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Cultura e Funci da Lingua Latina 1 (1)

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UAB – UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
FUESPI – FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
LICENCIATURA PLENA EM PORTUGUÊS
CULTURA E FUNCIONAMENTO DA 
LÍNGUA LATINA
Telde Soares Leal Melo Lima 
FUESPI
2012
Lima, Telde Soares Leal Melo.
 Cultura e funcionamento da língua latina / Telde Soares 
Leal Melo Lima. – Teresina : UAB/FUESPI/NEAD, 2012.
 112 p. 
1. Língua latina - Cultura. 2. Língua latina – Estrutura e 
Funcionamento. I. Título.
 
 CDD: 470
L7324c
Presidente da República
Dilma Vana Rousseff
Vice-presidente da República
Michel Miguel Elias Temer Lulia
Ministro da Educação
Aloizio Mercadante Oliva 
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Diretor de Educação a Distância CAPES/MEC
Celso José da Costa
Governador do Piauí
Wilson Nunes Martins
Secretário Estadual de Educação e Cultura do Piauí
Átila de Freitas Lira
Reitor da FUESPI – Fundação Universidade Estadual do Piauí
Carlos Alberto Pereira da Silva
Vice-reitor da FUESPI
Nouga Cardoso Batista
Pró-reitor de Ensino de Graduação – PREG
Marcelo de Sousa Neto
Coordenadora da UAB-FUESPI
Márcia Percília Moura Parente
Coordenador Adjunto da UAB-FUESPI
Raimundo Isídio de Sousa
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação – PROP
Isânio Vasconcelos de Mesquita
Pró-reitora de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários – PREX
Francisca Lúcia de Lima
Pró-reitor de Administração e Recursos Humanos – PRAD
Acelino Vieira de Oliveira
Pró-reitor de Planejamento e Finanças – PROPLAN
Raimundo da Paz Sobrinho
Coordenadora do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia – EAD
Ailma do Nascimento Silva
Edição
UAB - FNDE - CAPES
UESPI/NEAD
Diretora do NEAD
Márcia Percília Moura Parente
Diretor Adjunto
Raimundo Isídio de Sousa
Coordenadora do Curso de 
Licenciatura Plena em 
Letras Português
Ailma do Nascimento Silva
Coordenador de Tutoria
Maria do Socorro Rios Magalhães
Coordenadora de Produção de
Material Didático
Cândida Helena de Alencar Andrade
Autora do Livro
Telde Soares Leal Melo Lima 
MATERIAL PARA FINS EDUCACIONAIS
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS CURSISTAS UAB/ FUESPI
UAB/UESPI/NEAD
Campus Poeta Torquato Neto (Pirajá),
NEAD, Rua João Cabral, 2231, bairro
Pirajá, Teresina (PI). CEP: 64002-150,
Telefones: (86) 3213-5471 / 3213-1182
Web: ead.uespi.br
E-mail: eaduespi@hotmail.com 
Revisão
Teresinha de Jesus Ferreira
Raimundo Francisco Gomes
Diagramação
Pedro Leonardo de Sousa 
Magalhães
Capa
Luiz Paulo de Araújo Freitas
SUMÁRIO 
UNIDADE 1 - 
O Advento do Latim: Considerações Históricas e Etnolinguísticas.........7
1. O Advento do Latim: Considerações históricas e etnolinguísticas...............9
1.2 A Língua Latina...................................................................................15
UNIDADE 2 - 
Aspectos estruturais da língua latina....................................................23
2. O sistema fonológico da Língua Latina: vocálico e consonantal..................25
2.1. A grafia dos fonemas...........................................................................26
2.2. Padrões acentuais da Língua Latina......................................................27
2.3. A pronúncia.........................................................................................28
 2.3.1 A pronúncia tradicional..........................................................28
2.4. A morfossintaxe Latina: aspectos gerais..........................................29
2.5 As funções sintáticas exercidas pelos casos latinos.........................32
UNIDADE 3 - 
As declinações latinas............................................................................37
3. Mas... O que é mesmo declinar?........................................................39
3.1 Declinações latinas............................................................................39
 3.1.1 Primeira declinação...............................................................41
 3.1.2 Características morfológicas da 1ª declinação.......................42
 3.2.1 Segunda declinação...............................................................54
 3.2.2 Características morfológicas da 2ª declinação.......................56
 3.3.1 Terceira declinação.................................................................68
 3.3.2 Nomes neutros da 3ª declinaça..............................................74
 3.4.1 Quarta declinação..................................................................85
 3.5.1 Quinta declinação...................................................................90
 3.5.2 Características da 5ª declinação...........................................91
UNIDADE 4 - 
Estrutura e conjugação dos verbos latinos..........................................97
4.1. Noções sobre verbos.........................................................................99
 4.1.1 Conjugações regulares.........................................................99
 4.1.2 Modos....................................................................................99
 4.1.3 Tempos................................................................................100
 4.1.4 Números...............................................................................100
 4.1.5 Pessoas..............................................................................100
4.2. Paradigmas das conjugações verbais - presente do indicativo..............101
4.3. Paradigmas das conjugações verbais - Futuro do Indicativo da 1ª e 2ª 
conjugações............................................................................................ 104
4.4 Paradigmas das conjugações verbais - Futuro do Indicativo da 3ª e 4ª 
conjugações............................................................................................ 105
4.5 O Modo Imperativo..............................................................................107
REFERÊNCIAS.......................................................................................110
UNIDADE 1
O Advento do Latim: Considerações 
Históricas e Etnolinguísticas
OBJETIVOS
• Conhecer a origem, a influência e a importância do Latim;
• Compreender as modalidades de usos da língua latina.
FUESPI/ NEAD Licenciatura Plena em Letras Português
9
1 O ADVENTO DO LATIM: CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E 
ETNOLINGUÍSTICAS
 Durante um longo período da história de Roma e de sua brilhante 
civilização, o Latim sobressai como a língua oficial e representante do vasto 
poder desta civilização que tão logo se notabilizaria pela constituição do 
maior e mais famoso Império da história que a humanidade já conheceu, 
quer do ponto de vista histórico, político e/ou linguístico: o grandessíssimo 
Império Romano.
 A língua latina é descendente mediata de uma vasta família de 
grupos de línguas europeias e asiáticas que foram representados por um 
gene linguístico, reconstruído por meio do método histórico-comparativo 
proposto por Franz Bopp (1816), o indo-europeu. Como a própria 
terminologia ostenta, esta língua hipotética reconstituída era falada em 
toda a Europa e na atual região da Índia, daí entender-se por indo-europeu, 
cujos ramos são:
a) As línguas do grupo indo-irânico: sânscrito, antigo-persa, etc.
b) As línguas helênicas: grego, tsaconiano, pôntico, os dialetos cipriota 
e capadócio;
c) O grupo ítalo-celta, que compreende as línguas da Itália: osco, umbro 
e Latim, e mais, os dialetos célticos: gaélico da Escócia, irlandês, 
galês, manes, córnico, bretão;
d) O grupo germânico: alemão, inglês, neerlandês ou flamengo, 
luxemburguês,as línguas escandinavas;
e) O grupo eslavo: russo, ucraniano, polonês, tcheco, eslovaco, 
búlgaro, servo-croata, macedônio, esloveno;
f) O grupo báltico: lituano, letão;
g) O albanês.
 O método comparativo foi um procedimento nuclear nos estudos da linguística histórica. Através deste método foi possível estabelecer 
a relação de parentesco entre as línguas. O empreendimento de 
Bopp tinha como objetivo era detectar as correspondências regulares 
e sistemáticas entre as línguas. Também, é importante ressaltar 
ainda que foi através desse método que a Linguística passou a ser 
reconhecida como ciência.
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
10
Embora o indo-europeu configure uma língua hipotética, o material coletado 
das suas ramificações linguísticas escritas tais como o sânscrito, o grego 
e o próprio Latim atestaram a similaridade na estrutura morfológica entre 
línguas mesmo tão distantes no tempo e no espaço.
 Sobre a origem do Latim, retrocedendo às épocas mais remotas, 
consideram-se as primeiras manifestações linguística a partir da fundação 
mítica de Roma em 753, registrada na Literatura na obra Eneida do poeta 
Vergílio cuja narrativa sobejamente conhecida ressalta o relato mítico dos 
irmãos Rômulo e Remo como os responsáveis pela fundação de Roma.
http://www.brasilescola.com/historiag/roma-antiga.htm
 Conforme Hadas(1969, p.37):
 
O local onde Roma se ergueu foi, primeiramente, ocupando 
por membros de tribos pré-históricas, talvez próximo ao 
segundo milênio antes de Cristo, e não só êles como os 
seus descendentes permaneceram ali alguns anos sem 
que ninguém os perturbasse. Por volta do ano 800 a. 
C., os etruscos, um povo misterioso, desembarcaram na 
margem setentrional do Tibre e avançaram para o interior. 
Vinham provávelmente da Ásia Menor, mas ninguém sabe 
muito sobre isso do que eles, em parte porque seu idioma 
não foi decifrado. Esse povo teria um importante papel na 
evolução de Roma[sic].
FUESPI/ NEAD Licenciatura Plena em Letras Português
11
 Entretanto, para efeito de estudos linguísticos sobre a evolução 
das línguas novilatinas, é o Latim tipicamente oral falado na região do 
Lácio, território ao sul do rio Tibre, atual Itália Central, entre camponeses, 
mercadores e soldados, que emerge como o gene linguístico mais relevante 
no desenvolvimento das civilizações modernas, em razão da sua célere 
deflagração nos territórios conquistados pelo grande Império Romano. 
As origens temporais do Latim remontam ao século VII a.C., e seu ponto 
final alcança o século V d.C. Historicamente, enquadra-se no período que 
se estende da fundação de Roma até a queda do Império Romano do 
Ocidente, em 476 d.C.
MAPA 01: Península Itálica com a demarcação da região do Lácio
Fonte: http://images.search.yahoo.com/images/view;
 Para entendermos o porquê de, dentre as línguas faladas na 
Península Itálica, apenas o Latim deflagrar-se como a língua de domínio 
no mundo antigo, basta retornarmos ao túnel do tempo que atestaremos 
por meio dos relatos Históricos que a propagação da língua latina deu-se 
em função não de uma possível superioridade estrutural da língua, mas 
por força dos fatores de ordem externa ao sistema linguístico, sobretudo, 
a natureza política e belicosa desse povo austero acrescida da privilegiada 
localização geográfica de Roma que efetiva toda a conquista territorial.
O Latim prevaleceu sobre os outros idiomas da Itália, difundiu-
se graças às conquistas do Império Romano e ao grande desenvolvimento 
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
12
atingido por ele e tornou-se, ao lado do grego, as duas principais línguas de 
civilização do mundo antigo.
MAPA 02: Povos que habitavam a Península Itálica no século VIII
Fonte: http://images.search.yahoo.com/images/view;
Depois de implantar-se em toda a Itália, seguindo as conquistas 
das legiões romanas, implantou-se na Península Ibérica, inicia-se o 
processo de romanização, formada por Espanha e Portugal; no Norte da 
África, em cujo continente a latinidade não se impôs; nas Gálias, a região 
compreendida pela França, 
Suíça, Bélgica e regiões 
alemãs situadas ao longo do 
rio Reno; na Récia e no Nórico 
(Áustria); na Dácia, atual 
Romênia; na Grã-Bretanha; na Frísia, situada na Holanda; na Dalmácia e na 
Ilíria, situadas na costa do mar Adriático e na Panônia, hoje correspondente 
à Hungria. O mapa 03 a seguir nos dá a ampla visualização do domínio 
territorial romano.
Por romanização entende-se o processo de 
acolhimento e adaptação da cultura latina, 
sobretudo a língua, pelos povos habitantes 
dos territórios conquistados
FUESPI/ NEAD Licenciatura Plena em Letras Português
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Mapa 03: A expansão territorial do Império Romano
 Foi exatamente a vocação beligerante desse povo que promoveu 
as suas grandes conquistas erigidas pelas armas, pela diplomacia e 
amparada pela inteligência que Roma, como nenhuma nação e nenhum 
povo até então, sabia governar. Todavia, não fora a extensão territorial 
e a estabilidade do poder de governabilidade do império as razões mais 
categóricas que autorizaram Roma a proclamar a sua grandeza. Existiram 
razões mais relevantes para a consolidação desse grande Império: a 
arquitetura, a arte, a literatura e a religião romanas impõem-se aos povos 
conquistados como marcas inconfundível do seu poder. Esse dom natural 
que Roma soube utilizar-se inteligentemente para ostentar poder por meio 
da beleza arquitetônica e realizações intelectuais e culturais contribuiu 
decisivamente para hegemonia política e cultural do mundo antigo por ela 
conquistado (HADAS, 1969).
 Nos dias atuais, podemos atestar algumas dessas heranças 
arquitetônicas que sobrevivem nos restos das nobres estruturas construídas 
à época que revelam uma cópia fidedigna da arquitetura dos gregos e 
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
14
etruscos. Segundo o historiador antigo Hadas (1969, p.22) “Da Grécia 
adotaram as colunas dóricas, jônicas e coríntias; dos etruscos, o arco”.
 É o que mostra a abóbada do Panteon a maior e mais arrojada obra 
arquitetônica da antiguidade cuja abertura no ápice recebe a luz dos raios 
do sol e da Lua que alternam efeitos de luz e sombra. Esta cúpula era 
coberta recoberta de bronze dourado, atestado explícito de riqueza, para 
que toda Roma pudesse desfrutasse-lhe do brilho (HADAS, 1969).
http://www.google.com.br/search?q=imperio+romano&hl=pt
 A parte externa do Panteon retrata a presença da cultura grega com 
a adoção das colunas.
http://www.google.com.br/search?q=imperio+romano&hl=pt
FUESPI/ NEAD Licenciatura Plena em Letras Português
15
 Todavia, uma das construções mais conhecida e admirada 
pela humanidade é o famosíssimo Coliseu romano, palco de grandes 
dramatizações.
http://www.google.com.br/search?q=imperio+romano&hl=pt
 A construção dessas imponentes obras públicas que contrastavam 
veemente com os cortiços da cidade ratificam-nos os sinais vivos do poder 
imperial consolidado da época.
 Por outro lado, paradoxalmente a toda expansão do Império romano 
com a sua hegemonia política e cultural, não há uma uniformidade 
linguística nos territórios conquistados, a língua e seus usos diversificam-
se tanto quanto as classes sociais que dela fazia uso nos mais diferentes 
contextos. Porém, à medida que se consolidava a importância política do 
império proporcionalmente aumentava o interesse dos povos conquistados 
pelo Latim. Assim, no mesmo ritmo de fortalecimento romano pela extensão 
geográfica o Latim difundia-se entre os povos na mesma velocidade 
tomando uma dimensão infinitesimal para formação das línguas ocidentais. 
É exatamente essa diversidade linguística que vamos abordar na nossa 
próxima seção.
1.2 A LÍNGUA LATINA
O documento mais antigo da língua latina é uma inscrição 
que data do VI século a.C.: “Manios med fhefhakedNumasiosi”, cuja 
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
16
interpretação hoje seria: Manius me fecit Nemerio e a tradução é: Mânio 
me fez para Nemério. O início da literatura, porém, deu-se no III século 
antes de nossa era.
A história do Latim se divide em quatro períodos:
1) Período Arcaico (entre o século III e o início do I a. C.), com 
Catão e, sobretudo, com os dois grandes escritores cômicos, Plauto e Terêncio.
2) Período Clássico (entre o início do século I a. C. e o início do 
Império), com Cícero, César, Salústio, Cornélio Nepos, etc...
3) Período Pós-clássico (a partir do início de nossa era), com 
Tito Lívio, Sêneca, Quinto Cúrcio, Plínio, o Antigo; Quintiliano, Tácito, Plínio, 
o Jovem; Suetônio, etc...
4) Período Cristão (a partir do século III de nossa era, 
aproximadamente), com Tertuliano, Santo Agostinho, São Jerônimo, etc...
Na era de Cícero e Augusto, século I da era Cristã e no século 
precedente, a língua latina teve seu máximo esplendor. Este período foi 
chamado “Idade de Ouro”. Nele viveram os maiores escritores latinos, 
chamados de clássicos:
1) Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.) - estudou retórica e filosofia 
e aos 26 anos já se tornava conhecido. Foi cônsul em Roma. Por ter feito 
falhar a conspiração de Catilina, foi proclamado “Pai da Pátria”. Foi o maior 
orador de todos os tempos.
2) Caio Júlio César (100-44 a.C.) - estudou eloquência e militou na 
política, também foi cônsul. Com Pompeu e Crasso formou um triunvirato 
FUESPI/ NEAD Licenciatura Plena em Letras Português
17
de poderes absolutos. São suas as célebres palavras: “Veni, vidi, vici”, 
proferidas na viagem de conquista que fez ao Oriente Médio. Além de 
orador ímpar, foi um dos grandes generais da história. Seus “Comentários 
sobre a Guerra Gaulesa” são modelo de gênero histórico e de perfeição 
gramatical.
http://www.dw.de/dw/article/0,,781828,00.html
3) Públio Virgílio Marão (70-19 a.C.) - estudou filosofia, história e 
medicina, mas se revelou nas letras. Na língua latina, foi mais que Camões 
na portuguesa. É o maior cantor dos feitos do povo romano. Escreveu 
Bucólicas, em que revelou seu amor à natureza; Geórgicas, em que 
enalteceu a vida agrícola e Eneida, a epopeia que enalteceu os feitos dos 
romanos.
www.seguindopassoshistoria.blogspot.com.br
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
18
4) Quinto Horácio Flaco (65-8 a.C.) - foi contemporâneo de 
Virgílio, Tito Lívio e Ovídio e da época de Augusto. Escreveu Arte Póetica, 
onde reuniu preceitos sobre a poesia em geral, a comédia e a tragédia. 
Ainda escreveu Odes, Épodos, Sátiras e Cartas.
http://www.google.com.br/search?q=imperadores+romano
5) Públio Ovídio Nasão (43-17) - recebeu educação esmerada e 
estudou gramática, eloquência, filosofia e letras. Foi um dos mais célebres 
poetas de Roma. Exteriorizava seu talento e sua vida através de seus versos, 
que eram feitos com rigor gramatical e poético. Escreveu Metamorfose, 
Fastos, Elegias Tristes, Amores, Arte de Amar.
http://www.companhiadasletras.com.br/autor.php?codigo=00842
Nos primeiros tempos de sua existência, o Latim qualificou-se como 
língua de camponeses. Mas, à medida que ela se urbanizava, opulentou-se 
e adquiriu o rigor de uma língua que podia exprimir o direito, a política e a 
organização da vida pública dos cidadãos romanos.
FUESPI/ NEAD Licenciatura Plena em Letras Português
19
Então passaram a existir modalidades de uso do Latim. E, para 
efeito didático, falaremos de quatro delas.
•	 Latim Clássico, Literário ou Sermo Urbanus – sempre escrito, 
era o Latim imutável e rigoroso que chegou até a esta geração por meio 
dos textos escritos dos grandes autores. Uma das particularidades do Latim 
clássico é que durante séculos, ele ofereceu uma imagem perfeitamente 
unida. A língua dos primeiros escritos, do século III a.C., difere muito 
pouco daquela do período clássico, século I a.C. É a língua das escolas ou 
academias.
•	 Latim Vulgar ou Sermo Vulgaris – era a modalidade usada na 
forma falada pelo povo em geral, pelas classes semiletradas ou iletradas, 
socialmente representados pelos agricultores (agricolae),soldados(milites), 
taverneiros(caupones)
marinheiros (nautae) etc, que queriam 
transmitir suas idéias sem preocupação artística 
ou obediência aos preceitos gramaticais. Esta 
modalidade deve ser compreendida como 
substrato das línguas românicas, diferindo-se 
linguisticamente dos usos polido da sociedade 
culto (SILVA NETO, 1977). Ao contrário do Latim 
clássico, transformava-se rapidamente e foi ela 
que deu origem às línguas românicas.
•	 Baixo-Latim – Era a continuação 
do Latim cristão usado pelos padres da Igreja, nos tempos primordiais do 
cristianismo, adaptado às novas condições históricas referentes ao léxico e 
à sintaxe. Era usado principalmente na forma escrita.
•	 Latim Bárbaro – era utilizado para documentar contratos 
e registrar propriedades. Era chamado de bárbaro por representar uma 
influência da presença dos chamados bárbaros no Império Romano.
É preciso ressaltarmos, para que compreendamos melhor, que 
as línguas naturais são por natureza heterogêneas; portanto, apesar de 
SAIBA MAIS
“Substrato designa toda língua 
falada que, a língua, cumprindo 
tomar em consideração a 
influência que a língua anterior 
pôde ter sobre a língua que a 
sucedeu: os falares célticos 
utilizados na Gália antes da 
conquista romana são substratos 
do galo-romano[...]”(DUBOIS, 
2004, p.573).
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
20
as modalidades de uso do Latim serem bastante distintas não podemos 
interpretá-las como línguas diferentes, mas como possibilidades de usos 
de uma mesma língua. A bem da verdade, todo e qualquer sistema de 
língua naturais, na sua modalidade oral, permite essas covariações.
Após a queda do Império Romano, termina a história da língua latina 
e um século mais tarde tem fim também a história da literatura. Contudo, o 
Latim continua por quase mil anos como sendo, em toda a idade medieval, 
a língua da civilização do Ocidente. Porém, só deixou representantes na 
Europa que tão sobejamente conhecemos por línguas românicas, tais 
línguas, resultaram de modificações do Latim não só de caráter interno, 
em consequência de influxos linguísticos, sobretudo de fatores externos à 
língua como atesta Silva Neto (1977, p.43-44):
a) Causa histórica – As conquistas romanas deram-se 
em diferentes épocas. Roma não impôs o seu jugo 
simultaneamente a todos os povos. Conseguiu-lhe vários 
séculos a dominação do mundo. A causa histórica poderá 
explica a diferenciação do Latim; nunca, porém, a das 
línguas românicas entre si.
b) Causa etnológica – As várias regiões sobre que os romanos 
estenderam o seu domínio eram habitadas por vários povos 
de raças diferentes. Na própria Itália, além do osco e umbro, 
de origem idêntica ao Latim, eram falados outros idiomas: o 
messápio, ao sudeste; o grego, na Sicília e no sul; o etrusco, 
ao norte; o céltico, na região do Pó; o ligúrico ao noroeste; 
o vêneto, ao nordeste.
c) Causa política – De todas as causas aqui apontadas é, 
sem dúvida, esta a mais importante da diferenciação das 
línguas. Com efeito, enquanto um povo está politicamente 
sujeito a outro, mantém-se forte a unidade linguística. Desde 
que, porém, se quebram os laços políticos, começam as 
divergências no que diz respeito à língua. Foi o que sucedeu 
com o Latim.
Atualmente, o Latim não é mais usado por nenhuma comunidade 
de fala; recebe a alcunha pejorativa de língua morta, aquela que já não 
FUESPI/ NEAD Licenciatura Plena em Letras Português
21
é mais usada, não serve à comunicação humana do momento, mas, dela 
existem documentos escritos.
O Latim hoje é a língua oficial da Igreja e continua vivíssimo nas 
línguas românicas ou neolatinas: português, italiano, espanhol, francês,romeno, rético, galego, provençal, catalão, sardo e dalmático.
Saber falar Latim hoje em dia é dar prova de que se tem educação 
filológica, pois esta língua permeia os saberes de muitas outras ciências 
para além da Linguística, como a Botânica, a Química e a Medicina em que 
o Latim possui um lugar preponderante.
Basta que se lembre de que Lineu, no século XVIII, classificou os 
vegetais, dando-lhes nomes latinos, como taxus aurea e fagus atropurpurea, 
cujos modelos são mantidos hodiernamente, para que se tenha uma noção 
da importância do conhecimento da língua latina na compreensão de muitos 
fenômenos próprios aos homens do século XXI, que vivem a mundialização 
do conhecimento.
SAIBA MAIS
Amplie seus conhecimentos e aguce mais a sua curiosidade sobre a 
ascensão e queda dos romanos consultando os seguintes sites:
http://história.abril.com.br/politica/imperio-romano-desaba-434550.shtml 
http://mundoestranho.abril.com.br/historia/pergunta287472.shtml 
http://www.brasilescola.com/historiag/barbaros.htm
http://www.youtube.com/watch?v=d4ToLW_NgaU&feature=related 
PARA VOCÊ NÃO ESQUECER
Se o Latim vulgar só existia na modalidade falada, como os 
filólogos puderam tomar conhecimento de suas características?
Segundo os latinistas, existem fontes muito precisas e confiáveis 
que podem esclarecer muitas dúvidas que pairam sobre o assunto.
E, dentre estas fontes, podem-se citar:
•	 As inscrições mandadas gravar por pessoas do povo, onde 
se acham claros traços da fala vulgar. Nesta espécie, são de particular 
interesse as tabuinhas execratórias, feitas de metal, mármore ou terracota, 
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
22
onde se inscreviam fórmulas mágicas de encantamento ou de maldição, 
que, segundo a crença popular, poderiam produzir os efeitos desejados por 
quem as encomendava;
•	 Também os diálogos presentes nas peças de teatro, quando 
as personagens, nas suas encenações, reproduziam falas usadas pelo povo.
•	 A obra Peregrinatio ad Loca Sancta, escrita pela monja 
Egéria, onde ela narra em linguagem popular a viagem que fez aos lugares 
sagrados;
•	 O Appendix Probi, obra de um autor anônimo. É uma lista 
formada por 227 palavras que aparecem com a correção ao lado, que 
representa a fala do povo, de que são exemplos:
 Alveus non albeus Equus non ecus Formica non furmica
 Umbilicus non imbilicus Ansa non asa Oculus non oclus
EXERCÍCIOS
1. Esclareça onde o Latim foi falado inicialmente, qual a cidade principal 
desta região, quem a fundou e quando.
2. Situe a vigência do Latim, no tempo.
3. Em que regiões o Latim se implantou no mundo antigo? De que século 
datam os mais antigos textos literários do Latim?
4. Coloque os nomes das línguas na ordem de sua sucessão no tempo: 
Latim > proto-indo-europeu > indo-europeu.
5. Informe os nomes das línguas que formam as famílias linguísticas:
a. Indo-irânico:
b. Ítalo-celta:
c. Germânico:
d. Eslavo:
6. Em que séculos a Língua Latina teve seu maior esplendor e que nome 
teve esta época?
UNIDADE 2
Aspectos estruturais da língua latina
OBJETIVOS
• Sistematizar o estudo dos aspectos estruturais da 
língua latina;
• Conhecer particularidades estruturais do Latim 
que auxiliarão na compreensão da estrutura interna 
da línuga portuguesa e seus recursos mórficos e sin-
tátcos.
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25
2 O SISTEMA FONOLÓGICO DA LÍNGUA LATINA: VOCÁLICO E 
CONSONANTAL
 
 Para iniciarmos o estudo sobre sistema fônico do latim, recorremos 
ao nosso conhecimento sobre a noção de fonema, que é a menor unidade 
fônica da língua capaz de estabelecer um valor fônico diferenciador entre 
dois vocábulos. Assim, toda língua tem os seus próprios fonemas e cada 
um deles é portador de particularidades fônicas que se opõem a outro. É o 
que podemos constatar nas tipologias fônicas a seguir:
Figura 01: Sistema vocálico latino
 /ī/ /ĭ/ / ŭ/ / ū/
 /ē/ / ō/
 / ĕ/ / ŏ/ 
 / ā/ / ă/ 
Como podemos perceber visualmente, na figura 01, os 
segmentos vocálicos em Latim distinguem-se entre si não só pelo grau 
de sua altura prosódica mas também pela sua quantidade durativa que 
pode ser longa ou breve (FURLAN; BUSSARELLO,1997). Vamos entender 
melhor, em latim, quantidade é a duração de pronunciação de uma vogal 
ou de uma sílaba. Conhecer a quantidade de uma vogal ou de uma sílaba 
é saber se ela é breve ou longa.
A vogal breve é indicada pelo sinal ˇ, chamado de braquia; a 
longa, pelo sinal -, chamado de mácron, colocados acima da vogal. Assim: 
Ícaro Icărus; amar amāre; destruo delěo; segredo secrētum; história 
historǐam; ouvir audīre; caracol cocheǒlam; sabor sapǒrem; olho ocŭlus e 
seguro secŭrum.
A duração da vogal depende da posição que ela ocupa na 
palavra. Assim:
a) Será breve a vogal seguida por outra vogal, ainda que se 
interponha um h, e por um ditongo: Glória glorǐa; puxo para baixo detrăho; 
caminhos viae.
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
26
b) Será longa a vogal que contém um ditongo (ae, au e oe) 
ou está seguida de duas ou mais consoantes: Judeu Judaeus; muralhas 
moenĭa; tesouro thesaurus; menina puēlla; professor magīster.
Uma sílaba é considerada breve quando a vogal que ela contém 
é breve: Fábula fabŭla, senhora domǐna. Será longa se a vogal que ela 
contém for longa ou fizer parte de um ditongo: Amigo amīcus; céu caelum.
Figura 02: Sistema consonantal latino
/p/ /b/
/t/ /d/
/k/ /g/
/f/ -
/s/ -
/l/ /r/ /m/ /n/
 O sistema consonantal latino, na figura 02, mostra-nos que 
inicialmente era composto por apenas doze fonemas. Notamos, porém 
algumas lacunas, pois dos pares que se agrupam por similaridades 
articulatórias o /f/ não apresenta seu par opositivo que seria o /v/, esse 
som era representado pela semiconsoante /u/, como na palavra uīuo para 
vivo. Mais tarde passa a corresponder o segmento consonantal /v/.
 Segundo Furlan; Bussarelo (1977, p.02) “a geminação das 
consoantes multiplicou o número de oposições fonológicas e, portanto, de 
fonemas.” Exemplo:
/r/ - curo cuido de /rr/ - curro corro
/l/ - stella estela /ll/ - stella estrela
/n/ - anus ânus /nn/ - annus ano
2.1 A GRAFIA DOS FONEMAS 
 
O alfabeto latino é de origem fenícia e foi formado através do grego. 
À época de Cícero, compunha-se de 21 letras, que podiam ser maiúsculas 
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e minúsculas: a, b, c, d, e, f, g, h, i, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, x.
O j e o v foram introduzidos no século XVI pelo humanista francês 
Pierre de la Ramée.
O y e o z foram introduzidos no fim do século I a.C. para possibilitar 
a transcrição de palavras oriúndas do grego que continham estas letras.
Os textos latinos hoje são escritos usando-se 25 letras: a, b, c, d, e, 
f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, y, z.
2.2 PADRÕES ACENTUAIS DA LÍNGUA LATINA
 
 Diferentemente do português, o Latim apresenta um sistema acentual 
de caráter quantitativo. A posição do acento na palavra é determinada 
pela estrutura interna da penúltima sílaba. Ao observamos a distribuição 
posicional do acento na maioria das línguas românicas, quer na última, 
penúltima ou antepenúltima sílaba, atestaremos que esse fenômeno 
prosódico já estava definido no proto-romance e que sofreu pouquíssimas 
alterações nas línguas atuais. Pereira(In. ARAÚJO;ABAURRE et al,2007). 
Observe, então, os princípios estruturadores do sistema acentual latino:
a) Em latim, o acento tônico nunca recaisobre a última sílaba e 
pode-se afirmar que nesta língua não há palavras oxítonas.
b) As palavras de duas sílabas, em princípio, são paroxítonas: 
Rosa rosa; jogo ludus.
c) As palavras de três ou mais sílabas podem ser paroxítonas 
ou proparoxítonas.
•	 Serão paroxítonas se a penúltima sílaba for longa, pois nela 
fica o acento: Alegrar-se gaudēre; amado amātus.
•	 Serão proparoxítonas se a penúltima sílaba for breve, pois o 
acento tônico recua para a sílaba anterior: Senhora domĭna, criada famŭla.
Agora reflita um pouco sobre esses padrões e coteje esse 
sistema acentual com o do nosso português brasileiro. Tente visualizar as 
características que o português manteve no seu processo evolutivo!!!
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
28
2.3 A PRONÚNCIA 
Em latim, todas as letras são pronunciadas em profundidade; 
contudo a pronúncia desta língua variou ao longo de sua história. Assim, 
têm-se três pronúncias:
a. A romana, que mantém a pronúncia corrente entre os séculos 
V e VI da era cristã, com algumas modificações. É a pronúncia usada em 
Roma nos dias atuais.
b. A reconstituída ou restaurada, que tem bases científicas. Seus 
seguidores esforçam-se para reproduzir a pronúncia usada pelas camadas 
mais cultas de Roma, à época de Cícero e de Virgílio.
c. A tradicional, cujos cultores pretendem ler o latim com uma 
pronúncia até certo ponto portuguesa. É bastante comum nas escolas 
de Portugal e do Brasil, e será esta a pronúncia adotada neste curso. 
Passemos, então, a conhecê-la.
 
2.3.1 A pronúncia tradicional
Por esta pronúncia, todas as letras são bem pronunciadas e têm, 
mais ou menos, o mesmo som que em português; exceção feita às vogais, 
que devem ter sempre o seu timbre específico e às consoantes finais, que 
serão sempre muito bem pronunciadas.
Você observar então o seguinte:
a) Os ditongos ae e oe soam e: O céu caelum; de Roma Romae; 
castigo poena.
Obs: Quando os grupos ae e oe não formarem ditongos, pode-se 
colocar o trema sobre o e: O ar aër; o poeta poëta.
b) O c dobrado, seguido de e ou i soa ks: Ir para accedo; recebo accipĭo.
c) Ch, ph e th soam, respectivamente, k, f, t: Braço brachĭum; 
filósofo philosǒphus; tesouro thesaurus.
d) LL, NN e TT devem ter som reforçado: Serva ancilla; ciranda 
vannus; atento attentus.
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29
e) M e N podem dar som nasal às vogais: Campo, campus; 
monte mons.
f) S impuro (s inicial seguido de consoante que não seja c) deve 
ser pronunciado de tal forma que não se ouça a vogal e: Esperança spes; 
base statumen.
g) O grupo ti, em sílaba interior, seguido de vogal e não precedido 
de s, t, x, tem valor de ci: Ação, actio; mensageiro nuntǐus; porém Hóstia 
hostǐa; mistura mixtĭo; Ácio, poeta romano Attius.
h) U soa sempre: Cobra anguis; Quinto Quintus.
i) X soa ks: Rei rex; noite nox.
j) Consoantes finais são sempre bem pronunciadas: Em frente 
de coram; rio flumen.
2.4 A MORFOSSINTAXE LATINA: ASPECTOS GERAIS
 
 Corroborando as palavras de Gomes (2009), ao estudarmos a 
MORFOLOGIA inevitavelmente estudamos a SINTAXE, pois o próprio 
desvendamento das estruturas morfológicas revela que a palavra latina 
é portadora da indicação de sua função sintática. Daí preferirmos, 
didaticamente, tratar os dois níveis de forma una com o objetivo de 
chamarmos atenção para o fato de a estrutura das línguas serem 
visualizadas desta forma. Todavia, algumas características em um e outro 
nível estrutural devem ser ressaltadas isoladamente. 
 No que respeita à MORFOLOGIA da língua latina, identificamos as 
seguintes peculiaridades mórficas:
a) Não existem artigos.
b) Os pronomes pessoais do caso reto são pouco empregados.
c) As preposições são menos empregadas que em português, 
como se verá ao longo deste curso.
d) As palavras, como no português, dividem-se em variáveis e 
invariáveis.
e) As variáveis são: substantivo, adjetivo, pronome e verbo.
f) As invariáveis: advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
30
Em Latim, segundo Almeida (1999); Furlan;Bussarela (1977), 
os elementos morfológicos que incidirão nos substantivos marcarão as 
seguintes gramaticais:
 a) Categoria de nominais: Os gêneros são três: masculino, 
feminino e neutro -pertencem ao gênero masculino: 1º- Os nomes 
próprios de homens (gênero natural): Cícero Cicěro; Virgílio Vergilĭus; 
Horácio Horatĭus. 2º- Ou os que figuram como nomes referendados a 
homens: Anjos: Miguel Michăel; Gabriel Gabrĭel. Demônios: Satã Satan; 
Lúcifer Lucĭfer. Deuses: Netuno Neptúnus; Saturno Saturnus.Ventos: Vento 
norte borěas; vento do sul auster. 3º- Os nomes apelativos que designam 
homens: Rei rex; cocheiro aurīga; pirata pirāta. 4º- Os nomes dos animais 
que significam o macho da espécie: Cavalo equus; jumento asĭnus; mulo 
mulus. 5º- Os nomes de meses: Maio Maius; dezembro december; de rios: 
Sena Sēna; Ródano Rhodănus; de montes: Parnaso Parnāsos; Hélicon 
Helĭcon. Pertencem ao gênero feminino: 1º- Os nomes próprios de 
mulheres (gênero natural): Ana Anna; Lívia Livĭa; Júlia Iulĭa. 2º- Os nomes 
apelativos que designam mulheres: Rainha Regina; sogra socrus. 3º- Os 
nomes de animais que significam a fêmea da espécie: Égua eqŭa; jumenta 
asĭna; mula mula. 4º- Os nomes de ilhas: Sicília Sicilĭa; Córsega Corsĭca; 
cidades: Atenas Athēnae; Tebas Thēbae.5º- Os nomes de árvores: Pereira 
phyrus; macieira malus. Pertencem ao gênero neutro: 1º- Os nomes que 
indicam frutos de árvores, metais e os indeclináveis: Maçã malum; pêra 
pirum; prata argentum; ferro ferrum; de manhã mane; maná manna. 2º- As 
palavras empregadas como objeto de referência gramatical sem nenhuma 
significação: Lago é um dissílabo Lacus est disyllăbum. Bom e mau são 
adjetivos. Bonum et malum sunt adjectiva. 3º- As letras do alfabeto: O i é 
minúsculo I est minuscŭlum. 
Obs: A língua portuguesa não agasalha o gênero neutro. Deste 
gênero latino, existem apenas vestígios no português, como: a) Nos pronomes 
demonstrativos: isto, isso, aquilo, o (igual a isto ou aquilo) em frases como 
estas: O que digo, é verdade. b) Nos pronomes indefinidos: tudo, nada, algo. 
c) Nas formas adjetivas substantivadas: O impossível acontece. Todas as 
artes têm como objetivo o belo. d) Nos casos de infinitivos substantivados. 
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31
O amar e o sofrer são próprios do homem. e) Em frases do tipo: Água é bom 
para matar a sede. É proibido saída de veículo. 
c) Categorias verbais: O verbo na língua latina apresenta as seis 
pessoas gramaticais – três no singular e três no plural. Tem três tempos: 
presente, passado e futuro. Três modos finitos: indicativo, subjuntivo, 
imperativo; Vozes: ativa e passiva. Aspecto: para a ação inacabada o 
INFECTUM; para a ação ACABADA o PERFECTUM e, ainda o SUPINO 
base de formação para os tempos de ação acabada na voz passiva.
d) Categorias verbo-nominais: infinitvo (presente, passado 
e futuro); gerúndio (no genitivo, dativo e ablativo); gerundivo; 
particípio(presente, passado e futuro) e supino.
No que respeita à sua SINTAXE, observamos que em Latim posição 
das palavras na frase não é ditada por sua função. Assim, uma mesma frase 
pode ser escrita de várias maneiras, mudando-se a ordem das palavras. A 
frase: O menino ama a amiga – pode ser reescrita de vários modos: Puěr 
amicam amat. Amicam amat puěr. Amat puěr amicam. Amicam puěr amat.
Isto só é possível porque em latim é a terminação que indica, de 
acordo com a espécie de palavra, o gênero, o número, a pessoa e a função 
sintática que ela exerce. Assim:
Puěr – substantivo, masculino, singular, sujeito.
Amicam – substantivo, feminino, singular, objeto direto.
Amat – verbo, singular, 3ª pessoa.
 Diante disso, reiteramos aqui as palavras de Gomes(2009, p.08) ao 
afirmar que: 
 “Por sero latim uma língua de sintaxe livre, isto é, a 
função sintática dos termos da oração não é dada a partir 
da relação destes termos com o verbo, mas da marcação 
de caso, é que, no momento de fazer a versão (passar 
do português para o latim), a posição do sintagma em 
relação ao verbo é uma questão secundária, por que a 
função sintática de determinado termo em latim é dada 
pela flexão de caso.”
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
32
 Desta forma, para se determinar a função sintática (quer de sujeito, 
objeto, complemento e outras) que um nome (substantivo, adjetivo, numeral) 
ou um pronome exercem na frase, a língua latina diferentemente da língua 
portuguesa, vale-se de um sistema de flexões denominado MORFEMAS 
DE CASO (FURLAN; BUSSARELA, 1977). 
2.5 AS FUNÇÕES SINTÁTICAS EXERCIDAS PELOS CASOS LATINOS
Em Latim, os substantivos, os adjetivos, os pronomes e alguns 
numerais apresentam uma terminação ou forma variável conforme a função 
sintática que exercem na frase em que aparecem, levando em consideração 
ainda algumas categorias gramaticais, como as de gênero e número.
Parece estranho, não? Mas vamos à confirmação do que se está 
afirmando. Tomemos o nome Ana, em latim, Anna, formemos frases com 
ele, fazendo-o exercer as mais diferentes funções sintáticas. Assim:
a) Sujeito: Ana é boa aluna – Anna discipŭla bona est.
b) Predicativo: Aquela menina é Ana - Illa puēlla, Anna est.
c) Vocativo: Ana, por que não louvas tua amiga? Anna, cur amicam 
tuam non laudas?
d) Adjunto adnominal restritivo: O livro de Ana é novo. Annae liber 
novus est.
e) Objeto indireto: Pedro obedece a Ana. Petrus Annae obtempěrat.
f) Complemento nominal: A amizade é agradável a Ana. Amicitĭa Annae 
grata est.
g) Adjunto adverbial: Pedro passeia com Ana. Petrus cum Annā 
ambŭlat.
h) Agente da passiva: Pedro é amado por Ana. Petrus ad Annā amatur.
i) Objeto direto: Pedro ama a Ana. Petrus Annam amat.
Observe que o nome Ana tomou quatro formas diferentes: Anna, 
Annae, Annā e Anam. Estas formas dizem respeito à função sintática que 
o nome Ana exerceu em cada uma das frases. Ainda podia ser usado no 
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plural, quando mais três novas formas apresentariam: Annārum, Annis e 
Annas, perfazendo um total de sete formas. 
Ao conjunto das formas apresentadas pelo antropônimo Anna, no 
singular e no plural, dá-se o nome de DECLINAÇÃO. A cada uma destas 
formas, associada à sua função sintática, dá-se o nome de CASO.
Então, em latim, há seis casos, assim denominados, conforme 
quadro abaixo:
 Quadro 01: Os casos latinos
CASOS FUNÇÃO SINTÁTICA EXERCIDA
Nominativo caso do sujeito e do predicativo do sujeito
Vocativo caso do vocativo
Genitivo caso do adjunto adnominal restritivo, que dá idéia de posse, 
ainda que uma posse “virtual”.
Dativo caso do objeto indireto e do complemento nominal
Ablativo caso do adjunto adverbial e do agente da passiva
Acusativo caso do objeto direto
Cada CASO é portador de uma desinência para o singular e outra 
para o plural, consoante a função sintática exercida pela palavra, detentora da 
desinência, na oração. Todavia, chamamos atenção para o fato de que seguindo 
o mesmo princípio matemático das operações: “a ordem dos fatores não altera 
o produto”, metaforicamente a ordem dos casos não tem importância! Tais 
formas serão estudadas estruturalmente na próxima Unidade.
 Você está começando a penetrar no “gênio” da língua latina e isto 
é muito importante!!
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
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SAIBA MAIS
Aguce mais a sua curiosidade sobre a estrutura interna do Latim 
consultando os seguintes sites:
http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/gramhist/morfologia.html
http://www.filologia.org.br/revista/49/07.pdf
http://www.uff.br/lingualatina/pdfs/morfologia_latina.pdf
PARA VOCÊ NÃO ESQUECER
 Nesta Unidade, vimos que são as desinências de casos que 
indicam as funções sintáticas das palavras e não a posição que estas 
ocupam dentro da oração. Ao tratar sobre a ordem das palavras em 
latim, Garcia(2008, pág. 30) afrma: “ A ordem das palavras em latim é 
uma ordem natural própria da índole da língua”. Vejamos a ordem 
natural em latim, quando dizemos em português “a menina conta fábulas” 
em latim o verbo preferencialmente(ordem regular) encerrará a oração, 
portanto puella fabulas narrat, ou seja, “a menina fábulas conta”. Outra 
particularidade da língua latina é a posição do determinante, precedendo 
ou sucedendo o determinado, por exemplo: “menina bonita” vertendo 
para o latim ficará “pulchra puella” ou “puella pulchra”. O complemento de 
interesse, também, tem a sua ordem regulamentada na oração, pois se 
em português dizemos: “ a menina dá uma rosa à amiga” em latim será “ 
puella amicae rosam dat” porque o objeto indireto(dativo) precede o objeto 
direto(acusativo) e ambos precedem o verbo. Observamos, também, que a 
preposição ou adjunto restritivo(genitivo) ao determinarem dois termos que 
se relacionam,preferencialmente, encaixar-se entre eles como em: “até 
que ponto” em latim será “quem ad finem”. Entretanto, essa ordem regular 
pode sofrer uma queda aparente quando estamos diante de sequências 
fixas, porém com significados distintos, como em: “res publica” para coisa 
pública em oposição aos interesses particulares e, “publica res” significando 
qualquer assunto(GARCIA, 2008).
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EXERCÍCIOS
 1. Caracterize as vogais latinas quanto à duração ou à sua quantidade 
prosódica.
 2. Como em qualquer sistema de língua natural, o latim apresentou 
variação na sua pronúncia. Sintetize-as.
3. Em latim, vimos que a morfologia induz à sintaxe, pois as desinências 
indicam a função sintática do termo na frase. Apresente as desinências de 
cada caso com as suas respectivas funções sintáticas. 
UNIDADE 3
As declinações latinas
OBJETIVOS
• Conhecer as declinações latinas;
• Identificar os elementos morfológicos que expri-
mem as categorias gramaticais. 
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 3. MAS... O QUE É MESMO DECLINAR?
 Na Unidade anterior, vimos que a forma que uma palavra se 
apresenta, de acordo com a desinência indicadora da função sintática, 
denominamo-la de caso. Pois bem, DECLINAR uma palavra em Latim, 
segundo Almeida (1999, p.26) “ é recitar a palavra em todos os casos, tanto 
do singular como do plural.”
3.1 DECLINAÇÕES LATINAS
Você deverá agora aprender que os substantivos distribuem-se 
em cinco grupos de flexões, ou seja, em cinco declinações. Há substantivos 
que pertencem à 1ª declinação; outros, à 2ª e assim por diante. Cada 
substantivo, em tese, só pertence a uma declinação.
 A declinação de uma palavra é reconhecida pela terminação do genitivo 
singular. Os dicionários e os livros em geral trazem logo após a palavra, ou 
genitivo completo ou algumas letras que o identifiquem. Como este caso é 
diferente em todas as declinações serve para discriminá-las. Assim:
Declinações 1ª 2ª 3ª 4 ª 5ª
Terminações do genitivo singular ae i is us e
Uma palavra posta no dicionário schola, ae, sabe-se que é da 1ª 
declinação; discipŭlus, i, da 2ª; Universitas, ātis, da 3ª; cursus, us, da 4ª e 
dies, ei, da 5ª.
Da mesma maneira, se lhe perguntarem como é escola em 
latim, você deverá responder schola, ae; aluno será discipŭlus, i e assim 
por diante.
Tirando-se a desinência do genitivo singular de uma palavra, o 
que sobra constitui o radical. Assim.
Radical Genitivo
schol ae
discipŭl i
Universitat is
Curs us
Di ei
 
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
40
 Diante do exposto, entendemos, então, que o Latim expressa-
se através de morfemas desinenciais de número e caso. A partir do 
reconhecimento de cadamorfema é que podemos determinar a função 
sintática que a palavra está exercendo na frase e, assim, impingir uma 
interpretação ao enunciado ou texto latino. Contudo, para o bom êxito de 
nossas análises é de grande relevância a aprendizagem dos PARADIGMAS 
FLEXIONAIS dos nomes no Latim em cada uma das declinações.
 Tabela 01: Desinências dos casos das cinco declinações latinas
 
 
N
um
.
C
aso 
1ªdecl.
F (M
)
2ªdecl.
M
 F N
3ª decl.
4ª decl.
M
/F
5ª decl.
F
C
onsonant
M
/F N
vocálica
S
IN
G
N
O
M
G
E
N
.
A
C
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A
B
L.
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U
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 E
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V
árias V
árias
IS
 IS
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M
 = nom
I I
E
 E
= nom
. = nom
V
árias V
árias
IS
 IS
E
M
 = nom
I I
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 E
=nom
 =nom
.
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L.
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M
 O
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 IS
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M
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E
S
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 IA
IU
M
 IU
M
E
S
 IA
IB
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S
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U
S
IB
U
S
 IB
U
S
E
S
 IA
U
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U
M
U
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U
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IB
U
S
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S
E
R
U
M
E
S
E
B
U
S
E
B
U
S
E
S
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41
Ao cotejarmos os morfemas desinenciais de número (singular e plural) 
e de caso (os sete), categorizados na tabela 01, constatamos que todos 
apresentam relações de semelhanças e/ou de oposição entre si, tanto 
no nível de casos como no de declinações, isso facilita por demais 
a memorização deles. Contudo, para um aprendizado consciente e 
não mecânico da riqueza desinencial desta língua, estudaremos cada 
declinação, apontando as suas peculiaridades, nas próximas seções.
3.1.1 Primeira declinação
Pertencem à 1ª declinação todos os substantivos que têm o 
genitivo singular em ae.
As desinências são as seguintes:
Singular Plural
Nominativo A Nominativo AE
Vocativo A Vocativo AE
Genitivo AE Genitivo ARUM
Dativo AE Dativo IS
Ablativo Ā Ablativo IS
Acusativo AM Acusativo ARUM
Declinação de musa, musae (= musa)
Singular Plural
Nom. musa Nom. musae
Voc. musa Voc. musae
Gen. musae Gen. musārum
Dat. musae Dat. musis
Abl. musā Ab. musis
Ac. musam Ac. musas
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
42
Tradução do singular:
Nom. a musa Dat. à musa ou para a musa
Voc. ó musa! Abl. com a musa ou pela musa.
Gen. da musa Ac. a musa
E, para traduzir no plural, basta colocar artigo e substantivo no 
plural, acompanhados das preposições nos casos que as pedem. Assim: 
as musas, ó musas, das musas, às musas, com as musas.
Como você deve ter notado, não é difícil declinar um nome em latim. 
É importante saber separar o radical e conhecer bem as desinências, tanto as 
do singular quanto as do plural, que serão acrescidas a este radical. Seguindo 
o modelo de musa, ae, você poderá declinar e traduzir qualquer nome.
3.1.2 Características morfológicas da 1ª declinação
 A maioria dos nomes da 1ª declinação pertence ao gênero feminino. 
São masculinos apenas:
• Os nomes de profissões e de homens. Ex:
Agrícǒla, ae = camponês Catilina, ae = Catilina
Auriga, ae = cocheiro Numa, ae = Numa
Athleta, ae = atleta Sylla, ae = Sila
• Os nomes de rios:
Garumna, ae = Garona Matrona, ae = Marne
• Há nomes da 1ª que não têm o mesmo sentido no singular e no plural. Ex:
Copǐa, ae = abundância Copǐae, ārum = forças militares, tropas
Littěra, ae = letra Littērae, ārum = carta
Fortuna, ae = sorte Fortunae, ārum = riquezas
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• Há nomes que só se empregam no plural. Ex.:
Athēnae, ārum = Atenas Divitǐae, ārum = riqueza
Thebae, ārum = Tebas Indutǐae, ārum – trégua
Venitĭae, ārum = Veneza Nuptǐae, ārum = núpcias
 Ao procurar uma palavra no dicionário(acostume-se),você vai 
encontrar sempre o verbete escrito no nominativo seguido da desinência 
do genitivo, por exemplo: rana – ae(rã).
Exercícios sobre a 1ª declinação
1. Decline nauta, ae (marinheiro) e coloque a tradução do singular.
Singular Tradução Plural
Nom. ____________ ________________________ _______
Voc. _____________ _________________________ _______
Gen. _____________ _________________________ _______
Dat. ______________ _________________________ ________
Ab. ______________ _________________________ ________
Ac. ______________ _________________________ ________
2. Que preposições você usou para traduzir os casos:
a. Genitivo?
b. Dativo? 
c. Ablativo? 
3. Decline discipŭla, ae no singular e no plural.
Singular Plural
N. ____________________ ____________________
V. ____________________ ____________________
G. ____________________ ____________________
D. ____________________ ____________________
Ab. ___________________ ____________________
Ac. ___________________ ____________________
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4. Responda ao que se pede:
a. Como reconhecemos a que declinação pertence uma palavra?
b. Dê a terminação do genitivo singular das cinco declinações.
1ª________ 2ª________3_________4ª________ 5ª__________
5. Coloque nos parênteses C, para certo; E, para errado com relação à 
afirmação que se faz.
a. ( ) A maioria das palavras da 1ª declinação pertencem ao gênero 
feminino.
b. ( ) Há palavras neutras na 1ª declinação.
c. ( ) As palavras agrícǒla, ae (agricultor) e nauta, ae (marinheiro) são 
masculinas.
d. ( ) Os nomes de homens pertencem ao gênero masculino.
6. Como dizemos em latim.
a. Mestra? 
b. Senhora?
c. Estrela? 
d.Pomba?
e. Coroa? 
 4. Termos da oração
Como você já deve ter observado, saber análise sintática é 
essencial a quem se propõe estudar esta língua. Não se aflija se você 
não dominou este assunto no ensino médio. Vamos inicialmente fazer uma 
revisão dos termos da oração e depois retornaremos as lições. Procure 
aproveitar bem estas aulas.
Chama-se de oração “toda a manifestação da linguagem com vistas 
à comunicação com nossos semelhantes”. A sequência de palavras em – O 
latim continua vivíssimo nas línguas românicas – forma uma oração, porquanto 
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satisfaz às exigências previstas no conceito acima, é uma manifestação da 
linguagem verbal e há um objetivo de realizar uma comunicação.
Em uma oração podemos encontrar quatro espécies de 
elementos:
1. Termos essenciais: sujeito e predicado. 
2. Termos integrantes: complementos verbais: objeto direto e objeto 
indireto; complemento nominal e agente da passiva.
3. Termos acessórios: adjunto adnominal: atributo e adjunto restritivo; 
adjunto adverbial: de companhia, de instrumento, de lugar, de meio, 
de modo, de proveniência, de tempo, etc e aposto. 
4. Vocativo.
 4.1 Termos essenciais
A. Sujeito
A palavra fundamental da oração é o verbo. Em torno dele giram 
duas unidadessignificativas que estabelecem entre si uma relação – o 
sujeito e o predicado.
Sujeito é o ser sobre o qual se declara algo. Ex.: Os romanos 
não conheciam o zero. Nesta oração, o ser, a respeito do qual se faz uma 
declaração, é a palavra romanos, que guarda as características de sujeito 
desta oração.
Dentre os diferentes tipos de sujeito, arrolados pela Nomenclatura 
Gramatical Brasileira (NGB), interessa mais diretamente ao estudante 
de Latim I o sujeito simples e o composto. O simples é caracterizado por 
possuir um único núcleo, como o do exemplo acima, representado pela 
palavra romanos. O composto é dotado de dois ou mais núcleos. Ex.: 
O francês e o italiano são línguas oriundas do latim – em que francês e 
italiano são os núcleos do sujeito composto da referida oração.
B. Predicado
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O predicado é representado pelo próprio verbo, que pode estar 
sozinho na oração ou vir acompanhado de outras palavras. Na oração A 
chuva já passou, a forma verbal passou é plena de sentido, não necessita 
de nenhuma outra palavra para complementá-la. Já em O alfabeto dos 
celtas consistia em entalhes feitos nas arestas, a forma verbal consistia 
carece de outras palavras para que o seu sentido seja complementado.
Obs: Neste ponto, é importante introduzir as noções de predicação 
verbal, a classificação dos verbos quanto à maneira como se comportam 
para gerar significados, dispensando ou exigindo complementos.
Assim, quanto à predicação, os verbos se classificam em:
a) Intransitivos – os que têm sentido completo e, por isso, não 
necessitam de complementos. Ex: Os homens trabalham. Os pássaros 
voam.
b) Transitivos – os que não têm sentido completo e, por isso 
mesmo, necessitam de complementos. Há três tipos:
Transitivos diretos – ligam-se diretamente ao complemento, 
sem nenhuma preposição. Ex: A Grécia dominou seu vencedor. O latim 
sofreu muitas influências externas.
Transitivos indiretos – ligam-se ao complemento 
indiretamente, por meio de uma preposição. Ex: O povo etrusco não resistiu 
ao fim da República. Concordamos com a maioria. Mecenas descendia de 
etruscos.
Transitivos diretos e indiretos – ligam-se direta e 
indiretamente ao complemento. Ex.: O professor dita as sentenças aos 
alunos. A atriz recita as fábulas para as crianças.
c) De ligação – os que se caracterizam por terem um significado 
amplo e vago e referirem-se a traços essenciais do sujeito. Tais como 
verbos transitivos têm sentido incompleto e, conseqüentemente, requerem 
um complemento que é constituído por uma qualidade ou estado. A lista 
destes verbos inclui: continuar, estar, ficar, parecer, permanecer, ser e 
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outros. Ex: Os alunos estão interessados. O problema parecia resolvido. A 
língua latina não é difícil.
•	 Predicativo do sujeito – é o 
complemento do chamado verbo de ligação. Nas orações 
acima interessados, resolvido e difícil complementam a 
significação dos verbos de ligação das orações em que 
aparecem; são, portanto o predicativo do sujeito destas 
orações.
5. Termos integrantes 
A. Objeto direto – é o completo de um verbo transitivo direto. Ex.: Os 
imperadores romanos castigaram cristãos. Os pais amam seus filhos. 
(cristãos e filhos são objetos diretos nas orações em que aparecem).
B. Objeto indireto – é o complemento de um verbo transitivo indireto. Ex.: Os 
jovens obedecem aos idosos. O professor alegrou-se com teu desempenho 
(aos idosos e com teu desempenho são os objetos indiretos nas orações 
em que aparecem). Obs.: As principais preposições que acompanham os 
verbos transitivos indiretos são: a, com, de, em, por.
C. Complemento nominal – como os verbos transitivos necessitam de 
palavras para complementarem seu sentido, há substantivos, adjetivos e 
até advérbios que também exigem um complemento. Ex.: A resposta ao 
crítico foi pontual. Esta palavra é plena de significado. A Bélgica ficava 
muito perto da França. (as expressões ao crítico, de significado e da França 
são complemento nominal, respectivamente do substantivo resposta; do 
adjetivo pleno e do advérbio perto).
D. Agente da passiva – indica o ser que realiza a ação expressa por um 
verbo que está na voz passiva. Neste caso o sujeito sofre os efeitos da ação 
praticada pelo agente da passiva. Ex.: Os romanos eram favorecidos pela 
sorte. Os empregados foram gratificados pelo patrão. (pela sorte e pelo 
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patrão são o agente da passiva, respectivamente das expressões verbais 
eram favorecidos e foram gratificados).
6. Termos acessórios
A. Adjunto adnominal – pode ser expresso por um adjetivo, por um pronome 
adjetivo ou por um numeral, desde que estas palavras não exerçam a função 
de predicativo. Ex.: O latim conheceu uma nova expansão em nossa era 
desde os primeiros séculos. (as palavras nova, nossa e primeiros exercem 
a função de adjunto adnominal, porquanto, morfologicamente, elas têm o 
valor, respectivamente de adjetivo, pronome adjetivo e numeral).
 
•	 Adjunto restritivo – O adjunto adnominal 
pode também ser representado por um substantivo 
precedido pela preposição de (do e variações). Neste 
caso, ele indicará posse ou qualidade. Ex.: O avô de 
João era filósofo. A casa de pedra não ruiu pela ação do 
vento. (de João e de pedra exercem a função de adjunto 
restritivo; um indica posse; o outro, qualidade).
B. Adjunto adverbial – pode ser expresso:
Por um advérbio. Ex.: Os agricultores aravam a terra 
alegremente.
2. Por uma expressão que indique:
a) Causa. Ex.: No Brasil, crianças ainda morrem pela desnutrição.
b) Companhia. Ex.: Passeio no bosque com amigos.
c) Instrumento. Ex.: Os soldados antigos feriam os inimigos com a 
espada.
d) Lugar. Ex.: Eu estou na cidade.
e) Meio. Ex.: Cícero se comunicava com seus coevos por carta.
f) Modo. Ex.: As orações de Cícero eram lidas pelos romanos 
atentissimamente.
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g) Proveniência. Ex.: A mulher tirava água da fonte.
h) Tempo. Ex.: Ao raiar do dia, partiremos.
Obs.: O que aparece em itálico são exemplos dos adjuntos adverbiais 
em tela. Esta lista não é completa. Adjuntos adverbiais, que tenham 
outras subclassificações, podem existir.
C. Aposto – é um substantivo que explica ou determina o sentido de um 
termo expresso na oração. Ex.: O inglês, língua germânica, não possui 
acentos. Os costumes dos antigos germanos eram louvados por Tácito, 
escritor romano. (as expressões escritor romano e língua germânica, 
exercem a função de aposto de Tácito e inglês, respectivamente).
D. Vocativo – é um apelo ou um chamamento. Indica o ser ao qual se 
dirige a palavra, sem manter relação sintática com outro termo da oração. 
Às vezes é precedido pela interjeição ó e é seguido por algum sinal de 
pontuação. O vocativo pode aparecer no princípio, no meio ou no fim 
da oração. Ex.: Senhores Senadores, sejam favoráveis às iniciativas 
do governo. Sai, jovem, da inércia em que estais! Vai trabalhar, criatura! 
(as palavras Senhores Senadores, jovem e criatura exercem a função de 
vocativo).
Obs: Função sintática dos pronomes oblíquos átonos
A função dos pronomes oblíquos átonos me, te, se, o, a, lhe, nos, 
vos, é determinada pela transitividade do verbo. Assim, pode-se dizer que:
O pronome “o” funciona sempre como objeto direto. Por isso só 
pode ligar-se a verbos transitivos diretos. Ex.: Nós o castigaremos sempre 
que errar. Quero amá-lo por suas qualidades.
Lhe (e variações) exerce a função de objeto indireto. Por isso 
também só pode ligar-se a verbos transitivos indiretos. Ex.: o patrão pagou-
lhe regiamente. Quero-lhe muito bem.
Se, nos, vos podem exercer a função de objeto direto ou objeto 
indireto. Tudo depende da transitividade verbal. Se aparecerem ligados aCultura e Funcionamento Da Língua Latina
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verbos transitivos diretos, serão o seu objeto direto. Ex.: Eles se castigavam 
ao rejeitarem ajuda. Nossos pais nos amam com amor puro. Cumprimentai-
vos uns aos outros pela passagem do Ano Novo.
Porém se estes mesmos pronomes estiverem ligados a verbos 
transitivos indiretos, exercerão a função de objeto indireto. Ex.: Eles se 
perdoarão porque ambos erraram. Os subalternos sempre nos obedecerão.
Leitura e tradução de textos.
Agora vamos ler e traduzir textos do latim para o português e 
vice-versa. Para auxiliá-lo, você terá ao seu dispor um vocabulário básico.
1ª Lição
Vocabulário
agricǒla, ae agricultor nauta, ae marinheiro
amare, amar non não
ancillia, ae criada nos, nós 
ciconǐa, ae cegonha opěra, ae (f) trabalho
columba, ae pomba poëta, ae poeta
corona, ae coroa puēlla, ae menina
devorāre devorar pugna, ae combate
domǐna, ae senhora rana, ae rã
donāre, doar rosa, ae rosa
ego eu sollertǐa, ae laboriosidade
fecundāre, fertilizar stella, ae estrela
femǐna, ae mulher terra, ae terra
illustrāre iluminar vituperāre, repreender
laudāre louvar vocāre chamar
luna, ae lua vos vós
Traduza-se em Português
Puella amat rosam. 2 Domǐna vocat ancillam. 3 Nauta amat 
lunam et stellas. 4 Pullae amant coronas rosarum. 5 Nos amamus poetas. 
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6 Vos donātis puellis coronas rosarum. 7 Luna et stellae illustrant terram. 8 
Ego laudo sollertĭam puellarum. 9 Femǐnae non amant pugnas. 10 Ciconĭae 
devorant ranas. 11 Domǐna vocat ancillas. 12 Agricǒlae donant puellis rosas 
et columbas. 13 Opěra agricǒlae fecundat terram.
2ª Lição
Traduza-se em latim
A lua ilumina a terra. 2 As meninas amam as rosas. 3 Os poetas 
amam as coroas de rosas. 3 Os poetas louvam a laboriosidade das meninas. 
5 Nós doamos aos poetas uma coroa de rosas. 6 A cegonha devora as 
rãs. 7 Tu amas os poetas. 8 Os marinheiros amam a lua e as estrelas. 9 A 
senhora repreende as criadas. 10 Os agricultores doam rosas aos poetas. 
11 Vós amais a laboriosidade dos agricultores. 12 A senhora chamará as 
criadas. 13 O trabalho dos agricultores fertilizará a terra.
3ª Lição
Vocabulário
America, ae América insŭla, ae ilha 
aquǐla, ae águia laetitĭa, ae alegria
Brasilǐa, ae Brasil lingŭa, ae língua
Britannĭa, ae Bretanha (Inglaterra) magistra, ae mestra
Causa, ae causa musa, ae musa
dea, deae deusa pirgritǐa, ae preguiça
discordǐa, ae discórdia poena, ae castigo, pena
esse ser praeda, ae presa (objeto apreendido)
Europa, ae Europa saepe freqüentemente, muitas vezes
Glorǐa, ae glória sapientĭa, ae sabedoria
Historǐa, ae historia terra, ae país, terra
inopĭa, ae pobreza Victorǐa, ae vitória
incǒla, ae (m) habitante vita, ae vida 
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
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Tradução
Saepe columba et praeda aquĭlae. 2 Brittanǐa est insŭla Europae. 
3 Brasilĭa est terra Amerǐcae. 4 Lingŭa saepe est causa discordǐae. 5 Historǐa 
est magistra vitae. 6 Sapientĭa est glorǐa poëtārum. 7 Poena pirigritǐae 
erit inopǐa. 8 Pugna nautārum est causa victorǐae. 9 Nos sumus incǒlae 
Brasilǐae. 10 Sollertǐa erit glorǐa incolārum Brasilǐae.
 
(Textos extraídos do livro de Comba, 1990: 32-33).
Normas para tradução 
Como você já deve ter observado, há palavras latinas exatamente 
iguais a palavras portuguesas, como planta planta e causa causa.
Há outras palavras cuja tradição portuguesa é muito parecida 
com a palavra latina, como aqua água e diligentĭa diligência.
Porém há algumas cuja tradução é bem diferente da palavra 
latina, de que são exemplos Regina rainha e ancilla criada.
Então ao traduzir um texto, do latim para o português ou vice-
versa, você deverá tomar alguns cuidados:
1. Não há artigo em latim, nem definido nem indefinido. Assim, 
a frase Deae ara pulchra est deverá ser traduzida colocando-se os artigos 
que a língua portuguesa exige: O altar da Deusa é belo.
2. A preposição “de” do adjunto adnominal restritivo e as 
preposições “a” ou “para” do objeto indireto também não aparecem na frase 
latina. Ex.: Annae magistra vitam amat. A professora de Ana ama a vida. 
Livĭa avĭae obtempěrat. Lívia obedece à avó.
3. O vocativo em latim só vem acompanhado da interjeição “o” 
em casos de ênfase. Ex.: O tempǒra! O mores! Ó tempos! Ó costumes! 
Porém se não houver propósito deliberado de ênfase, o “o” não aparecerá 
em latim, mas poderá ser acrescentado em português. Ex.: Cur laudas 
ancillam, domĭna? Por que louvas a criada, ó senhora?
Os pronomes possessivos “seu, sua, seus, suas” só se expressam em 
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latim quando necessários à clareza. Ex.: Mater mea Deo supplĭcat. Minha 
mãe suplica a Deus.
4. O objeto direto, isto é, o acusativo, deve ser colocado antes 
do verbo. Ex.: Magistra bonam discipulam amat. A professora ama a boa 
aluna.
5. Quando uma oração possui dois objetos, um direto (acusativo) 
e outro indireto (dativo), o indireto costuma vir antes do direto. Ex.: Delĭa 
amicae fabŭlam explicat. Délia explica a fábula à amiga.
6. O genitivo latino vem, na maioria dos casos, antes da palavra 
de que depende. Ex.: Diana sapientĭae dea erat. Diana era a deusa da 
sabedoria. Observe que o genitivo sapientĭae vem antes de dea que é a 
palavra de que depende.
7. Os adjuntos adverbiais:
a. De causa. Em português costuma vir acompanhado da 
preposição “por”. Ex.: O homem foi preso por vadiagem. Por vadiagem foi 
a causa da prisão do homem.
Em latim, as palavras que indicam a causa de uma coisa vão 
para o caso ablativo sem preposição. Ex.: Ignaviā suā, amicitĭa nostra perit. 
Por causa da sua covardia, nossa amizade perece.
b. De instrumento ou meio. Expressa-se pelo ablativo sem 
preposição. Ex.: Agrĭcola saggitā columbam ferivit. O agricultor feriu a 
pomba com a flecha.
c. De proveniência. Expressa-se pelo ablativo antecedido da 
preposição ex. Ex.: Agrĭcola ex insŭlā aquam haurit. O agricultor tira água 
da ilha.
d. De companhia. Expressa-se pelo ablativo acompanhado da 
preposição cum. Ex.: Domina cum ancillā ambŭlat. A senhora passeia com 
a criada.
e. De lugar. São quatro.
I. Lugar ONDE. Indica o lugar em que se está ou se pratica 
alguma ação. Expressa-se pelo ablativo precedido pela preposição in. Ex.: 
Sum in insŭlā. Estou na ilha. Ambŭlo in Hispanĭā. Passeio na Espanha.
II. Lugar DONDE. Indica o lugar do qual se afasta. Expressa-se 
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
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pelo ablativo precedido por estas preposições: a, e (antes de consoantes), 
ab, ex (antes de vogal) e de. Ex.: Reděo ex insŭlā. Volto da ilha. Musca e 
viā volat. A mosca voa da rua.
 III. Lugar POR ONDE. Indica o lugar através do qual se passa. Em 
português é precedido pela preposição por ou pela locução através de. 
Expressa-se em latim pelo acusativo precedido pela preposição per. Ex.: 
Musca e viā per fenestram volat. A mosca voa da rua pela (através da) 
janela. Puēlla per scholam transĭit. A menina passou pela escola.
 IV Lugar PARA ONDE. Indica o lugar para o qual se dirige. Em 
português é precedido pelas preposições: em, para, a. Expressa-se em 
latim pelo acusativo precedido pela preposição in (quando indica entrada 
em um lugar) ou ad (quando não indica entrada em um lugar). Ex.: Ego in 
casam intro. Eu entro em casa. Aquĭla a castaněa ad casam volat. A águia 
voa da castanheira para a casa.
PARA VOCÊ NÃO ESQUECER
Você sabe o que significa a expressão “gastar ou perder o 
seu latim”?
Pois bem, gastar ou perder o seu latim significa gastar ou perder 
tempo com alguém que não entende ou não quer entender o que se diz; é 
também, por extensão,trabalhar ou esforçar-se inutilmente. Gostou?
 3.2. 1 Segunda declinação
A. Pertencem à 2ª declinação todos os substantivos que têm o genitivo 
singular em i.
1. Nesta declinação, há palavras que têm o nominativo do singular em us, 
er, ir ou um. As que fizerem o nominativo em us têm o vocativo em e; as que 
fizerem o nominativo em er ou ir têm as mesmas desinências dos nomes em 
us, com exceção, apenas, do vocativo singular, que fica igual ao nominativo.
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2. As palavras da 2ª declinação, que fizerem o nominativo singular em 
um pertencem ao gênero neutro. Ex.: Scutum, i escudo; signum, i marco, 
insígnia.
3. Há porém três palavras que são uma exceção a esta regra; elas são 
neutras, mas seu nominativo singular termina em us. São elas: Pelăgus ,i 
mar; virus, i veneno e vulgus, i povo. Estas palavras são declinadas apenas 
no singular.
4. Qualquer palavra neutra, em ambos os números, tem três casos cujas 
desinências são iguais: nominativo, vocativo e acusativo. No plural, a 
desinência destes três casos é a. As desinências dos demais casos são as 
mesmas de qualquer nome da 2ª declinação.
5. As desinências são as seguintes:
Singular Plural
 m. f. m. vir. n.
Nom. us er ir um
Voc. e er ir um
Gen. i
Dat. o
Abl. o
Ac. um
 
 m. f. m. vir n.
Nom. i i i a
Voc. i i i a
Gen. ōrum
Dat. is
Abl. is 
Ac. os os os a
6. Conforme você já sabe, uma vez conhecido o genitivo singular, sabe-
se qual é o radical da palavra. Então, para declinar os demais casos, 
basta acrescentar as desinências ao radical. Declinemos amicus, i amigo, 
magister, tri, mestre, professor e vocabulum, i vocábulo.
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Amicus, i (masculino)
7. Singular Plural
Nom. amicus Nom. amici
Voc. amice Voc. amici
Gen. amici Gen. amicōrum 
Dat. amico Dat. amicis
Abl. amico Abl. amicis
Ac. amicum Ac. amicos 
8. Singular Plural
 Nom. magister Nom. magistri
Voc. magister Voc. magistri
Gen. magistri Gen. magistrōrum
Dat. magistro Dat. magistris 
Ab. magistro Abl. magistris
Ac. magistrum Ac. magistros
 
9. Singular Plural
 Nom. vocabŭlum Nom. vocabŭla 
 Voc. vocabŭlum Voc. vocabŭla
Gen. vocabŭli Gen. vocabulōrum 
Dat. vocabŭlo Dat. vocabŭlis
Abl. vocabŭlo Abl. vocabŭlis
Ac. vocabŭlum Ac. vocabŭla 
3.2.2 Características morfológicas da 2ª declinação
a. As palavras terminadas em us são masculinas. Exceções: 
São femininas:
•	 Nomes de árvores; cidades, ilhas e alguns países. Ex.:
Ficus, i = figueira Malus, i = macieira
Saguntus, i = Sagunto Tarsus, i = Tarso
Cyprus, i = Chipre Aegyptus, i = Egito
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•	 Nomes de origem grega:
Methŏdus, i = método Periŏdus, i = 
período
Dialectus, i = dialeto Diphthongus, i = ditongo
•	 Outros nomes:
Domus, i = causa Humus, i = terra
Colus, i = roca Vannus, i = joeira
Alvus, i = ventre Carbăsus, i = vela
b. As palavras terminadas em er são masculinas.
c. Vir, i é palavra masculina.
d. O genitivo singular da 2ª declinação pode apresentar dois ii. Isto 
ocorre quando a palavra já tem um i no radical. Ex.: Nuntius, ĭi, mensageiro; 
fluvĭus, ĭi rio.
e. Agnus, i cordeiro; chorus, i coro e Deus, Dei Deus têm o vocativo 
igual ao nominativo.
f. Filĭus, ĭi e os nomes próprios latinos em ius fazem o vocativo, 
perdendo a sílaba us. Ex.:
N. Filĭus Antonĭus Pompeius
V. Fili Antoni Pompei
g. Darius tem o vocativo Darie.
h. Além da irregularidade observada em e., a palavra Deus apresenta 
outras irregularidades. Vejam-se:
Singular Plural
Nom. Deus Nom. Di ou Dii (raramente Dei)
Voc. Deus Voc. Di ou Dii (raramente Dei)
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
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Gen. Dei Gen. Deorum ou Deum
Dat. Deo Abl. Dis ou Diis (raramente Deis)
Abl. Deo Abl. Dis ou Diis (raramente Deis)
Ac. Deum Ac. Deos
i. Na 2ª declinação, há nomes que no plural podem ter, além do 
primeiro, um segundo significado.
Singular Plural
Bonum (n.) = bem Bona = propriedades, bens
Castrum (n.) = castelo Castra = acampamento
Hortus (m.) = jardim Horti = parque, jardim público
Rostrum (m.) = bico de pássaro Rostra = tribuna de orador
j. Há outros nomes que só são usados no plural, como Arma, armōrum 
= armas
Libĕri, liberorum = meninos (com o significado de filhos)
l. Dativo e ablativo plural em abus
Como você já deve ter observado, a desinência do dativo e do 
ablativo plural é igual na 1ª e 2ª declinações. Esta coincidência acarreta 
problemas na hora de discriminar os nomes de uma e de outra declinação 
quando eles, além de estarem em um destes casos, possuem o mesmo 
radical, como é o caso de filĭa, ae filha e filĭus, ĭi filho; o dativo e o ablativo 
plural de filĭa ( filha) é filĭis; o dativo e o ablativo plural de filĭus (filho) é 
também filĭis.
Nestes casos, para distinguir uma palavra da outra, o latim adota 
para a 1ª declinação a desinência abus para o dativo e o ablativo plural.
Desta maneira filĭa, ae faz dativo e ablativo plural filiabus.
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Outras palavras que seguem esta irregularidade nos casos 
citados:
1ª declinação 2ª declinação Dat. e abl. pl. da 1ª
Anĭma, ae (f.) = alma Anĭmus, i (m.) = espírito animabus
Asĭna, ae (f.) = jumenta Asĭnus, i (m.) = jumento asinabus
Dea, ae (f.) = deusa Deus, dei (m.) = deus deabus
Famŭla, ae (f.) = serva Famŭlus, i (m.) = servo famulabus
Filĭa, ae (f.) = filha Filĭus, ĭi (m.) = filho filiabus
Equa, ae (f.) = égua Equus, i (m.) cavalo equabus
Liberta, ae (f.) = livre Libertus, i (m.) = livre libertabus
Mula, ae (f.) = mula Mulus, i (m.) = mulo, mu mulabus
Nata, ae (f.) = filha Natus, i (m.) = filho natabus
Pareceu-lhe mais difícil a 2ª declinação? Calma! Vamos 
responder às questões dos exercícios que seguem e tudo será esclarecido. 
Afinal, a 2ª declinação não é tão difícil assim. Ela apenas tem mais detalhes 
que a 1ª, haja vista que possui gênero neutro. O restante a gente tira de 
letra, ou seja, de Letras / Espanhol.
 Após estas informações, tente responder às questões dos 
exercícios abaixo.
Exercícios sobre a 2ª declinação
1. Decline Alumnus, i aluno e coloque a tradução do singular.
Singular Tradução Plural
Nom. _______________ ___________________ _______________
Voc. ________________ ___________________ _______________
Gen. ________________ ___________________ _______________
Dat. ________________ ___________________ ______________
Abl. _________________ ___________________ _______________
Ac. _________________ ___________________ _______________
Cultura e Funcionamento Da Língua Latina
60
2. Decline Magister, tri professor no singular e no plural.
Singular Plural
N. ______________________ ____________________
V. ______________________ ____________________
G. ______________________ ____________________
D. ______________________ ____________________
Ab. _____________________ ____________________
Ac. _____________________ ____________________
3. Decline Vinum, i vinho no singular e no plural.
Singular Plural
N. ______________________ ____________________
V. ______________________ ____________________

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