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TRAUMA CRÂNIOENCEFÁLICO Enf. Gabrielly Andrade Conceito Insulto ao cérebro causado por uma força física externa, podendo produzir uma alteração ou diminuição do nível de consciência resultando em deficiência das habilidades cognitivas ou no funcionamento físico, além de distúrbios emocionais e comportamentais, temporários ou permanentes. Introdução O TCE é considerado a principal causa de morte em adultos jovens. Aqueles que sobrevivem, frequentemente desenvolvem invalidez. Nem todos os impactos no crânio resultarão em lesão cerebral. Classificação A classificação do TCE nos dá a dimensão do agravo nos seguintes aspectos: mecanismo, gravidade e morfologia. Em relação ao mecanismo, o trauma pode ser fechado ou penetrante. Classificação Quanto à morfologia, as lesões podem ser extracranianas, com a presença de lacerações do couro cabeludo, e intracranianas, quando há contusões, hemorragias ou lesões cerebrais difusas. A gravidade do TCE está diretamente relacionada ao tipo de lesão que desenvolve, podendo ser primária ou secundária. Classificação O TCE é classificado, quanto a sua gravidade, em leve, moderado ou grave, utilizando a Escala de Coma de Glasgow (ECG), publicada em 1975, como critério para essa avaliação. Leve = 14 e 15 Moderado = 9 a 13 Grave = abaixo de 9 Avaliação do TCE Cinemática é possível relacionar o mecanismo de trauma com determinados tipos de TCE. As informações sobre a cena do acidente e o mecanismo de trauma devem ser passadas ao médico da sala de emergências. Avaliação do TCE Avaliação inicial controle e a manipulação das vias aéreas, respiração e circulação são prioritários. O uso de álcool ou drogas que deprimam o sistema nervoso ou ainda fatores tóxicos podem influenciar na avaliação inicial do paciente. Avaliação do TCE SSVV Hipertensão, bradicardia e bradipneia O sangramento intracraniano não produz choque. Avaliação neurológica Avaliação do TCE Resposta pupilar Simetria e resposta à luz Anisocoria X Isocoria Midríase Miose Avaliação do TCE Força muscular A vítima com paresia ou paralisia de uma das extremidades, isto é, com resposta motora não-simétrica, indica lesão intracraniana. Avaliação do TCE Independente da ECG, o paciente é considerado com TCE grave se apresentar qualquer das seguintes situações: ● Assimetria de pupilas ● Assimetria motora ● Fratura de crânio com perda de liquor ou exposição do tecido cerebral ● Deterioração neurológica (queda de 2 ou mais pontos na escala de Glasgow ou cefaléia intensa ou aumento do diâmetro de uma pupila ou desenvolvimento de paresia assimétrica) ● Fratura com afundamento craniano Tipos de TCE As lesões cerebrais são divididas em: Fratura de crânio Lesão cerebral difusa Lesão focal Ferimento de couro cabeludo Fratura de Crânio Fratura linear sem afundamento Afundamento craniano Fratura de crânio aberta Fratura de Crânio Fratura de base de crânio Otoliquorréia Rinoliquorréia Equimose na região da mastóide (Sinal de Battle) Sangue na membrana timpânica (hemotímpano) Equimose periorbitária (Sinal de Guaxinim) Sinal de Guaxinim Sinal de Battle Lesão Cerebral Difusa Concussão perda rápida das funções neurológicas, com possível confusão ou amnésia temporária. Lesão Axonal Difusa caracterizada por coma prolongado, é uma lesão de alta velocidade com estiramento ou chacoalhamento do tecido cerebral. Lesão focal As lesões focais consistem em contusões, hemorragias e hematomas, normalmente exigindo tratamento cirúrgico. Lesão focal Contusão Lesão focal Hemorragia intracraniana Hemorragia meníngea Hematoma epidural agudo Hemtoma subdural agudo Hematoma subaracnóide Lesão focal Lesão focal Hemorragias e lacerações cerebrais Hematomas intracerebrais Ferimentos penetrantes Ferimento por arma de fogo Ferimentos de couro cabeludo Avaliar: Perda sanguínea Inspeção da lesão Avaliação de emergência Permanecem válidas todas as recomendações da abordagem primária, com ênfase especial para a proteção da coluna cervical, pela possibilidade de lesão cervical associada, e para a vigilância da respiração, que pode ficar irregular e deficitária. Se houver parada respiratória, iniciar imediatamente manobras de RCR. Avaliação de Emergência Realizar avaliações neurológicas sucessivas – TCE em evolução. É prioridade determinar o nível de consciência baseado na ECG. LEMBRAR QUE O EXAME NEUROLÓGICO NORMAL INCLUI ESTADO MENTAL NORMAL. Tratamento de Emergência As vítimas de TCE devem ser transportadas recebendo oxigênio (a hipóxia agrava o edema cerebral) e com a cabeça elevada em 30 graus, o que facilita o retorno venoso, atenuando o edema. Havendo ferimento, enfaixe a cabeça, porém sem exercer pressão no curativo. À vítima desorientada e agitada, garanta-lhe proteção. Seja gentil, porém firme. Protocolo de Atendimento da Vítima com TCE Avaliação Primária ABC – Vias aéreas, respiração e circulação – Imobilização da coluna cervical; Realização de exame neurológico rápido. AVDI: Alerta, resposta verbal, resposta à dor, sem resposta Avaliação pupilar: simetria e reação à luz Avaliação senso-motora: Simetria motora e sensitiva das extremidades Protocolo de Atendimento da Vítima com TCE Avaliação Secundária Inspeção Lacerações Saída de LCR pelo nariz ou ouvido Palpação Fraturas Lacerações com fraturas Protocolo de Atendimento da Vítima com TCE Inspeção das lacerações do couro cabeludo Presença de tecido cerebral Afundamento craniano Perda de substância Perda de líquor Determinação da escala de coma de Glasgow Resposta ocular Resposta verbal Resposta motora Protocolo de Atendimento da Vítima com TCE Palpação da coluna cervical para descartar possibilidade de fraturas Determinação de extensão das lesões Reavaliação contínua, observando sinais de deterioração Freqüência Parâmetros usados TRAUMA RAQUIMEDULAR Enf. Gabrielly Andradade Introdução O traumatismo da medula espinhal também é chamado de traumatismo raquimedular – TRM. A maioria dessas lesões é causada por acidentes automobilísticos, quedas, acidentes desportivos (principalmente mergulhos em águas rasas) e ferimentos por arma de fogo. Introdução Lesões ósseas vertebrais podem estar presentes sem que haja lesões de medula espinhal; por isso, omobilizar a vítima quando há qualquer suspeita de lesão medular. “O socorrista e o médico devem estar conscientes de que manipulação, movimentos e imobilização inadequados podem causar dano adicional ao traumatismo de coluna vertebral e piorar o prognóstico da lesão” Introdução Suspeitar sempre de TRM nas seguintes situações: Qualquer vítima de trauma que apresente lesões acima das clavículas TCE Politrauma Localização Cervical Entre a quinta vértebra cervical (C5) e a primeira torácica (T1), geralmente associado a TCE. Transição toracolombar Entre a décima primeira ou décima segunda vértebra torácica (T11) (T12) e primeira lombar (L 1). Sinais e Sintomas Dependem do nível da lesão, com comprometimento neurológico abaixo desse nível, geralmente com alterações motoras (paralisias ou apenas diminuição de força muscular - paresia) e sensitivas (anestesia, diminuição da sensibilidade e parestesias - formigamento, amortecimento etc.) Diagnóstico Examinar a coluna vertebral cuidadosamente, com a vítima em posição neutra; em hipótese alguma fletir qualquer segmento da coluna, verificando deformidades, dor, limitação de movimentos e queixa de amortecimento de extremidades ou impossibilidade de movimentação. Diagnóstico Na avaliação clínica de vítima com suspeita de TRM, realizar avaliação da estrutura óssea e de lesões medulares. Objetivos do tratamento Pré-hospitalar: Imobilização de coluna para prevenir lesões neurológicas adicionais. Tratamento hospitalar definitivo. Cirurgia para redução de fraturas com descompressão medular de raízes. Realinhamento de coluna com fixação externa ou interna. Tratamento Prevenir agravamento de lesões preexistentes, por manuseio inadequado, na imobilização de toda a coluna vertebral. Imobilização com colar cervical Imobilizador lateral de cabeça Colete dorsal (se necessário) Imobilização em tábua longa. Encaminhamento ao hospital de referência Imobilização com colar cervical Escolher o colar cervical de tamanho apropriado, da seguinte forma: Com o pescoço da vítima em posição neutra, usando os dedos, meça da base do pescoço (músculo trapézio) até a base da mandíbula da vítima; O colar cervical apropriado deverá ter a medida encontrada no plástico rígido na sua lateral. Imobilização com colar cervical Imobilização com colar cervical Imobilização lateral da cabeça Colete dorsal (Ked) Colete dorsal (Ked) Imobilização em tábua longa Avaliação Avaliação Vertebral Examinar toda a coluna vertebral à procura de: Dor localizada Deformidades ósseas Dor à palpação Edemas e equimoses Espasmo muscular Posição da cabeça e dificuldade ou dor ao tentar colocá-Ia na posição neutra Desvio de traquéia Avaliação Avaliação Medular Pesquisar alterações neurológicas, sempre comparando um lado com o outro, avaliando: Déficit de força muscular, ou seja, diminuição de força ou paralisia uni ou bilateral abaixo da lesão medular Déficit de sensibilidade, ou seja, alteração sensitiva abaixo do nível da lesão Diminuição ou ausência de reflexos tendinosos. Disfunção autonômica em que o paciente perde a capacidade de controlar esfíncteres Avaliação Avaliação do TRM Vítimas conscientes Solicitar que a vítima movimente suas extremidades-e testar sua força muscular sempre comparando um lado com o outro. Evitar movimento de membros fraturados. Testar a sensibilidade sempre em sentido ascendente e comparando um lado com o outro. Vítimas inconscientes Suspeitar sempre de traumatismo de coluna cervical se a vítima estiver inconsciente devido a TCE. Avaliação Principais sinais clínicos que sugerem TRM cervical em vítima inconsciente: Ausência de reflexos Respiração diafragmática Flexão apenas de membros superiores Resposta a estímulo doloroso somente acima da clavícula Hipotensão com bradicardia, sem sinais de hopovolemia Parada Cardiorespiratória – Lesões de coluna cervical alta (C1 a C4) podem levar à parada respiratória devido à paralisia de musculatura respiratória – diafragma. Cuidados Importantes Hipoventilação Lesões de coluna cervical de C5 a T1 podem levar à paralisia de musculatura intercostal, causando dificuldade respiratória e hipoventilação. Lesões Mascaradas Lesões medulares costumam mascarar outras lesões, pois a ausência de sensibilidade deixaria passar um abdômen agudo por inabilidade de sentir dor. Luxações cervicais altas podem ocasionar desvio cervical com torcicolo, NÃO SE DEVENDO TENTAR CORRIGIR A ROTAÇÃO.
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