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04 Conhecimentos Pedagogicos

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEDUC/RO 
 
 
 
História da Educação no Brasil e seus desdobramentos na atualidade. .............................................. 1 
 
Filosofia da Educação. ......................................................................................................................... 8 
 
Sociologia da Educação..................................................................................................................... 13 
 
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem. .......................................................................... 19 
 
Teorias da aprendizagem. ................................................................................................................. 25 
 
Contribuições de Piaget e Vygotsky à Educação. .............................................................................. 30 
 
Transversalidade, transdisciplinaridade e Interdisciplinaridade no Ensino Fundamental. ................... 35 
 
Tendências do pensamento pedagógico. ........................................................................................... 39 
 
Avaliação da aprendizagem escolar. ................................................................................................. 44 
 
Metodologia de ensino. ...................................................................................................................... 50 
 
Didática. ............................................................................................................................................. 54 
 
Planejamento escolar. ....................................................................................................................... 61 
 
Organização do currículo. .................................................................................................................. 67 
 
Cotidiano da escola: conselho de classe, planejamento, avaliação e acompanhamento. .................. 74 
 
Aprendizagem significativa. ............................................................................................................... 89 
 
Educação e cultura afro-brasileira. ..................................................................................................... 90 
 
O Projeto Político Pedagógico da Escola. .......................................................................................... 92 
 
Rotina e gestão em sala de aula. ....................................................................................................... 97 
 
Questões das relações do grupo. .................................................................................................... 103 
1264906 E-book gerado especialmente para BERENICE VALENTIM SILVA
 
. 2 
Bullying. ........................................................................................................................................... 106 
 
Brincar e aprender. .......................................................................................................................... 109 
 
Educação Inclusiva: Fundamentos, Políticas e Práticas Escolares. ................................................. 111 
 
Bases Legais da Educação Escolar Brasileira: Lei nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional - LDB e alterações posteriores. .............................................................................................. 123 
 
Resolução nº 04, de 13/07/2010 - Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação 
Básica. ................................................................................................................................................. 145 
 
Políticas Públicas da Educação Básica. ........................................................................................... 161 
 
Estatuto da criança e do adolescente. ............................................................................................. 178 
 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). .................................................................................... 230 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1264906 E-book gerado especialmente para BERENICE VALENTIM SILVA
 
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Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Conforme o texto de Bello1, a História da Educação Brasileira não é uma História difícil de ser estudada 
e compreendida. Ela evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas. 
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada mesmo dos portugueses ao território do Novo 
Mundo. Não podemos deixar de reconhecer que os portugueses trouxeram um padrão de educação 
próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não possuíam 
características próprias de se fazer educação. E convém ressaltar que a educação que se praticava entre 
as populações indígenas não tinha as marcas repressivas do modelo educacional europeu. 
Num programa de entrevista na televisão o indigenista Orlando Villas Boas contou um fato observado 
por ele numa aldeia Xavante que retrata bem a característica educacional entre os índios: Orlando 
observava uma mulher que fazia alguns potes de barro. Assim que a mulher terminava um pote seu filho, 
que estava ao lado dela, pegava o pote pronto e o jogava ao chão quebrando. Imediatamente ela iniciava 
outro e, novamente, assim que estava pronto, seu filho repetia o mesmo ato e o jogava no chão. Esta 
cena se repetiu por sete potes até que Orlando não se conteve e se aproximou da mulher Xavante e 
perguntou por que ela deixava o menino quebrar o trabalho que ela havia acabado de terminar. No que a 
mulher índia respondeu: "- Porque ele quer." 
Podemos também obter algumas noções de como era feita a educação entre os índios na série Xingu, 
produzida pela extinta Rede Manchete de Televisão. Neste seriado podemos ver crianças indígenas 
subindo nas estruturas de madeira das construções das ocas, numa altura inconcebivelmente alta. 
Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram somente a moral, os costumes e a 
religiosidade europeia; trouxeram também os métodos pedagógicos. 
Este método funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca 
a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia alguma 
coisa muito bem estruturada em termos de educação o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos. 
Tentou-se as aulas régias, o subsídio literário, mas o caos continuou até que a Família Real, fugindo de 
Napoleão na Europa, resolve transferir o Reino para o Novo Mundo. 
Na verdade não se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras brasileiras, mas a vinda 
da Família Real permitiu uma nova ruptura com a situação anterior.Para preparar terreno para sua estadia 
no Brasil D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim 
Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia. Segundo alguns 
autores o Brasil foi finalmente "descoberto" e a nossa História passou a ter uma complexidade maior. 
A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. Basta ver que, enquanto nas 
colônias espanholas já existiam muitas universidades, sendo que em 1538 já existia a Universidade de 
São Domingos e em 1551 a do México e a de Lima, a nossa primeira Universidade só surgiu em 1934, 
em São Paulo. 
Por todo o Império, incluindo D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II, pouco se fez pela educação brasileira 
e muitos reclamavam de sua qualidade ruim. Com a Proclamação da República tentou-se várias reformas 
que pudessem dar uma nova guinada, mas se observarmos bem, a educação brasileira não sofreu um 
processo de evolução que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo. 
Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter 
as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é a de manter o "status quo" 
para aqueles que frequentam os bancos escolares. 
Concluindo podemos dizer que a Educação Brasileira tem um princípio, meio e fim bem demarcado e 
facilmente observável. E é isso que tentamos passar neste texto. 
Os períodos foram divididos a partir das concepções do autor em termos de importância histórica. 
Se considerarmos a História como um processo em eterna evolução não podemos considerar este 
trabalho como terminado. Novas rupturas estão acontecendo no exato momento em que esse texto está 
sendo lido. A educação brasileira evolui em saltos desordenados, em diversas direções. 
 
 
1 Texto adaptado de BELLO, J. L. P. 
História da Educação no Brasil e seus desdobramentos na atualidade. 
1264906 E-book gerado especialmente para BERENICE VALENTIM SILVA
 
. 2 
Período Jesuítico 
 
A educação indígena foi interrompida com a chegada dos jesuítas. Os primeiros chegaram ao território 
brasileiro em março de 1549. Comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega, quinze dias após a chegada 
edificaram a primeira escola elementar brasileira, em Salvador, tendo como mestre o Irmão Vicente 
Rodrigues, contando apenas 21 anos. Irmão Vicente tornou-se o primeiro professor nos moldes europeus, 
em terras brasileiras, e durante mais de 50 anos dedicou-se ao ensino e a propagação da fé religiosa. 
No Brasil os jesuítas se dedicaram à pregação da fé católica e ao trabalho educativo. Perceberam que 
não seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever. De Salvador a 
obra jesuítica estendeu-se para o sul e, em 1570, vinte e um anos após a chegada, já era composta por 
cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de 
Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia). 
Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram somente a moral, os costumes e a 
religiosidade europeia; trouxeram também os métodos pedagógicos. Todas as escolas jesuítas eram 
regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio Studiorum. Eles não se limitaram 
ao ensino das primeiras letras; além do curso elementar mantinham cursos de Letras e Filosofia, 
considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação 
de sacerdotes. No curso de Letras estudava-se Gramática Latina, Humanidades e Retórica; e no curso 
de Filosofia estudava-se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. 
Este modelo funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca 
a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia algo muito 
bem estruturado, em termos de educação, o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos. 
No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, 
além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia 
casas da Companhia de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica 
num processo já implantado e consolidado como modelo educacional. 
 
Período Pombalino 
 
Com a expulsão saíram do Brasil 124 jesuítas da Bahia, 53 de Pernambuco, 199 do Rio de Janeiro e 
133 do Pará. Com eles levaram também a organização monolítica baseada no Ratio Studiorum. 
Desta ruptura, pouca coisa restou de prática educativa no Brasil. Continuaram a funcionar o Seminário 
Episcopal, no Pará, e os Seminários de São José e São Pedro, que não se encontravam sob a jurisdição 
jesuítica; a Escola de Artes e Edificações Militares, na Bahia, e a Escola de Artilharia, no Rio de Janeiro. 
Os jesuítas foram expulsos das colônias em função de radicais diferenças de objetivos com os dos 
interesses da Corte. Enquanto os jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o noviciado, Pombal 
pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências europeias da 
época. Além disso, Lisboa passou por um terremoto que destruiu parte significativa da cidade e precisava 
ser reerguida. A educação jesuítica não convinha aos interesses comerciais emanados por Pombal. Ou 
seja, se as escolas da Companhia de Jesus tinham por objetivo servir aos interesses da fé, Pombal 
pensou em organizar a escola para servir aos interesses do Estado. 
Através do alvará de 28 de junho de 1759, ao mesmo tempo em que suprimia as escolas jesuíticas de 
Portugal e de todas as colônias, Pombal criava as aulas régias de Latim, Grego e Retórica. Criou também 
a Diretoria de Estudos que só passou a funcionar após o afastamento de Pombal. Cada aula régia era 
autônoma e isolada, com professor único e uma não se articulava com as outras. 
Portugal logo percebeu que a educação no Brasil estava estagnada e era preciso oferecer uma 
solução. Para isso instituiu o "subsídio literário" para manutenção dos ensinos primário e médio. Criado 
em 1772 o “subsídio” era uma taxação, ou um imposto, que incidia sobre a carne verde, o vinho, o vinagre 
e a aguardente. Além de exíguo, nunca foi cobrado com regularidade e os professores ficavam longos 
períodos sem receber vencimentos a espera de uma solução vinda de Portugal. 
Os professores geralmente não tinham preparação para a função, já que eram improvisados e mal 
pagos. Eram nomeados por indicação ou sob concordância de bispos e se tornavam "proprietários" 
vitalícios de suas aulas régias. 
O resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX, a educação brasileira estava 
reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que pudesse chegar próximo 
deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação. 
 
 
 
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Período Joanino 
 
A vinda da Família Real, em 1808, permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. Para atender 
as necessidades de sua estadia no Brasil, D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e 
Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a 
Imprensa Régia. Segundo alguns autores, o Brasil foi finalmente "descoberto" e a nossa História passou 
a ter uma complexidade maior. O surgimento da imprensa permitiu que os fatos e as ideias fossem 
divulgados e discutidos no meio da população letrada, preparando terreno propício para as questões 
políticas que permearam o período seguinte da História do Brasil. 
A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. Para o professor Lauro de 
Oliveira Lima (1921- ) "a 'abertura dos portos', além do significado comercial da expressão, significou a 
permissão dada aos 'brasileiros' (madeireiros de pau-brasil) de tomar conhecimento de que existia, no 
mundo, um fenômeno chamado civilização e cultura". 
 
Período Imperial 
 
D. João VI volta a Portugal em 1821. Em 1822 seu filho D. Pedro I proclama a Independência do Brasil 
e, em 1824, outorga a primeira Constituição brasileira. O Art. 179 desta Lei Magna dizia que a "instrução 
primária é gratuita para todos os cidadãos". 
Em 1823, na tentativa de se suprir a falta de professores institui-se o Método Lancaster, ou do "ensino 
mútuo", onde um aluno treinado (decurião) ensinava um grupo de dez alunos (decúria) sob a rígida 
vigilância de um inspetor. 
Em 1826 um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), Liceus, 
Ginásios e Academias. Em 1827 um projeto de lei propõe a criação de pedagogias em todas as cidades 
e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação. Propunha ainda a abertura 
de escolas para meninas. 
Em 1834 o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias passariam a ser responsáveis pela 
administração do ensino primário e secundário. Graças a isso, em 1835, surge a primeira Escola Normal 
do país, em Niterói. Se houve intenção de bons resultados não foi o que aconteceu, já que, pelas 
dimensões do país, a educação brasileira perdeu-se mais uma vez, obtendo resultados pífios. 
Em 1837, onde funcionava o Seminário de São Joaquim, na cidade do Rio de Janeiro, é criado o 
Colégio Pedro II, com o objetivo de se tornar um modelo pedagógico para o curso secundário. 
Efetivamente o Colégio Pedro II não conseguiu se organizar até o fim do Império para atingir tal objetivo. 
Até a Proclamação da República, em 1889 praticamente nada se fez de concreto pela educação 
brasileira. O Imperador D. Pedro II, quando perguntado que profissão escolheria não fosse Imperador, 
afirmou que gostaria de ser "mestre-escola". Apesar de sua afeição pessoal pela tarefa educativa, pouco 
foi feito, em sua gestão, para que se criasse, no Brasil, um sistema educacional. 
 
Período da Primeira República 
 
A República proclamada adotou o modelo político americano baseado no sistema presidencialista. Na 
organização escolar percebe-se influência da filosofia positivista. A Reforma de Benjamin Constant tinha 
como princípios orientadores a liberdade e laicidade do ensino, como também a gratuidade da escola 
primária. Estes princípios seguiam a orientação do que estava estipulado na Constituição brasileira. 
Uma das intenções desta Reforma era transformar o ensino em formador de alunos para os cursos 
superiores e não apenas preparador. Outra intenção era substituir a predominância literária pela científica. 
Esta Reforma foi bastante criticada: pelos positivistas, já que não respeitava os princípios pedagógicos 
de Comte; pelos que defendiam a predominância literária, já que o que ocorreu foi o acréscimo de 
matérias científicas às tradicionais, tornando o ensino enciclopédico. 
O Código Epitácio Pessoa, de 1901, inclui a lógica entre as matérias e retira a biologia, a sociologia e 
a moral, acentuando, assim, a parte literária em detrimento da científica. 
A Reforma Rivadávia Correa, de 1911, pretendeu que o curso secundário se tornasse formador do 
cidadão e não como simples promotor a um nível seguinte. Retomando a orientação positivista, prega a 
liberdade de ensino, entendendo-se como a possibilidade de oferta de ensino que não seja por escolas 
oficiais, e de frequência. Além disso, prega ainda a abolição do diploma em troca de um certificado de 
assistência e aproveitamento e transfere os exames de admissão ao ensino superior para as faculdades. 
Os resultados desta Reforma foram desastrosos para a educação brasileira. 
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Máquina de escrever
constituição de 1891
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Num período complexo da História do Brasil surge a Reforma João Luiz Alves que introduz a cadeira 
de Moral e Cívica com a intenção de tentar combater os protestos estudantis contra o governo do 
presidente Arthur Bernardes. 
A década de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes no processo de mudança das 
características políticas brasileiras. Foi nesta década que ocorreu o Movimento dos 18 do Forte (1922), a 
Semana de Arte Moderna (1922), a fundação do Partido Comunista (1922), a Revolta Tenentista (1924) 
e a Coluna Prestes (1924 a 1927). 
Além disso, no que se refere à educação, foram realizadas diversas reformas de abrangência estadual, 
como as de Lourenço Filho, no Ceará, em 1923, a de Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925, a de Francisco 
Campos e Mario Casassanta, em Minas, em 1927, a de Fernando de Azevedo, no Distrito Federal (atual 
Rio de Janeiro), em 1928 e a de Carneiro Leão, em Pernambuco, em 1928. 
Período da Segunda República 
 
A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de produção. 
A acumulação de capital, do período anterior, permitiu com que o Brasil pudesse investir no mercado 
interno e na produção industrial. A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra 
especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 1930, foi criado o Ministério 
da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório sanciona decretos organizando o ensino 
secundário e as universidades brasileiras ainda inexistentes. Estes Decretos ficaram conhecidos como 
"Reforma Francisco Campos". 
Em 1932 um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, 
redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da época. 
Em 1934 a nova Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que a educação é 
direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos. 
Ainda em 1934, por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São 
Paulo. A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras 
de 1931. 
Em 1935 o Secretário de Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade do Distrito 
Federal, no atual município do Rio de Janeiro, com uma Faculdade de Educação na qual se situava o 
Instituto de Educação. 
 
Período do Estado Novo 
 
Refletindo tendências fascistas é outorgada uma nova Constituição em 1937. A orientação político-
educacionalpara o mundo capitalista fica bem explícita em seu texto sugerindo a preparação de um maior 
contingente de mão-de-obra para as novas atividades abertas pelo mercado. Neste sentido a nova 
Constituição enfatiza o ensino pré-vocacional e profissional. 
Por outro lado propõe que a arte, a ciência e o ensino sejam livres à iniciativa individual e à associação 
ou pessoas coletivas públicas e particulares, tirando do Estado o dever da educação. Mantém ainda a 
gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário Também dispõe como obrigatório o ensino de trabalhos 
manuais em todas as escolas normais, primárias e secundárias. 
No contexto político o estabelecimento do Estado Novo, segundo a historiadora Otaíza Romanelli, faz 
com que as discussões sobre as questões da educação, profundamente ricas no período anterior, entrem 
"numa espécie de hibernação". As conquistas do movimento renovador, influenciando a Constituição de 
1934, foram enfraquecidas nessa nova Constituição de 1937. Marca uma distinção entre o trabalho 
intelectual, para as classes mais favorecidas, e o trabalho manual, enfatizando o ensino profissional para 
as classes mais desfavorecidas. 
Em 1942, por iniciativa do Ministro Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos do ensino. Estas 
Reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do Ensino, e são compostas por Decretos-lei que criam 
o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e valoriza o ensino profissionalizante. 
O ensino ficou composto, neste período, por cinco anos de curso primário, quatro de curso ginasial e 
três de colegial, podendo ser na modalidade clássico ou científico. O ensino colegial perdeu o seu caráter 
propedêutico, de preparatório para o ensino superior, e passou a se preocupar mais com a formação 
geral. Apesar dessa divisão do ensino secundário, entre clássico e científico, a predominância recaiu 
sobre o científico, reunindo cerca de 90% dos alunos do colegial. 
 
Período da Nova República 
 
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. 5 
O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoção de uma nova Constituição de cunho liberal e 
democrático. Esta nova Constituição, na área da Educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o 
ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. 
Além disso, a nova Constituição fez voltar o preceito de que a educação é direito de todos, inspirada nos 
princípios proclamados pelos Pioneiros, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, nos primeiros 
anos da década de 30. 
Ainda em 1946 o então Ministro Raul Leitão da Cunha regulamenta o Ensino Primário e o Ensino 
Normal, além de criar o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, atendendo as mudanças 
exigidas pela sociedade após a Revolução de 1930. 
Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946, o Ministro Clemente Mariani, cria uma 
comissão com o objetivo de elaborar um anteprojeto de reforma geral da educação nacional. Esta 
comissão, presidida pelo educador Lourenço Filho, era organizada em três subcomissões: uma para o 
Ensino Primário, uma para o Ensino Médio e outra para o Ensino Superior. Em novembro de 1948 este 
anteprojeto foi encaminhado à Câmara Federal, dando início a uma luta ideológica em torno das propostas 
apresentadas. Num primeiro momento as discussões estavam voltadas às interpretações contraditórias 
das propostas constitucionais. Num momento posterior, após a apresentação de um substitutivo do 
Deputado Carlos Lacerda, as discussões mais marcantes relacionaram-se à questão da responsabilidade 
do Estado quanto à educação, inspirados nos educadores da velha geração de 1930, e a participação 
das instituições privadas de ensino. 
Depois de 13 anos de acirradas discussões foi promulgada a Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961, 
sem a pujança do anteprojeto original, prevalecendo as reivindicações da Igreja Católica e dos donos de 
estabelecimentos particulares de ensino no confronto com os que defendiam o monopólio estatal para a 
oferta da educação aos brasileiros. 
Se as discussões sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional foi o fato marcante, por 
outro lado muitas iniciativas marcaram este período como, talvez, o mais fértil da História da Educação 
no Brasil: em 1950, em Salvador, no Estado da Bahia, Anísio Teixeira inaugura o Centro Popular de 
Educação (Centro Educacional Carneiro Ribeiro), dando início a sua ideia de escola-classe e escola-
parque; em 1952, em Fortaleza, Estado do Ceará, o educador Lauro de Oliveira Lima inicia uma didática 
baseada nas teorias científicas de Jean Piaget: o Método Psicogenético; em 1953 a educação passa a 
ser administrada por um Ministério próprio: o Ministério da Educação e Cultura; em 1961 a tem início uma 
campanha de alfabetização, cuja didática, criada pelo pernambucano Paulo Freire, propunha alfabetizar 
em 40 horas adultos analfabetos; em 1962 é criado o Conselho Federal de Educação, que substitui o 
Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação e, ainda em 1962 é criado o 
Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, pelo Ministério da Educação e 
Cultura, inspirado no Método Paulo Freire. 
 
Período do Regime Militar 
 
Em 1964, um golpe militar aborta todas as iniciativas de se revolucionar a educação brasileira, sob o 
pretexto de que as propostas eram "comunizantes e subversivas". 
O Regime Militar espelhou na educação o caráter antidemocrático de sua proposta ideológica de 
governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes foram presos 
e feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União 
Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos e professores. 
Neste período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. Para acabar com os 
"excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam vaga 
para estudar), foi criado o vestibular classificatório. 
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, 
aproveitando-se, em sua didática, do expurgado Método Paulo Freire. O MOBRAL propunha erradicar o 
analfabetismo no Brasil. Não conseguiu. E, entre denúncias de corrupção, acabou por ser extinto e, no 
seu lugar criou-se a Fundação Educar. 
É no período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão popular contrária aos interesses 
do governo era abafada, muitas vezes pela violência física, que é instituída a Lei 5.692, a Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional, em 1971. A característica mais marcante desta Lei era tentardar a 
formação educacional um cunho profissionalizante. 
 
 
 
 
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Período da Abertura Política 
 
No fim do Regime Militar a discussão sobre as questões educacionais já haviam perdido o seu sentido 
pedagógico e assumido um caráter político. Para isso contribuiu a participação mais ativa de pensadores 
de outras áreas do conhecimento que passaram a falar de educação num sentido mais amplo do que as 
questões pertinentes à escola, à sala de aula, à didática, à relação direta entre professor e estudante e à 
dinâmica escolar em si mesma. Impedidos de atuarem em suas funções, por questões políticas durante 
o Regime Militar, profissionais de outras áreas, distantes do conhecimento pedagógico, passaram a 
assumir postos na área da educação e a concretizar discursos em nome do saber pedagógico. 
No bojo da nova Constituição, um Projeto de Lei para uma nova LDB foi encaminhado à Câmara 
Federal, pelo Deputado Octávio Elísio, em 1988. No ano seguinte o Deputado Jorge Hage enviou à 
Câmara um substitutivo ao Projeto e, em 1992, o Senador Darcy Ribeiro apresenta um novo Projeto que 
acabou por ser aprovado em dezembro de 1996, oito anos após o encaminhamento do Deputado Octávio 
Elísio. 
Neste período, do fim do Regime Militar aos dias de hoje, a fase politicamente marcante na educação, 
foi o trabalho do economista e Ministro da Educação Paulo Renato de Souza. Logo no início de sua 
gestão, através de uma Medida Provisória extinguiu o Conselho Federal de Educação e criou o Conselho 
Nacional de Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura. Esta mudança tornou o Conselho 
menos burocrático e mais político. 
Mesmo que possamos não concordar com a forma como foram executados alguns programas, temos 
que reconhecer que, em toda a História da Educação no Brasil, contada a partir do descobrimento, jamais 
houve execução de tantos projetos na área da educação numa só administração. 
O mais contestado deles foi o Exame Nacional de Cursos e o seu "Provão", onde os alunos das 
universidades têm que realizar uma prova ao fim do curso para receber seus diplomas. Esta prova, em 
que os alunos podem simplesmente assinar a ata de presença e se retirar sem responder nenhuma 
questão, é levada em consideração como avaliação das instituições. Além do mais, entre outras questões, 
o exame não diferencia as regiões do país. 
Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter 
as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é mais o de manter o "status 
quo", para aqueles que frequentam os bancos escolares, e menos de oferecer conhecimentos básicos, 
para serem aproveitados pelos estudantes em suas vidas práticas. 
Concluindo podemos dizer que a História da Educação Brasileira tem um princípio, meio e fim bem 
demarcado e facilmente observável. Ela é feita em rupturas marcantes, onde em cada período 
determinado teve características próprias. 
A bem da verdade, apesar de toda essa evolução e rupturas inseridas no processo, a educação 
brasileira não evoluiu muito no que se refere à questão da qualidade. As avaliações, de todos os níveis, 
estão priorizadas na aprendizagem dos estudantes, embora existam outros critérios. O que podemos 
notar, por dados oferecidos pelo próprio Ministério da Educação, é que os estudantes não aprendem o 
que as escolas se propõem a ensinar. 
Embora os Parâmetros Curriculares Nacionais estejam sendo usados como norma de ação, nossa 
educação só teve caráter nacional no período da Educação jesuítica. Após isso o que se presenciou foi 
o caos e muitas propostas desencontradas que pouco contribuíram para o desenvolvimento da qualidade 
da educação oferecida. 
É provável que estejamos próximos de uma nova ruptura. E esperamos que ela venha com propostas 
desvinculadas do modelo europeu de educação, criando soluções novas em respeito às características 
brasileiras. Como fizeram os países do bloco conhecidos como Tigres Asiáticos, que buscaram soluções 
para seu desenvolvimento econômico investindo em educação. Ou como fez Cuba que, por decisão 
política de governo, erradicou o analfabetismo em apenas um ano e trouxe para a sala de aula todos os 
cidadãos cubanos. 
Na evolução da História da Educação brasileira a próxima ruptura precisaria implantar um modelo que 
fosse único, que atenda às necessidades de nossa população e que seja eficaz. 
 
Questões 
 
1. Muito se tem falado sobre a atuação dos profissionais da educação no século XXI. Morin (2000) 
indica que há necessidade de diferentes saberes para uma educação que contemple a humanização. 
Nessa perspectiva entre os que “fazem” e os que “pensam” as ações educacionais e pedagógicas, tem 
se perpetuado uma polarização de 
(A) Habilidades. 
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(B) Práticas. 
(C) Teorias. 
(D) Competências. 
(E) Tempo. 
 
2. A educação tem uma função social muito importante na sociedade, especialmente no que se refere 
ao mundo do trabalho e ao universo da tecnologia. Nesta perspectiva, conforme a concepção crítico-
social, a educação deve ter como objetivo: 
(A) Preparar mão-de-obra especializada para suprir as necessidades de desenvolvimento do sistema 
capitalista, atendendo assim as exigências da produtividade e de crescente divisão social do trabalho. 
(B) Preparar pessoas para que correspondam docilmente às necessidades do capital, e ocupem seus 
lugares na sociedade, contribuindo para a manutenção da ordem social. 
(C) Formar pessoas capazes de pensar criticamente, potencializando o desenvolvimento de suas 
capacidades intelectuais, emocionais, culturais e relacionais para o pleno desenvolvimento da sociedade. 
(D) Formar cidadãos para ocuparem lugares fixos e funcionais na estrutura hierárquica da produção e 
da sociedade. 
(E) Capacitar prioritariamente pessoas para o domínio das técnicas e tecnologia do mundo do trabalho, 
dotando-o de capacidade intelectual de competir com os outros. 
 
3. A formação docente abrange duas dimensões: a formação teórico-científica e a formação técnico-
prática. A formação técnico-prática visa: 
(A) A transmissão dos conceitos espontâneos, historicamente construídos pelas civilizações, em prol 
do sucesso escolar de todos. 
(B) Uma prática social que visa a aplicação dos princípios e métodos utilizados nas empresase 
assegura o ingresso dos alunos das classes populares no mercado de trabalho. 
(C) Uma prática constitutiva que possa atender as exigências do mercado de trabalho. 
(D) Uma prática social e histórica, desvinculada das teorias. 
(E) A preparação profissional específica para a docência. 
 
4. Marque (C), se a alternativa for correta, ou (E), se a alternativa for errada. 
A análise das tendências pedagógicas no Brasil não deixa evidente a influência dos grandes 
movimentos educacionais internacionais, da mesma forma que expressam as especificidades de nossa 
história política, social e cultural, a cada período em que são consideradas. 
( ) Correta. 
( ) Errada. 
 
5. Quanto às discussões sobre currículo e seus pressupostos sociológicos, assinale a alternativa 
correta: 
(A) Currículo, na atualidade, está envolvido com os critérios de seleção e poder, ou seja, com as 
questões identidade e subjetividade. 
(B) Para a discussão curricular, selecionar não é uma operação de poder. 
(C) É precisamente a questão de poder que vai articular as teorias curriculares tradicionais, críticas e 
pós-críticas. 
(D) As teorias críticas e pós-críticas de currículo não estão preocupadas com as conexões entre saber, 
identidade e poder. 
(E) As teorias tradicionais se concentram nas questões comportamentais. 
 
Respostas 
 
1. Resposta: D 
O ato de aprender é talvez a mais remota habilidade humana, mas a conciliação da construção do 
conhecimento e da ética na sua aplicação é hoje um dos principais desafios. A cultura construída pela 
humanidade, seja na história, na filosofia ou ciência precisa ser transmitida aos alunos, que devem ser 
incentivados a dar passos adiante, o conhecimento devendo ser aprimorado. 
 
2. Resposta: C 
Qualquer reflexão acerca da qualidade do ensino de uma dada disciplina pressupõe uma determinada 
concepção sobre a função da educação em geral. Ainda que não tenhamos consciência dela, esta 
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concepção é o nosso ponto de referência para a elaboração de juízos de valor acerca da boa ou má 
qualidade do ensino de uma disciplina. 
A escola e a educação parecem ter ambas as funções: reproduzem a sociedade numa dinâmica 
conservadora e, simultaneamente renovadora. Porque há elementos da nossa cultura, da nossa história 
e tradição que é importante preservar, a escola funciona como um instrumento privilegiado nessa ação 
de conservação, nesse ato de transmissão da memória de uma civilização. É esta função conservadora 
que permite viabilizar a inserção de cada indivíduo no meio social em que nasceu. 
 
3. Resposta: E 
A formação do professor abrange duas dimensões: a formação teórico-científica, incluindo a formação 
acadêmica específica nas disciplinas em que o docente vai especializar-se e a formação pedagógica que 
envolve os conhecimentos da Filosofia, Sociologia, História da Educação e da própria pedagogia que 
contribuem para o esclarecimento do fenômeno educativo no contexto histórico-social; a formação 
técnico-prática visando à preparação profissional específica para a docência, incluindo a didática, as 
metodologias específicas, à Psicologia da Educação, a pesquisa educacional e outras. 
 
4. Resposta: E - Errada 
A análise das tendências pedagógicas no Brasil deixa evidente a influência dos grandes movimentos 
educacionais internacionais, da mesma forma que expressam as especificidades de nossa história 
política, social e cultural, a cada período em que são consideradas. Pode-se identificar, na tradição 
pedagógica brasileira, a presença de quatro grandes tendências: a tradicional, a renovada, a tecnicista e 
aquelas marcadas centralmente por preocupações sociais e políticas. Tais tendências serão sintetizadas 
em grandes traços que tentam recuperar os pontos mais significativos de cada uma das propostas. 
 
5. Resposta: A 
As investigações sobre o currículo e sobre as disciplinas ocupam cada vez mais espaço nos estudos 
educacionais. Segundo Moreira, ― para os sociólogos das disciplinas escolares, a história do currículo 
tem por meta explicar por que certo conhecimento é ensinar nas escolas em determinado momento e 
local e por que ele é conservado, excluído ou alterado‖. 
Projetos Políticos Pedagógicos das escolas e particularmente docentes têm um papel fundamental ao 
traduzir para a prática concreta as diretrizes formuladas em âmbito nacional, estadual ou municipal. E 
cabe aos gestores o importante papel de mediar as discussões curriculares destinadas ao esclarecimento 
da função que os docentes desempenham na produção do currículo que as escolas colocam efetivamente 
em ação. 
 
 
 
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO 
 
Filosofia é um corpo de conhecimento, constituído a partir de um esforço que o ser humano vem 
fazendo de compreender o seu mundo e dar-lhe um sentido, um significado compreensivo. Corpo de 
conhecimentos, em Filosofia, significa um conjunto coerente e organizado de entendimentos sobre a 
realidade. Conhecimentos estes que expressam o entendimento que se tem do mundo, a partir de 
desejos, anseios e aspirações. 
Assim, podemos dizer que, a filosofia cria o ideário que norteia a vida humana em todos os seus 
momentos e em todos os seus processos. 
Neste sentido, a filosofia é uma força, é o sustentáculo de um modo de agir. É uma arma na luta pela 
vida e pela emancipação humana. 
Em síntese, a filosofia é uma forma de conhecimento que, interpretando o mundo, cria uma concepção 
coerente e sistêmica que possibilita uma forma de ação efetiva. Esta forma de compreender o mundo 
tanto é condicionada pelo meio histórico, como também é seu condicionante. Ao mesmo tempo, pois, é 
uma interpretação do mundo e é uma força de ação. 
 
 
 
 
 
Filosofia da Educação. 
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Aplicações da Filosofia da Educação2 
 
A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um 
instrumento de manutenção ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de 
conceitos que fundamentem e orientem os seus caminhos. 
A Filosofia fornece á educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o 
educando, o educador e para onde esses elementos podem caminhar. 
O educando, quem é, o que deve ser, qual o seu papel no mundo; o educador, quem é, qual o seu 
papel no mundo; a sociedade, o que é, o que pretende; qual deve ser a finalidade da ação pedagógica. 
Esses são alguns problemas que exigem a reflexão filosófica. 
A Filosofia propõe questionar, a interpretação do mundo que temos, e procura buscar novos sentidos 
e novas interpretações de acordo com os novos anseios que possam ser detectados no seio da vida 
humana. 
 
O processo do filosofar 
 
Acreditamos já ter indicado que a filosofia é um corpo de entendimentos que compreende e dá 
significado ao mundo e à existência. Importa saber agora como é que se constitui a filosofia, como é que 
se constrói esse corpo de entendimentos, que poderemos assumir criticamente como aquele que 
queremos para o direcionamento de nossas experiências. 
Para abordar essa questão, em primeiro lugar, temos que colocar na nossa cabeça que o filosofar, 
além de não ser inútil, não é tão difícil e complicado, como se fosse tarefa só para gente 
ultraespecializada. Sobre isso Gramsci nos diz que "deve-se destruir o preconceito, muito difundido, de 
que a filosofia seja algo muito difícil pelo fato de ser a atividade intelectual própria de uma determinada 
categoria de cientistas especializados ou de filósofos profissionais e sistemáticos". 
Só superando esses preconceitos de dificuldade e de especialidade é que podemos nos convencer de 
que, a contragosto de muitos governantes e muitos políticos, podemos e devemos nos dedicar ao filosofar. 
E para dedicar-sea esta atividade que vale a pena discutir o método do filosofar, a fim de que todos nós 
passemos a praticá-lo cotidianamente. 
Já vimos que quando não temos um corpo filosófico que dê sentido e oriente a nossa vida, assumimos 
o que é comum e hegemônico na sociedade; assumimos o "senso comum", que é o conjunto de valores 
assimilados espontaneamente, na vivência cotidiana. 
Para iniciar o exercício do filosofar, a primeira coisa a fazer é admitir que vivemos e vivenciamos 
valores e que é preciso saber quais são eles. O primeiro passo do filosofar é inventariar os valores que 
explicam e orientam a nossa vida, e a vida da sociedade, e que dimensionam as finalidades da prática 
humana. Assim, é preciso se perguntar quais são os valores que dão sentido e orientam a vida familiar, 
se se estiver analisando a família; quais valores compreendem e orientam a vida econômica, se se estiver 
questionando a economia; quais valores compreendem e orientam a educação, se esta for o objeto de 
estudo e assim por diante. E preciso, pois, tomar consciência das ações, do lugar onde se está e da 
direção que toma a vida. Direção que nasce tanto da consciência popular como da sedimentação do 
pensamento filosófico e político que se formulou e se divulgou na sociedade com o passar do tempo. 
Feito esse inventário, que certamente nunca será completo e é tão abrangente quanto todos os setores 
da vida, é preciso passar para um segundo momento – o momento da crítica. Tomar esses valores e 
submetê-los a uma crítica acerba, questioná-los por todos os ângulos possíveis para verificar se são 
significativos e se, de fato, compõem o sentido que queremos dar à existência. O padre Vaz, num artigo 
sobre a "Filosofia no Brasil", diz que esse momento do filosofar assemelha-se a um "tribunal de razão", 
que faz passar pelo crivo da crítica todos os valores vigentes que dão sentido à nossa cotidianidade. 
A crítica é um modo de penetrar dentro desses valores, descobrindo-lhes sua essência. E uma forma 
de colocá-los em xeque e desvendar-lhes os segredos. 
 
Contudo, ninguém pode viver exclusivamente da negação, do processo de "vasculhação" dos valores. 
Não se vive na negatividade. Então, importa um terceiro momento do filosofar: a construção crítica dos 
valores que sejam significativos para compreender e orientar nossas vidas individuais e dentro da 
sociedade. Valores que sejam suficientemente válidos para guiar a ação na direção que queremos ir. 
São, pois, em síntese, três passos: inventariar os valores vigentes; criticá-los; reconstruí-los. E um 
processo dialético que vai de uma determinada posição para a sua superação teórico-prática. 
 
2 Texto adaptado de LUCKESI, C. Filosofia da Educação – São Paulo: Cortez, 2013 
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. 10 
Diante do exposto, talvez, estejamos exclamando: "mas é tão fácil, assim, o filosofar"? É e não é, ao 
mesmo tempo! É simples, porém não é mecânico como aparece nesta exposição didática. Na mesma 
medida em que estamos inventariando os valores vigentes, estamos criticando-os e reconstruindo-os. 
Isso porque, a não ser para a exposição didática, esses momentos não são seccionados. Um nasce de 
dentro do outro. Isso se torna mais compreensível se deixarmos o caso de um filósofo individual e 
tomarmos as correntes teóricas e históricas. Certos entendimentos da modernidade têm vínculos com a 
Idade Média, e certos valores, que vivemos hoje, tiveram seus prenúncios na Idade Moderna. Algo 
semelhante ocorre na vida individual do filósofo. Ele entra num processo de crítica dos valores enquanto 
estes estão vigentes, mas também enquanto entre eles iniciam-se os prenúncios de certas aspirações e 
anseios dos seres humanos. Assim, por exemplo, Herbert Marcuse, um filósofo alemão contemporâneo, 
criticou os valores da sociedade industrial e propôs os valores de uma nova sociedade preocupada com 
uma vida menos unidirecionada para a produtividade econômica e mais voltada para a vida plena, com 
sentimentos, emoções, amor, vida etc. Como e por que Marcuse conseguiu se posicionar dessa forma? 
Porque nasceu e viveu após a Revolução Industrial, podendo inventariar e criticar os seus valores. E 
também por ter vivido num momento histórico em que os seres humanos estão exaustos desses valores 
e aspirando por outros que lhes garantam mais vida. Marcuse captou o "espírito" dessa época. O filósofo 
individual, pois, entra na corrente do contexto em que vive. Isso não quer dizer que ele seja um puro 
reprodutor dessa época, mas sim um captador de seu "espírito", como vimos anteriormente. 
É assim que nós vamos filosofar: inventariar conceitos e valores; estudar e criticar valores; estudar e 
reconstruir conceitos e valores. Para que isso ocorra, é preciso não só olhar o dia-a-dia, mas ler e estudar 
o que disseram os outros pensadores, os outros filósofos. Eles poderão nos auxiliar, tirando-nos do nosso 
nível de entendimento e dando-nos outras categorias de compreensão. 
Assim, o nosso exercício do filosofar será um esforço de inventário, crítica e reconstrução de conceitos, 
auxiliados pelos pensadores que nos antecederam. Eles têm uma contribuição a nos oferecer, para nos 
auxiliar em nosso trabalho de construir nosso entendimento filosófico do mundo e da ação. 
 
Filosofia e Educação 
 
A educação é um típico "que-fazer" humano, ou seja, um tipo de atividade que se caracteriza 
fundamentalmente por uma preocupação, por uma finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma 
sociedade não se manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção 
ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que fundamentem e 
orientem os seus caminhos. A sociedade dentro da qual ela está deve possuir alguns valores norteadores 
de sua prática. 
Não é nem pode ser a prática educacional que estabelece os seus fins. Quem o faz é a reflexão 
filosófica sobre a educação dentro de uma dada sociedade. 
As relações entre Educação e Filosofia parecem ser quase "naturais". Enquanto a educação trabalha 
com o desenvolvimento dos jovens e das novas gerações de uma sociedade, a filosofia é a reflexão sobre 
o que e como devem ser ou desenvolver estes jovens e esta sociedade. 
Anísio Teixeira chega a, refletir que "muito antes que as filosofias viessem expressamente a ser 
formuladas em sistemas, já a educação, como processo de perpetuação da cultura, nada mais era do 
que o meio de se transmitir a visão do mundo e do homem, que a respectiva sociedade honrasse e 
cultivasse". Evidentemente, nessa afirmação o autor está tomando filosofia como forma de vida de um 
povo, e não como sistema filosófico elaborado e explicitado deliberadamente. 
Deve-se mesmo observar que os primeiros filósofos do Ocidente, na quase totalidade, tiveram um 
"preocupar" com o aspecto educacional. Os chamados filósofos pré-socráticos, os sofistas, Sócrates, 
Platão foram os intérpretes das aspirações de seus respectivos tempos e apresentaram-se sempre como 
educadores. 
Por exemplo, os pré-socráticos, pelo que podemos saber por seus fragmentos, dedicavam-se a 
entender a origem do cosmos e a criar uma compreensão para a educação moral e espiritual dos homens. 
Os sofistas foram educadores. Foram, inclusive, no Ocidente os primeiros a receberem pagamento para 
ensinar. Sócrates foi o homem que morreu em função do seu ideal de educar os jovens e estabelecer 
uma moralização do ambiente grego ateniense. Platão foi o que pretendeu dar ao filósofo o posto de rei, 
a fim de que este tivesse a possibilidade de imprimir na juventude as ideias do bem, da justiça, da 
honestidade. 
Da mesma maneira, se percorrermos a História da Filosofia e dos filósofos, vamos verificar que todos 
eles tiveram uma preocupação com a definição de uma cosmovisão que deveria ser divulgada atravésdos processos educacionais. 
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. 11 
Filosofia e Educação são dois fenômenos que estão presentes em todas as sociedades. Uma como 
interpretação teórica das aspirações, desejos e anseios de um grupo humano, a outra como instrumento 
de veiculação dessa interpretação. 
A Filosofia fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o 
educando, o educador e para onde esses elementos podem caminhar. 
Nas relações entre Filosofia e educação só existem realmente duas opções: ou se pensa e se reflete 
sobre o que se faz e assim se realiza uma ação educativa consciente; ou não se reflete criticamente e se 
executa uma ação pedagógica a partir de uma concepção mais ou menos obscura e opaca existente na 
cultura vivida do dia-a-dia – e assim se realiza uma ação educativa com baixo nível de consciência. 
O educando, quem é, o que deve ser, qual o seu papel no mundo; o educador, quem é, qual o seu 
papel no mundo; a sociedade, o que é, o que pretende; qual deve ser a finalidade da ação pedagógica. 
Estes são alguns problemas que emergem da ação pedagógica dos povos para a reflexão filosófica, no 
sentido de que esta estabeleça pressupostos para aquela. 
Assim sendo, não há como se processar uma ação pedagógica sem uma correspondente reflexão 
filosófica. Se a reflexão filosófica não for realizada conscientemente, ela o será sob a forma do "senso 
comum", assimilada ao longo da convivência dentro de um grupo. Se a ação pedagógica não se processar 
a partir de conceitos e valores explícitos e conscientes, ela se processará, queiramos ou não, baseada 
em conceitos e valores que a sociedade propõe a partir de sua postura cultural. 
Quando não se reflete sobre a educação, ela se processa dentro de uma cultura cristalizada e 
perenizada. Isso significa admitir que nada mais há para ser descoberto em termos de interpretação do 
mundo. E propriamente a reprodução dos meios de produção. 
"Por mais grandiosa que seja uma cultura — diz Arcângelo Buzzi — ela jamais é a interpretação 
acabada do ser. A ciência, a moral, a arte, a religião, a política, a economia são expressões visíveis, 
codificadas de uma determinada interpretação, que em seu conjunto perfaz aquilo que denominamos 
cultura ou, de modo mais amplo, `mundo'. Estamos tão habituados a encarar esse `mundo' interpretado 
como `natural' que não nos damos conta de que ele é apenas possível e realizada interpretação do ser". 
Inconscientemente, adaptamo-nos a essa interpretação do mundo e ela permanecerá como a única 
para nós, se não nos pusermos a filosofar sobre ela, a questioná-la, a buscar-lhe novos sentidos e novas 
interpretações de acordo com os novos anseios que possam ser detectados no seio da vida humana. 
Filosofia e educação, pois, estão vinculadas no tempo e no espaço. Não há como fugir a essa 
"fatalidade" da nossa existência. Assim sendo, parecenos ser mais válido e mais rico, para nós e para a 
vida humana, fazer esta junção de uma maneira consciente, como bem cabe a qualquer ser humano. E 
a liberdade no seio da necessidade. 
 
Pedagogia 
 
Uma pedagogia inclui mais elementos que os puros pressupostos filosóficos da educação, tais como 
os processos socioculturais, a concepção psicológica do educando, a forma de organização do processo 
educacional etc.; porém, esses elementos compõem uma Pedagogia à medida que estão aglutinados e 
articulados a partir de um pressuposto, de um direcionamento filosófico. A reflexão filosófica sobre a 
educação é que dá o tom à pedagogia, garantindo-lhe a compreensão dos valores que, hoje, direcionam 
a prática educacional e dos valores que deverão orientá-la para o futuro. Assim, não há como se ter uma 
proposta pedagógica sem pressuposições (no sentido de fundamentos) e proposições filosóficas, desde 
que tudo o mais depende desse direcionamento. Para lembrar exemplos corriqueiros, a "Pedagogia 
Montessori", a "Pedagogia Piagetiana", a "Pedagogia da Libertação" do professor Paulo Freire, e todas 
as outras sustentam-se em um pensamento filosófico sobre a educação. Se nem sempre esses 
pressupostos estão tão explícitos, é preciso explicitá-los, desde que eles sempre existem. Por vezes, eles 
estão subjacentes, mas nem por isso inexistentes. O estudo e a reflexão deverão "obrigá-los" a aparecer, 
desde que só a partir da tomada de consciência desses pressupostos é que se pode optar por escolher 
uma ou outra pedagogia para nortear nossa prática educacional. 
 
Educação como transformação da sociedade 
 
Não há uma pedagogia que esteja isenta de pressupostos filosóficos. 
É possível compreender a educação dentro da sociedade, com seus determinantes e condicionantes, 
mas com a possibilidade de trabalhar pela sua democratização. 
Para tanto, importa interpretar a educação como uma instância dialética, que serve a um projeto, a um 
modelo, a um ideal de sociedade. Ela trabalha para realizar esse projeto na prática. Assim, se o projeto 
for conservador, medeia a conservação, contudo se o projeto for transformador, medeia a transformação; 
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se o projeto for autoritário, medeia a realização do autoritarismo; se o projeto for democrático, medeia a 
realização da democracia. 
Do ponto de vista prático trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a 
discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a marginalidade, através 
da escola, significa engajar-se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino da melhor qualidade 
possível nas condições históricas atuais. O papel de uma teoria crítica da educação é dar substância 
concreta a essa bandeira de luta, de modo a evitar que ela seja apropriada e articulada com os interesses 
dominantes. 
A educação como transformadora da sociedade recusa-se tanto ao otimismo ilusório, quanto ao 
pessimismo imobilizador. Por isso, propõe-se compreender a educação dentro de seus condicionantes e 
agir estrategicamente para a sua transformação. Propõe-se desvendar e utilizar das próprias contradições 
da sociedade, para trabalhar criticamente pela sua transformação. 
Quando não pensamos, somos pensados e dirigidos por outros. 
 
Os Sujeitos do Processo Educativo: O Ser Humano 
 
O ser humano emerge no seu modo de ser dentro de um conjunto de relações sociais. 
São as ações, reações, os modos de agir, as condutas normatizadas, as censuras, as convivências 
sadias ou neuróticas, as relações de trabalho, de consumo etc. que constituem prática, social e 
historicamente o ser humano. 
O ser humano é prático, pois é através da ação que modifica o ambiente, tornando-o satisfatório ás 
suas necessidades; e enquanto transforma a realidade, constrói a si mesmo no seio das relações sociais 
determinadas. 
O ser humano é social na medida em que vive e sobrevive socialmente. A sua prática é dimensionada 
por suas relações com os outros. 
O ser humano é histórico uma vez que suas características não são fixas nem eternas, mas 
determinadas pelo tempo, que passa a ser constitutivo de si mesmo. 
Em síntese, o ser humano é ativo, vive determinadas relações sociais de produção, num determinado 
momento do tempo. Como consequência disso, cada ser humano é propriamente o conjunto das relações 
sociais que vive, de forma prática, social e histórica. 
O ser humano se torna propriamente humano na medida em que, conjuntamente com outros seres 
humanos, pela ação, modifica o mundo externo conforme suas necessidades ao mesmo tempo, constrói-
se a si mesmo. 
Assim, enquanto ele humaniza a natureza pelo seu trabalho, humaniza-se a si mesmo. 
Educador e educando, como seres individuais e sociais ao mesmo tempo, constituídos na trama 
contraditória de consciência crítica e alienação interagem no processo educativo. Eles são sujeitosda 
história na medida em que a constroem ao lado de outros seres humanos, num contexto socialmente 
definido. 
 
Questão 
 
01. (ENADE Pedagogia) Qual a contribuição da disciplina Filosofia da Educação para a formação do 
educador? 
(A) Atender à necessidade de organização do pensamento com vistas a um melhor desempenho 
didáticopedagógico. 
(B) Dominar o conhecimento historicamente produzido pela humanidade visando a uma cultura erudita. 
(C) Reunir informações sobre a existência humana para orientar a forma de organizar sua vida privada. 
(D) Contribuir para as soluções práticas exigidas pelo cotidiano, auxiliando na elaboração do 
planejamento escolar. 
(E) Ajudar o professor a identificar e interrogar os valores que estão subjacentes à ação e às 
concepções do humano. 
 
Resposta 
 
01. Resposta: E 
Pode-se considerar a questão baixo grau de dificuldade, pois é possível eliminar alternativas por não 
pertenceram ao campo do conhecimento em questão. As alternativas erradas (A, B e D) apontam 
aspectos gerais de conteúdo didático, o que não permitiria responder à pergunta do enunciado. A 
alternativa C contém elementos parciais e imprecisos a respeito de possíveis entendimentos de uma 
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assim chamada filosofia de vida, ou de certa capacidade em adotar posicionamento diante da vida. 
Todavia, é insuficiente para responder de modo correto a contribuição da Filosofia da Educação, tal como 
é solicitado no enunciado da questão. A alternativa E é a única que aponta para uma perspectiva mais 
plausível do papel da filosofia da educação na formação de professores. Identificar e interrogar valores 
constitui uma das abordagens mais persistentes da disciplina. Essa alternativa condensa parte da 
herança do pensamento ocidental que entende como relevante o constante questionamento e 
ponderação sobre nosso agir e sobre as orientações valorativas de tal agir. 
Nesse sentido, quando Platão pergunta se é possível ensinar a virtude (Menon), isso significa, em 
última instância, problematizar a possibilidade da educação, ou seja, como fazer uma transformação 
psíquica, que produza nos homens a própria formação de si e um novo ethos. A filosofia da educação 
pensa os problemas da educação, as relações éticas entre os homens, o sentido da formação humana. 
Em outras palavras, a aventura intelectual do mundo ocidental pensa a formação associada à ética. 
 
 
 
Sociologia3 
 
Por que é relevante pensar acerca das finalidades do ensino de sociologia? Porque se entende, a partir 
da argumentação proposta pelos autores Silva, Mills e dos documentos oficiais, que se pode mapear 
como serão os desdobramentos pedagógicos da organização didática desta disciplina. Os modos de 
pensar, as visões predominantes sobre a necessidade indicam como a sociologia será trabalhada nos 
contextos escolares e disso decorre uma postura pedagógica e também metodológica, o que interfere 
diretamente sobre a visão de organização didática da aula e utilização de materiais pedagógicos. 
Levando em consideração a obrigatoriedade do ensino de sociologia a partir de 2008, é relevante 
considerar que, quanto à sociologia como disciplina escolar, [...] existe menos reflexão, estudos e 
experiências sobre o ensino de sociologia. 
Estamos numa fase em que temos que estruturar essa dimensão de nossa ciência, a dimensão 
didática, pedagógica e de reprodução de conhecimentos científicos nos níveis mais básicos da formação 
humana nas escolas. 
Conforme a autora percebe, é preciso, além do desenvolvimento específico do conhecimento 
sociológico, a pesquisa, a reflexão e o estudo acerca da dimensão pedagógica, do como ensinar a 
sociologia. Neste caso, não mais a sociologia apenas como ciência social, mas agora como componente 
formativa, presente na educação dos jovens nos currículos escolares. Essa dimensão didática, contudo, 
não pode ser pensada sem revisar as finalidades da presença da sociologia na educação básica. A autora 
ainda argumenta que uma das finalidades do ensino de sociologia seria a de desenvolver a imaginação 
sociológica. Conforme Mills, a imaginação sociológica capacita seu possuidor a compreender o cenário 
histórico mais amplo, em termos de seu significado para a vida intima e para a carreira exterior de 
numerosos indivíduos. Permite-lhe levar em conta como os indivíduos, na agitação de sua experiência 
diária, adquirem frequentemente uma consciência falsa de suas posições sociais. Dentro dessa agitação, 
busca-se a estrutura da sociedade moderna e dentro dessa estrutura são formuladas as psicologias de 
diferentes homens e mulheres. Através disso, a ansiedade pessoal dos indivíduos é focalizada sobre 
fatos explícitos e a indiferença do público se transforma em participação nas questões públicas. [...] A 
imaginação sociológica nos permite compreender a história e a biografia e as relações entre ambas, 
dentro da sociedade. 
 
Essa é sua tarefa e sua promessa. A marca do analista social clássico é o reconhecimento delas [...]. 
 
É sobre a biografia dos estudantes e suas experiências sociais que o ensino de sociologia ganha seu 
significado, ao fazê-lo compreender de forma diferente sua história de vida, levando em consideração os 
condicionantes históricos e sociais que interferem diretamente em sua individualidade. Também, permite 
ao estudante, ao pensar em fatos de sua existência, a distinção entre o que seja individual e o que seja 
de origem social em sua vida. 
 
Com essa percepção diferenciada da realidade, é possível intervir também de modo diverso nesta 
mesma realidade, porque o conhecimento sociológico faz ver quais os mecanismos que fazem a vida 
social ser como é. Deste modo, o jovem, desenvolvendo sua imaginação sociológica, tem condições de 
 
3 Texto adaptado GIORDANI, E. M. RODRIGUES, A. W. L. 
Sociologia da Educação. 
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perceber diferentes possibilidades de futuro, porque somente vendo essas questões e mecanismos é que 
será possível desfazê-los, desconstruí-los. 
Meneghetti indica os alunos desde tenra idade, devem aprender que existe a sociedade. Esta 
sociedade que tem suas leis, sua organização, sua cultura, suas instituições, seu modo de ser, que é 
materializada e presente em toda e qualquer particular atividade humana, e que determina concretamente 
a existência da pessoa. 
O conhecer e considerar a sociedade não significa eliminar a possibilidade da existência singular e 
criativa do indivíduo no interior do sistema social. Contudo, elimina o solipsismo e a incapacidade de viver 
e se realizar no interior do sistema social. Para Meneghetti, o jovem a fim de crescer precisa apreender a 
se colocar de modo capaz frente a existência desta realidade, a sociedade. Precisa aprender que, além 
de si mesmo, existem os outros e estes outros já fizeram história e pertencem ao mesmo tempo em que 
ele a algo que é comum, é de todos, todos são sócios, são partes de um mesmo inteiro. Para o autor 
trata-se de desenvolver uma educação à responsabilidade integral da pessoa no sistema social. E, o 
desenrolar desta consciência não será possível, sem que o professor pense em que conteúdos que 
responsabilize-os sobre suas responsabilidades e deveres frente a sociedade que pertence. 
 
As finalidades do ensino de sociologia com estas discussões estavam postas, contudo, com a 
implantação da disciplina da sociologia não havia uma discussão a respeito de um programa mínimo da 
disciplina. Os professores, nas escolas, trabalhavam ao seu modo sem orientações sobre quais os 
conteúdos curriculares deveriam ser desenvolvidos. 
Se o problema que tange a um programa mínimo está resolvido, importa pensar na dimensão didática 
deste ensino. Quais metodologiasseriam capazes e indicadas para atingir as finalidades destes temas? 
É importante ressaltar que um ensino calcado na exposição de conteúdos e técnicas, que não leve o 
aluno a pensar sobre sua existência e a “estranhar” e “desnaturalizar” sua própria realidade não é capaz 
de atender aos objetivos do ensino de sociologia. 
Segundo Silva, o ensino de sociologia brasileiro passou por 4 tendências pedagógicas. A primeira 
denominada clássica-científica se estendeu até 1971, levava em consideração uma formação 
humanística, a partir das pesquisas sociológicas existentes, e figurava como uma disciplina que buscava 
cientificizar o pensamento sobre a realidade brasileira, ao trazer aos alunos conhecimentos sobre 
pesquisas sociológicas. 
A segunda compreende o período da ditadura militar, a tendência tecnicista, marcada pela repressão 
às “identidades científicas e disciplinares dos diferentes campos do saber”. Nesta, o professor aprenderia 
técnicas e ferramentas a fim de transmitir aos alunos a reprodução de ideologias públicas oficiais. 
A terceira tendência é chamada de científica, em pleno movimento de democratização, buscava a 
superação de um ensino vazio de significados (tecnicista), por isso retomou as disciplinas tradicionais. A 
quarta tendência refere-se ao ensino por competências. Segundo a autora, as disciplinas são 
desvalorizadas e em especial a sociologia passa a figurar em projetos transversais. Neste contexto, essa 
noção de competências está ligada à uma reorganização do trabalho no capitalismo contemporâneo e o 
quanto os currículos se prendem às necessidades imediatas da reestruturação do trabalho, da sociedade 
de consumo e do cotidiano dos alunos. Isso significa empobrecimento dos conteúdos, simplificações, etc. 
 
Como visto, a educação, ao longo da história, vem sofrendo diversas transformações que atingem 
todos os indivíduos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Pode-se analisá-la pelas 
tendências pedagógicas, as quais possuem suas características próprias. 
Observa-se que nenhuma dessas correntes esgotou-se, uma vez que todas fazem parte do cotidiano 
escolar e que de algum modo estão incorporadas nas práticas pedagógicas. Libâneo diz que 
“evidentemente tais tendências se manifestam, concretamente, nas práticas escolares e no ideário 
pedagógico de muitos professores, ainda que estes não se deem conta dessa influência”. A partir do 
entendimento da autora, é preciso na atualidade do ensino de sociologia considerá-las e definir os 
princípios didáticopedagógicos da prática do ensino de sociologia, que implica fazer a análise e reflexão 
sobre os objetivos da escola e concomitantemente da educação básica. Sem isso, tende-se a cair no 
reprodutivismo de qualquer uma das tendências, sem que se crie algo novo e coerente com o hodierno. 
É preciso que a imaginação sociológica esteja presente para desnaturalizar a didática utilizada em sala 
de aula, para que se efetive um ensino de sociologia que una o cientificismo com as competências. Afinal, 
competências não se desenvolvem ao léu, mas a partir de conteúdos e reflexões. Talvez a própria 
imaginação sociológica possa ser entendida como uma competência a se desenvolver. 
 
 
 
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Questões 
 
01. Assinale a alternativa que descreve o objeto próprio da Sociologia, segundo Emile Durkheim. 
(A) A cultura, resultado das relações de produção e da divisão social do trabalho. 
(B) O fato social, exterior e coercitivo em relação à vontade dos indivíduos. 
(C) O conflito de classes, base da divisão social e transformação do modo de produção. 
(D) A sociedade, produto da vontade e da ação de indivíduos que agem independentes uns dos outros. 
(E) A ação social que define as interrelações compartilhadas de sentido entre os indivíduos. 
 
02. (SEDUC-PI - Professor – Sociologia – NUCEPE/2015) Sobre socialização é CORRETO afirmar 
que é o processo 
(A) de divisão da riqueza social entre os indivíduos em uma determinada sociedade. 
(B) de formação de grupos sociais. 
(C) de constituição de grupos políticos. 
(D) por meio do qual o indivíduo aprende e interioriza o sistema de valores, de normas e 
comportamentos de uma determinada cultura, sendo sua condição de classe um aspecto decisivo para a 
garantia de que aconteça. 
(E) por meio do qual o indivíduo aprende a ser membro da sociedade 
 
03. (SAEB-BA - Professor - Sociologia - CESPE /2013) O conceito de socialização relaciona-se 
(A) à divisão das riquezas acumuladas por meio de heranças. 
(B) ao processo em que os indivíduos são preparados para participar de sistemas sociais. 
(C) à criação e à fixação da individualidade do sujeito na sociedade. 
(D) à socialização do Estado, com o objetivo de torná-lo democrático. 
 
04. No que se refere às instituições sociais, assinale o que for correto. 
(A) A linguagem é uma instituição fundamental da sociedade, expressando e estabelecendo símbolos 
compartilhados. 
(B) A grande maioria das sociedades não possui regras que regulamentam as relações sexuais e a 
procriação de filhos; no entanto, onde elas existem, são praticamente as mesmas. 
(C) Para a maioria dos indivíduos, a família aparece como a primeira instituição social, já que, para 
eles, ela é considerada o fundamento básico das sociedades. 
(D) As instituições sociais podem ser consideradas formas sancionadas de papéis, padrões e relações, 
cujo objetivo é satisfazer necessidades sociais básicas. 
(E) O Estado supervisiona apenas os aspectos exteriores da vida social; portanto, não pode ser 
definido como uma instituição social. 
 
05. Problemas sociais como desagregação familiar, desemprego, analfabetismo e conflitos religiosos, 
vividos pelos homens no atual contexto, levam À Sociologia não somente a estudá-los, mas, sobretudo, 
dar respostas aos mesmos. Esses problemas que levam ao estudo da família, economia, educação e 
religião inserem se no conceito de: 
(A) Papéis e status sociais 
(B) Instituições Sociais 
(C) Sociedade de massa 
(D) Processo de comunicação 
(E) Assimilação 
 
06. (ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio – INEP/2014) Existe uma cultura política que domina 
o sistema e é fundamental para entender o conservadorismo brasileiro. Há um argumento, partilhado pela 
direita e pela esquerda, de que a sociedade brasileira é conservadora. Isso legitimou o conservadorismo 
do sistema político: existiriam limites para transformar o país, porque a sociedade é conservadora, não 
aceita mudanças bruscas. Isso justifica o caráter vagaroso da redemocratização e da redistribuição da 
renda. Mas não é assim. A sociedade é muito mais avançada que o sistema político. Ele se mantém 
porque consegue convencer a sociedade de que é a expressão dela, de seu conservadorismo. NOBRE, 
M. Dois ismos que não rimam. Disponível em: www.unicamp.br. Acesso em: 28 mar. 2014 (adaptado). 
 
A característica do sistema político brasileiro, ressaltada no texto, obtém sua legitimidade da 
(A) dispersão regional do poder econômico. 
(B) polarização acentuada da disputa partidária. 
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(C) orientação radical dos movimentos populares. 
(D) condução eficiente das ações administrativas. 
(E) sustentação ideológica das desigualdades existentes. 
 
07. 
 
 
A discussão levantada na charge, publicada logo após a promulgação da Constituição de 1988, faz 
referência ao seguinte conjunto de direitos: 
(A) Civis, como o direito à vida, à liberdade de expressão e à propriedade. 
(B) Sociais, como direito à educação, ao trabalho e à proteção à maternidade e à infância. 
(C) Difusos, como direito à paz, ao desenvolvimento sustentável e ao meio ambiente saudável. 
(D) Coletivos, como direito à organização sindical, à participação partidária e à expressão religiosa. 
(E) Políticos,

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