não será dono da coisa até que as 
prestações sejam quitadas, e por isso o vendedor poderá, caso as 
prestações não sejam pagas, requerer judicialmente a coisa que é sua, 
além das perdas e danos por descumprimento do contrato. 
* O bem precisa ser individualizado (ex: cor, ano, modelo, placa, 
chassis, etc.) para permitir a apreensão judicial em caso de 
descumprimento do contrato. 
Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a 
competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe 
for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida. 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, 
mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, e honorários de advogado. 
13 
 
 
Art. 525. O vendedor somente poderá executara cláusula de reserva de domínio 
após constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação 
judicial. 
Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posteriormente, 
mediante financiamento de instituição do mercado de capitais, a esta caberá exercer 
os direitos e ações decorrentes do contrato, a benefício de qualquer outro. A operação 
financeira e a respectiva ciência do comprador constarão do registro do contrato. 
 
 - Se o bem for retomado pelo vendedor, este não poderá ficar com 
o mesmo, devendo vendê-lo para cobrir seu prejuízo e devolver o que 
exceder ao comprador. 
Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao vendedor 
reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as 
despesas feitas e o mais que de direito lhe for devido. O excedente será devolvido ao 
comprador; e o que faltar lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual. 
Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender, judicial 
ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu 
crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor. 
 - Quem compra com reserva de domínio, não pode atrasar o 
pagamento das prestações, mas pode antecipá-las. Trata-se de um 
contrato definitivo com cláusula de reserva de domínio, devendo 
esta ser expressa. 
- Senão somente é venda a prazo, tornando-se o comprador 
proprietário pela simples tradição. Nesse caso, o não pagamento das 
prestações se resolve em perdas e danos apenas. 
Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e 
depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros. 
 Registro no Cartório de Títulos e Documentos mas a 
jurisprudência tem dispensado tal registro. 
 
 Troca ou Permuta e Contrato Estimatório5. 
Troca, Permuta ou Escambo 
 
5 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Contratos e Atos Unilaterais, vol.III. 
10. ed, São Paulo˸ Saraiva,2013. 
14 
 
- contrato pelo qual as partes se obrigam, a transferir o domínio 
de uma coisa por outra, gerando uma obrigação recíproca 
* Em regra, tudo o que pode ser vendido pode ser trocado (móvel, 
imóvel, tangível, intangível, fungível, infungível). 
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as 
seguintes modificações: 
 
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade 
as despesas com o instrumento da troca; 
 
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, 
sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante. 
 
Contrato Estimatório6 
 - Conhecido como contrato de venda em consignação, utilizado na 
venda de carros usados, eletrodomésticos usados, para quadros e obras 
de arte. 
 - É chamado de estimatório, porque quem deixa em consignação 
estima o preço que quer pelo produto, e quem recebe para venda, coloca 
o seu preço; o lucro sobre o primeiro pertence ao segundo. 
- Caso a coisa não tenha sido vendida no prazo combinado, 
o consignatário poderá devolvê-la ao consignante ou comprá-la pelo 
preço estimado. 
● Só se forma com a entrega da coisa (entrega), sendo oneroso, 
comutativo e bilateral. 
● Não se aplica a imóveis. 
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao 
consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, 
salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. 
 
- Neste o consignatário atua em nome próprio perante terceiros 
compradores. Caso a coisa consignada tenha sido destruída ou furtada 
o prejuízo será do consignatário, o qual terá que ressarcir o 
preço estimado ao consignante. 
 
6 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Contratos e Atos Unilaterais, vol.III. 
10. ed, São Paulo˸ Saraiva,2013. 
 
15 
 
● Mas isso não implica em propriedade do consignatário, este 
somente tem a posse (a propriedade é do consignante e será passada ao 
terceiro comprador do bem, diretamente do consignante). 
Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a 
restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele 
não imputável. 
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro pelos 
credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço. 
 
- Mas consignante perde até o direito de dispor do bem, salvo se a 
coisa não for vendida e retornar às suas mãos. Se o consignante quiser 
retomar o bem antes do prazo ajustado, o consignatário pode impedir 
ajuizando uma ação judicial de manutenção de posse. 
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou 
de lhe ser comunicada a restituição. 
 
 
 
Da Doação 
 
Regras gerais: 
 
Contrato pelo qual o doador, se obriga a transferir gratuitamente 
um bem de sua propriedade para o donatário. 
 
 
Doação pura: é aquela de plena liberalidade, sem nenhuma 
exigência, condição ou encargo. É a doação mais comum. 
 
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, 
transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. 
 
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não 
perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a 
gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto. 
 
 
 Gera gratuidade: a circulação do bem de uma pessoa para outra é 
gratuita. 
 
 
16 
 
 Gera obrigação: a doação, por si só, não transfere propriedade, 
sendo necessário a tradição e o registro (imóveis). 
 
 
* pode ser feita por escritura pública (imóveis exigem escritura 
pública com autorização do cônjuge do doador), particular (móveis 
exige o instrumento de doação) ou verbal (bens móveis de pequeno 
valor, exigindo tradição) 
 
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. 
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e 
de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. 
 
 
* Bem: o objeto da obrigação de dar do doador tem que ser lícito e 
pertencer ao doador, e ser de coisa presente. 
 
 
* Doação de coisa futura: é válida, como um contrato atípico. 
 
 
 Aceitação: o donatário precisa aceitar a liberalidade, expressa ou 
tacitamente. Pode conter prazo para aceite ou não - Presunção de 
aceitabilidade no silêncio - se não sujeita a encargo 
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou 
não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, 
a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo. 
 
 Doação condicional: subordinada a evento futuro e incerto 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da 
vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. 
Ex: darei um apartamento a minha filha se ela se casar, darei um 
carro a meu filho se ele passar no vestibular. 
 
 Doação a termo: subordina-se a evento futuro e certo. 
Ex: darei um carro a meu filho quando fizer 18 anos (só depende 
do passar do tempo, que acontece com todos). 
 
17 
 
 Nas doações modais (com encargo) não se admite aceitação tácita, 
e nem pode ser feita a incapaz. O encargo faz com que a doação 
deixe de ser considerada gratuita e passe a ser considerada 
onerosa. 
Ex: doação de duas casas com o ônus de construir uma escola 
para as crianças carentes emuma delas. 
 
 Obrigação do donatário de cumprir os encargos da doação aceita 
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a 
benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. 
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público 
poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito. 
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por 
inexecução do encargo. 
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se 
o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador 
poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que 
cumpra a obrigação assumida. 
Ex.: de interesse geral é o encargo de construir uma escola, em 
uma das casas que ganhou. 
- Inter vivos: a doação é negócio inter vivos. 
Herança e legado seria a doação causa mortis. 
 
- Elementos da doação: é o animus donandi ou intenção de doar, 
que é a vontade do doador de doar algo. 
* Empréstimo não há animus donandi, pois quem empresta espera 
receber de volta. 
 
 
Alguns tipos de doação: 
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu 
representante legal. 
 
 
18 
 
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, 
desde que se trate de doação pura. 
 
 
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a 
outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. 
 
 
Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado 
extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá 
ultrapassar a vida do donatário. 
 
 
Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não 
estiver constituída regularmente. 
 
 
 Doação ilegítima: é feita a donatário sem legitimidade 
(autorização) para receber doação 
 
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada 
pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de 
dissolvida a sociedade conjugal. 
 
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de 
nulidade: 
II - dispor dos bens do menor a título gratuito; 
 
 
 Doação para realização de casamento futuro 
 
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e 
determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a 
ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada 
por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar. 
 
Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às 
consequências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com 
certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em 
contrário. 
 
 
 
Relembrando: 
 
- Juros moratórios - juros cobrados pelo atraso. 
 
- Evicção - perda da coisa em virtude de sentença judicial que a 
entrega a alguém (evictor) por causa jurídica pré-existente no contrato 
(garantia). 
19 
 
- Vício Redibitório - são os defeitos ocultos na coisa recebida em 
virtude de um contrato comutativo oneroso, que a tornam imprópria 
para o uso a que se destina ou lhe diminuem o valor. 
 
 Patrimônio Mínimo: doação universal é proibida tendo em vista 
que caso o doador fique na miséria, vai buscar os serviços 
assistenciais do Estado. Ademais, a doutrina civilista resguarda a 
figura do patrimônio mínimo. 
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda 
suficiente para a subsistência do doador. 
 
 
***** STJ determina que é possível doação total dos bens quando o doador tiver 
fonte de renda periódica para sua subsistência7 
09/12/2015 Fonte: Assessoria de comunicação do IBDFAM com informações do STJ 
A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não reconheceu a 
nulidade da renúncia da meação de uma mulher em favor do ex-marido em processo 
de divórcio. A disputa é pela propriedade de um apartamento no bairro do Leblon, no 
Rio de Janeiro, único bem imóvel do casal na partilha. O STJ entendeu que, como a 
mulher tinha rendimentos de dois empregos, suficientes para sua subsistência, ainda 
que tenha posteriormente voltado a residir no imóvel do ex-marido, a doação foi livre e 
consciente, portanto válida. O casamento era em regime de comunhão universal de 
bens, e a separação foi consensual. 
O acordo, em que houve a renúncia da mulher de sua meação na partilha, foi 
homologado por sentença transitada em julgado. Quase vinte anos depois, houve o 
ajuizamento da ação. O Tribunal de Justiça fluminense entendeu que, como 
a doadora tinha renda suficiente para sua subsistência, o ato não seria 
nulo. O relator do recurso, ministro Luis Felipe Salomão, destacou que o 
artigo 548 do Código Civil (artigo 1.175 do CC/16) prevê a nulidade de 
doação universal se não for garantido ao doador o direito a um 
patrimônio mínimo – por meio de reserva de parte deste ou renda 
suficiente para subsistência. A norma impede que se reduza sua situação 
 
7
 
http://www.ibdfam.org.br/noticias/5860/STJ+determina+que+%C3%A9+poss%C3%ADvel+doa%C3%A7
%C3%A3o+total+dos+bens+quando+o+doador+tiver+fonte+de+renda+peri%C3%B3dica+para+sua+subsi
st%C3%AAncia 
20 
 
financeira à miserabilidade, preservando um mínimo existencial à 
dignidade humana do benfeitor. 
Luis Felipe Salomão entendeu que o enunciado tem forte conteúdo ético e de 
sociabilidade para impedir que o doador caia em uma crise financeira. Salomão 
ressaltou que se o doador preserva o usufruto de bens ou renda suficiente 
para sua subsistência, não há que se reconhecer alegação de nulidade de 
doação. No caso, a mulher trabalhava como professora estadual e tinha emprego em 
uma empresa de engenharia, o que justificou, inclusive, a falta de fixação de pensão 
alimentícia. O ministro ainda salientou que a mulher não teria provado a razão por 
que voltou a residir no imóvel doado: se por necessidade financeira ou para conviver 
com os filhos. O relator lembrou também que, para a constatação da 
situação econômica do doador, deve ser considerado o momento em que 
abriu mão do patrimônio, não o seu empobrecimento posterior. 
A ministra Isabel Gallotti apresentou voto-vista divergente e foi acompanhada pelo 
ministro Marco Buzzi. De acordo com eles, a conservação de bens ou renda suficiente 
para a subsistência do doador deve ter origem no próprio patrimônio dele ou em renda 
proveniente de ônus incidente sobre os bens doados (hipoteca ou penhor). 
 
(...) Segundo Euclides de Oliveira, o que se proíbe é a doação de todo o 
patrimônio (universal), com o empobrecimento do doador, por ficar sem 
recursos para sobreviver dignamente. “Num caso assim, o Tribunal de 
Justiça de São Paulo anulou a doação feita por uma mulher que, por 
fanatismo religioso, doou todos os seus bens a uma igreja, amargando 
depois uma completa miséria (TJSP, ap. 273.753-4/8, relator: Enio 
Zuliani). Tirante uma situação dessa natureza, o titular do bem tem plena 
disponibilidade de agir, logo pode doar até mesmo todo o seu patrimônio, numa 
partilha de divórcio, seja em favor do ex-cônjuge ou de filhos, como é comum 
acontecer. Também pode fazer doações em outras circunstâncias e até mesmo a 
estranhos, desde que conserve o suficiente para viver com dignidade”, completa. 
 
 
 
 
 Pessoa em dificuldades financeiras (insolvente) não pode doar 
seus bens para não prejudicar os credores (anulável - fraude 
contra os credores). 
21 
 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bensou remissão de dívida, 
se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda 
quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos 
dos seus direitos. 
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a 
anulação deles. 
 Doação com Cláusula de reversão 
 
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu 
patrimônio, se sobreviver ao donatário. 
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. 
 
 
 
 Nulidade da doação que ofender a legítima (doação inoficiosa): 
ocorre quando o doador, tendo filhos, dá a terceiros mais da 
metade dos seus bens. 
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, 
no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. 
 
 
 
 
 Doação em comum (conjuntiva) 
 
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma 
pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. 
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá 
na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo. 
 
 
 doação remuneratória: feita para retribuir um favor. Não fica 
sujeita a revogação por ingratidão. 
Art. 564. Não se revogam por ingratidão: 
I - as doações puramente remuneratórias; 
Ex: médica que lhe opera sem cobrar nada, depois ganha uma 
joia de presente 
Admite-se que o cônjuge possa doar bens móveis do casal sem 
outorga uxória, mas não bens imóveis. 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, 
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
22 
 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que 
possam integrar futura meação. 
 
 
 
 A doação remuneratória não se sujeita a colação do art. 2002 CC. 
Art. 2.011. As doações remuneratórias de serviços feitos ao ascendente 
também não estão sujeitas a colação. 
Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente 
comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações 
que dele em vida receberam, sob pena de sonegação. 
Ex.: um filho que auxilia muito os pais poderá herdar mais do 
que os outros, de tal forma que o que o pai der a ele, de forma 
remuneratória por seus serviços, não poderá sujeitar a colação. 
 
 Doação por merecimento: para premiar o merecimento de alguém 
Ex.: faço a doação de muitos livros ao aluno Paulo porque ele é 
muito aplicado. 
 
Revogação da doação 
 
- a doação é uma generosidade, uma liberalidade. 
 - por isto não se aceita que o donatário seja ingrato com o 
doador, sob pena de revogação da doação por ingratidão. 
- Gratidão: obrigação de não fazer do donatário, o qual deve 
abster-se de praticar condutas contra o doador e seus filhos. 
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por 
inexecução do encargo. 
 
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: (ROL TAXATIVO) 
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio 
doloso contra ele; 
II - se cometeu contra ele ofensa física; 
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; 
23 
 
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este 
necessitava. 
 
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do 
artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão 
do doador. 
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro 
de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a 
autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor. 
 
 
 
- O direito de revogar é irrenunciável; pode, porém, não ser 
exercido. 
 
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a 
liberalidade por ingratidão do donatário. 
 
 
 
- O direito de revogar a doação é personalíssimo, só o doador pode 
exercê-lo. Mas no caso de o doador ser morto pelo donatário, os 
herdeiros poderão revogar a doação. 
 
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do 
doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação 
iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer 
depois de ajuizada a lide. 
 
Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus 
herdeiros, exceto se aquele houver perdoado. 
- Espécies de doação que não se revogam por ingratidão. 
 
Art. 564. Não se revogam por ingratidão: 
I - as doações puramente remuneratórias; 
II - as oneradas com encargo já cumprido; 
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; 
IV - as feitas para determinado casamento. 
 
 
 
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o 
donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá 
notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a 
obrigação assumida. 
 
 
 
Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por 
terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação 
válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie 
as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor. 
24 
 
Da Locação de Coisas. 
 
Locação (locatio rei) é o contrato onde o locador se obriga a 
conceder ao locatário, por certo tempo, o uso e gozo (posse) de 
coisa infungível de acordo com certa contraprestação. 
Caso o locador não entregue a coisa que ele se obrigou mesmo 
quando pago o aluguel, ou venda o imóvel e não respeite o prazo de 90 
dias após a notificação para sair, gerará perdas e danos para o 
locatário apenas. 
 
Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por 
tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa 
retribuição. 
 
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará 
obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua 
vigência no caso de alienação, e não constar de registro. 
§ 1o O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos do 
domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da 
respectiva circunscrição, quando imóvel. 
§ 2o Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não esteja 
obrigado a respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário, senão observado 
o prazo de noventa dias após a notificação. 
 
Características: 
Bilateralidade - locador/locatário têm direitos e deveres; 
Onerosidade - locador/locatário têm vantagem patrimonial (já que 
a gratuidade é empréstimo); 
Comutativa - ao desgaste pelo uso do bem locado corresponde o 
aluguel; 
Consensual - a locação pode ser verbal, se forma pelo acordo de 
vontades que se firma com a vontade das partes, antes mesmo da 
entrega da coisa; 
Impessoal – transferindo-se aos herdeiros; 
Art. 577. Morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus herdeiros a 
locação por tempo determinado. 
25 
 
Duradouro, subsiste por dias, semanas, meses ou anos. 
 
 
Obrigações das partes: 
 
 Locador (arts. 566, 567, 568 e 571 CC) 
Art. 566. O locador é obrigado: 
I - a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em estado de 
servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato, 
salvo cláusula expressa em contrário; 
II - a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso pacíficoda coisa. 
 
 
Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa 
do locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o 
contrato, caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava. 
 
 
Art. 568. O locador resguardará o locatário dos embaraços e turbações de 
terceiros, que tenham ou pretendam ter direitos sobre a coisa alugada, e responderá 
pelos seus vícios, ou defeitos, anteriores à locação. 
 
 
Art. 571. Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do 
vencimento não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao 
locatário as perdas e danos ... 
 
 
 Lei 8.245/91, Art. 22. O locador é obrigado a: 
I - entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a que se destina; 
 II - garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel locado; 
III - manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel; 
IV - responder pelos vícios ou defeitos anteriores à locação; 
V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do estado do imóvel, quando 
de sua entrega, com expressa referência aos eventuais defeitos existentes; 
VI - fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por este pagas, vedada a 
quitação genérica; 
26 
 
VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de intermediações, nestas 
compreendidas as despesas necessárias à aferição da idoneidade do pretendente ou de seu 
fiador; 
VIII - pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro complementar contra fogo, que 
incidam ou venham a incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em contrário no 
contrato; 
IX - exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes relativos às parcelas que estejam 
sendo exigidas; 
X - pagar as despesas extraordinárias de condomínio. 
Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se entendem aquelas que não se 
refiram aos gastos rotineiros de manutenção do edifício, especialmente: 
a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral do imóvel; 
b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem como das 
esquadrias externas; 
c) obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do edifício; 
d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empregados, ocorridas 
em data anterior ao início da locação; 
e) instalação de equipamento de segurança e de incêndio, de telefonia, de 
intercomunicação, de esporte e de lazer; 
f) despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum; 
g) constituição de fundo de reserva. 
 
 
 
 Locatário (arts. 569, 570 e 571 CC). 
 
 
Art. 569. O locatário é obrigado: 
I - a servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou presumidos, 
conforme a natureza dela e as circunstâncias, bem como tratá-la com o mesmo 
cuidado como se sua fosse; 
II - a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, 
segundo o costume do lugar; 
III - a levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que se 
pretendam fundadas em direito; 
IV - a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvas as 
deteriorações naturais ao uso regular. 
 
27 
 
Art. 570. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado, ou do a 
que se destina, ou se ela se danificar por abuso do locatário, poderá o locador, além 
de rescindir o contrato, exigir perdas e danos. 
Art. 571. Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do 
vencimento não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao 
locatário as perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador, 
senão pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato. 
Parágrafo único. O locatário gozará do direito de retenção, enquanto não 
for ressarcido. 
 
Direito de retenção: direito do locatário de não devolver a coisa 
alugada enquanto não receber indenização do locador por força da lei 
ou do contrato. 
 
 
 Se for benfeitoria necessária, cabe retenção/indenização. 
 
 
 Se for útil, cabe retenção/indenização se for convencionado antes. 
 
Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção, 
no caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houverem 
sido feitas com expresso consentimento do locador. 
 
Lei 8.245/91, Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias 
necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as 
úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção. 
 
 Se for voluptuária, não cabe retenção/indenização. 
 Lei 8.245/91, Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser 
levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a 
substância do imóvel. 
 
 Lei 8.245/91,Art. 23. O locatário é obrigado a: 
 I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente 
exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, 
no imóvel locado, quando outro local não tiver sido indicado no contrato; 
 II - servir - se do imóvel para o uso convencionado ou presumido, compatível com a 
natureza deste e com o fim a que se destina, devendo tratá - lo com o mesmo cuidado como se 
fosse seu; 
28 
 
 III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu, salvo as deteriorações 
decorrentes do seu uso normal; 
 IV - levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de qualquer dano ou 
defeito cuja reparação a este incumba, bem como as eventuais turbações de terceiros; 
 V - realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou nas suas instalações, 
provocadas por si, seus dependentes, familiares, visitantes ou prepostos; 
 VI - não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio e por 
escrito do locador; 
 VII - entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança de tributos e 
encargos condominiais, bem como qualquer intimação, multa ou exigência de autoridade 
pública, ainda que dirigida a ele, locatário; 
 VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de força, luz e gás, água e esgoto; 
 IX - permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário, mediante 
combinação prévia de dia e hora, bem como admitir que seja o mesmo visitado e examinado 
por terceiros, na hipótese prevista no art. 27; 
 X - cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos internos; 
 XI - pagar o prêmio do seguro de fiança; 
 XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio. 
 1º Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as necessárias à administração 
respectiva, especialmente: 
 a) salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e sociais dos empregados 
do condomínio; 
 b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas de uso comum; 
 c) limpeza, conservação e pintura das instalações e dependências de uso comum; 
 d) manutenção e conservação das instalações e equipamentos hidráulicos, elétricos, 
mecânicos e de segurança, de uso comum; 
 e) manutenção e conservação das instalações e equipamentos de uso comum destinados à 
prática de esportes e lazer; 
 f) manutenção e conservação de elevadores, porteiro eletrônico e antenas coletivas; 
 g) pequenos reparos nas dependências e instalações elétricas e hidráulicas de uso comum; 
 h) rateios de saldo devedor, salvo se referentes a período anterior ao início da locação; 
29i) reposição do fundo de reserva, total ou parcialmente utilizado no custeio ou 
complementação das despesas referidas nas alíneas anteriores, salvo se referentes a período 
anterior ao início da locação. 
 2º O locatário fica obrigado ao pagamento das despesas referidas no parágrafo anterior, 
desde que comprovadas a previsão orçamentária e o rateio mensal, podendo exigir a qualquer 
tempo a comprovação das mesmas. 
 3º No edifício constituído por unidades imobiliárias autônomas, de propriedade da mesma 
pessoa, os locatários ficam obrigados ao pagamento das despesas referidas no § 1º deste 
artigo, desde que comprovadas. 
 
Art. 572. Se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar constituir 
indenização excessiva, será facultado ao juiz fixá-la em bases razoáveis. 
 
 
Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo 
estipulado, independentemente de notificação ou aviso. 
 
 
Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário continuar na posse da coisa alugada, sem 
oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo aluguel, mas 
sem prazo determinado. 
 
 
Art. 575. Se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, enquanto a tiver 
em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá pelo dano que ela venha 
a sofrer, embora proveniente de caso fortuito. 
Parágrafo único. Se o aluguel arbitrado for manifestamente excessivo, poderá o 
juiz reduzi-lo, mas tendo sempre em conta o seu caráter de penalidade. 
 
 
 
 Locação de imóveis rurais é conhecida como Arrendamento - 
Estatuto da Terra (Lei 4.504/64). 
 
 Locação de imóveis da União - Decreto-Lei 9.760/46. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
Do Empréstimo – Comodato e Mútuo. 
 
“Empréstimo: É gênero de duas espécies: comodato e mútuo, só que 
este é o empréstimo de consumo (ex: alimentos, dinheiro, etc) enquanto 
o comodato é o empréstimo de uso (ex: casa, carro, livro, roupa, etc)”. 8 
 
Comodato 
É a cessão gratuita de coisa infungível, móvel ou imóvel, para ser 
usada e devolvida em certo prazo. 
Gera uma obrigação unilateral ao comodatário de devolver a coisa, 
mas o comodante (quem empresta, deve respeitar o prazo). 
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. 
Perfaz-se com a tradição do objeto. 
Cessão: há transferência da posse de uma coisa (empréstimo) que 
se devolve ao comodante. Se dá de forma gratuita, senão seria locação. 
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas 
feitas com o uso e gozo da coisa emprestada. 
 
“Por ser gratuito, tutor não deve celebrar comodato dos bens do 
menor, idem governante em relação aos bens públicos”.9 
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens 
alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados 
à sua guarda. 
 
Coisa infungível: a coisa emprestada por comodato é infungível, 
inconsumível; o Mútuo é o empréstimo de coisa consumível. 
 A coisa emprestada deve que ser devolvida, senão será doação. 
 
8http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Fonte-das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/5/aula/8 
9 http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Fonte-das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/5/aula/8 
31 
 
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o 
necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade 
imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa 
emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso 
outorgado. 
 Findo o prazo, caso o comodatário se recusar a devolver o bem, o 
comodante (quem emprestou) poderá cobrar aluguel e perdas e 
danos. 
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a 
coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza 
dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em 
mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que 
for arbitrado pelo comodante. 
 
 Se a coisa perecer sem culpa nas mãos do comodatário (ex: roubo) 
o prejuízo será daquele que emprestou (res perit domino – a coisa 
perece para o dono)10, mas para isso, o comodatário deverá usar e 
conservar a coisa bem. 
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa 
emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, 
sob pena de responder por perdas e danos.... 
 
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do 
comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, 
responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou 
força maior. 
 
10 Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder 
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus 
direitos até o dia da perda. 
 
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, 
mais perdas e danos. 
 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, 
tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto 
no art. 239. 
 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem 
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. 
 
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou 
dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas 
pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o 
disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
 
32 
 
 
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de 
uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante. 
 
 havendo dúvida na interpretação do contrato, deve-se beneficiar o 
comodante que emprestou a coisa. 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se 
estritamente. 
 
Mútuo 
É o empréstimo de consumo, onde se faz uma cessão gratuita de 
coisa fungível para ser consumida e restituída em certo prazo, por 
equivalente (ex: emprestar ovos da vizinha). 
 jamais pode ter por objeto um imóvel. 
 A coisa emprestada é devolvida em equivalente. 
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a 
restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e 
quantidade. 
 O mutuante transfere o domínio, e não só a posse da coisa. 
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, 
por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição. 
 
 É possível o mútuo para menor, mas com as ressalvas abaixo: 
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob 
cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores. 
 
 
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente: 
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o 
empréstimo, o ratificar posteriormente; 
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o 
empréstimo para os seus alimentos habituais; 
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a 
execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças; 
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor; 
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente. 
33 
 
 o mútuo de dinheiroem geral é oneroso, cabendo ao mutuário 
pagar juros ao mutuante 
 é o chamado mútuo feneratício 
Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o 
mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica. 
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, 
os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, 
permitida a capitalização anual. 
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem 
taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a 
taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda 
Nacional. 
 
 Prazo do mútuo 
 
Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo 
será: 
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o 
consumo, como para semeadura; 
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro; 
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa 
fungível. 
 
Da Prestação de Serviços e da Empreitada. 
 
O contrato de prestação de serviços acontece quando uma das 
partes se obriga com a outra a prestar-lhe determinado serviço, 
mediante certo pagamento. 
 
 
Código Civil CLT11 
Não gera vínculo empregatício 
 
Pode ser pessoa física ou jurídica 
 
É trabalho autônomo 
 
Não é obrigatoriamente contínuo 
 
Não há dependência econômica 
Gera relação de emprego 
 
só pode ser pessoa física 
 
há subordinação jurídica 
 
habitualidade 
 
é dependente economicamente 
 
 
 
11 http://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?id_curso=393&id_titulo=4885&pagina=2 
34 
 
Autônomo Eventual 
- exerce as suas atividades por 
conta e risco próprios, sem 
subordinação com o seu 
contratante. 
 
- profissionais liberais e 
representantes comerciais. 
 
* Exerce com profissionalidade 
- é aquele prestado 
ocasionalmente, quando 
necessário, para realização de 
determinada situação ou evento. 
 
- ex: jardineiros 
 
* Faz bicos 
TERCERIZAÇÃO12 
 
- não pode tercerizar a atividade fim da empresa (função principal) 
 
- pode tercerizar a atividade meio (função secundária) 
 
- a remuneração deve ser igual aos que exercem cargo igual13 
 
12 TST Enunciado nº 331 - Revisão da Súmula nº 256 - Res. 23/1993, DJ 21, 28.12.1993 e 
04.01.1994 - Alterada (Inciso IV) - Res. 96/2000, DJ 18, 19 e 20.09.2000 - Mantida - Res. 
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - Contrato de Prestação de Serviços - Legalidade 
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo 
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 
03.01.1974). 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de 
emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, 
II, da CF/1988). (Revisão do Enunciado nº 256 - TST) 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei 
nº 7.102, de 20-06-1983), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados 
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação 
direta. 
IV- O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a 
responsabilidade subsidiária do tomador de serviços quanto àquelas obrigações, desde que 
haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. 
 V- Os entes integrantes da administração pública direta e indireta respondem 
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta 
culposa no cumprimento das obrigações da Lei nº 8.666/93, especialmente na fiscalização do 
cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A 
aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas 
assumidas pela empresa regularmente contratada. 
VI A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas 
decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. 
13 OJ 383 SDI1 TST - TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE 
SERVIÇOS E DA TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA LEI Nº 6.019, DE 
03.01.1974 (mantida) - Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de 
emprego com ente da Administração Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da 
isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas legais e 
normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente 
a igualdade de funções. Aplicação analógica do art. 12, “a”, da Lei nº 6.019, de 03.01.1974. 
35 
 
 
- não gera vínculo com a administração pública (só por concurso pode 
ingressar), sendo NULO esse contrato trabalho e somente tem direito a 
receber salário pelos dias efetivamente trabalhados e FGTS. 14 
 
- Responsabilidade Subsidiária (todas as verbas) - SEMPRE nas 
tercerizações lícitas na iniciativa privada (AUTOMÁTICO); 
 
- Responsabilidade Subsidiária (todas as verbas) – TALVEZ, mediante 
comprovação da CONDUTA CULPOSA POR PARTE DA ADM (CULPA IN 
VIGILANDO) por não ter fiscalizado o contrato; 
 
Empreitada 
- é a locação de obra, onde um profissional é contratado para 
executar uma obra que se preocupa com o resultado, 
independentemente do tempo. 15 
- paga-se pela obra feita, sob encomenda, e mesmo que leve mais 
tempo que o estimado pelo construtor, não há acréscimo de preço. 
Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de 
executar uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá 
direito a exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações 
no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do dono da obra. 
Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra 
é obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for 
arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o que 
se estava passando, e nunca protestou. 
 
 - é contrato bilateral, comutativo, oneroso, informal e impessoal. 
Art. 626. Não se extingue o contrato de empreitada pela morte de qualquer das 
partes, salvo se ajustado em consideração às qualidades pessoais do empreiteiro. 
 
 
Histórico: Redação original - DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010 
 
14 SÚMULA 363 TST - CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 
e 21.11.2003 
A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso 
público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao 
pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, 
respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS. 
Histórico: Súmula alterada - Res. 111/2002, DJ 11, 12 e 15.04.2002 
 
15
 GONCALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro˸ Contratos e Atos Unilaterais, vol.III. 
10. ed, São Paulo˸ Saraiva,2013. 
36 
 
 - Mista (obrigação de fazer e dar): serviço + material = tudo por 
conta do empreiteiro (responde pela qualidade e correta realização da 
obra 
Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalhoou com ele e os materiais. 
§ 1o A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da 
vontade das partes. 
§ 2o O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de 
executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução. 
Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os 
riscos até o momento da entrega da obra, a contento de quem a encomendou, se este 
não estiver em mora de receber. Mas se estiver, por sua conta correrão os riscos. 
 
- De serviço (obrigação de fazer): a empreita é só para a realização 
do serviço, sem material, sendo este por conta do dono da obra. 
Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que não 
tiver culpa correrão por conta do dono. 
 
Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de lavor, se a coisa perecer antes de 
entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro, este perderá a retribuição, se 
não provar que a perda resultou de defeito dos materiais e que em tempo reclamara 
contra a sua quantidade ou qualidade. 
 
Garantias: 
- o empreiteiro responde pela obra por cinco anos. 
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções 
consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo 
irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos 
materiais, como do solo. 
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que 
não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao 
aparecimento do vício ou defeito. 
 
- O empreiteiro responde por danos causados a terceiros (ex: telhas 
caindo na casa vizinha). 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
 
37 
 
- Com o fim da obra o empreiteiro tem direito a receber o preço 
ajustado. 
 - Pode exercer o direito de retenção sobre a obra enquanto não for 
paga. 
Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o 
dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das 
instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal 
natureza. 
Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, pode quem 
encomendou a obra, em vez de enjeitá-la, recebê-la com abatimento no preço. 
 
“Para o consumidor, a construção de edifícios para alienação de 
apartamentos não se trata de empreitada, afinal é compra e venda de 
apartamento, regulada pela lei das incorporações imobiliárias (lei 
4.591/64)”. 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
16
 http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Fonte-das-Obriga%C3%A7%C3%B5es/5/aula/8

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