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APRENDIZAGEM E CONTROLE MOTOR Prof MsC. ROSA LUCIANA PRADO APRENDIZAGEM APRENDIZAGEM MOTORA CONTROLE MOTOR DESENVOLVIMENTO MOTOR HABILIDADE MOTORA CONCEITOS TODA APRENDIZAGEM RESULTA EM ALGUMA MUDANÇA OCORRIDA NO COMPORTAMENTO DAQUELE QUE APRENDE (conceito 1) SÃO TRES TIPOS DE APRENDIZAGENS: COGNITIVA, MOTORA E AFETIVA INTRODUÇÃO A APRENDIZAGEM COGNITIVA É O RESULTADO DO ARMAZENAMENTO ORGANIZADO DAS INFORMAÇÕES NA MENTE DO SER HUMANO APRENDIZAGEM COGNITIVA A APRENDIZAGEM PSICOMOTORA ENVOLVE RESPOSTAS MUSCULARES ADQUIRIDAS ATRAVÉS DO TREINO E PRÁTICA APRENDIZAGEM MOTORA APRENDIZAGEM AFETIVA É O RESULTADO DE SINAIS INTERNOS AO SUJEITO E PODE SER IDENTIFICADA COM EXPERIÊNCIAS POSITIVAS E NEGATIVAS. ALGUMAS EXPERIENCIAS AFETIVAS SEMPRE ACOMPANHAM AS EXPERIÊNCIAS COGNITIVAS. O AFETIVO OCORRE SIMULTANEAMENTE COM O COGNITIVO AFETIVA APRENDIZAGEM MOTORA: É o conjunto de processos cognitivos associados à experiência e à prática que resulta em mudanças relativamente permanentes no comportamento motor. CONCEITO 2 CONCEITOS COMPORTAMENTO MOTOR APRENDIZAGEM MOTORA CONTROLE MOTOR DESENVOLVIMENTO MOTOR Subdisciplina no campo do comportamento motor envolvida com explicações neurológicas, mecânicas e comportamentais de como os seres humanos controlam os movimentos. Habilidade de regular ou direcionar os mecanismos essenciais do movimento. De que forma o SNC organiza os músculos e articulações em determinadas ações? Como é utilizada a informação sensorial do ambiente e do corpo para selecionar e controlar o movimento? CONTROLE MOTOR (conceito 3) Subdisciplina no campo do comportamento motor envolvida com alterações no desempenho motor que ocorrem à medida que as pessoas passam por diferentes fases do ciclo da vida (desenvolvimento na infância e no envelhecimento). DESENVOLVIMENTO MOTOR (Conceito 4) Subdisciplina no campo do comportamento motor interessada nas explicações sobre como as pessoas aprendem habilidades motoras; um conjunto de processos internos que produzem melhoramentos relativamente permanentes na capacidade de uma pessoa de completar de maneira eficaz uma habilidade motora. APRENDIZAGEM MOTORA Os seres humanos apresentam a capacidade de interagir com o ambiente através dos movimentos. Esta capacidade sofre alterações ao longo do ciclo de vida do indivíduo devido às características: INDIVIDUAIS (Crescimento, maturação e Capacidade física). AMBIENTAIS (espaços, superfícies, socioculturais) TAREFA (Objetivos, regras e equipamentos GALLAHUE; OZMUM, 2005; NEWELL, 1996 COMPORTAMENTO MOTOR AO LONGO DA VIDA 12 EXISTEM DIFERENÇAS ENTRE OS GÊNEROS NA PRESTAÇÃO MOTORA? CRIANÇA X ADOLESCENTES X ADULTOS X IDOSOS REFLEXÃO Com o aumento da população idosa, diversas áreas de conhecimento têm buscado entender melhor o processo de envelhecimento, especialmente suas causas e consequências. Na área do comportamento motor, pesquisadores têm se interessado cada vez mais pelos efeitos do envelhecimento na realização de ações motoras. COMPORTAMENTO MOTOR AO LONGO DA VIDA o processo de envelhecimento proporciona alterações no sistema sensório-motor, que dificultam a realização das tarefas da vida diária e podem resultar em quedas. COMPORTAMENTO MOTOR AO LONGO DA VIDA a) antropométrico: caracteriza-se pela diminuição da estatura, com maior rapidez nas mulheres devido à prevalência de osteoporose após a menopausa e o incremento da massa corporal que inicia na meia idade (45-50 anos) e se estabiliza aos 70 anos, quando inicia um declínio até os 80 anos. ALTERAÇÕES morfofuncionais b) neuromuscular: perda de 10 – 20% na força muscular, diminuição na habilidade para manter força estática, maior índice de fadiga muscular e menor capacidade para hipertrofia, propiciam a deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do idoso. ALTERAÇÕES morfofuncionais c) cardiovascular: diminuição do débito cardíaco, da frequência cardíaca, do volume sistólico, do VO2 máximo, e aumento da pressão arterial, da concentração de ácido láctico, do débito de O2, resultam numa menor capacidade de adaptação e recuperação ao exercício. ALTERAÇÕES morfofuncionais d) pulmonar: diminuição da capacidade vital, da frequência e do volume respiratório; aumento do volume residual, do espaço morto anatômico; menor mobilidade da parede torácica e declínio do número de alvéolos dificultam a tolerância ao esforço. ALTERAÇÕES morfofuncionais e) neural: diminuição no número e tamanho dos neurônios, na velocidade de condução nervosa, no fluxo sanguíneo cerebral, e aumento do tecido conectivo nos neurônios, proporcionam menor tempo de reação e velocidade de movimento. f) perceptivo motora: diminuição da agilidade, da coordenação, do equilíbrio, da flexibilidade, da mobilidade articular e aumento na rigidez de cartilagem, tendões e ligamentos (CARDOSO, 2009). ALTERAÇÕES morfofuncionais O processo de desenvolvimento motor revela-se basicamente por alterações no comportamento motor Pode-se observar diferenças de desenvolvimento no comportamento motor provocadas por fatores próprios do individuo (genético), do ambiente (experiências) e da tarefa em si (físicos/mecânicos) Modelo teórico proposto por Gallahue; Ozmun 2002 FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR A principal função de uma TEORIA é integrar FATOS existentes para organiza-los de tal maneira que forneçam explicações A TEORIA deve servir como base para todas as pesquisas e para a ciência, e o estudo do desenvolvimento motor não seria diferente DESCRITIVA: Como as pessoas tipicamente são em faixas etárias particulares (descrição)? EXPLICATIVA: O que faz com que essas características ocorram (explicação)? FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DESENVOLVIMENTO COGNITIVO ocorre pelo processo de: ADAPTAÇÃO: Ajustes as condições ambientais e intelectuais ACOMODAÇÃO: processo que se estende em direção á realidade e resulta em mudanças visíveis no comportamento ASSIMILAÇÃO: envolve a retirada de informações do meio ambiente e incorporá-las às estruturas cognitivas existentes no indivíduo JEAN PIAGET (1952-1974) São os primeiros movimentos que o feto faz. São involuntários, controlados subcorticalmente, que formam a base para as fases do desenvolvimento motor São as reações do bebe ao toque, a luz, a sons e as alterações na pressão REFLEXOS PRIMITIVOS (caçadores de alimento e de reação protetora REFLEXOS POSTURAIS ( Reflexos primário de pisar e o reflexo de arrastar-se relembram comportamentos de caminhar e engatinhar FASE MOTORA REFLEXIVA ESTÁGIO DE CODIFICAÇÃO DE INFORMAÇÕES Caracterizado por atividade motora involuntária observável no período fetal até aproximadamente o 4 mês Os centros cerebrais inferiores são mais altamente desenvolvidos do que o córtex cerebral. Os reflexos servem de meios primários pelos quais o bebe é capaz de reunir informações, busca de alimento e encontrar proteção ao longo do movimento FASE MOTORA REFLEXIVA ESTÁGIO DE DECODIFICAÇÃO DE INFORMAÇÕES Inicia aproximadamente no quarto mês Gradual inibição de muitos reflexos a medida que os centros cerebrais superiores continuam a se desenvolver Os centros inferiores gradualmente cedem ao controle sobre os movimentos esqueléticos e são substituídos por atividade motora voluntária O estagio de decodificação substitui a atividade sensório motora por atividade motor-perceptivo (não somente reação-estímulo) FASE MOTORA REFLEXIVA CEREBRO HOMEM CEREBRO BEBÊ Tani et al. (1998) também nos mostra uma sequencia de desenvolvimento motor, com as faixas etárias aproximadas para cada fase, sendo assim dividida: movimentos reflexos (vida intrauterina a 4 meses após o nascimento); movimentos rudimentares (1 a 2 anos); movimentos fundamentais (2 a 7 anos); combinação de movimentos fundamentais (7 a 12 anos); movimentos determinados culturalmente (a partir de 12 anos).Gallahue e Ozmum (2005), assim como Tani et al. (1998) colocam que apesar da existência das faixas etárias aproximadas de desenvolvimento, isto não significa que todas as crianças integrantes de uma fase ou estágio, possuam capacidade de realizar os mesmos movimentos, sejam eles manipulativos, locomotores ou estabilizadores, pois a velocidade de progressão é variável para cada indivíduo. As fases do desenvolvimento motor As fases do desenvolvimento motor Este complexo processo é demonstrado por meio da ampulheta de desenvolvimento. Para Gallahue e Ozmum (2005) o conceito se fundamenta no que denominam do “recheio da vida”, que seria a “areia” entrando na ampulheta por dois recipientes que influenciam no desenvolvimento: o hereditário e o ambiental. O recipiente hereditário (genótipo) possui uma quantidade fixa de areia. No entanto, o recipiente ambiental (fenótipo) não é limitado previamente, ou seja, a areia entrará de acordo com os estímulos encontrados no meio onde vive. Modelo de Gallahue do desenvolvimento motor durante o ciclo da vida Fonte – GALLAHUE E OZMUM, 2005 p.65 MOVIMENTOS RUDIMENTARES São as primeiras formas de movimentos voluntários; Ocorre do nascimento aos 2 anos; Possuem uma sequencia de aparecimento altamente previsível, que é consistente em condições normais, porém o momento das mudanças é dependente do ambiente e do indivíduo MOVIMENTOS RUDIMENTARES Inibição dos reflexos inicia-se no nascimento O córtex em desenvolvimento e diminuição de certas restrições ambientais fazem com que vários reflexos sejam inibidos e gradualmente desapareçam Surgimento de comportamentos motores voluntários Os movimentos parecem descontrolados e grosseiros MOVIMENTOS RUDIMENTARES Estágio de pré controle Por volta de 1 ano de idade, as crianças começam a ter controle e precisão sobre seus movimentos Ganho rápido das habilidades motoras rudimentares Aprendem a obter e a manter seu equilíbrio, manipular objetos e a se locomover pelo ambiente com notável grau de proficiência e controle MOVIMENTOS RUDIMENTARES MOVIMENTOS RUDIMENTARES Exploração voluntária do ambiente ESTABILIZADORES – LOCOMOTORES – MANIPUILATIVOS SUSTENTAÇÃO SENTADO: Controlar a cabeça em linha reta com o tronco no final do 1 mês; sentar-se de 3 a 8 meses SUSTENTAÇÃO EM PÉ: Ficar de pé: 10-12 meses LOCOMOÇÃO: Arrastar (6 meses), engatinhar (9-11 meses, caminhar (11 – 15 meses) MANIPULAÇÃO: Alcançar (4-5 meses; Preender (5-14 meses); Soltar (12 – 18 meses) MOVIMENTOS RUDIMENTARES: 1-2 ANOS Interelação entre as habilidades. Ex:. Engatinhar x controlar o tronco; Ficar de pé x andar. Associada a maturação e crescimento mas a estimulação socioambiental desempenha papel importante Encaminhamento precoce de crianças a creches e escolas Vivência = exploração ambiental: O professor manipula o espaço e instiga a exploração MOVIMENTOS RUDIMENTARES MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS ESTABILIZADORES: Equilíbrio dinâmico; Equilíbrio estático; Movimentos Axiais (Giros estáticos e dinâmicos) LOCOMOTORES: Andar; Correr; Saltar; saltitar MANIPULATIVOS: Alcançar, segurar e soltar; Lançar; receber; Chutar MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS ( 2-7 anos) INICIAL: -Primeira tentativa (pouco controle) Maturação insuficiente ELEMENTAR Aumento do controle, sem fluência Aquisição de sincronia espaço temporal MADURO Bom nível de controle Fluência e eficiência MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS Os estágios dos movimentos fundamentais podem variar entre os movimentos Correr = maduro Rebater = Elementar Apoio Invertido = inicial GALLAHUE; OZMUM, 2005; TANI et al, 1998 O alcance do estágio maduro apesar de relacionado ao avanço da idade cronológica, não depende dela, mas de crescimento, maturação e vivência/estimulação JOHNSON, 1962; WILLIAM, 1970 MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS Crianças tem pleno potencial para atingir o final do estágio fundamental em todas as classes de movimento. Mas não é verificado em muitas crianças e adultos. GALLAHUE; OZMUM, 2005 Programas de Instrução: Podem aumentar o desenvolvimento dos padrões motores fundamentais, além do nível atingido apenas pela maturação. Além de ser mais efetivo do que um programa de brincadeiras livres, mesmo quando realizado pelos país. ROBERTON, 1978; BURTON, 1993 MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS O tamanho, forma, e textura do objeto utilizado, e as características da tarefa podem influenciar dramaticamente o desempenho dos movimentos fundamentais MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS MOVIMENTOS ESPECIALIZADOS REFINAMENTO E ACOPLAMENTO DOS MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS RESULTANDO NO SURGIMENTO DE NOVOS PADRÕES MOTORES GALLAHUE; OZMUN, 2005 MOVIMENTOS ESPECIALIZADOS Estágio de transição: 7 – 10 anos Estágio de aplicação: 11 – 13 anos Estágio de utilização ao longo da vida: 14 anos em diante Dependente dos movimentos fundamentais, porém não é necessário estar no estágio maduro em todos para se chegar à fase motora especializada. MOVIMENTOS ESPECIALIZADOS ESTÁGIO DE TRANSIÇÃO – 7 Á 10 ANOS Início da tentativa de combinação dos movimentos fundamentais Aumento no interesse por práticas mais complexas (esportes, lutas, danças) MOVIMENTOS ESPECIALIZADOS ESTÁGIO DE APLICAÇÃO – 11 Á 13 ANOS Reconhecimento real do seu potencial motor; Melhora de performance Interesse na prática esportiva e de treinamento Melhor execução de técnicas esportivas específicas MOVIMENTOS ESPECIALIZADOS ESTÁGIO DE APLICAÇÃO: 11 – 13 ANOS A satisfação cognitiva e experiências aumentadas possibilitam ao indivíduo fazer numerosas decisões de aprendizagem, e decisões baseadas em uma variedade de fatores relacionados a tarefa, indivíduo e ambiente (GALLAHUE; OZMUN, 2005). EX:. Garoto 12 anos, 165 cm, boas capacidades coordenativas, gosto por atividades coletivas. Possibilidade: BASQUETEBOL. MOVIMENTOS ESPECIALIZADOS UTILIZAÇÃO AO LONGO DA VIDA: 14 ANOS EM DIANTE Ápice da performance motora Procura por áreas específicas de interesse, necessidades, disponibilidade, habilidades e experiências anteriores Utilização do repertório motor adquirido ao longo da vida Atividades cotidianas, recreação/lazer, alto rendimento esportivo MOVIMENTOS ESPECIALIZADOS Intervenção é fundamental principalmente na transição: auxiliar e potencializar a ampliação de acoplamentos Evitar especialização e restrição do repertório motor Especialização precoce x Iniciação precoce MOVIMENTOS ESPECIALIZADOS DESENVOLVIMENTO MOTOR Alterações nas formas de movimento Ocorre em fases específicas desde antes do nascimento: reflexos Movimentos voluntários especializados Dependem de crescimento, maturação e experiências motoras (práticas) CONCLUINDO ESVAZIANDO A AMPULHETA DA VIDA CARDOSO, A. F. Particularidades dos idosos: uma revisão sobre a fisiologia do envelhecimento. Revista Digital – Buenos Aires – Ano 13 – Nº 130 – Março de 2009. Disponível: http://www.efdeportes.com/efd130/idosos-uma-revisao-sobre-a-fisiologia-do-envelhecimento.htm acessado em: 3/4/2010. TIBO, M. G. M. Alterações anatômicas e fisiológicas do idoso. Rev Médica Ana Costa. 2007, 12 (2). WELLMAN, N. S. et al Nutrição e Edaísmo. In: MAHAN, K. L. e ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, nutrição & dietoterapia.12 ed. São Paulo: Roca, 2010. Cap. 10, p 293-294. BIBLIOGRAFIA
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