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PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES – AULA 04 – EMOÇÃO E INTELIGÊNCIA NO CONTEXTO DO TRABALHO A emoção e a inteligência são aspectos inerentes à vida humana e implicam condutas ajustadas à percepção. No trabalho a demanda por habilidades intelectuais se faz permanente na resolução de problemas, mas o estado emocional nem sempre é deixado de lado, provocando situações geradoras de desconforto e/ou conflito. Analisaremos cada um dos conceitos em separado. Weiten (2002, citado em BERGAMINI, 2005) afirma que as emoções são consideradas responsáveis pelos sentimentos e constituem um padrão da conduta de cada um. Bergamini (2005) observa que a emoção “caracteriza-se como uma função psíquica de difícil acesso” (p. 117), o que justifica a dificuldade de lidar com as emoções das pessoas no trato interpessoal. Existe ainda a dificuldade de as pessoas nomearem as próprias emoções, que, quando descritas, já perdem o estado puro, pois ganham a via racional. A percepção que temos das emoções alheias espelha muito da nossa experiência pessoal e de condicionantes culturais (por exemplo: na maior parte do mundo riso e choro são indicativos respectivos de alegria e tristeza). Devemos cuidar para não rotular demais condutas observadas, pois a maior marca da emoção é a subjetividade. Fisiologicamente, a emoção é o resultado dos trabalhos do SNC e do SNA. Em termos de conduta manifestamos ou não as emoções, traduzindo-as por alterações na fala, marcha, gestos etc. Há quem consiga omitir o que sente e, ainda, quem consegue simular grandes emoções (o trabalho dos atores). Existem aspectos que influenciam o modo de manifestarmos as emoções, tais como: • Personalidade; • Gênero; • Cultura; • Formação; • Condicionamento; • Estado de saúde; • Etc. Embora o estudo das emoções seja complexo, os estudiosos são consensuais em associá-las a três aspectos: 1 Cognitivo – que representa a percepção; 2 Fisiológico – marca as alterações ocorridas no organismo durante os estados de emoção (trabalho do SNA); 3 Comportamental – modo de manifestação das emoções. Nem sempre o aspecto emocional se desenvolve de modo compatível ao próprio desenvolvimento humano. A maturidade, neste aspecto, evidencia pessoas capazes de se relacionarem com tolerância às diferenças e de colocarem suas opiniões e sentimentos sem, contudo, desejar adesão de 100% (o que denunciaria um caráter infantil). Questões psíquicas que dificultem uma interação satisfatória interferem bastante nesta esfera emotiva. Pesquisadores em IE defendem que esta pode ser desenvolvida, mas que existe a necessidade de: • Ser autoconsciente em relação às próprias emoções; • Automotivação; • Reconhecer as emoções nos outros e lidar com as mesmas de modo satisfatório. A IE é de extrema importância para o mundo do trabalho, tanto para o crescimento pessoal quanto para a satisfação das necessidades de ordem social. Desenvolvemos habilidades já possuídas e adquirimos outras no ambiente de trabalho. O meio corporativo representa uma das maiores “escolas” na educação dos indivíduos por oportunizarem aprendizados e viabilizarem trocas interpessoais de extrema utilidade para o profissional e o pessoal de cada um. Conforme os investimentos pessoais, maiores as chances de construção de diferenciais. Cooper (1997) reforça a necessidade de pesquisas que relacionem trabalho e o desenvolvimento de inteligências e admite que pessoas que têm maior facilidade no trato interpessoal tendem a apresentar maiores chances de crescimento. Existem pessoas com boa capacidade intelectual que não crescem profissionalmente pelo impeditivo construído por barreira social. Desenvolver habilidades sociais, hoje, faz-se obrigatório. A não administração das emoções e das pressões vivenciadas no ambiente de trabalho ou na vida familiar podem gerar estresses que são prejudiciais à saúde humana. O que significa estresse? Originalmente este termo foi emprestado da física que designa “desgaste” a que diversos materiais estão expostos pela ação do tempo e de outros estímulos que possam modificar o estado natural de um objeto. Davidoff (2001) observa que todos estamos expostos a agentes estressores, estando estes no trabalho e/ou na nossa vida pessoal. Basta que a percepção de um estímulo seja estressante para que o mesmo se inicie. Fases do estresse (DAVIDOFF, 2001): • 1ª Reação de alarme: o sistema nervoso simpático e as glândulas suprarrenais mobilizam as forças defensivas do corpo, para resistir ao agente de estresse. Se este for prolongado, vai-se à segunda fase; • 2ª Resistência: O preço que o corpo “paga” para manter-se em vigilância durante um período e, por isso, os sistemas lentificam; • 3ª Exaustão: O corpo não pode resistir indefinidamente ao estresse e, por isso, mostra exaustão. Administrar condições de estresse evidencia várias inteligências, principalmente a emocional. Admitindo-se que nossa vida oferece desafios permanentes, precisamos aprender a lidar com os mesmos de modo a não nos prejudicarmos. Excesso de tarefas resulta no estresse de sobrecarga e a falta delas no estresse de monotonia. O meio organizacional oferece estresses que começam desde os processos seletivos aos desafios que nos são impostos a cada dia. Mas oportunizam aprendizados novos, bem como o aperfeiçoamento daqueles que já possuímos, seja por meio de treinamentos ou pelas trocas viabilizadas no intercâmbio com as outras pessoas. Percebendo deste modo, os meios organizacionais são favoráveis ao crescimento e ao desenvolvimento de inteligências.
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