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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - COED Metodologia Científica LICENCIATURA EM LETRAS – ESPANHOL UAB – UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL UESPI – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ COORDENAÇÃO GERAL EAD/UAB/UESPI CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS - ESPANHOL METODOLOGIA CIENTÍFICA Regina Maria Teles Coutinho Coutinho, Regina Maria Teles. Metodologia científica / Regina Maria Teles Coutinho. – Teresina: [s.n.], 2009. 61 f. : il. Acompanha avaliação do fascículo. 1. Metodologia científica. 2. Universidade Estadual do Piauí - UESPI. II. Título. CDD. 001.42 C871m Copyrigth © 2009. UESPI - Universidade Estadual do Piauí - Núcleo de Educação à Distância. Venda Proibida MATERIAL PARA FINS EDUCACIONAIS DISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS CURSISTAS UAB/UESPI EDIÇÃO: Equipe Multidisciplinar da UAB/UESPI – Universidade Aberta do Brasil – Universidade Estadual do Piauí Coordenadora EaD/UAB: Profa. Msc. Maria de Lourdes de Melo Salmito Mendes Coordenadora Adjunta: Profa. Dra. Bárbara Olímpia Ramos de Melo Coordenadora do Curso de Licenciatura Plena em Letras – Espanhol: Profa. Msc. Margareth Torres de Alencar Coordenador de Tutoria: Prof. Esp. Omar Mario Albornoz Equipe Multidisciplinar: Katiuscia Poliana Jamily de O. Damasceno Manuel Gonçalves das Silva Neto Prof. Esp. Marivaldo de Oliveira Mendes Prof. Msc. Orlando Maurício de Carvalho Berti Professores Conteudistas do Fascículo: Regina Maria Teles Coutinho Revisão: Profa. Msc. Silvana da Silva Ribeiro Diagramação: Prof. Msc. Orlando Berti Capa: Orlando Berti UAB-UESPI Campus Poeta Torquato Neto (Pirajá), CCN, Sala da UAB, Rua João Cabral, 2231, bairro Pirajá, Teresina (PI). CEP: 64002- 150. Telefone: (86) 3213-5471, 3213-7398 (ramal 294). http://ead.uespi.br E-mails: eaduespi@hotmail.com coordenacao.uab@uespi.br Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Vice-presidente da República José Alencar Gomes da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação à Distância Carlos Eduardo Bielschowsky Diretor de Educação à Distância CAPES/MEC Celso José da Costa Governador do Piauí José Wellington Barroso de Araújo Dias Vice-governador do Piauí Wilson Nunes Martins Secretário Estadual de Educação e Cultura do Piauí Prof. Antônio José Castelo Branco Medeiros Reitora da UESPI – Universidade Estadual do Piauí Prof. Valéria Madeira Martins Ribeiro Vice-reitor da UESPI Prof. Carlos Alberto Pereira da Silva Pró-reitora de Ensino de Graduação – PREG Prof. Maria Célia Leal e Silva Coordenadora da UAB-UESPI Prof. Maria de Lourdes de Melo Salmito Mendes Coordenadora Adjunta da UAB-UESPI Prof. Bárbara Olímpia Ramos de Melo Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação – PROP Prof. Liliene Xavier Luz Pró-reitora de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários – PREX Prof. Maria do Socorro da Costa Machado Pró-reitora de Administração e Finanças – PRAD Prof. Joselita Izabel de Jesus Pró-reitor dos Cursos Sequenciais – PRESE Prof. Pedro Bispo de Miranda Filho Coordenadora do curso de Licenciatura Plena em Letras Espanhol - EAD Prof. Margareth Torres de Alencar Costa SUMÁRIO APRESENTAÇÃO..................................................................................................................... UNIDADE I: ESTUDOS E CARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS CIENTÍFICOS.........07 SEÇÃO I.................................................................................................................................... 1.1 – Métodos que proporcionam a base lógica da investigação............................................ 1.1.1 – Método dedutivo........................................................................................................... 1.1.2 – Método indutivo............................................................................................................ 1.1.3 – Método hipotético – dedutivo...................................................................................... 1.1.4 – Método dialético........................................................................................................... 1.1.5 – Método fenomenológico............................................................................................... SEÇÃO II.................................................................................................................................. 1.2 – Métodos que indicam os meios técnicos de investigação............................................. 1.2.1 – Método experimental.................................................................................................. 1.2.2 – Método observacional................................................................................................. 1.2.3 – Método comparativo................................................................................................... 1.2.4 – Método estatístico....................................................................................................... 1.2.5 – Método clínico............................................................................................................. 1.2.6 – Método monográfico................................................................................................... SEÇÃO III............................................................................................................................... 1.3 – Teorias e quadros de referência.................................................................................... 1.3.1 – Funcionalismo.............................................................................................................. 1.3.2 – Estruturalismo............................................................................................................. 1.3.3 – Compreensão.............................................................................................................. 1.3.4 – Materialismo histórico............................................................................................... 1.3.5 – Etnometodologia........................................................................................................ SEÇÃO IV............................................................................................................................... 1.4 – O Conhecimento e os Métodos Científicos................................................................. 1.4.1 – Conhecimento sensorial e conhecimento intelectual................................................ 1.4.2 – Conhecimento vulgar e conhecimento científico....................................................... 1.4.3 – Conhecimento intuitivo e conhecimento científico.................................................... 1.4.4 – Conhecimento teológico e conhecimento científico.................................................. 1.4.5 – Conhecimento Filosófico e conhecimento científico................................................. 05 15 15 15 14 13 13 12 11 11 07 18 18 18 17 17 16 16 16 23 22 22 21 20 20 20 19 19 19 18 UNIDADE II: DOCUMENTAÇÃO...................................................................................... 2.1 – Bibliotecas..................................................................................................................... 2.2 – Arquivos......................................................................................................................... 2.3 – Centros de documentação bibliográfica ...................................................................... 2.4 – Vantagens do uso de fontes documentais.................................................................... UNIDADE III: LEITURA: PAPEL E IMPORTÂNCIA......................................................3.l – Seleção de leitura na construção do saber.................................................................... 3.1.1 – Velocidade e eficiência da leitura.............................................................................. 3.1.2 – Comunidade e higiene na leitura............................................................................... 3.1.3 – Definição de propósitos de leitura............................................................................ 3.1.4 – Desvelar as idéias-mestras contidas no texto......................................................... 3.1.5 – Sublinhar as idéias principais................................................................................... 3.1.6 – Vocabulário e leitura eficiente.................................................................................. 3.1.7 – Leituras e resumos.................................................................................................... UNIDADE IV: O CONCEITO, A CIÊNCIA E O MÉTODO CIENTÍFICO..................... 4.1 – Concepções de Ciência baseadas nas contribuições dos autores citados................. 4.2 – Características das Ciências....................................................................................... 4.3 – Elementos essenciais no processo de pesquisa.......................................................... REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 61 34 30 27 53 47 47 46 45 45 44 44 43 39 36 35 58 57 56 APRESENTAÇÃO OLÁ ESTUDANTE! SEJA BEM-VINDO! A disciplina Metodologia da Pesquisa possui, dentre outras finalidades, orientá-lo quanto à construção de um caminho para a investigação científica, bem como estudos e interpretações de textos de forma crítica e reflexiva. Sabemos que ao planejar uma viagem escolhemos o caminho mais curto e agradável possível, com vistas a evitar o desperdício de tempo, e, consequentemente, o cansaço para chegarmos ao local para o qual nos dirigimos. Nessa perspectiva, procuraremos, de forma interativa, estudar os textos que a disciplina oferece, buscando sempre articular a pesquisa com o ensino em prol de uma aprendizagem significativa. Uma aprendizagem que prepare para a vida de forma agradável e construtiva. Portanto, as três unidades que compõem o fascículo, pretende de forma harmoniosa e coesa levá-lo a internalizar a importância do método científico como elemento indispensável no processo de investigação, bem como à análise documental necessária à construção do trabalho científico. Insisto, é num aprendizado interativo, que juntos aprenderemos a traçar os caminhos da investigação, que leva à ciência, ao conhecimento científico. Profa. Dra. Regina Maria Teles Coutinho Unidade 1 ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS CIENTÍFICOS OBJETIVOS => Propiciar a aquisição de concepções de método. Identificar os métodos científicos. =>Articular os métodos científicos com situações vivenciadas no cotidiano. =>Proporcionar autoformação de acordo as necessidades e aspirações do estudante. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 09 Olá Estudante! Iniciando o diálogo! Esta unidade de estudos teórico-prático-metodológicos será dividida, para melhor compreensão em sessões com vistas a uma melhor aprendizagem. Ao término de cada unidade você terá condições de responder as tarefas solicitadas por serem evidentemente coerentes aos estudos realizados. Ao iniciar o estudo do conteúdo denominado método científico é imprescindível, um breve comentário do que seja método, que de acordo com o dicionário básico de filosofia, é o conjunto de procedimentos racionais, baseados em regras que visam atingir um objetivo determinado. Em linhas gerais, método é o caminho escolhido para se chegar a determinado fim com rigor, exatidão e fidedignidade. Entendendo por fidedignidade, a exatidão nos achados de uma investigação. Nesse sentido, o método é caracterizado por dois elementos importantes da matemática: a medida e a ordem, com a finalidade de chegar à verdade dos fatos. O método científico passou a ser o parâmetro para o conhecimento verdadeiro dos fatos e a experimentação, um instrumento capaz de verificar como os fenômenos ocorrem, a fonte de autoridade para a construção do saber, na expectativa de chegar à verdade dos fatos, à ciência. A ciência é ao mesmo tempo a revelação do mundo e a revelação do homem, como ser social, levando em conta, o papel da cultura e do trabalho que, em cada momento histórico, apresentam a possibilidade de UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 10 expansão e aquisição de conhecimentos, pretendendo ultrapassar o nível dos fenômenos isolados, para chegar a sínteses explicativas, estas sínteses, por sua vez, sugerem novas relações, novas buscas, novas sínteses, que realimentam o processo do conhecimento (PÁDUA, 2000, p. 23) Considerando a racionalidade e objetividade do método que assumem a vanguarda do conhecimento científico; a ciência considera-se onipotente para resolver questões sociais de modo geral, a economia, até a moral, a racionalidade também garantindo o progresso indefinido da técnica. Nessa perspectiva, o método pode ser definido, como o percurso traçado para se chegar a determinado fim. Então, após este breve comentário do que seja método, nos reportaremos ao tema central que é o método científico, esperando contar com a participação ativa dos estudantes, como elementos fundamentais no processo de formação: pessoal, profissional e social, que dependerá sobremaneira do seu interesse. De acordo com os estudos de GIL (1999, p.26), Método Científico é o conjunto de conhecimentos intelectuais e técnicas adotadas para se chegar ao conhecimento. O autor em pauta caracteriza método através de bases lógicas de investigação, entendendo que cada método vincula-se a uma corrente filosófica que se propõem a explicar como se processa o conhecimento da realidade. O método dedutivo ao neopositivismo, o dialético ao materialismo dialético e o fenomenológico, naturalmente, a fenomenologia, Portanto, a utilização de um método depende de muitos fatores: da natureza do objeto que se pretende pesquisar, dos recursos materiais disponíveis, do nível de abrangência do estudo e, sobretudo da inspiração filosófica do pesquisador bem como de sua ideologia, do seu senso crítico. No processo de investigação pode-se utilizar um ou vários métodos, de acordo com a natureza a investigação. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 11 SEÇÃO I 1.1 - Métodos que Proporcionam a Base Lógica da Investigação · Método dedutivo; · Método indutivo; · Método hipotético-dedutivo; · Método dialético · Método fenomenológico. Vejamos, de forma sucinta, cada método. 1.1.1 - Método dedutivo: É o método que parte das generalizações e, a seguir, desce ao particular. Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica. O silogismo é o protótipo do raciocínio dedutivo, que consiste numa construção lógica que, a partir de duas proposições chamadas premissas, ret ira uma terceira, nelas logicamente implicadas, denominadas conclusão, conforme se pode observar no exemplo a seguir: Todo homem é mortal. (premissa maior) Pedro é homem. (premissa menor) Logo, Pedro é mortal. (conclusão). UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 12 O método dedutivo encontra larga aplicação em ciências da natureza, como a Física e a Matemática, cujos princípios podem ser enunciados como leis. Mesmo do ponto de vista puramente lógico são apresentadas várias objetivações ao método dedutivo. Uma delasé a de que o raciocínio dedutivo é essencialmente tautológico, ou seja, permite concluir, de forma diferente, a mesma coisa. 1.1.2 - Método indutivo: procede inversamente ao dedutivo – partindo do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares. Parte-se da observação de fatos ou fenômenos cujas causas se desejam conhecer. A seguir, procura-se compará-los com a finalidade de descobrir as relações existentes entre eles. Por fim, procede-se à generalização, com base na relação verificada entre os fatos ou fenômenos. Vejamos: Maria é mortal. José é mortal. Pedro é mortal... Ora, Maria, José, Pedro, ... são pessoas. Logo, todas as pessoas são mortais. Assim, se por meio da dedução chega-se a conclusões verdadeiras, já que baseadas em premissas igualmente verdadeiras, por meio da indução chega- se a conclusões que são apenas prováveis. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 13 1.1.3 - Método hipotético-dedutivo: O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de críticas à indução, expressas em A lógica da investigação científica, obra publicada pela primeira vez em 1935. O método hipotético-dedutivo goza de notável aceitação, sobretudo no campo das ciências naturais. De acordo com KAPLAN (1972) no método hipotético-dedutivo: ....o cientista, através de uma combinação de observação cuidadosa, hábeis antecipações e intuições científicas, alcança um conjunto de postulados que governam os fenômenos pelos quais está interessado daí deduz ele as consequências por meio de experimentação e, dessa maneira, refuta os postulados, substituindo-os, quando necessário por outros e assim prossegue.(KAPLAN apud GIL, 2002, p.12) 1.1.4 - Método dialético: O conceito de dialética é bastante antigo. Platão utilizou-o no sentido de arte do diálogo. Na contemporaneidade, utiliza-se bastante o termo dialética, para se dar uma aparência de racionalidade aos modos de explicação e de demonstrações confusas e aproximativas. Continuando com a contribuição de GIL (1999), O materialismo dialético pode, pois, ser entendido como um método de interpretação da realidade, que se fundamenta em três grandes princípios: a) A unidade dos opostos. Todos os objetos e fenômenos apresentam aspectos contraditórios, que são organicamente unidos e constituem a indissolúvel unidade dos opostos. Os opostos não se apresentam simplesmente lado a lado, mas num estado constante de luta entre si. A luta dos opostos constitui a fonte do desenvolvimento da realidade. b) Quantidade e qualidade - são características imanentes a todos os objetos e fenômenos e estão inter-relacionados. No processo de desenvolvimento, as mudanças quantitativas graduais geram mudanças qualitativas a essa transformação opera-se por saltos. c) Negação da negação. A mudança nega o que é mudado e o resultado, por sua vez, é negado, mas esta segunda negação conduz a um desenvolvimento e não a um retorno ao que era antes. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 14 1.1.5 - Método fenomenológico Na abordagem fenomenológica, a realidade é entendida como o que emerge da intencionalidade da consciência voltada para o fenômeno. A realidade é o compreendido, o interpretado, o comunicado. A fenomenologia ressalta a idéia de que o mundo é criado pela consciência, o que implica o reconhecimento da importância do sujeito no processo da construção do conhecimento. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 15 SEÇÃO II 1.2 - Métodos que indicam os meios técnicos da investigação Nessa seção estudaremos os métodos mais adotados nas ciências humanas e ciências sociais que são: Método experimental; Método observacional; Método comparativo; Método estatístico; Método clínico; Método monográfico. 1.2.1 - Método experimental O método experimental consiste essencialmente em submeter os objetos de estudo à influência de certas var iáveis, em condições controladas e conhecidas pelo invest igador, para observar os resultados que a variável produz no objeto. “A experimentação “verifica” uma hipótese oriunda da experiência e chega, eventualmente, a uma lei dita experimental” (JAPIASSU, 1999 p.96). UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 16 1.2.2 - Método observacional O método observacional é um dos mais utilizados nas ciências sociais e apresenta alguns aspectos curiosos. Nesse sentido, são necessários cuidados especiais na utilização de método, haja vista a sua imprecisão, pois depende do ponto de vista de quem observa. Portanto, deve ser utilizado acompanhado de outros métodos. Há investigações em ciências sociais que se valem exclusivamente do método observacional. Outras o utilizam em conjunto com outros métodos. E pode-se afirmar com muita segurança que qualquer investigação em ciências sociais deve valer-se, em mais de um momento, de procedimentos observacionais (GIL, 1999, p.34). 1.2.3 - Método comparativo Sua ampla utilização nas ciências sociais deve-se ao fato de possibilitar o estudo comparativo de grandes grupamentos sociais, separados pelo espaço e pelo tempo. Esse método é bastante utilizado nos estudos etnográficos, por propiciar a comparação entre culturas de diferentes povos. Os trabalhos de Piaget, no campo do desenvolvimento intelectual da criança, constituem importantes exemplos da utilização do método comparativo. 1.2.4 - Método estatístico Esse método fundamenta-se na aplicação da teoria estatística da probabilidade e constitui importante auxílio para investigação em ciências sociais. Com a utilização do método estatístico é possível em termos numéricos, a probabilidade de acertos de determinada conclusão, bem como a margem de erro de um valor obtido. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 17 1.2.5 - Método clínico O método clínico apóia-se numa relação profunda entre pesquisador e pesquisado. O método clínico tornou-se um dos mais importantes na investigação psicológica, sobretudo depois dos trabalhos de Freud. Todavia, o pesquisador que adota o método clínico deve cercar-se de muitos cuidados ao propor generalizações, visto que esse método se apóia em casos individuais e envolve experiências subjetivas. 1.2.6 - Método monográfico O método monográfico parte do princípio de que o estudo de um caso em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 18 SEÇÃO III 1.3 - Teorias e quadros de referência As teorias d e s e m p e n h a m importante papel metodológico na pesquisa. Alguns desses “quadros de referência” ou “grandes teorias” chegam mesmo a ser designados como métodos. É o caso do funcionalismo, do estruturalismo, da “compreensão”, do materialismo histórico e da etnometodologia. 1.3.1- Funcionalismo O funcionalismo é uma corrente das ciências humanas que enfatiza as relações e o ajustamento entre os diversos componentes de uma cultura ou sociedade. O funcionalismo exerceu e continua exercendo, significativamente, influência na pesquisa social, sendo inúmeros os trabalhos desenvolvidos segundo esse enfoque, inclusive no Brasil. 1.3.2 - Estruturalismo O termo estruturalismo é utilizado para designar as correntes de pensamento que recorrem à noção de estrutura para explicar a realidade em todos os seus níveis. Fica claro, pois, o caráter relativo dos elementos da estrutura: o sentido e o valor de cada elemento advêm, exclusivamente, da posição que ocupe em relação aos demais. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 19 1.3.3 - “Compreensão” Este procedimento a que ele chama de compreensão envolve uma reconstrução no sentido subjetivooriginal da ação e o reconhecimento da parcialidade da visão do observador. Weber distingue, ainda, entre compreensão atual e compreensão explicativa. Compreende-se pela primeira, por exemplo, o sentido do comportamento de um caçador que aponta sua espingarda. Compreende-se pela segunda maneira, por exemplo, o sentido do comportamento do caçador que se entrega a esse esporte por motivo de saúde. 1.3.4 - Materialismo histórico O materialismo histórico fundamenta-se no método dialético e suas bases foram também definidas por Marx e Engels. Para o materialismo histórico, a produção e o intercâmbio de seus produtos constituem a base de toda a ordem social. 1.3.5 - Etnometodologia A etnometodologia foi definida por Harold Garfinkel como a “ciência dos etnométodos”, isto é, por procedimentos que constituem o “raciocínio sociológico prático”. A etnometodologia mostra evidentes influências da fenomenologia, já que analisa as crenças e os comportamentos de senso comum como os constituintes necessários de todo comportamento socialmente organizado. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 20 SEÇÃO IV 1.4 - O Conhecimento e os Métodos Científicos Após o método científico e suas divisões, faremos um estudo do que seja conhecimento e sua tipologia, baseados nas contribuições de JAPIASSU (1999) e RUIZ (2002), dentre outros estudiosos. O ser humano é dotado de duas características que lhe são inerentes, a capacidade de conhecer e a de pensar. Portanto, conhecer e pensar constitui não somente duas capacidades, como também uma necessidade para o Homem. O conhecimento é representado por três elementos: o sujeito, ou seja, a consciência cognoscente, o objeto ou aquilo a que o sujeito se dirige para conhecer, e a imagem, que representa o ponto de coincidência entre o objeto e o sujeito. 1.4.1 Conhecimento sensorial e conhecimento intelectual Os conhecimentos sensoriais, inerentes aos homens e aos irracionais, apreendem o fato, a coisa, o indivíduo na sua singularidade concreta. O conhecimento intelectual não atinge a aparência, o fenômeno, a coisa em si, mas, operando sobre as imagens sensoriais, e ultrapassando-as, formula conceitos gerais, abstratos, definições universais, relações ideais. Apenas o Homem é dotado da capacidade de pensar, de ter sentimentos, de generalizar, de definir, de elaborar idéias transcendentes. O conhecimento intelectual não se restringe a captar a imagem sensorial dos objetos e a reconhecê-los nela; o pensamento, ou o conhecimento intelectual, atinge o real por dentro, analisa-o, contextualiza-o, não ficando apenas em sua aparência sensorial. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 21 1.4.2 - Conhecimento vulgar e conhecimento científico Já ficou dito que existem duas espécies de conhecimentos: conhecimento sensorial, comum aos homens e aos animais, e o conhecimento intelectual que é privativo dos seres humanos adultos normais. -Conhecimento vulgar Conhecimento vulgar é o conhecimento do povo, conhecimento de oitiva que atinge os fatos sem lhes desvelar as causas. São as vivências retiradas do cotidiano do Homem, tendo, portanto, grande importância por se tratar de sua história de vida. Mas, são experiências causais, ametódicas e assistemáticas, fragmentárias e ingênuas, que atingem o fato nas suas aparências globais, sem análise, sem crítica e sem demonstração; que acolhem informações e assimilam tradições sem analisar as credenciais do testemunho e sem penetrar nos fundamentos das crenças tradicionais, esse modo de conhecimento é o denominado vulgar. - Conhecimento científico O conhecimento científico não atinge simplesmente os fenômenos na sua manifestação global, mas os atinge em suas causas, na sua constituição íntima, caracterizando-se, desta forma, pela capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de justificar, de induzir ou aplicar leis, de predizer com segurança eventos futuros. Conhecer perfeitamente é conhecer pelas causas; saber cientificamente é ser capaz de demonstrar. O conhecimento científico difere do conhecimento vulgar e vai muito além deste, porque explica os fenômenos e não só os apreende. Através da explicação dos fenômenos, busca caminhos alternativos para a solução dos problemas. Nesse sentido, conhecimento científico é expressão que lembra laboratório, instrumental de pesquisa, trabalho programado, metódico, sistemático e como tal, objetiva a veracidade dos fatos, não provoca associações com inspiração místicas ou artísticas, religiosas ou poéticas. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 22 1.4.3 - Conhecimento intuitivo e conhecimento científico Em sentido etimológico, Intuere significa ver; intuição é uma espécie de conhecimento que, pela sua característica de atingir o objeto sem “meio” ou sem os intermediários das comparações, assemelha-se ao fenômeno do conhecimento sensorial, especialmente da visão. 1.4.4 - Conhecimento teológico e conhecimento científico Tanto a teologia como a Filosofia e as ciências têm ou podem ter o mesmo objeto de estudo, como, por exemplo, a origem do mundo, das espécies ou do Homem. Entretanto, “filósofo e fiel são guiados por princípios diversos”. Este elemento especificativo do conhecimento teológico merecerá, pois, especial consideração. O conhecimento científico consiste na evidência dos fatos observados e controlados experimentalmente. O conhecimento filosófico e seus enunciados se fundamentam em evidências lógicas. No conhecimento teológico, o fiel não se detém na pesquisa dos fatos, ou na análise dos conteúdos dos dogmas, a procura de evidência, de comprovação. Se tudo que está na Bíblia encerra a própria ciência divina comunicada por Deus aos homens; se Deus merece todo crédito e exige que os homens recebam sua palavra e aceitem como condição de salvação, é natural que não se procure a evidência dos conteúdos de revelação divina, mas que se aceite o dogma “porque assim foi divinamente revelado” (RUIZ, 2002, p.105). Para melhor entendimento do conhecimento teológico, é a aceitação da estrutura do dogma como verdade incontestável. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 1.4.5 - Conhecimento filosófico e conhecimento científico O sentido etimológico e o contexto histórico, que cercou a origem da palavra filosofia, caracterizam- se como esforço da razão pura para questionar problemas humanos e discernir entre o certo e o errado, sem fazer apelo à iluminação divina, e recorrendo unicamente às luzes da própria razão humana. O conhecimento científico é baseado em fatos concretos, positivos, fenômenos perceptíveis pelos sentidos, mediante instrumentos, técnicas e recursos de observação, enquanto o objeto da Filosofia são idéias, relações conceptuais, exigências lógicas não redutíveis a realidades materiais e, por isso mesmo, não passíveis de observação sensorial, exigida pela ciência experimental. Parte-se do pressuposto de que a filosofia indaga e a ciência responde e avança. A ciência soma suas conquistas e progride; está em constante reconstrução e avança à medida que novas descobertas são incorporadas aos seus domínios. A filosofia indaga, traça rumos, assume posições, estruturas correntes que inspiram ou dominam mentalidades em determinados períodos, mas que, em seguida, perdem vigor diante de novas concepções, que geralmente hosti l izam as anteriores, à maneira das correntes literárias, das artes em geral ou das religiões. 23 UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA GLOSSÁRIO EXPERIMENTAÇÃO - segundo JAPIASSU (1999), é interrogação metódica dos fenômenos, efetuadas através de um conjunto de operações, não somente supondo a repetitividade dos fenômenos estudados, mas a medida dos diferentes parâmetros: primeiro passado para amatematização da realidade. DOGMA – doutrina ou opinião filosófica transmitida de modo impositivo e sem contestação por uma escola ou corrente de pensamento, fazendo apelo a uma adesão incondicional. RACIONALIDADE – racional – caracteriza tudo aquilo que pertence à razão ou é derivado dela, que se baseia na razão. OBJETIVIDADE – caracteriza aquilo que existe independentemente do pensamento. Opõe-se à subjetividade. PLATÃO - filósofo grego que tinha por doutrina central, a distinção de dois mundos: o mundo visível, sensível, ou mundo dos reflexos e o mundo invisível, inteligível, ou mundo das idéias. NEOPOSITIVISMO – Movimento filosófico contemporâneo, também conhecido como fiscalismo, empirismo lógico e positivismo lógico. SILOGISMO - Método de dedução de uma conclusão a partir de duas premissas, por indicação lógica. 24 UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 25 RESUMO Nesta unidade de estudo, tivemos a oportunidade de ver as concepções de método de acordo com vários estudiosos. Após essa visão sucinta do que seja a terminologia método, iniciamos uma viagem sobre os tipos de métodos científicos que de acordo com as bases lógicas de investigação, podem ser: Método dedutivo; Método indutivo; Método hipotético-dedutivo; Método dialético; Método fenomenológico. Os métodos que indicam os meios técnicos da investigação tiveram a seguinte divisão: Método experimental; Método observacional; Método comparativo; Método estatístico; Método clínico; Método monográfico. Após a explicitação de cada método fora apresentados os quadros de referência, que foram os que seguem: Funcionalismo; Estruturalismo; Compreensão; Materialismo histórico; Etnometodologia. Em sequência, foi realizado o estudo do que seja conhecimento, a distinção entre conhecer e pensar; sujeito e objeto de estudo, para, a partir daí, descrever os tipos de conhecimentos que caracterizam o Homem. Nesse particular, foram destacados os tipos de conhecimentos que seguem: Conhecimento sensorial e conhecimento intelectual; Conhecimento vulgar e conhecimento científico; Conhecimento intuitivo e conhecimento científico; Conhecimento teológico e conhecimento científico; Conhecimento filosófico e conhecimento cientifico. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 26 PESQUISE MAIS! Após esses estudos recomendamos maior aprofundamento recorrendo a uma investigação bibliográfica em livros, revistas ou outros materiais didáticos que tratem do assunto. Entretanto, sugiro o livro Metodologia Cientifica, de João Álvaro Ruiz, no capítulo intitulado: Diferentes Modos de Conhecer, pois este dará uma visão mais ampla do assunto. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM · Caro estudante, após o termino da unidade, escreva sua concepção de método. · Destaque, dentre os métodos científicos, os utilizados nas pesquisas em ciências humanas e sociais. · Cite os tipos de conhecimentos estudados e suas características. · Descreva uma situação problema, vivenciada por você, em que seja utilizado o método observacional e o método comparativo. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 2924 Unidade 2 DOCUMENTAÇÃO UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 3024 OBJETIVOS => Analisar as principais fontes de investigação na documentação. => Buscar subsídios junto à documentação que contribuam para edificação do trabalho científico. => Construir o trabalho científico integrando sempre a investigação empírica, a investigação bibliográfica e a análise documental. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 29 Olá estudante! Dando prosseguimento aos nossos estudos, nesta unidade procuraremos visualizar a importância do método documental, como um dos elementos essenciais na construção do trabalho científico, por trata-se de algo que reforçará a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo, portanto, trata-se de uma ciência que visa à sistematização da informação oral ou escrita. Tendo o exposto por premissa nos reportaremos à contribuição de CHIZZOTTI, bem como de outros estudiosos que tratam desse assunto. Quanto à concepção de documentação, de acordo com CHIZOTTI, Documentação é a ciência que trata da organização do manuseio de informações. Consiste na coleta, classificação, seleção, difusão e na utilização de toda espécie de informação, compreendendo não só as suas técnicas de estocagem, conservação e de classificação, mas também suas técnicas de uso e os métodos que facilitam a sua busca e a sua identificação (CHIZOTTI, 1991, p. 109). Continuando, o autor citado, apresenta as principais fontes de investigações documentais: · Bibliotecas; · Arquivos; · Centros de documentação bibliográfica; · Os produtos documentários. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 30 2.1 - Bibliotecas Umas das fontes de investigações mais utilizadas são as bibliotecas, pela sua praticidade e por serem um importante centro de documentação escrita em razão do volume da produção impressa estocada, classificada, bem como por oferecer um ambiente propício ao estudo e colocadas à disposição dos usuários. Podem ser caracterizadas como bibliotecas enciclopédicas ou especializadas; públicas ou privadas, universitárias ou de empresas, de associações etc. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Uma parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas, assim como certo número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo. Nas pesquisas bibliográficas e em muitas pesquisas documentais, o trabalho de consulta à biblioteca, após essas fases iniciais, tende a se tornar mais intenso, pois é justamente na biblioteca que se processa a coleta de dados. Nos levantamentos de campo, nos estudos de caso e nas outras modalidades de pesquisa, o uso da biblioteca também não se encerra com o planejamento. A necessidade de consultar o material publicado manifesta-se ao longo de todo o processo de pesquisa (GIL, 1999, p.75) Nesse sentido, o uso da pesquisa bibliográfica se processa no início, no percurso, indo até finalizar a produção de um trabalho de cunho científico. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 31 Nas bibliotecas os documentos adquiridos através de compras ou de doações são descritos segundo uma linguagem documentária que os distinguem da forma apresentada a seguir: · classifica em ordem alfabética, pelo nome e prenome do autor e por títulos e/ou assunto; · codifica por matéria, segundo o plano de classificação adotado pela biblioteca; a classificação mais usual é a Classificação Decimal Universal – CDU; · indexa por meio de conceitos-chaves descritivos do conteúdo (descritores); há uma tendência de se construir uma lista internacional de descritores para indexação da bibliografia sobre Educação, Ciências, Ciências Sociais, e cultura, ou um índice multilingüe de descritores (Unesco, Thesaurus de l’ Unesco); · resume, condensando sistematicamente o conteúdo, fornecendo informações genéricas (notícia bibliográfica), ou uma síntese sumária do conteúdo (sinalética) ou, ainda, resumindo as informações e conclusões mais significativas (resumo analítico); · enumera, segundo a numeração internacional ISBN (Internacional Standard Book Number). UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 32 Algumas bibliotecas dispõem de fontes mais sofisticadas como: microfichas ou microfilmes. Os documentos primários, contendo informações originais, estão em: - publicaçõesem série: revistas, jornais, anuários, boletins; - livros: publicações encapadas com editor, lugar e data; - relatórios emitidos ou difundidos por um órgão responsável; - teses, dissertações e trabalhos universitários para obtenção de títulos e diplomas de final de cursos de licenciaturas, bacharelados, etc. - patentes de título de propriedade; - atas de congresso e comunicações apresentadas em congresso etc. Os documentos secundários estão em bibliografia e obras de referência, tais como: repertórios bibliográficos, catálogos, enciclopédias e obras de terminologia, anuários e repertórios. Além desses, há outros tipos de documentos escritos não convencionais, contidos na literatura cinza (grey literature), que compreende documentos datilografados, impressos, mimeografados, ou cópias reprográficas, editados em quantidade inferior a mil exemplares, fora dos circuitos comerciais de edição e difusão, tais como: relatórios de pesquisa produzidos por organismos públicos ou privados, preprints, teses universitárias, patentes, manuscritos, notas de curso, cadernos de pesquisa de campo. Na biblioteca encontra à disposição dos usuários: - Fichários cartonados descritivos dos documentos primários, por autor, assunto e uma classificação codificada das obras que podem ser consultadas manualmente, ou, em algumas bibliotecas, por meio de sistemas automatizados de consulta. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA - Terminais: os fichários podem estar transcritos em sistemas informatizados que permitem a consulta através da digitação do nome do autor, título ou dos descritores da obra. Os terminais podem estar conectados a bancos de dados ou redes e dar acesso pessoal ou por meio da bibliotecária aos acervos que estão integrados ao sistema informatizado. - Acervos de referência permitem a identificação e recuperação de publicações ou informações sobre determinada área do conhecimento, em forma de sumários, resumos (abstracts), catálogos, bibliografias etc. - Serviços abrangem: a consulta, utilização da obra no recinto da biblioteca; o empréstimo domiciliar de livros, mediante algumas condições estipuladas pela direção da biblioteca e o empréstimo de publicações entre bibliotecas, quando o acervo não dispõe da publicação solicitada pelo consulente. As bibliotecas participam do programa, como Biblioteca-Base, quando fornecem cópias de artigos dos periódicos a outras bibliotecas, ou como Biblioteca-Solicitante, quando localizam e obtêm de outras bibliotecas os artigos de periódicos que não possuem em seu acervo. 33 UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 2.2 – Arquivos Representam um conjunto de documentos, quaisquer que sejam suas datas, forma ou suporte material, produzidos e recebidos por pessoa física, moral e por quaisquer serviços ou organismos públicos ou privados, no exercício de sua atividade. Os arquivos tendem a se constituir em separado das bibliotecas, seja pelos problemas específicos de estocagem, classificação e uso deste tipo de documentação, seja pela especialização e pelo público que atende. Os arquivos, como as bibliotecas, podem ser públicos (nacionais, estaduais ou municipais) ou particulares (de igreja, as associações, empresas, famílias etc.). Dentre os arquivos públicos, os mais importantes são: o Arquivo Nacional, os arquivos estaduais e municipais. Os Estados e alguns ministérios e municípios possuem seus respectivos arquivos que estocam a documentação relativa à sua jurisdição. 34 UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 35 2.3 – Centros de documentação bibliográfica A informatização das informações documentais gerou novos sistemas de veiculação, tais como: bancos, base ou arquivos de dados e redes de trocas de informações documentais que extraem, classificam e estocam os dados brutos de coleções, contidos na documentação primária e secundária. Banco de Dados (Data Bank) Reúnem conjuntos de dados relativos a um domínio do conhecimento e incorporam as informações em fichas estruturadas, segundo códigos informatizados de classificação. Esses dados são arquivados em memória de computador para oferecer aos usuários um acesso imediato às informações, quando da sua manipulação automática. Base de dados (Data Basis) Representam um conjunto de dados organizados em fichários automatizados com a finalidade de serem utilizados por programas, de modo a facilitar a interdependência dos dados e programas informatizados. Redes de informações São organismos que trocam informações de modo regular e organizado, seja pelo acesso ocasional aos serviços recíprocos, seja pela integração completa dos participantes em um sistema único, fazendo todo tipo de permuta, telecópias, fax, etc. Há redes internacionais, nacionais, especializadas em disciplinas e áreas de conhecimento que permutam (ou cumutam) informações, de modo sistemático. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 36 2.4. Vantagens do uso de fontes documentais De acordo com Gil (1999), as vantagens do uso de fontes documentais, são as descritas a seguir: · Possibilita o conhecimento do passado; · Possibilita a investigação dos processos de mudança social e cultural; · Permite a obtenção de dados com menor custo; · Favorece a obtenção de dados sem o constrangimento dos sujeitos. Possibilita o conhecimento do passado Os experimentos e os levantamentos, a despeito do rigor científico de que se revertem, não são apropriados para proporcionar o conhecimento do passado. Nos levantamentos, quando se indaga acerca do comportamento passado, o que se obtém, na realidade, é a percepção do respondente a esse respeito. Já os dados documentais, por terem sido elaborados no período que se pretende estudar, são capazes de oferecer um conhecimento mais objetivo da realidade. Possibilita a investigação dos processos de mudança social e cultural Todas as sociedades estão continuamente mudando. Mudam as estruturas e as formas de relacionamento social, bem como a própria cultura da sociedade. Para captar os processos de mudança, não basta, portanto, observar as pessoas ou interrogá-las acerca de seu comportamento. Nesse sentido, é que as fontes documentais tornam-se importantes para detectar mudanças na população, na estrutura social, nas atitudes e valores sociais, etc. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 37 Permite a obtenção de dados com menor custo Pelo elevado empreendimento financeiro das pesquisas experimentais, requerem a seleção de uma amostra com tamanho adequado, bem como a elaboração de instrumentos padronizados de coleta de dados e com freqüência pessoal qualificado para sua obtenção. Favorece a obtenção de dados sem o constrangimento dos sujeitos É amplamente reconhecida a dificuldade de obtenção de dados relacionados com a vida íntima das pessoas. Muitas são as pessoas que se negam a responder sobre assuntos cuja resposta possa ser entendida como manifestação de comportamento anti-social ou que respondem de maneira inadequada. Não obstante aos obstáculos que venham surgir, é inegável a importância da pesquisa documental, por se constituir em algo que vem reforçar os dados coletados em outras abordagens metodológicas. Nesse sentido é inegável o papel das diversas pesquisas documentais, principalmente, da pesquisa bibliográfica, mas respaldado por cuidados especiais, conforme expressa SEVERINO (2002): Antes, pois, de começar a ler a bibliografia, tenham- se presentes na mente as grandes linhas que serão as colunas mestras do trabalho. Essas idéias são percebidas intuitivamente pelo aluno ou são frutos da sugestão do próprio problema levantado pela tese ou ainda de alguma insinuação se estudos anteriores (SEVERINO, 2002, p.79). É importante ressaltar que além das documentaçõesapresentadas, existem outras fontes, tais como: IBGE, bem como a documentação inserida nas secretárias das instituições de ensino e outros locais que contenham informações que venham a subsidiar o trabalho do pesquisador. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 38 ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM · De acordo com o texto explorado, qual sua concepção de documentação? · Faça uma visita a uma biblioteca destacando os locais de pesquisas em livros, revistas e Internet. · Visite um arquivo público estadual e/ou municipal, e descreva em relatório os aspectos que mais chamaram sua atenção. · Dentre as vantagens do uso de fontes documentais, citadas no texto, qual ou quais você mais utilizou em sua vida escolar? RESUMO Caro estudante, nesta unidade de estudo você viu e espero que tenha assimilado as informações sobre o assunto: documentação, que conforme se pode constatar é algo importante na sistematização de um trabalho científico, por se tratar de informações que reforçam os dados empíricos e servem para analisar e entender o objeto de estudo. Nessa perspectiva, a pesquisa documental poderá ser realizada em bibliotecas em que a investigação bibliográfica tem ponto alto, por se tratar de informações contidas em livros, revistas, monografias de final de cursos, dissertações, teses, bem como outros materiais didático-pedagógicos inerentes à pesquisa empreendida. Os Arquivos e o IBGE são fontes de informações, dentre outras instituições, que guardam de forma sistematizada dados importantes para a construção do trabalho científico. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 393324 Unidade 3 LEITURA: PAPEL E IMPORTÂNCIA UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 40 3933 24 OBJETIVOS => Levar o aluno a conscientizar-se da importância de construir o hábito da leitura. =>Fazer leituras reflexivas e críticas. =>Articular as leituras realizadas com contexto sócio- cultural. =>Estabelecer um diálogo com os autores, observando os pontos de concordância e divergência. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 41 Caro estudante! Iniciaremos a terceira unidade de estudos, com um assunto por demais pertinente em se tratando do momento atual, que requer que as pessoas leiam de forma crítica e reflexiva para que venham a entender o mundo com suas mazelas e injustiças sociais, pois através de uma leitura crítica e contextualizada em que o leitor interage com o autor, indagando, concordando, discordando, será possível a construção de um país mais desenvolvido. Contudo, é preciso adquirir o hábito da leitura, que não é algo que se processa de um momento para outro, mas, deve ser construído por toda vida, como uma constante em nosso processo de formação pessoal, profissional e social. Entretanto, quando a pessoa começa adquirir, ou construir o hábito da leitura desde criança, ao torna-se adulto, não sente o ato de ler como algo desagradável, ao contrário, o sente como uma atividade prazerosa, que permite viajar por lugares desconhecidos, conhecer novas pessoas, manter um diálogo silencioso, mas altamente produtivo. De acordo com RUIZ (2002, p.35): UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 42 A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação, disciplinando a mente e alargando a consciência pelo contato com formas e ângulos diferentes sob os quais o mesmo problema pode ser considerado. Quem lê constrói sua própria ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo que não se atingiu. A leitura de um texto requer antes de tudo o interesse pelo assunto em pauta com vistas a internalizar as idéias centrais, destacando elementos que sirvam para estabelecer uma ponte entre as idéias e o novo raciocínio que se desenvolve. Os elementos a serem recolhidos visam reforçar, esclarecer e apoiar as idéias pessoais retiradas pelo autor do trabalho. Essas idéias retiradas das várias fontes de pesquisa fornecem várias afirmações do autor, além do material sobre o qual se trabalha, a garantia de maior objetividade, de maior fidedignidade, verificada no testemunho e nos resultados de outros pesquisadores. É preciso ter perseverança na leitura, buscando sempre construir um saber, que se dará, buscando a seleção de leitura, integrando os dados acumulados e associando-os às leituras realizadas. Para trabalhar essa temática, nos reportaremos às contribuições valiosas de pesquisadores como: Ruiz, Freire, Severino, Kramer, Demo, dentre outros. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 43 3.1. Seleção de leituras na construção do saber Ao selecionar um livro para ler, é importante fazer uma leitura panorâmica do assunto veiculado com vistas a aguçar nosso interesse e despertar nossa vontade de lê-lo, como uma viagem agradável, com paragens nos aspectos principais. Nesse sentido, devemos ler o titulo, o resumo, a “orelha”, o índice da matéria, o prefácio, a bibliografia e se possível, a introdução, que se constitui o espelho, o retrato do contido no corpo do livro, representado pelos capítulos. Para a consecução desse intento, o primeiro passo é a aquisição de livros indicados pelos professores como ferramentas indispensáveis ou básicas para o desenvolvimento das atividades didático- pedagógicas, mas, também se devem levar em conta as leituras que visam à formação da subjetividade em prol de uma cidadania social, em que os direitos civis, políticos e sociais sejam atendidos, mas, quando este fato não acontecer saibam levantar bandeira de luta para sua efetivação. Portanto, para a seleção e um bom aproveitamento na leitura é importante considerar alguns aspectos, tais como: UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 44 3.1.1 – Velocidade e eficiência da leitura A velocidade da leitura é algo subjetivo, pois depende da preparação ou da preferência de quem lê, nesse particular, o importante é que a leitura efetivada não perca o sentido pela lentidão ou pela leitura apressada acarretando em prejuízo do leitor. Normalmente, a leitura apressada não prejudica a eficiência ou a compreensão. Quem lê bem e depressa encontra tempo para ler e faz seu tempo render. Portanto, existe uma velocidade padrão de leitura; a maior e menor velocidade depende do gênero do próprio texto, bem como das peculiaridades do leitor. Não se lêem com a mesma velocidade textos de gênero diferente, como por exemplo, um romance e um manual de biologia. Por outro lado, cada um deve atingir sua velocidade ideal, mas é certo que sempre é possível aumentar a velocidade sem prejuízo de compreensão. O importante é que a leitura leve à interpretação e à crítica, sendo mais lenta ou com mais velocidade. 3.1.2 – Comodidade e higiene na leitura O ambiente de leitura que venha a proporcionar uma boa concentração e comodidade deve ser limpo, arejado, bem iluminado e silencioso, tendo ao alcance da mão dicionários, livros, lápis, papel, bem como outros materiais que venham ao encontro do trabalho a ser empreendido. Necessário se faz criar um ambiente que favoreça a leitura, as pessoas que não tem o hábito da leitura, vivem no mundo sem vê- lo de fato como se apresenta, sem condições de fazer uma análise crítica sem condições intervir nessa realidade de forma consciente. Portanto, recorro às contribuições de RUIZ (2002, p. 36) pessoas que não construíram o hábito da leitura, que expressa: Não se julgue impossibilitado de ler aquele que não puder fazê-lo em ambiente de condições ideais, mas é importante conhecer estas condições e procurar criá-las ou desfrutar delas tanto quanto possível. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 453.1.3 – Definição de propósitos de leitura É importante ler com uma finalidade, com objetivos previamente estabelecidos, tendo por premissa a leitura cultural como finalidade básica, em que a procura, a captação, a crítica e a retenção de conhecimento se faz em primeiro lugar pela procura das idéias mestras, pela procura das idéias principais, que direcionam o raciocínio para o entendimento do texto. O bom leitor deve concentrar-se na procura das idéias principais para construir as estruturas do pensamento, enfim, o bom leitor lê unidades de pensamento, lê as idéias e as hierarquiza enquanto lê, de maneira a encontrar as idéias mestras ou a palavra-chave. O mau leitor, ou seja, o leitor que lê sem interagir com o autor, que lê por ler, lê palavra por palavra, como se estas tivessem o mesmo valor, sem interpretar o que lê com criticidade. 3.1.4 – Desvelar as idéias-mestras contidas no texto A idéia principal aparece sempre numa constelação de idéias que gravitam à sua volta; um argumento que a justifique, um exemplo que elucide uma analogia que a torne verossímil e um fato ao qual ela se aplique são elementos de sustentação da idéias principal. O bom leitor procura construir os seus resumos procurando montar o encadeamento, a articulação das idéias. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 46 3.1.5 – Sublinhar as idéias principais Essa é uma atividade que ajuda a destacar as idéias principais, as palavras-chave e os pormenores importantes. Existem normas para sublinhar que devem ser seguidas, tais como: · Sublinhar as idéias principais e os detalhes importantes, procurando não sublinhar em demasia, buscar sempre as palavras-chave, ou seja, o que é significativo. · Não sublinhar na primeira leitura realizada, é preciso ter antes a visão do todo, para, a partir daí, destacar na segunda leitura os aspectos mais relevantes do texto lido. · Reconstruir o parágrafo a partir das palavras sublinhadas. · Ler o texto sublinhado com continuidade e plenitude de sentido de um telegrama. A parte sublinhada deve ter começo, meio e fim. Deve ter coerência, sentido fluente e conectado... · Sublinhar com dois traços as palavras- chave da idéia principal, e com um traço os pormenores. · Assinalar com um sinal de interrogação, à margem, os pontos de discordância. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 47 3.1.6 – Vocabulário e leitura eficiente A melhor forma de ampliar o vocabulário é a prática da leitura. O fundamental é que não se deve perder a oportunidade de enriquecer o próprio vocabulário pela preguiça da busca de palavras novas em dicionário, pois ao pesquisar-se o significado de uma palavra, por extensão se internalizam outras. 3.1.7 – Leituras e resumos Para destacar os propósitos da leitura, para melhor captar, discernir, assimilar, gravar e facilitar a evocação futura dos conteúdos da leitura, nada melhor do que procurar reproduzir ou parafrasear a aquilo que lemos. Essa atividade se efetivará através de resumos e esquemas. É importante ressaltar, de acordo com RUIZ (2002, p. 44) que: O resumo difere do esquema e do sumário porque é formado por parágrafo de sentido completo; sua leitura dispensa a do texto original, no diz respeito ao levantamento dos conteúdos; não indica tópicos apenas, mas condensa sua apresentação. Ademais os resumos comportam apreciação critica a partir de uma posição assumida. Nessa unidade de estudo o objetivo maior é demonstrar a importância da leitura, pois quem lê bem e com freqüência, tendo esse ato como hábito, como uma atividade diária, terá grandes vantagens, viverá no mundo de forma a vê-lo com as cores com as quais é pintado. Para completar a importância da construção do hábito de ler, recorro à contribuição de KRAMER (1995). UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 48 Formação de professores – recomendações para uma política de leitura como política cultural, pública e democrática Muitas outras reflexões críticas foram provocadas pelos depoimentos e textos que recebi. Por ora, contudo, gostaria ainda, de destacar este aspecto já mencionado que me parece polêmico e central no encaminhamento de alternativas: ao concluir, ao denunciar que a escola produz não leitores estou fundamentalmente falando de uma escola que foi perdendo seu sentido cultural, sua função social, seu papel humano, na medida em que não oferece condições objetivas para o exercício da leitura, para o estudo, na medida em que, além disso, esgarça as relações entre parceiros e agrava a fragmentação dos laços de coletividade, marca do mundo moderno. Assim, a revitalização do gosto de ler está ligada à possibilidade de resgate da dimensão cultural da escola e do seu papel – como uma instância dentre as demais - na concretização de uma política, de emancipação cultural e de participação efetiva da população na criação, na produção (e não apenas na reprodução) da cultura. Essas reflexões me trazem de volta às indagações iniciais: e o ensino, a formação? Os professores que não gostavam de ler tornaram-se como esta experiência vivida – leitores? Posso dizer UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 49 que em muitos casos sim. “A consciência que passaram a ter da sua própria trajetória e o processo de rememoração das suas experiências possibilitou que ressignificassem sua própria maneira de se constituírem leitores, ou seja, favoreceu a alguns que voltassem a ler, a gostar de ler, a experimentar o sabor dos livros, a reencontrar autores, a compartilhar pensamentos e obras que antes julgavam ‘muitos profundos’ a reler compreendendo que cada leitura é uma nova leitura”. O gosto é fruto da memória, nos ensina ÍTALO CALVINO (1983, 1994). Apreciar ou deixar de apreciar alguma coisa resulta de um processo acontecido na história, no decorrer de relações e interações entre sujeitos e objetos sempre situados e contextualizados histórica e socialmente (VYGOTSKY, 1984; KRAMER, 1993, JOBIM e SOUSA, 1994). Entender que o gosto é produzido historicamente permite também revalorizar na importância de recontar, de rememorar a historia vivida, coletivamente, para que seja possível compreender o gosto e superar o desgosto ou o contragosto em relação à leitura. Isso coloca de outra forma a centralidade do espaço de narrativa como estratégia formadora: (re)contar as experiências com livros, a trajetória com a leitura e a escrita, as historias de vida, é crucial para formar professores como leitores para que tais professores e professoras possam retomar/reelaborar suas experiências com leitura/escrita (re)constituindo-se como leitores. Se gostar se relaciona à dimensão estética, e se a pedagogia vem sendo definida e?ou legitimada hegemonicamente de maneira a contrariar o gosto, o estético o artístico, separando conhecimento de sentimento e prendendo-se cada vez mais à perspectiva lógica, racional, conteudística, cognitiva, como se o saber se desprendesse do prazer, cabe redefenir esse pedagógico (KRAMER, 1993), marcá-lo com os signos da cultura, com os significados flexíveis e dinâmicos construídos historicamente. Sensibilidade, gosto, dimensão estética estão UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 50 inseridos numa perspectiva cultural. Assim, gosto, cultura e redefinição do sentido do que faz a escola, à prática classificatória e à fragmentação presentes nos conhecimentos que circulam na escola, ao fechamento e ao autoritarismo da palavra monológica que nela se ensina, em particular quando se ensina - supostamente - a ler e escrever. Vale lembrar que essa cristalização migra, se pendura, se agarra, impregna de maneira capilar a própria leitura, quando se ensina o que se deve ler e do que se deve gostar de ler. Ao mesmo tempo, essa cristalizaçãoe endurecimento da palavra imiscui-se e passa a compor aquilo que se chama genericamente de escrita. A presença necessária da dimensão do gosto, se quer formar pessoas leitoras e que não tenham medo ou vergonha de escrever é, assim, uma das condições do processo de humanização do homem e de efetiva garantia de mais direito social: o de ler e escrever, direito que só conseguiremos conquistar plenamente e para todos no bojo de uma política de cultura. Isso significa que a escola pode também, produzir leitores críticos, produtivos, sendo para tanto essencial fundar sua prática em atividade de caráter cultural e social que ultrapassem a mera repetitividade de ações impostas e obrigatórias. É a escola que tem o dever (logo a obrigatoriedade) de formar leitores. Professores e professoras, alunos e alunas têm o direito de ler e de escrever, têm o direito de gostar e de não gostar de ler. Precisam, pois, de acesso a textos dos mais diferentes tipos e a práticas reais de leitura e de escrita, práticas revertidas de significado e que se consolidem como experiências efetivas, e não como exercícios para prestar contas à contabilidade escolar e suas exigências burocráticas. Salas de leitura, bibliotecas públicas (estaduais, municipais e regionais), rodas de leituras, núcleos de estudo e de leitura coletiva, são, assim, espaços capazes de viabilizar as condições necessárias a formação de professores como leitores. Considerando, por outro lado, que a formação é UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 51 direito dos profissionais, destaco ainda a necessidade de que o tempo gasto nessa formação seja considerado pelas instâncias públicas e pelas redes particulares como trabalho efetivamente realizado, trabalho pago, para dizer mais explicitamente, cuja eficácia na formação e sem dúvida maior do que os treinamentos e “reciclagens” convencionais. Práticas reais de leitura, é o que defendo aqui como processo formador, aliado a alternativas de ampliação da experiência cultural, quer seja em bibliotecas, cinemas, museus, teatros, apresentações de artes plásticas, de fotografia, de dança e de musica, vídeo e tantas outras quantas forem as modalidades da expressão, da invenção, da criação humana. PESQUISE MAIS! LEIA O LIVRO DE PAULO FREIRE – A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER, E FAÇA UM RESUMO. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 52 ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM · De acordo com o texto explorado, construa sua concepção de leitura. · Cite as principais características de uma leitura significativa. · Tendo por suporte o texto de SONIA KRAMER sobre formação de leitor, solicito, que destaque as idéias mestras, as idéias secundárias e faça um resumo com o encadeamento destas, formando um texto coeso e com sentido. RESUMO Prezado estudante! Nessa unidade de estudo tivemos a oportunidade de ver a importância da leitura em nossas vidas, em nossas formações, como sujeitos cognoscentes, ou seja, como alguém capaz de internalizar de forma crítica os saberes com vistas a um aprender a aprender de forma a interpretar o que lê e construir seu pensamento através das idéias levantadas no texto. Portanto, vimos, de acordo com os autores citados, a concepção de leitura e os procedimentos necessários para se efetivar uma leitura proveitosa, com vistas a uma aprendizagem significativa. Nesse sentido, foram explorados mecanismos de como destacar as idéias principais, as idéias secundárias e seu encadeamento na elaboração de resumos, síntese, etc. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 57393324 Unidade 4 O CONCEITO, A CIÊNCIA E O MÉTODO CIENTÍFICO UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 40 3933 24 OBJETIVOS =>Diagnosticar as causas e os efeitos dos problemas desvelados ao cotidiano das ações desenvolvidas. =>Construir conhecimentos tendo por suporte, métodos adequados para atingir os objetivos propostos. =>Efetuar investigações bibliográficas e de campo em prol da elucidação de problemas detectados, visando sua solução. =>Refletir sobre a prática pedagógica em busca de ações transformadoras. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA Prezado estudante! Convido-o a participar de forma interativa dessa unidade de estudo que objetivará, antes de tudo, fazer uma breve retomada das três unidades de estudos realizadas. Como contatamos, na primeira unidade, tivemos a oportunidade de estudar o método, o conhecimento científico e sua tipologia. Na segunda unidade estudamos a documentação como instância imprescindível na construção do trabalho acadêmico – científico, em que a biblioteca tem papel fundamental por contribuir com a pesquisa bibliográfica para o entendimento do objeto de estudo. Na terceira unidade, tivemos a oportunidade de estudar a leitura como ferramenta que visa dar suporte para o entendimento dos aspectos socioeconômicos e culturais do mundo, bem como conhecimento do ser humano em sua subjetividade, como célula magna no processo de construção da cidadania. Portanto, dando continuidade, nessa unidade, procuraremos desvelar aspectos como conceitos, ciência e o método científico. Para a construção dessa unidade utilizamos a contribuição de Ruiz (2002); Coutinho (2002); Alves (1999), dentre outros autores. Nessa perspectiva, vejamos antes de tudo a concepção de ciência. Essa palavra pode ser assumida em duas acepções: em sentido amplo e em sentido restrito. 55 UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 56 4.1 – Concepções de Ciência, baseadas nas contribuições dos autores citados => Ciência não significa um conhecimento qualquer, e sim um conhecimento que não só se aprende ou registra fatos, mas também os demonstra pelas suas causas determinantes ou constitutivas. => Ciência em seu sentido estrito e global, isto é, como realidade uma e total, não como especialidade em áreas delimitadas. => Ciência é também um produto social, nunca é maior ou menor do que a mão que o faz, Leva a marca do homem, contem artificialidades, sofisticações rebuscadas, modismo conjunturais => Ciência é resultado de uma atividade cientifica, que por sua vez é uma atividade social como outra qualquer, cujo prestígio social nem sempre possui base real; => Ciência está sempre na eminência de se tornar, sobretudo, justificação social do cientista; => Ciência possui seus ritos, condensados, sobretudo, na intersubjetividade, o eu pode tender a ser mais prescritiva do que instância de promoção da criatividade. => A ciência é uma investigação rigorosamente metódica e controlada, nem será outra a razão da confiança nas conclusões cientificas. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 57 4.2 – Características das Ciências Conhecimento pelas causas – descobrir o que ocasiona o aparecimento de determinados fenômenos. O conhecimento pelas causas é o modo mais intimo e profundo de se atingir o real. Conhece cientificamente quem é capaz de demonstrar os porquês de determinado enunciado. Profundidade e generalidade de suas conclusões - as conclusões científicas ultrapassam as limitações do conhecimento vulgar, a ciência exprime suas conclusões em enunciados gerais que traduzem a relação constante do binômio causa-efeito. A ciência generaliza porque atinge a constituição íntima e a causa comum a todos os fenômenos da mesma espécie. Assim é que o objeto “homem” pode ser atingido pela poesia pela Filosofia, pela religião, e também pelas ciências, tais como a Psicologia, a Biologia, e a Sociologia. O que caracteriza a ciência é seu objeto formal, isto é, a maneira peculiar, o aspecto, ou o ângulo sob o qual atinge seu objeto material. O modo específico de a ciência atingir seu objeto é o controle experimental das causas reais próximas;o cientista parte de fatos concretos e permanece no plano dos fatos observáveis e controláveis experimentalmente. De modo contrário, o conhecimento vulgar é assistemático, ametódico, pautado em fatos não comprováveis diferentemente do conhecimento científico, em que o método constitui a vida real de acesso da mente humana nos processos da pesquisa cientifica. A experimentação científica processa-se em condições de rigoroso controle de toda situação. Sem controle, sem técnica, não se pode identificar a causa ou a fonte real dos fenômenos; se não eliminar a possibilidade de ação ou atuação de causas não controladas, o procedimento não será científico, nem conduzirá a uma conclusão segura. Tanto os processos de pesquisa científica como os resultados finais alcançados gozam de exatidão relativamente aos outros modos de conhecer. Essa exatidão característica da ciência, relativa às suas conclusões, decorre da possibilidade de se demonstrar, por via de experimentação ou evidência dos fatos objetivos, observáveis e controláveis, o mérito de seus enunciados. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 58 4.3 – Elementos essenciais no processo de pesquisa Espírito científico - mentalmente científica, ou atitude científica é um estado de espírito, e uma disposição subjetiva adequada à nobreza e à seriedade do trabalho científico. Esse estado subjetivo resulta do cultivo de uma constelação de virtudes morais e intelectuais; não bastará, pois, conhecê-las; é preciso vivê-las, reduzi-las à prática, cultivá-las. A busca de evidência é uma característica do espírito científico exatamente à medida que este, movido por intensa curiosidade intelectual, não se satisfaz com o simples conhecimento dos fatos, mas procura compreendê-los, justificá- los e demonstrá-los. Não basta conhecer o espírito científico. Quem conseguir admirá-lo já está caminhando para seu cultivo. E quem cultivá-lo tirará bom proveito de seu curso universitário e será profissional voltado a um trabalho sério e profícuo no seu campo de atividades e influências. Espírito crítico - é a atitude amadurecida do homem, que busca com seriedade a verdade, suprema virtude da mente; o espírito crítico pondera razões confronta motivos, busca o desvelamento da verdade, que tranqüilize as exigências da razão, dissipe as trevas da ignorância e promova o progresso da mente. Espírito de confiança na ciência – é ter certeza de que através da pesquisa se conseguirá modificações significativas para as ações desenvolvidas, que por sua vez levará a transformações sociais. UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 59 TEXTO PARA REFLEXÃO A pesquisa em sala de aula Autora: Profª Dra. Regina Maria Teles Coutinho A pesquisa em sala de aula, com intuito de desvelar o objeto de estudo, analisar suas características e, a partir daí levantar novos métodos alternativos que venham a contribuir para a construção de conhecimentos inovadores, é o que se espera do professor-formador, que deve ter a concepção de ensino com algo complexo, que tenha como ponto de partida e de percurso a prática social e as relações interpessoais. Neste processo, tendo a consciência que, à medida que se ensina, se aprende também e, juntos, com objetivos comuns, constroem suas identidades como atores sociais, que desempenham vários papéis através das ações que levam à construção do sujeito que possui uma história de vida e que está situado em um determinado contexto. “A profissão de professor emerge em dado contexto e momento histórico, tomando contornos conforme necessidades apresentadas pela sociedade, e constrói-se com base nos significados sociais que lhe são dados” (PIMENTA, 2002, p. 189) Nessa perspectiva, é colocada em destaque a importância da pesquisa como algo que valoriza o profissional professor, que buscará a construção de métodos de acordo com o conteúdo a ser transmitido e do contexto sócio- educacional em que exerce sua função. Questionam-se muito os saberes docentes universitários, que, em muitos casos, a sua prática pedagógica não diferencia muito das escolas de nível fundamental e médio, por serem meros reprodutores de conhecimentos, sem uma preocupação maior com a investigação científica com a produção de conhecimentos, em que se aprenda sua gênese, a sua episteme. Quando se trabalha com pesquisa como principio ativo do ensino, a aprendizagem se torna mais agradável, mais instigante por estar pautada em algo concreto, que pode ser verificável pelos professores investigadores. A legislação atual, LDBEN- 9.394/96, pré-determina que as instituições de ensino superior devem possuir nos seus quadros 1/3 (um terço) de mestres e doutores para receber a denominação de universidade, entretanto, mesmo as que atendem a este preceito, muitas não fazem pesquisas, como deveriam. De acordo com o Censo do Ensino Superior, INEP/ MEC, 1998, do total de 165.12 UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA professores universitários, 35% (57.766) possuem cursos de especialização, 27,% (45.482) possuem mestrado e 18,8% concluíram o doutorado. É um avanço significativo para as universidades que contam com um quadro excelente de mestres e doutores, mas, ainda deixam a desejar na efetivação de pesquisas, principalmente, as universidades das regiões norte e nordeste, e, mais especificamente, do Estado do Piauí, onde as pesquisas mais significativas são originadas das dissertações de mestrados e teses de doutorados, ficado a comunidade acadêmica alijada desse bem comum, e, como tal, deveria ser empreendida por toda a comunidade universitária. A articulação do método de ensino com o método de pesquisa se dá através do confronto de atores sociais: professores X alunos que, de acordo com o objeto de estudo, traçam o plano de trabalho que será apresentado para um colegiado formado pelos demais componentes da universidade, de determinado Centro. Com esse proceder, visa ações em parcerias que se efetivam na investigação e na execução (ensino) para posterior reflexão e novamente o replanejar das ações. “Um primeiro já surge ai: trabalhar colegiadamente, em torno de um projeto institucional comum, a ser efetivado no projeto do Curso especifico em que se atua como docente. Nesse projeto, serão definidas as decisões que competem a sua disciplina.” (PIMENTA, 2002, p. 193). A construção da identidade da educação como lócus de produção de conhecimentos sistematizados e de cidadania se torna muito complicado. A investigação sobre o processo educativo, tomando por base diferentes parâmetros, foi acumulando, ao longo dos tempos, um conjunto de conhecimentos sistematizados (científicos) que muitas vezes vieram através de conflitos, tensões e contradições, mesmo nas disciplinas instituídas. Na perspectiva de construir a identidade de professor como pesquisador, é necessário uma reflexão de sua atuação, se permite mudanças que venham a consolidar um estatuto de pesquisador que age após uma análise crítica de suas ações. Entendendo que “a formação do professor se baseará prioritariamente na aprendizagem da pratica, para a prática a partir da prática. A prática é a grande influenciadora no processo de ensino e a aprendizagem. A aprendizagem é o resultado de uma atitude investigativa da prática.” (SACRISTÁN, 1998, p. 363). Nessa atitude investigativa da prática estão subjacentes dimensões que necessitam ser consideradas, tais como: psicossociais, ideológicas, políticas, étnicas e culturais, dentre outras. 60 UESPI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - ENSINO A DISTÂNCIA 61 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação e documentação. Trabalhos acadêmicos, apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, ago.2002. CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. São Paulo: Cortez, 1991. DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. 3ª
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