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Interpretação de Testes em Nutrigenômica pelo Nutricionista Professora Doutora Júlia Pasqualini Genro 1 INTERPRETAÇÃO DE TESTES EM NUTRIGENÔMICA PELO NUTRICIONISTA • Módulo 1: Introdução a Genética • Módulo 2: A Genética nas Doenças Humanas • Módulo 3: Genômica Nutricional • Módulo 4: Testes Nutrigenéticos 2 TESTES NUTRIGENÉTICOS MÓDULO 4 Professora Júlia Pasqualini Genro 3 Testes Nutrigenéticos • Qual objetivo dos testes? • Detecção da variabilidade genética humana. 4 Variabilidade genética • A seqüência do DNA nuclear é quase 99,9% idêntica entre dois seres humanos. • A pequena fração que sobra é responsável pela variabilidade geneticamente determinada entre os humanos. • Algumas diferenças tem pouca ou nenhuma conseqüência no fenótipo enquanto outras são diretamente responsáveis por doenças. • Entre estes dois extremos está a variação responsável pela variabilidade fenotípica geneticamente determinada. 5 Variabilidade genética • Toda variação genética se origina de um processo conhecido como mutação. • MUTAÇÃO: qualquer mudança na seqüência de nucleotídeos ou arranjo do DNA. • Podem ser classificadas em duas categorias: – CROMOSSÔMICAS: estrutura ou número – GÊNICAS: genes individuais 6 Mutação • Tipos de mutação no nível do DNA – Substituição (mutação de ponto) – Deleção – Inserção – Expansões de repetição de trincas • Local da mutação: – DNA não codificante • Região intergênica • Íntrons • Região promotora – DNA codificante 7 Conseqüências das mutações • SILENCIOSA (SINÔNIMA): muda base, mas não muda aminoácido (AA). • NÃO - SINÔNIMA: – SENTIDO TROCADO: troca AA (conservativa AA similar ou não conservativa AA diferentes) – SEM SENTIDO: códon de terminação – MUDANÇA NA MATRIZ DE LEITURA: seqüência depois da mutação alterada – EXPRESSÃO DA PROTEÍNA 8 Conseqüências das mutações • Mutação sinônima (a) ATG TAT CAC GCC GTT AGG TAG DNA AUG UAU CAC GCC GUU AGG UAG RNAm Met Tir His Ala Val Arg * peptídeo (b) ATG TAT CAT GCC GTT AGG TAG DNA AUG UAU CAU GCC GUU AGG UAG RNAm Met Tir His Ala Val Arg * peptídeo 9 Conseqüências das mutações • Mutação não sinônima – Sentido trocado (a) ATG TAT CAC GCC GTT AGG TAG DNA AUG UAU CAC GCC GUU AGG UAG RNAm Met Tir His Ala Val Arg * peptídeo (b) ATG TAT CCC GCC GTT AGG TAG DNA AUG UAU CCC GCC GUU AGG UAG RNAm Met Tir Pro Ala Val Arg * peptídeo 10 Conseqüências das mutações • Mutação não sinônima – Sem sentido (a) ATG TAT CAC GCC GTT AGG TAG DNA AUG UAU CAC GCC GUU AGG UAG RNAm Met Tir His Ala Val Arg * peptídeo (b) ATG TAG CCC GCC GTT AGG TAG DNA AUG UAG CCC GCC GUU AGG UAG RNAm Met * peptídeo 11 Conseqüências das mutações • Mutação não sinônima – Mudança na matriz de leitura (a) ATG TAT CAC GCC GTT AGG TAG DNA AUG UAU CAC GCC GUU AGG UAG RNAm Met Tir His Ala Val Arg * peptídeo (b) ATG TAT GGC ACG CCG TTA GGT DNA AUG UAU CCG ACG CCG UUA GGU RNAm Met Tir Pro Thr Pro Leu Gly peptídeo 12 Polimorfismos • Polimorfismo genético: Para uma população, é a coexistência de dois ou mais alelos em determinado loco cromossômico, onde o mais raro tem uma freqüência maior do que 1%. Polimorfismos genéticos MUTAÇÕES SEM CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS PARA CÉLULAS 13 Polimorfismos • Polimorfismos em nível de DNA: – Garantem a variabilidade e possibilidades de respostas a diferentes situações: plasticidade. – Podem ou não corresponder a um fenótipo “visível”. – Quanto mais possibilidades de alelos, mais polimórfico é o loco. – Muito comuns. 14 Polimorfismos • Tipos de polimorfismos: – SNP (Single Nucleotide Polymorphism): polimorfismo de nucleotídeo único. – VNTR (Variable Number of Tandem Repeats): polimorfismo de número variável de repetiçoes em tandem. – Polimorfismos de inserção/deleção. 15 Polimorfismos • EXEMPLO DE SNP: polimorfismo de troca única. 16 Polimorfismos GCATGGATTTCAAACGGTG Unidade de repetição • EXEMPLO DE VNTR: polimorfismo de repetição em tandem 17 Técnicas Moleculares • Técnicas moleculares na genética humana. • Detecção da variabilidade genética 18 Detecção da variabilidade genética • Tecnologias de manipulação do DNA têm grande impacto em diversas áreas da genética Principais passos: • Extração do DNA. • Amplificação do DNA de interesse. • Métodos de análise. 19 Clonagem In Vivo X In Vitro 20 Clonagem In Vitro (PCR) • Reação em Cadeia da Polimerase (Polimerase Chain Reaction PCR) 21 PCR 22 PCR COMPONENTES MINÍMOS PARA REPLICAÇÃO DO DNA: • DNA molde • Primers (segmentos curtos de DNA, fita simples) • Nucletideos (dNTPs) • DNA polimerase • Tampão da reação (íons, pH ótimo….) 23 PCR 24 PCR 25 PCR • Amplificação exponencial 26 Métodos de Análise do DNA • Eletroforese – VNTR – Ins/del – RFLP • PCR Real Time 27 Eletroforese • Permite visualização dos produtos da PCR. • Gel de agarose ou acrilamida. • Marcação do DNA: brometo de etídio (visualização) • Voltagem. • Separação das moléculas de DNA por tamanho (bandas) 28 Eletroforese • Enxergo DNA... • Consigo diferenciar seqüência???? 29 VNTR: Polimorfismo de número de repetições em tandem • Identificação dos fragmentos diretamente no gel. 30 Polimorfismo de Inserção/Deleção • Identificação dos fragmentos diretamente no gel. Alelo 200 pb Alelo 100 pb Polimorfimo: Deleção de 100 pb 31 RFLP: Polimorfismo de tamanho de fragmento de restrição (SNP) • Utilização de enzimas de restrição para identificar polimorfismos. Kb 5 3 2 32 PCR em Tempo Real • Amplificação normal com primers. • Sonda alelo – específica marcada com fluorescência. 33 Homozigotos para o alelo C exibirão apenas a fluorescência VIC Homozigotos para o alelo T exibirão apenas a fluorescência FAM - Heterozigotos terão dois picos de fluorescência: VIC e FAM PCR em Tempo Real 34 APLICAÇÃO CLÍNICA • Existem dados sobre o assunto? • Já existem testes genéticos? • Estão disponíveis para uso? • Estamos prontos para aplicar na prática clínica? 35 Aplicação clínica • Existem dados sobre o assunto? 36 Aplicação clínica • Já existem testes genéticos? • Estão disponíveis para uso? • Estão disponíveis no Brasil? 37 Testes Nutrigenéticos 38 • Brasil: Testes Nutrigenéticos 39 • Intolerância a lactose – Maior incidência em Caucasianos: SNP -13910 – Maior incidência na população Africana: SNP-13907, SNP 13915 e SNP 14010. • Intolerância ao glúten (Doença celíaca) – Genotipagem de tag-SNPs associados aos alelos HLA classe II que correspondem aos haplótipos DQ2 (DQ 2.2 e DQ 2.5), DQ4 , DQ7 e DQ8. • Predisposição a obesidade sobrepeso: – PPARγ2 (rs1801282) – ADRB3 (rs4994) – APOA5 (rs662799) – FTO (rs9939609) – MC4R (rs10871777 e rs12970134). • Valor: cada em torno de 3.000 reais. • Já existem nutricionistas oferecendo o serviço. Testes Nutrigenéticos 40 • Teste Nutrigenética: – 109 polimorfismos. – Predisposição a obesidade. – Valor: 2.100 reais. • Teste nutrigenético para crianças – 40 polimorfismos. – Valor: 1.800 reais. Testes Nutrigenéticos 41 • Predisposição a obesidade: – Polimorfismo do gene INSIG2. – Polimorfismo do gene nMC4R. – Polimorfismo do gene ADRB2. – Polimorfismo do geneAPOAV. – Polimorfismo do gene GNB3. – Polimorfismo do gene FTO. – Valor: 1.400 reais. Testes Nutrigenéticos 42 Interpretação dos testes • Qual gene? • Qual polimorfismo? • Qual desfecho? • Literatura científica. 43 Aplicação clínica • Estamos prontos para usar na prática clínica? 44 Aplicação clínica …Em alguns casos: SIM! • Intolerância a Lactose. – 2 polimorfismos diretamente relacionados ao nível de atividade da lactase. 45 Intolerância a Lactose • Lactose clivada pela enzima lactase • Hipolactasia: Diminuição da produção de LACTASE • Causas: – Congênita: doença autossômica recessiva rara. – Primária:diminuição da produção ao fim do período de amamentação. – Secundária: relacionada a outras patologias, deficiência transiente. • Diagnóstico e manejo dos pacientes. 46 Aplicação clínica • Características monogênicas: Sim!!! – Genética mais simples. Um gene determinante. – Ex: fenilcetonúria, intolerância a lactose. • Características complexas??? – Muitos genes. – Efeito do ambiente. 47 • Estudos que baseiam estes testes: – Estudos de associação: Causa X efeito – Tamanho amostral – População estudada – Instrumentos para avaliar a dieta – Estatística complexa: Análises multivariáveis Aplicação clínica: Características complexas 48 • Testes propriamente ditos: – Quais genes foram analisado? Muitos genes envolvidos. Ex: teste com genes diferentes para a obesidade? – Quais polimorfismos? Normalmente se analisa um dentre vários dentro de um gene. – E o efeito do ambiente? – Quem vai solicitar e interpretar o teste? – Maioria tecnicamente confiáveis. – Informações escassas e inadequadas. Aplicação clínica: Características complexas 49 Para refletir... • Benefícios X Prejuízos: Aplicação? Vai melhorar prognóstico? • Quem terá acesso a essa tecnologia? • Já se justifica o uso? 50 Camp KM, Trujillo E. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: nutritional genomics. J Acad Nutr Diet. 2014 Feb;114(2):299-312. Aplicação clínica 51 Perspectivas • Estudos com número maior de indivíduos. • Necessidade de formação de bancos de dados genéticos mundiais e que incluam todos os grupos étnicos. MAIS E MAIS ESTUDOS!!!!!! 52 Perspectivas • Preparo dos profissionais para lidar com estas informações. – Conhecimento em Genética. • Aplicação no futuro… 53 Obrigada pela atenção! 54
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