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___________________________________________________________________ 1 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br CÁLCULO DE MEDICAÇÃO EM ENFERMAGEM 1. APRESENTAÇÃO A administração de medicamentos é um dos procedimentos de enfermagem que requer do enfermeiro conhecimento teórico e a prática diária no contexto hospitalar e ambulatorial. A realização dos cálculos de medicações se faz necessário para a administração da dose correta aos pacientes, levando em conta o peso, a idade, a patologia de bases co- morbidades, dentre outros. 2. OBJETIVOS Atualizar o profissional de enfermagem e os graduandos em enfermagem acerca dos cálculos de medicações que são realizados diariamente na prática da enfermagem. Descrever os principais cálculos de medicações. Descrever a importância da administração de medicações para o enfermeiro. Esclarecer dúvidas a cerca da assistência de enfermagem na realização dos cálculos para administração de medicações ao indivíduo hospitalizado ou atendido em ambulatório. 3. PREMISSAS A Terapia medicamentosa é uma das fundamentais práticas de cuidado ao paciente. Dentre os pacientes que procuram o serviço de saúde quase 90% deles recebem prescrição medicamentosa. A correta administração requer do enfermeiro conhecimento pleno da medicação a ser administrada, sua via, dose e formas de apresentação. Portanto, faz-se necessário a compreensão do termo medicamento. Este é uma substância que quando introduzida no organismo, realiza uma finalidade terapêutica. A via de administração de um medicamento depende prioritariamente de suas propriedades físico-químico e de suas finalidades terapêuticas. A resposta do organismo ao uso de substâncias é variável e pode ser diminuída ou potencializada por fatores como dose, gravidade ou estadiamento da doença, alterações de funções cardíaca, hepáticas e renal, velocidade de biotransformação e excreção e, outros fatores farmacocinéticos. Assim o resultado terapêutico do uso de um medicamento é determinado pela necessidade de individualização da dose. Considera-se dose ideal aquela calculada a partir do diagnóstico e avaliação do paciente, considerando a especificidade da medicação e as peculiaridades do paciente, bem como os fatores que aumentam a suscetibilidade à toxicidade química. Qualquer erro no cálculo da dose pode levar a resultados desastrosos, desde a falha na terapêutica implementada até o aparecimento de efeitos tóxicos. O erro no cálculo de medicação pode ser fatal para o paciente. 4. MEDICAÇÕES ESSENCIAIS A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua como medicamentos essenciais aqueles que servem para satisfazer às ___________________________________________________________________ 2 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br necessidades prioritárias de atenção à saúde da população. Esses medicamentos devem selecionados segundo critérios de relevância de saúde pública, evidências de eficácia e segurança e estudos comparativos de custo-efetividade. Devem estar disponíveis em todo o momento, nas quantidades adequadas nas formas farmacêuticas requeridas e a preço que o indivíduo e a comunidade possam pagar. Devem ser selecionados os medicamentos com eficácia comprovada segundo o paradigma das condutas baseadas em evidência, levando em conta além da eficácia, levar em conta com relação à segurança do medicamento deve-se atentar para a baixa toxicidade. Selecionar medicamentos com um único princípio ativo, evitando, sempre que possível, as associações medicamentosas, exceto aquelas que evidenciam aumento de eficácia ou diminuição de resistência microbiana. O uso da terapia medicamentosa tem sido exercida cada vez mais em serviços especializados, o que requer do enfermeiro capacitação e treinamento constante, devido aos novos produtos lançados no mercado pela indústria farmacêutica. 5. PRINCÍPIOS VÁLIDOS NO CÁLCULO PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS O profissional de enfermagem ao administrar os medicamentos deve estar sempre preocupado com a precisão e segurança. Toda medicação para ser administrada por via intravenosa deve estar na forma de solução, que por definição consiste na mistura homogênea resultante da relação entre soluto e solvente, onde o primeiro é a substância a ser dissolvida e pode-se apresentar de forma sólida (liofilizada) ou líquida e o segundo é o solvente, ou seja, o líquido no qual o soluto será dissolvido. Dessa preocupação constante evidenciaram alguns princípios básicos tais como: Método e vias de administração de medicamentos. Ação das drogas no organismo. Fatores que afetam o resultado terapêutico. Métodos e técnica de administração de medicamentos. 6. CÁLCULO DE MEDICAÇÃO EM PEDIATRIA A dose ideal é aquela calculada a partir do diagnóstico e avaliação considerando a ___________________________________________________________________ 3 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br imaturidade do fígado e da função renal da criança. O cálculo de medicação em Pediatria considera o peso corporal da criança. Para lactentes em aleitamento, lembre-se que os medicamentos e outras substâncias consumidos pela mãe podem ser transferidos para o lactente pelo leite materno, gerando dosagens desconhecidas e não-reguladas. Por parte da mãe, de medicamentos conhecidos por provocar efeitos adversos nos neonatos em aleitamento. Por exemplo, uma nutriz medicada com uma sulfonamida para tratamento de ITU, pode passar no leite a substância e fazer com que o lactente desenvolva Kernicterus (impregnação da icterícia a nível cerebral). Não utilize a área de superfície corporal para calcular uma dosagem para um lactente. Em vez disso, use o método mais correto do peso corporal. Em geral, não exceda a dose adulta máxima quando calcular as quantidades por quilogramas de peso corporal. Reavalie a dosagem de uma criança a intervalos regulares para garantir que ela está corretamente ajustada, à medida que a criança se desenvolva. Certifique- se do peso atual exato da criança em quilogramas. Para cálculos como antibióticos (como gentamicina) e para substâncias a longo prazo (como os anticonvulsivantes), você precisará monitorar o nível sérico do medicamento para maximizar a eficácia e minimizar a toxicidade. Na criança os medicamentos respondem mais rápidos e de modo imprevisível pelos seguintes fatores: Idade Peso Área corporal Formulação do medicamento Via de administração A interação das drogas e os sistemas renal e hepático da criança: Ressalta-se que o desenvolvimento da criança pode afetar a ação da droga. Sistema renal - é um sistema ainda imaturo na criança, no lactente apresenta reduzida capacidade de concentrar a urina. Uma elevada resistência do fluxo sanguíneo minimiza perfusão, o desenvolvimento glomerular e tubular incompleto afeta a taxa de filtração e a reabsorção e secreção dos filtrados. Sistema Gastrintestinal - O fígado é imaturo para metabolizar os medicamentos até cerca de 1ano de idade. Da mesma maneira o tempo do trânsito gastro intestinal aumenta até a fase de 2 a 3 anos de idade. A acidez gástrica aumenta à medida que a criança a fase de 2 a 3 anos de idade. No Brasil o sistema legal de medidas adota como medida de massa, o quilo, sendo o mais usual o cálculo das dosagens de medicamentos a correspondência de 1 grama. 1 grama = 1000mg e 1 kg = 1000g 1 litro = 1000ml ___________________________________________________________________ 4 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Ao realizar o cálculo da medicação o enfermeiro leva em conta entre gotas e microgotas. A relação entre soluto e solvente da medicação está presente no cotidiano dos profissionais de enfermagem. O Soro Fisiológico – SF 0,9%: está representação ilustrada pelo fabricante no rótulo de um frasco permite a afirmação de que a cada 100 partes (ml) do solvente temos 20 mg do soluto (mg). 7. CÁLCULO DE GOTEJAMENTO (GTS/ MIN) Existem diversas fórmulas para cálculo do gotejamento dos medicamentos. A fórmula leva em conta: O volume deve ser expresso em mililitro (ml); O tempo deve ser expresso em hora; Que o numeral “20” representa a relação que 1 ml = 20 gts; que o numeral “60” representa a relação 1 h = 60 min; Que toda sentença não altera o seu resultado quando todos os seus itens são divididos ou multiplicados por um mesmo número. O resultado da aplicação da fórmula resulta na relação nº de gts/min. Exemplos de cálculo de gotejamento: Exemplo A: Angélica tem quatro anos e está internada na UTI – Pediátrica em um hospital público de Salvador. A criança está com quatro de septicemia e foi prescrito a utilização da solução de Anfotericina B (Lipossomal). Calcule o número de gotas por minuto da solução de Anfotericina B, cujo volume é de 108 ml e o tempo previsto para a infusão é de 6 horas. Resolvendo o problema: Volume total: 108 ml Nº de horas: 6 horas X = volume total X 20: (20) Nº de horas x 60: (20) X = volume total Nº de horas x 3 ___________________________________________________________________ 5 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Resposta do problema: O valor do gotejamento da solução de Anfotericina B é 6 gts/ min. Exemplo B: Paulo tem 58 dias, filho de mãe hipertensa, que teve infecção perinatal. Ele está internado na UTI – Neonatal. A criança está em ventilação mecânica com quadro de Síndrome do Desconforto Respiratório foi prescrito a utilização da solução de Imunoglobulina. Calcule o número de gotas por minuto da solução de Imunoglobulina, cujo volume é de 94 ml e o tempo previsto para a infusão é de 4 horas. Resolvendo o problema: Volume total: 94 ml Nº de horas: 4 horas Resposta do problema: O valor do gotejamento da solução de Imunoglobulina é de 7,8 gts/ min. 8. CÁLCULO DE GOTEJAMENTO (MGTS/MIN) O número de mgts correspondente a três vezes o número de gotas, basta multiplicar o resultado obtido na aplicação da fórmula para cálculo do número de gotas por 3 ou simplesmente relacionar volume total/ tempo. Exemplo C: Calcule o número de microgotas por minutos de uma determinada solução cujo volume é de 108 ml e o tempo previsto para a infusão em bureta é de 6 horas. Microgotas: volume/hora ou ml/ h X = 108 6 X = 18 mgts/ min Resposta: O número de microgotas é 18 mgts/min. 9. CÁLCULO DE DOSAGEM DE MEDICAÇÃO: REGRA DE TRÊS Na prática da administração de medicamentos, o desenvolvimento do raciocínio lógico permite o fracionamento/ diluição para administração da dose ideal, a partir de uma prescrição médica. Faz-se necessário compreender no cálculo de dosagem de medicação que duas grandezas sempre estão relacionadas entre si, por isso pode ser utilizado o cálculo da regra de três. A Regra de Três consiste em relacionar grandezas proporcionais onde são conhecidas em três termos e a relação matemática entre Gtj = 94 x 20 = 1880 = 7,8 gts/min 4 X 60 = 240 1 mgt/ min = 1 ml/h Volume = ml/h ou mgts/min Tempo (h) Volume = mgts/min Tempo (h) ___________________________________________________________________ 6 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br eles permite determinar o 4º termo (desconhecido). Exemplo de Dosagem de Medicação: Exemplo D: João Henrique tem 28 dias e está internado na UTI – Neonatal devido à infecção. O esquema de antibiótico foi modificado pelo plantonista para 1,5 mg de gentamicina. Portanto, como você pode obter 1,5 mg de gentamicina, a partir da solução presente no hospital que é de 20 mg/ 2 ml? Resolvendo o problema: 20 mg (dose ex.) 2 ml (vol. ex.) 1,5 mg (dose des.) x (vol. des.) 20 X = 1,5 (x) 2 ml X = 3 20 X = 0,15 Resposta do problema: Será retirado o valor de 0,15 da solução de gentamicina. O enfermeiro deve atentar na diluição das medicações em Unidades Pediátricas, pois: O Volume da dose é reduzido e diluída para administração por via intravenosa nas unidades pediátricas. Este volume é diminuído para prevenção de sobrecarga cardíaca nas crianças. Medicações Liofilizadas devem ser reconstituídas em Água Destilada (AD) ou Soro Fisiológico (SF 0,9%). Exemplo de Dosagem de Medicação: Exemplo E: Marta, tem 7 anos e após episódios de duas pneumonias foi admitida na UTI - Pediátrica com diagnóstico de Septicemia. Foi entubada e mantida com parâmetros ventilatórios altos devido à grande área de atelectasia no pulmão direito. Foi prescrito 75mg de vancomicina, porém na unidade o frasco ampola da vancomicina é de 1g e o diluente tem 10 ml. Resolvendo o problema: Neste caso é necessário, antes da aplicação da regra de três, transformar grama (apresentação do frasco – ampola da vancomicina liofilizada) em miligrama (dose fracionada/ desejada). Assim, podemos afirmar que 1 grama = 1000 mg. 1000 mg (dose ex.) 10 ml (vol. ex.) 75 mg (dose des.) x (vol. des.) 1000 X = 75 (x) 10 ml X = 750 1000 X =0,75 Resposta do problema: Será aspirado apenas 0,75 ml da vancomicina presente na unidade. ___________________________________________________________________ 7 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Atenção: No uso da regra de três, as grandezas representadas devem ser equivalentes, caso contrário ao serem relacionadas entre si não permitirão resultados fidedignos. 10. TRANSFORMAÇÃO DE SOLUÇÕES Na administração de medicamentos por via intravenosa, por muitas vezes deparamos coma necessidade de infusão contínua de soros de diferentes concentrações (osmolaridade). O mercado nacional dispõe de pequena variedade em concentração e volume e dessa forma, cabe ao profissional de enfermagem a transformação dessas soluções através da manipulação adequada. Cálculo do menor para a maior concentração Nesse caso usa-se a seguinte fórmula: Sabendo que: C = concentração desejada V = volume de concentração desejada C1 = concentração da solução existente V1 = volume da menor concentração existente a ser utilizada (Incógnita) C2 = concentração da solução existente (maior concentração) V2 = volume de maior concentração a ser utilizada (incógnita) Neste caso, são incógnitos os volumes das soluções existentes que serão utilizados (transformados) = V1 e V2, perfazendo um volume desejado = V, na concentração ideal = C, o que nos permite afirmar pela lógica matemática que V2 = V – V1 e com isso teremos apenas uma incógnita. Exemplo de Transformação de solução: Exemplo F: Precisa-se infundir no paciente 125 ml de solução glicosada 15 %, dispomos na unidade de ampolas de glicose hipertônica 25% / 10 ml e frasco de soro glicosado 5%/ 500 ml. Resolvendo o problema: CV = C1V1 + C2 (V- V1) 15 X 125 = 5 X V1 + 25 (125 – V1) 1875 = 5 V1 + 3125 – 25 V1 3125 – 1875 = 5 V1 – 25 V1 1250 = 20 V1 V1 = 1250: 20 V1 = 62,5 Contudo: V2 = V – V1 V2 = 125 – 62,5 V = 62,5 Resposta da questão: Será utilizado volume de 62,5 ml da solução existente na unidade. Do maior para menor concentração Nesse caso utiliza-se a seguinte fórmula: CV = C1V1+ C2V2 CV = C1V1+ C2V2 CV = C1V1 ___________________________________________________________________ 8 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Sabendo-se que: C = concentração desejada V = volume da concentração desejada C1 = Concentração existente V1 = Volume da concentração existente Exemplo G: A enfermeira chegou ao plantão e na passagem de plantão a colega informou que foi prescrito para a criança Ana Ester do leito 01, um flush de 10 ml de glicose a 15%, porém a unidade só dispõe ampolas de 10 ml de glicose a 25%. Portanto, como a enfermeira atuará nessa situação? Resposta da questão: 6 ml de glicose a 25%. Esse valor corresponde ao volume de glicose a 25% existente que devemos utilizar (incógnita); o volume correspondente indicado será atingido ao se completar o volume com água destilada, então teremos o volume ideal na concentração ideal. Ou seja, será administrada 6 ml de glicose a 25% acrescida de 4ml de água destilada, totalizando 10 ml de glicose a 15% conforme prescrito. 11. TRANSFORMAÇÃO DE SOLUÇÃO GLICOSADA E FISIOLÓGICA EM GLICOFISIOLÓGICA Neste caso será realizado o raciocínio matemático lógico para que haja transformação da solução glicosada e fisiológica em uma única solução denominada glicofisiológica. Exemplo H: A enfermeira deverá preparar 100 ml de uma solução glicofisiológica a partir de frasco de 250 ml de soro fisiológico 0,9% e ampolas de glicose 25% - 10 ml presente na unidade. Resolvendo o problema: 1ª etapa: Devemos compreender que: A Solução fisiológica 0,9% significa que, em cada 100 ml temos 0,9 g de NaCl. Glicose a 25% significa que, em cada 100 ml temos 25 g de glicose (então 10 ml = 2,5 g de glicose). 2ª etapa: Sabe-se que o soro glicosado 5% possui 5g/100 ml, para chegarmos a essa concentração necessitamos de 20 ml de glicose a 25% (considere que nesse caso, o solvente é o Soro fisiológico, enquanto a glicose é o soluto). ___________________________________________________________________ 9 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br 3ª etapa: Portanto, do frasco de 250 ml de Soro Fisiológico, desprezamos 150 ml, teremos então 100 ml de Soro Fisiológico a 0,9%, acrescentamos a essa solução 20 ml de glicose hipertônica a 25%, o resultado obtido será 120 ml de solução glicofisiológica. Na prática, alguns profissionais se utilizam de um método que resulta em valores precisos para o cálculo, somente de pequenos volumes, quando precisamos transformar soluções de menor para maior concentração. 12. CÁLCULO DE DILUIÇÃO DE MEDICAMENTO Na terapia medicamentosa o termo Diluição significa dissolver uma medicação; adiciona- se a ela solvente não alterando a massa do soluto. A rediluição é diluir ainda mais o medicamento, aumentando o volume do solvente (Água destilada, Soro Fisiológico, Soro Glicosado ou diluente para injeção), com o objetivo de obter dosagens pequenas, ou seja, concentrações menores de soluto, porém com um volume que possa ser aspirado com segurança. Utiliza-se a rediluição quando se necessita de doses bem pequenas, como as utilizadas na área da pediatria, neonatologia e em algumas clínicas especializadas. Exemplo I: Na unidade hospitalar o frasco ampola de Keflin (Cefalotina Sódica) de 1 grama. Deve-se diluir de preferência por um volume de 5 ml de solvente, assim obtém-se uma solução total de 5 ml. Quanto de Keflin existe em cada ml? Resolvendo o problema: Utilizar Regra de Três: 1000 mg ____ 5 ml X mg ____ 1 ml X = 1000: 5 X = 200 mg Resposta do problema: Em cada ml da diluição terá 200 mg. Exemplo J: O setor de infectologia, possui o frasco ampola da Penicilina de 500 mg. Nesta unidade deve-se diluir de preferência com 5 ml de solvente, assim obtém-se uma solução medicamentosa total de 5 ml onde estarão 500 mg. Quanto de ampicilina tem-se em 1 ml da medicação? Resolvendo o problema: Utilizar a Regra de três: 500 mg _______ 5 ml X mg ________ 1 ml X = 500: 5 X = 100 mg Resposta do problema: Em cada ml da diluição terá 100 mg. Exemplo L: No setor de Clínica Cirúrgica foi prescrito Aminofilina 3 mg, endovenoso. Porém na unidade tem-se ampola de 240 mg / 10 ml. O que a enfermeira fará nessa situação? Resolvendo o problema: Prescrição Médica: Aminofilina 3 mg IV Unidade: Aminofilina 240 mg/ 10 ml ___________________________________________________________________ 10 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br 240 mg _________ 10 ml 3 mg ____________ x 240 X = 10. 3 240 X = 30 X = 30: 240 X = 0, 125 Resposta do problema: Esse valor de 0, 125 é difícil de aspirar, por isso a medicação deve ser REDILUÍDA. 240 mg _________10 ml X _____________1 ml 10 X = 240. 1 X = 240: 10 X = 24 mg Da ampola de 240 mg / 10 ml, vamos aspirar 1 ml na seringa de 10 ml. Na seringa temos 1 ml que corresponde a 24 mg. Tem-se agora uma nova apresentação. Lembre-se que aumentamos o volume com a mesma quantidade de soluto (24 mg). Agora é só aspirar mais 9 ml de Água Destilada (AD) completando 10 ml que corresponde a24 mg. Então temos: 24 mg ___________ 10 ml 3 mg ______________ X 24 X = 3. 10 24 X = 30 X = 30: 24 X = 1,25 Resposta do problema: Deve-se aspirar 1,25 ml da rediluição. 13. CÁLCULO COM A INSULINA Insulina Regular (simples ou composta) – ação rápida ou média no organismo; aspecto da insulina límpida. Insulina NPH – ação lenta no organismo; aspecto da insulina leitosa. Insulina Glargina (Lantus) – mecanismo de ação contínua no organismo (uma única dose a cada 24 horas); aspecto da insulina incolor. A Insulina é sempre medida em unidades internacionais (UI) ou (U). No mercado farmacêutico, atualmente, tem- se disponibilizado frasco de insulina graduada em 100 UI/ml e seringas de insulina graduada também em 100UI/ml. Exemplo M: Na Clínica Cirúrgica tem uma prescrição médica de 20 UI de insulina NPH rotulado 100 UI/ml e seringa de insulina graduada 100 UI/ml. Resposta: Nesta situação a enfermeira deve aspirar na seringa de insulina até a demarcação de 20 UI. Está situação é muito fácil, pois tanto o frasco quanto a seringa tem a mesma relação unidade/ ml; isto significa que o frasco tem a apresentação 100 UI/ ml e a seringa também tem esta apresentação. Exemplo N: Na unidade hospitalar, tem-se uma prescrição médica de 20 UI de Insulina NPH, tendo o frasco de 100 UI/ml, porém na unidade só tem seringa de três ml. Qual o valor que a enfermeira irá aspirar nesta seringa? ___________________________________________________________________ 11 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Resolvendo o problema: Frasco __________seringa Prescrição ________ X 100 ____________1 ml 20 ______________ X 100 X = 20 X = 20: 100 X = 0,2 ml Resposta da questão: a enfermeira deverá aspirar 0,2 ml na seringa utilizada de 3 ml. Observação da questão: Porque usar apenas 1 ml na operação se a seringa é de 3 ml? Utiliza-se a quantidade equivalente à seringa de insulina (como se estivéssemos substituindo). Se não houver nenhum tipo de seringa de insulina na unidade e sendo necessário o uso de seringa hipodérmica (3 ml - 5 ml), o volume aspirada terá por base sempre a seringa de 1 ml, não importa o tamanho da seringa. Caso a prescrição médica seja em valores mínimos não sendo possível aspirá-lo, o médico deverá ser comunicado, pois não está indicado a diluição da insulina devido a perda da estabilidade. 14. CÁLCULO DA PENICILINA CRISTALINA A Penicilina Cristalina é um antibiótico de largo espectro, utilizada amplamente nas unidades hospitalares na terapia farmacológica dos processos infecciosos. Este antibiótico tem frasco-ampola em apresentação mais comum com 5.000.000 UI e 10.000.000 UI. Diferente da maioria das medicações, no solvente da penicilina cristalina, deve-se considerar o volume do soluto, que no frasco ampola de 5.000.000 UI equivale a 2 ml e no frasco de 10.000.000 UI equivale a 4 ml. Quando coloca - se 8 ml de Água Destilada em um frasco ampola de 5.000.000 UI, obtém-se como resultado uma solução contendo 10 ml. Quando coloca - se 6 ml de Água destilada em um frasco ampola de 10.000.000 UI, obtém-se como resultado uma solução contendo 10 ml. Portanto, 5.000.000 UI estão para 8 ml AD + 2 ml de cristais (10 ml), logo 5.000.000 UI estão para 10 ml. Portanto, 10.000.000 UI estão para 6 ml AD + 4 ml de cristais (10 ml), logo 10.000.000 estão para 10 ml. Lembre-se que a quantidade de solvente (AD), se não estiver expressa na prescrição ou houver orientação do fabricante, quem determina é quem está preparado. Utiliza-se 8 ml no caso de Penicilina Cristalina de 5.000.000 UI e 6 ml no caso de Penicilina Cristalina de 10.000.000 UI, para que tenha-se maior facilidade na hora do cálculo. Ao administrar a Penicilina Cristalina lembre-se que está medicação é colocada normalmente em bureta com 50 ml ou 100 ml, conforme prescrição médica. Exemplo O: No hospital foi prescrito para um paciente Penicilina Cristalina 4.800.000 UI, porém na unidade só tem frasco ampola de 10.000.000. Como a enfermeira resolverá essa situação? ___________________________________________________________________ 12 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Resolvendo o problema: Prescrição Médica: PC: 4.800.000 UI Unidade: PC: 10.000.000 UI Diluente: 6 ml 10.000.000 ________ 10 4.800.000 _________ X 10.000.000 X = 4.800.000 UI. 10 10.000.000 X = 48.000.000 X = 48.000.000: 10.000.000 X = 4,8 ml Resposta da questão: A enfermeira deve aspirar da solução 4,8 ml que corresponde a 4.800.000 UI. 15. CÁLCULO DO SORO Soro é uma solução que pode ser isotônica, hipertônica e hipotônica muito utilizada nas unidades hospitalares. O soro tem como finalidades: Hidratação Alimentação Curativos Solventes de medicações (ampolas) Compressa ocular Compressas diversas Defini-se da seguinte forma: Solução Isotônica: a concentração é igual ou próxima a do plasma sanguíneo. Solução Hipertônica: a concentração é maior que a do plasma sanguínea. Solução Hipotônica: a concentração é menor que a do plasma sanguínea. Soros mais utilizados: Soro glicosado 5 % e 10% (SG5% e SG10%). Soro fisiológico 0,9% (SF 0,9%) Soro glicofisiológico (SGF) Soro Ringer com lactato ou ringer simples. Características dos soros: O volume dos soros podem variar de ampolas de 10 ml ou 20 ml e frascos de 100 ml, 250 ml, 500 ml e 1000 ml. Pode-se manipular de forma a aumentar ou diminuir a concentração ou estabelecer uma nova solução. Para aumentar a concentração de um soro será necessário descobrir de quanto é a concentração da solução que temos disponíveis na unidade. Concentração dos soros: Soro glicosado 5%: tem-se 5g ---100 ml. Soro glicosado 10%: tem-se 10g --- 100 ml. Soro glicosado 15%: tem-se 15g ---- 100 ml. Soro fisiológico 0,9%: tem-se 0,9g – 100 ml. Exemplo P: Soro prescrito: --------SF 7,5% 500 ml Soro que se tem disponível na unidade:- ----SF 0,9% 500 ml Solução disponível na unidade:- --- ampolas de NaCl 20% 10 ml ___________________________________________________________________ 13 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br 1ª etapa: Soro que tem na unidade SF 0,9% _______ 500 ml 0,9% 0,9g __________100 ml X_ __________ 500 ml 100 X = 0,9. 500 100 X = 450 X = 450: 100 X = 4,5 g Soro prescrito SF 7,5% ___________500 ml 7,5 % 7,5 g __________ 100 ml X _________ 500 ml 100 X = 7,5. 500100 X = 3750 X = 3750: 100 X = 37, 5 Tem-se 37,5 gramas de NaCl em 500 ml de soro. Queremos um soro que contenha 37,5 gramas de cloreto de sódio; como tem-se um soro com 4,5 gramas, é preciso acrescentar 33 gramas (pois, 37,5g – 4,5 g = 33 g). Solução disponível na unidade: Nacl 20%_______10 ml 20% 20 g ______100 ml X ________10 ml 100 X = 20. 10 100 X = 200 X = 200: 100 X = 2 g Quantos ml’s são necessários para perfazer o total de cloreto de sódio necessário para este problema? 2g ____________10 ml 2 g _____________10 ml 33 g ____________ X 2 X = 33 . 10 2 X = 330 X = 330: 2 X = 165 ml Portanto, é preciso acrescentar 165 ml de cloreto de sódio a 20%, que corresponderá a X ampolas. Quantas ampolas de NaCl serão necessárias para resolver a questão? 1 ampola _________ 10 ml 1 ampola __________ 10 ml X _____________ 165 ml 10 X = 165 X = 165: 10 X = 16,5 Resultado da questão: portanto serão necessários 16,5 ampolas. Vale ressaltar que o frasco de soro não suporta o volume adicional. Para adicionar 165 ml deve-se desprezar 165 ml do soro. ___________________________________________________________________ 14 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Exemplo M: Calcule quanto de cloreto de sódio perde-se quando despreza-se 100 ml de soro? Resolvendo o problema: SF 0,9% __________ 100 ml 0,9% 0,9g _____________100 ml X ______________100 ml 100 X = 0,9. 100 100 X = 90 X = 90: 100 X = 0,9 g Resposta da questão: deve-se repor estas 0,9 gramas de cloreto de sódio que foram desprezadas. Cálculo da reposição: quantas ml das ampolas foram necessárias para perfazer os 0,9 gramas necessários? 2g __________ 10 ml 2 g _________ 10 ml 0,9 g ________ X 2 X = 10. 0,9 2 X = 9 X = 9: 2 X = 4,5 ml Resposta da questão: Necessitará 4,5 ml das ampolas de cloreto de sódio. 16. APRAZAMENTO DAS MEDICAÇÕES PRESCRITAS Além dos cálculos corretos da dosagem a ser administrada, compete ao enfermeiro o aprazamento das medicações. Esse procedimento, apesar de parecer simples, envolve diversos aspectos relacionados à rotina de cada serviço. Cada serviço costuma padronizar horários para administração de medicamentos, tais como: Deve-se ressaltar que esses são flexíveis principalmente no que diz respeito ao início da terapia intravenosa. O aprazamento concomitante de um mesmo medicamento em diversos pacientes é um recurso utilizado por vários serviços com o objetivo de reduzir os custos hospitalares quando a unidade não é atendida pelo serviço de farmácia hospitalar através da dispensação da medicação por dose unitária e individualizada. Nas unidades pediátricas devido o uso das medicações serem em doses menores, em algumas situações pode ser aprazado a administração de uma medicação em um mesmo horário para várias crianças, levando em conta que a dose utilizada é pequena e o tempo de estabilização de algumas drogas após diluída é reduzido, evitando o desperdício e o manuseio excessivo da medicação. De 6 em 6 horas: 06 – 12 - 18 – 24 De 8 em 8 horas: 06 – 14 – 22 De 12 em 12 horas: 10 - 22 1 vez ao dia: Às 10 h ___________________________________________________________________ 15 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br 17. PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O REGISTRO/ ANOTAÇÃO DAS MEDICAÇÕES PRESCRITAS E ADMINISTRADAS Considera-se que a anotação de enfermagem é um dos mais importantes instrumentos de comunicação, pois os registros são elementos imprescindíveis no processo de cuidar do ser humano. A anotação é um instrumento valorativo de grande significado na assistência de enfermagem e na sua continuidade, tornando-se, pois, indispensável na aplicação do processo de enfermagem. Todo registro realizado em folha que integram o prontuário é considerado documento de valor legal e pode configurar autos de processos jurídicos e éticos. Dessa forma o profissional de enfermagem deve estar comprometido com a prática do registro imediatamente após cada ocorrência do evento. Quanto à administração de medicação, os registros devem se concentrar na checagem do horário correspondente (com o nome do profissional), o registro na folha de evolução de enfermagem (com o carimbo do profissional), bem como o registro na folha de balanço hídrico do paciente (volume administrado) e de acordo com a rotina de cada serviço. Qualquer alteração relacionada ao procedimento de administração de medicação deverá ser registrada no prontuário do paciente, nos livros ou documentos destinados para essa finalidade, assim como as providências, com vista à resolução de possíveis problemas. Qualquer interrupção e atraso de infusão venosa e medicamentos administrados por essa via também deve ser justificada através de registros, informando os motivos e o tempo de atraso. 18. CUIDADOS NO PREPARO, DILUIÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DAS MEDICAÇÕES Lavar as mãos antes e depois do preparo e administração dos medicamentos; Preparar o local (assepsia e desinfecção); Conferir os medicamentos conforme prescrição (nome, dose. apresentação farmacêutica e via de administração); Deve-se evitar a prática de deixar os medicamentos preparados com antecedência. O ideal é que estejam prontos imediatamente antes da sua administração; Antes de administrar qualquer medicamento termolábil, assegure-se de que ele está na temperatura ambiente; Observar sinais de instabilidade antes e depois do preparo (mudança de coloração, turbidez, formação de gases e precipitação); Obedecer rigorosamente o tempo de estabilidade após a reconstituição e/ou diluição conforme especificado neste Manual, bem como, a necessidade de refrigeração (termossensibilidade) e/ou proteção da luz (fotossensibilidade) de cada medicamento; Não se recomenda a administração simultânea de qualquer medicamento com hemoderivados e hemocomponentes; Identificar os frascos dos medicamentos que forem preparados e guardados para uso posterior, informando a concentração (mg/ml), data e hora do preparo e o nome do responsável por esse procedimento; Medicamentos incompatíveis não devem ser misturados entre si ou em solução, devendo também ser evitada a administração simultâneano mesmo horário ou via. ___________________________________________________________________ 16 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br 19. O USO DAS BOMBAS DE INFUSÃO CONTÍNUA NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO O desenvolvimento de tecnologias possibilitou a utilização de aparelhos de precisão, que permitem o controle de gotejamento de soluções denominadas como Bombas Infusora ou de Infusão Contínua (BIC). Este recurso é prático sendo amplamente utilizado nas unidades hospitalares. O uso da Bomba de Infusão Contínua é fundamental para a administração de medicações em solução e para as venóclise, sendo indispensável no controle do Balanço Hídrico do paciente. É imprescindível que possamos dispor daquelas bombas que possuam características de maior segurança. Entretanto, os profissionais de enfermagem devem estar preparados para identificar falhas no mecanismo de precisão destes aparelhos e até mesmo para fornecer informações precisas para esses mecanismos, de tal forma que se faz necessárias obter os resultados a partir da sentença matemática. As Bombas de Infusão de uso Contínuo operam a partir de informações que relacionam volume e tempo (ml/h). As Bombas de Infusão utilizadas em unidades hospitalares devem: Ser de simples manuseio; Possuir bateria de longa duração e memória; Oferecer precisão na infusão do volume programado; Permitir pequenas velocidades de infusão; Ter fluxo contínuo não pulsátil; Não permitir fluxo livre ou entrada de ar; Manter a veia aberta (KVO), evitando perda ou obstrução de acesso venoso, quando necessário; Possuir alarmes sonoros que toquem no momento das ocorrências de problemas concomitantemente ao aparecimento, fácil compreensão, proporcionando a possibilidade de rápida ação corretiva; Possuir sensor de ar ou sistema de cata- bolhas nos equipos. Os equipos de Bombas de Infusão devem: Ser de poliuretano ou PVC; Oferecer modelos para solução fotossensível e para hemoderivado; Ter uma capacidade máxima de preenchimento interno reduzido, que evita desperdício de soro, drogas ou nutrição parenteral. ___________________________________________________________________ 17 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Registro no horário de infusão Consiste no registro do horário de todo volume infundido, cujos objetivos visam: Controlar rigorosamente a infusão das soluções; Certificar-se de que o volume que está sendo infundido, de hora em hora, Corresponde ao volume – hora programado e desejado; Certificar-se sobre o adequado funcionamento da bomba infusora e sobre a adequada programação da mesma; Observar os possíveis erros ou problemas nas infusões; Prevenir a ocorrência de hipo e hiper- hidratação; Favorecer a avaliação periódica da permeabilidade vascular. 20. ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO Pesquisas realizadas anualmente evidenciam a presença do erro durante o procedimento de administração de medicamentos em serviços de saúde. Os erros relacionados à utilização de medicamentos podem resultar em sérias consequências para o paciente e sua família, podem gerar incapacidades, expor o paciente a procedimentos mais dolorosos, prolongar o tempo de internação e até levar o paciente a morte. Estima-se que nos EUA morrem entre 44.000 e 98.000 pessoas anualmente nos hospitais por causa de erros. Os pacientes nas UTI são particularmente vulneráveis. Em visitas é relatado um evento adverso sério em 17% dos pacientes. Numa avaliação de erros que combinava auto - relatos com observação direta numa UTI clínico- cirúrgica encontrou-se 1,7 erros por paciente/dia. Destes erros 29% tinham o potencial de causar morte ou lesão importante. Como o tempo médio de permanência era de 3 dias, estes dados sugerem que quase todos os pacientes que eram admitidos na UTI sofreram um erro com potencial de risco de vida em algum momento da internação. Um estudo recente nos EUA em UTI e enfermarias revelou que os pacientes recebiam apenas a metade dos cuidados recomendados e prescritos Embora estes dados sejam alarmantes, são previsíveis. A maioria das pesquisas destina-se a compreender os aspectos biológicos das doenças e identificar as terapias eficientes. Existe pouca pesquisa que veja como a terapia é realizada de uma forma eficiente e segura. Portanto, levando em conta o grande número de intervenções às quais o paciente internado é submetido, a incidência de uma alta taxa de erros é possível caso não existam medidas que visem sua prevenção, detecção e intervenção. Os erros ocorrem devido à: ___________________________________________________________________ 18 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Excesso de atividades no trabalho. Uso inadequado: (Quando você não souber exatamente o que fazer não fazer nada é mais prudente). Medidas que deveriam ser tomadas e não foram. Horas de trabalho por semana (excesso). Desatenção no procedimento executado. Realização de diversos procedimentos ao mesmo tempo. Os pacientes internados são mais vulneráveis aos erros de medicamentos por: Recebem muitas drogas, tais como: analgésicos, sedativos, bloqueadores neuromusculares antiarrítmicos e antibióticos e venóclise. Na Unidade de Terapia Intensiva a maioria das medicações são administradas aos pacientes que frequentemente estão sedados e não podem identificar possíveis erros. São frequentes as interações medicamentosas; além disso, os pacientes podem ter disfunção cardiovascular, renal e hepática. Estratégias para a redução do erro de medicação nas unidades hospitalares Visitas multidisciplinares aos pacientes hospitalizados. Padronização dos medicamentos e nas diluições nas unidades hospitalares, através pela comissão de farmácia e das diluições pela enfermagem em conjunto com os médicos. A utilização de protocolos evitam erros. Reduzir a confiança nas fraquezas humanas. Prescrições digitalizadas. Tecnologia do código de barra. Dispositivos de infusão computadorizados. Educação em serviço para os profissionais de enfermagem que atuam diretamente na administração das medicações. 21. RESPALDO LEGAL PARA O ENFERMEIRO NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS O respaldo legal para o enfermeiro na administração de medicamento leva em conta que este procedimento é respaldado pelo Código de Ética de Enfermagem que regula e fiscaliza a profissão de enfermagem no território brasileiro. Código de Ética de Enfermagem: Deveres Art. 10º - Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão sustentação a sua prática profissional. Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Código de Ética de Enfermagem: Proibições: Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da possibilidade de riscos. Art. 32 - Executar prescrições de qualquer natureza, quecomprometam a segurança da pessoa. Parágrafo único - O profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou elegibilidade. ___________________________________________________________________ 19 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br 22. BASES DA FARMACOLOGIA PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTO Farmacologia é a ciência que estuda como as substâncias químicas interagem com os sistemas biológicos. Como ciência nasceu em meados do século XIX. Esta ciência engloba o conhecimento da história, origem, propriedades físicas e químicas, associações, efeitos bioquímicos e fisiológicos, mecanismos de absorção, biotransformação e excreção dos fármacos para seu uso terapêutico ou não. Destino do fármaco no organismo: Qualquer substância que atue no organismo vivo pode ser absorvida por este, distribuída pelos diferentes órgãos, sistemas ou espaços corporais, modificada por processos químicos e finalmente eliminada. A farmacologia estuda estes processos e a interação dos fármacos com o homem e com os animais, os quais se denominam: Absorção - Para chegar na circulação sanguínea o fármaco deve passar por alguma barreira dada pela via de administração, que pode ser: cutânea, subcutânea, respiratória, oral, retal, muscular. Ou pode ser inoculada diretamente na circulação pela via intravenosa, sendo que neste caso não ocorre absorção, pois não transpassa nenhuma barreira, caindo diretamente na circulação. A maioria dos fármacos é absorvida no intestino, e poucos fármacos no estômago, os fármacos são melhor absorvidos quando estiverem em sua forma não ionizada. Os fármacos que são ácidos fracos serão absorvidos melhor no estômago que tem pH ácido, Exemplo (Ácido Acetil Salicílico), já os fármacos que são bases fracas, serão absorvidos principalmente no intestino, sendo que esse tem um pH mais básico que o do estômago. Os fármacos na forma de comprimido passam por diversas fases de quebra, até ficarem na forma de pó e assim serem solubilizados e absorvidos. Já os fármacos em soluções, não necessitam sofrer todo esse processo, pois já estão na forma solúvel, e podem ser rapidamente absorvidos. Distribuição: Uma vez na corrente sanguínea o fármaco, por suas características de tamanho e peso molecular, carga elétrica, pH, solubilidade, capacidade de união a proteína se distribui pelos distintos compartimentos corporais. Metabolismo ou Biotransformação: Muitos fármacos são transformados no organismo ação enzimática. Essa transformação pode ___________________________________________________________________ 20 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br consistir em degradação (oxidação, redução, hidrólise), ou em síntese de novas substâncias como parte de uma nova molécula (conjugação). O resultado do metabolismo pode ser a inativação completa ou parcial dos efeitos do fármaco ou pode ativar a droga como nas "pró - drogas". Ainda mudanças nos efeitos farmacológicos dependendo da substância metabolizada. Excreção: Finalmente, o fármaco é eliminado do organismo por meio de algum órgão excretor. Os principais são rins e fígado, exemplo através da bile, mas também é importante a pele, as glândulas salivares e lacrimais, ocorre também a excreção pelas fezes. 23. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ANTIBIOTICOTERAPIA Os antibióticos são substâncias químicas produzidas por organismos vivos capazes de inibir o crescimento ou destruir bactérias e outros microrganismos. Os antibióticos podem ter várias classificações: De acordo com o grupo; Segundo efeito sobre o germe; Segundo o espectro; A administração de antibiótico tem efeito especifico no organismo humano e possui alguns princípios para a sua prescrição: Produzir concentração efetiva da droga; Ação terapêutica em um local específico; Atingir os efeitos terapêuticos desejados; Atentar para evitar a toxicidade no uso contínuo; Sete certos da administração dos antibióticos: Administrar o medicamento certo; Administrar a dose certa; Administrar na via certa; Administrar no horário certo; Administrar no paciente certo; Utilizar o método certo; Utilizar a abordagem certa. Os antibióticos São utilizados na sua maioria IV tem absorção rápida. A maioria dos antibióticos são metabolizados no fígado e excretados por via renal. Ampicilina: Do mesmo grupo das penicilinas; É droga de escolha por ser medicação com amplo espectro de ação; Pode ser associada a outros Antibióticos. Ampicilina: Diluída em SF 0,9%, SG 5%, SG 10% e Água destilada (AD); Infundir em 30 a 60 min; Interação com as Penicilinas e cefalosporinas (ex: Cefepime) administrado uma hora antes ou depois; Tempo de ação em SF 0,9% = 6h Tempo de ação em SG= 2h Tempo de ação em AD= 1h ___________________________________________________________________ 21 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Incompatível: Anfotericina B, Dopamina, Nutrição Parenteral, dentre outros. Gentamicina: É um aminoglicosídeo; Amplo espectro de ação; Também pode ser associada a outros antibióticos. Podem ser diluídos em SF 0,9%, SG 5%, SG 10% e AD; Infundir em 30 a 60 min; Interação: Penicilinas e cefalosporinas (ex: Cefepime) uma hora antes ou depois; Tempo de ação em SF, SG e AD= 24h Tempo de ação em AD= 1h Incompatível: Anfotericina B, Oxacilina, Penicilina G, dentre outros. Cefepime: Cefalosporina de 4º geração; Amplo espectro de ação; As de quarta geração demandam menor quantidade de doses; Pode ser diluído em SF 0,9%, SG 5% e AD; Infundir em 20 a 30 min; Diluída em SF, SG e AD= 24h Refrigeração = 7 dias; Vancomicina: É um glicopeptídeo; Uso no tratamento de infecções resistentes a outros antibióticos; Diluídos em: SF 0,9%, SG 5% e AD; Infundir em 60 min; Interação: Penicilinas e cefalosporinas (ex: Cefepime) uma hora antes ou depois; Tempo de ação quando diluída em SF = 6h Tempo de ação quando diluída em SG= 2h Tempo de ação quando diluída em AD= 1h Refrigeração = 96 h Incompatível: fenobarbital, Dexametasona, Vitamina B e C; dentre outros. Meropenem: É um exemplo carbapenem; Antibiótico de amplo espectro de ação e também usado quando não há boa resposta de outros ATBs; Diluído em SF 0,9% e AD; Infundir em 30 a 60 min; Tempo de ação quando diluída em SF e AD= 8h Refrigeração = 48 h Incompatível: Anfotericinas, metronidazol, dentre outros. Indicação do Meropenem: Infecções causadas por microrganismos nas seguintes localizações: infecções do trato respiratório inferior, infecções do trato urinário, infecções intra-abdominais, infecções ginecológicas, infecções da pele e órgãos anexos; Meningite e Septicemia; Efeitos colaterais: Diarréia, erupção cutânea, náuseas, vômitos, flebite, prurido, parestesia e cefaléia. Em raras ocasiões trombocitopenia, eosinofilia, alterações das enzimas hepáticas. A administração de meropenem podefavorecer a candidíase oral e vaginal. Imipenem: Diluído em SF 0,9% e AD, mas tem diluente próprio; Infundir em 30 a 60 min; Tempo de ação= 4 h Refrigeração = 24 h Incompatível: Anfotericina B, Fluconazol, dentre outros. Apresentação do Imipenem: Cada frasco de infusão intravenosa contém: ___________________________________________________________________ 22 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br 250 mg de imipenem e 250 mg de cilastatina sódica; 500 mg de imipenem e 500 mg de cilastatina sódica; Cada sistema monovial intravenoso: 250 mg de imipenem e 250 mg de cilastatina sódica, ou 500 mg de imipenem e 500 mg de cilastatina sódica; Frasco - ampola para aplicação intramuscular: 500 mg de imipenem e 500 mg de cilastatina sódica, ou 750 mg de imipenem e 750 mg de cilastatina sódica; Indicação do Imipenem: Infecções ósseas provocadas por Staphylococcus aureus, estreptococos do grupo D e Pseudomonas aeruginosa; Endocardite bacteriana por Staphylococcus aureus; Infecções do trato geniturinário por S. aureus, Escherichia coli, Klebsiellas, Proteus, Haemophilus vaginalis; Infecções intra-abdominais provocadas por S. aureus, Escherichia coli, Klebsiellas, Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter, Streptococcus pneumoniae; Infecções cutâneas e de tecidos moles provocadas por S. aureus, E. coli, Klebsiellas, espécies de Enterobacter; Efeitos Colaterais: Erupção cutânea, urticária, prurido, sibilâncias, confusão. Raramente apresentam-se: tonturas, náuseas, vômitos, cãibras, diarréias e cansaço ou debilidade não habituais; Anfotericina B É um Antibiótico macrolídeo; É a principal medicação antifúngica utilizada atualmente; Diluído em SG 5%, SG 10%, e AD; Não usar em solução salina; Fotossensível; Infundir de 2 a 6 horas; Tempo de Ação = uso imediato; Refrigeração = 7 dias Incompatível: amicacina, ampicilina, dopamina, cloreto de potássio, vancomicina, midazolam, dentre outros. A Anfotericina B lipossomal tem função igual à Anfotericina B, mas apresenta menos efeitos colaterais para os recém-nascidos. Metronidazol Este antibiótico já vem pronto para uso; Infundir numa vazão de 5ml/h; Fotossensível; Não refrigerar; Incompatível: Dopamina, Meropenem dentre outros. Atenção na administração dos antibióticos porque eles são nefrotóxicos e ototóxicos Respeitar o tempo de administração; Observar sinais e sintomas apresentados durante e após a administração do ATB – reação adversa ou reação de hipersensibilidade. Comunicar imediatamente qualquer sinal diferente do normal; Interações medicamentosas; Alguns antibióticos são irritantes para veia – sinais de flebite são mais frequentes; O peso é uma medida de grande importância visto que é a partir dele que as dosagens das medicações são definidas; Ideal é que a nutrição parenteral seja usada em via exclusiva. Atentar para incompatibilidade com antibióticos. ___________________________________________________________________ 23 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br CÁLCULO DE MEDICAÇÕES EM ENFERMAGEM Avaliação 1) Foi prescrito SF 0,9% em um paciente desidratado em uma unidade de emergência a 60 ml/h no entanto, a única bomba de infusão da unidade estava em uso. Nesse caso deve-se infundir em equipo de gotas. Quantas gotas por minuto será? a) 10 gts/min b) 12 gts/min c) 20 gts/ min d) 22gts/min 2) Uma criança com 7 Kg deverá fazer uso de um antibiótico cuja dose recomendada é de 10 mg/Kg/dia, 2 vezes ao dia. Na unidade de Saúde, a apresentação disponível é de 100 mg/ ml. A dose que deverá ser administrada em cada hora é de? a) 0,35 ml b) 0,45 ml c) 1,34 ml d) 0,85 ml 3) Um paciente codem quadro de broncoespasmo foi prescrito 50 mg de Aminofilina. A medicação disponível na unidade é de 24 mg/ ml em cada ampola de 10 ml. A quantidade em ml que deverá ser administrada no paciente é de: a) 20,8 b) 30,8 c) 3,08 d) 2,08 4) Os antibióticos são potentes medicações utilizados em processos infecciosos. Dentre as medicações abaixo assinale a alternativa que não é antibiótico: a) Ampicilila b) Meropenem c) Dexametasona d) Imipenem 5) A ocorrência do erro de medicações pode ser fatal ao paciente. As alternativas abaixo representam situações que desencadeiam erros de medicações, exceto: a) Atenção redobrada no preparo, diluição e administração de medicamentos. b) Excesso de atividades no trabalho. c) Uso inadequado: (Quando você não souber exatamente o que fazer não fazer nada é mais prudente). d) Desatenção no procedimento executado. 6) As Bombas de Infusão Contínua (BIC) são aparelhos utilizados nas unidades hospitalares que reduz bastante o erro nos cálculos do gotejamento do soro. Elas devem ter características relevantes. Portanto com relação às bombas infusoras marque a alternativa errada: a) Ser de simples manuseio; b) Possuir bateria de curta duração e memória; c) Oferecer precisão na infusão do volume programado; d) Permitir pequenas velocidades de infusão; ___________________________________________________________________ 24 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br 7) Qual o número de microgotas por minuto de uma solução cujo volume é 98 ml e o tempo previsto de infusão é de 4 horas? a) 2,45 mgts/min b) 24,5 mgts/min c) 34,5 mgts/min d) 44,4 mgts/ min 8) A prescrição médica de um antibiótico foi modificada pelo plantonista de plantão para 1,5 mg de ampicilina. Porém o hospital só possui ampola de 20 mg/ 2ml. Qual o valor será aspirado da ampola que seja equivalente a 1,5 mg? a) 1,15 b) 1,05 c) 0,15 d) 1,02 9) O estudo da Farmacologia revela que o fármaco/ medicação passa por diversos processos dentro do organismo. Este processo foram citados abaixo, portanto marque a alternativa errada. a) Absorção b) Envio c) Distribuição d) Metabolismo 10) Com relação aos cuidados no preparo, diluição e administração das medicações, marque a alternativa errada: a) Lavar as mãos antes e depois do preparo e administração dos medicamentos. b) Preparar o local (assepsia e desinfecção). c) Conferir os medicamentos conforme prescrição (nome, dose. apresentação farmacêutica e via de administração). d) Prepare os medicamentos com antecedência. O ideal é que estejam prontos bem antes da sua administração. ___________________________________________________________________ 25 ___________________________________________________________________________ www.enfermagemadistancia.com.br Referência 1- BOYER, MJ. Cálculo de dosagem e preparação de medicamentos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 2- BRUNNER/SUDDARTH. Tratado Médico-Cirúrgico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 3- CARPENITO, Lynda Jual. Manual de Diagnósticos de Enfermagem.Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda, 2010. 4- CASSANI, S.H.B. A segurança do paciente e o paradoxo no uso de medicamentos. Rev. Bras. Enfermagem, 2005; 88 (1): 95-99. 5- CIANCIARULLO, Tâmara Wanow. Instrumento Básicos para o cuidar: Um desafio para a qualidade da assistência, São Paulo: Atheneu, 2006. 6- DESTRUTTI, A.B.C. B et AL. Cálculo e conceitos de farmacologia. 8 ed. São Paulo: editora SENAC, 2004. 7- Dicionário de Administração de Medicamentos na Enfermagem: 2007- 2008. Rio de Janeiro: EPUB, 2006. 8- RESOLUÇÃO COFEN 311/2007. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. 9- RUIPÉREZ, Isidoro & LIORENTE, Paloma revisão técnica de Celina Castagnari Marra. Guia Prático de Enfermagem. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Intamericana do Brasil LTDA, 2008. 10- SILVA, A.E.B. de C.; CASSIANI, S. H. de B; MIASSO, A. I.; OPITZ, S. P. Problemas na comunicação: uma possível causa de erro de medicações. Acta Paul. Enferm. V. 20, n. 3, p. 272-276, jul/set, 2007. 11- SILVA d. S, M. T.; SILVA, S.R.L.P.T. Cálculo e administração de medicamento na enfermagem. 2 ed. São Paulo: Martinari, 2009.
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