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As Funções Essenciais à Justiça. - IEP

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INTRODUÇÃO
De acordo com o modelo de funcionamento da justiça montado no Brasil, entendeu-se ser indispensável à existência de determinadas funções essenciais à justiça.
Para a garantia dos direitos fundamentais, como o direito à educação, é necessário que todas as pessoas tenham a oportunidade de exigi-los. Por isso, a Constituição Federal prevê o direito de acesso à justiça, como um os direitos fundamentais do cidadão.
A garantia dos direitos constitucionais não teria conseqüências práticas se não houvesse mecanismos que permitissem acionar o Poder Judiciário no caso de violações.
Essas funções foram materializadas em determinados órgãos que foram criados meramente para o desempenho das supramencionadas funções, uma inovação instituída a Carta Magna de 1988, que prevê em seu Capítulo IV, artigos 127 a 135, as Funções Essenciais a Justiça. É o caso do Ministério Público, da Advocacia Pública, da Defensoria Pública e da Advocacia Privada.
O presente estudo propõe-se, a apresentar um enfoque individual de cada instituto, destacando de forma simples e objetiva a sua importância jurídica para a construção do Estado Democrático de Direito.
– MAGISTRATURA
A magistratura é a instituição formada pelos magistrados, portanto, não se deve confundir seu conceito com o de seus membros. Existem diversos órgão não jurisdicionais que se relacionam intimamente a magistratura e que criam condições de ser melhor aperfeiçoamento e de seus membros individualmente considerados. Entre esses órgãos de caráter não jurisdicional, deve-se apreciar o “Conselho Nacional de Justiça” e a “Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrado”, ambos criados e regulados pela Emenda Constitucional 45 de 2004. O primeiro tem como competência prevista no § 4º do art. 103-B da CF, e contrato de atuação administrativa e financeira do poder judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, entre outras atribuições lhe conferidas pelo Estatuto da Magistratura. 
1.1.1 – MAGISTRADO
O magistrado é a pessoa física que compõe o instituto da Magistratura, ou seja, é o juiz que recebe da Constituição Federal, nomes diversos, a depender do Tribunal onde exerce
 sua função. São “juízes” em sentido técnico da palavra, os magistrados de primeira instância. Na segunda instância que corresponde aos Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais os magistrados recebem o nome de “desembargadores”. Já no Supremo Tribunal Federal o no Superior Tribunal de Justiça, os magistrados que o compõem recebem o nome de “Ministros”.
Em decorrência das conquistas históricas do Estado Democrático de Direito, e para pelno desempenho da magistratura, a Constituição Federal reconhece em seus três primeiros incisos, do art. 95, três prerrogativas dos magistrados. São elas:
a) Vitaliciedade – A impossibilidade de o cargo de magistrado ser perdido, a não ser nos casos expressamente admitidos pela CF e, mesmo assim, depois de falta cometida pelo magistrado ser apurada em processo administrativo ou se for o caso, jurisdicional, garantida a ampla defesa. Essa vitaliciedade é adquirida a partir de dois anos de exercício, onde o cargo pode ser perdido por deliberação do Tribunal a que o juiz estiver vinculado.
b) Inamovibilidade – É a impossibilidade de ser o magistrado, retirado do local onde exerce sua jurisdição, salvo se ele requerer ou concordar, ressalvados os casos de interesse público, na forma do art. 93, VII, da própria Constituição Federal.
c) Irredutibilidade de subsídios – Por último a inviabilidade de os valores recebidos pelos magistrados a título de contraprestação por seus serviços, serem reduzidos fora dos casos dispostos pela própria Constituição Federal.
Essas prerrogativas são conquistas históricas da formação do Estado Democrático de Direito, e constituem marcos fundamentais para o seu desenvolvimento na atualidade. Pois é necessário ao magistrado, garantias de segurança principalmente, em sentido amplo, para decidir, para atual, consoante sua própria consciência , sem qualquer receio, dúvida, temor de quem ou de que seja. Portanto essas garantias são instrumentos, são meios que garantem ao judiciário o atingimento de determinadas finalidades, no caso do magistrado a necessária e inafastável imparcialidade. O parágrafo único do art. 95 da CF estabelece algumas restrições ao exercício de outras funções pelos magistrados, com o mesmo propósito de evitar ao máximo, distrações de todo o tipo aos magistrados, além de viabilizar com isto, que a maior parte de seu tempo e da atividade profissional por ele exercida, seja comprometida com a função jurisdicional. A Lei Complementar a que faz referência o precitado art. 93, o “Estatuto da Magistratura”, é a Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979, é ela que regulamenta, no plano infraconstitucional, as garantias inerentes à magistratura, as prerrogativas e os deveres do magistrado.
O art. 35 desta Lei Complementar, ocupa-se dos deveres do magistrado. São ele: Cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e os atos de oficio; Não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar; Determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais; Tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da justiça e atender aos que procurarem, a qualquer momento, quanto se trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência; Residir na sede da comarca, salvo autorização de órgão disciplinar a que estiver subordinado; Comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou a sessão e não se ausentar injustificadamente antes de seu término; Exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à cobrança de custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes; E manter conduta irrepreensível na vida pública e particular.
 - MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público, nos termos constitucionais originários, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127). Ainda no art. 127, no § 1º, está prescrito como princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. 
A unidade e a indivisibilidade devem ser entendidas no sentido de que o Ministério Público é considerado uma só instituição embora aceite, até como forma de racionalizar suas tarefas e melhor atingir suas finalidades institucionais, divisões internas, verdadeiras partições de competência. Já a independência funcional é o princípio que garante ao Ministério Público e seus membros, uma atuação não vinculada a qualquer outro órgão ou a políticas da União, dos Estados ou Distrito Federal.
O art. 128, CF, distingue, para fins de atribuição de competência, diferentes órgãos do Ministério Público, essa atribuição faz uma alusão à “unidade” e a “indivisibilidade”, trata-se de um fenômeno próximo ao que se dá no plano de exercício jurisdicional, pois a jusrisdição também é una no sentido de ele ser uma só e não aceitar divisões por sua própria definição, mas a especialização da jurisdição busca criar condições de racionalização de sua atividade e, consequentemente, viabilizar uma melhor prestação jurisdicional. É disto que se ocupa o art. 128, da CF, em seu inciso I, o Ministério Público da União quem compreende: O Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
O Procurador-Geral da República é o chefe do Ministério Público da União, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira. Devem ser maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta do Senado Federal. Suas atribuições, no plano infraconstitucional,vêm dispostas nos artigos 26 e 27 da Lei Complementar nº 75 de 20 de Maio de 1993.
As funções do Ministério Público estão expressamente autorizadas pelo art. 129, IX, da CF, entretanto, as funções institucionais do Ministério Público da União são estabelecidas pelo art. 5º da Lei Complementar nº 75, de 20 de Maio de 1993. São elas: 
A defesa da ordem jurídica, de regime democrático, dos interesses sociais e dos interesses individuais indisponíveis, considerados, dentre outros, os seguintes fundamentos e princípios: a soberania e a representatividade popular; os direitos políticos; os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil; a indissolubilidade da União; a independência e a harmonia dos poderes da União; a autonomia dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; as vedações impostas à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; a legalidade, a impessoalidade, a moralidade e a publicidade, relativas a administração pública, direta, indireta ou funcional, de qualquer dos poderes da União.
O zelo pela observância dos princípios constitucionais relativos: ao sistema tributário; às finanças públicas, à atividade econômica, à seguridade social, à educação, à cultura e ao desporto; à ciência e a tecnologia; à comunicação social e ao meio ambiente; à segurança pública.
A defesa dos seguintes bens e interesses: o patrimônio nacional; o patrimônio público e social; o patrimônio cultural brasileiro; o meio ambiente; os direitos e interesses coletivos, especialmente das comunidades indígenas , da família, da criança, do adolescente e do idoso.
O zelo pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União, dos serviços de relevância pública e dos meios de comunicação social aos princípios, às garantias, às condições, aos direitos, aos deveres e às vedações previstas na Constituição Federal e na lei, relativas à comunicação social.
O zelo pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União e dos serviços de relevância pública quanto: aos direitos assegurados na Constituição Federal relativos às ações e aos serviços de saúde e à educação, aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade; exercer outras funções previstas na Constituição Federal e na lei.
Para cumprir estas funções, o Ministério Público conta com instrumentos de atuação indicados no art. 6º da Lei Complementar nº75/1993. O Ministério Público deve observar o “modelo constitucional do processo”, isto é, os princípios constitucionais do processo, forte no entendimento de que o processo é o método de atuação do Estado Democrático de Direito.
1.2.1 – MINISTÉRIO PÚBLICO COMO PARTE
O Ministério Público pode atuar no direito processual civil como parte ou como “fiscal da lei”. Sua atuação como parte, isto é, como aquele que pede a prestação da tutela jurisdicional, não sucita maiores discussões no plano infraconstitucional, entretanto, há no Código de Processo Civil, alguma regras excepcionais para a instituição, são elas: a concessão de prazos diferenciados para prática de atos processuais; a desnecessidade de adiantar o pagamento das despesas dos atos processuais e até mesmo a dispensa de recolhimento de valores pela sua prática.
O Ministério Público só pode pedir a tutela jurisdicional como parte, em alguns casos, isso porque é vedada sua atuação em prol de interesses individuais e disponíveis. A doutrina majoritária chamou esse grande campo de atuação do Ministério Público de “direito processual coletivo”.
1.2.2 – O MINISTÉRIO PÚBLICO COMO FISCAL DA LEI
Esta outra função do Ministério Público, no plano do processo civil, não pode ser tratado como “parte”, visto que não rompe a inércia jurisdicional, mas isto não tira sua importância, pois analisa no sentido e na perspectiva de que o tema enfrentado é a Constituição Federal, trata-se do exercício pelo Ministério Público, da função “custo legis”, ou “fiscal da lei”, expressão consagrada pelos usos e costumes que deve ser entendida no sei sentido lato, isto é, com a palavra “lei” empregada como sinônimo de “ordem jurídica”.
São aqueles casos em que a lei prevê a intervenção do Ministério Público para atuar, não a favor de um dos litigantes, autor ou réu, mas para atuar de uma forma reconhecidamente desvinculada de interesse individual, subjetivado, trazido ao processo de uma forma imparcial, ou seja, exercer uma atuação processual que transcende o interesse subjetivado, próprio, de cada uma das partes que estão na relação processual perante o Estado-Juiz. 
O Código de Processo Civil prevê no art. 82, a atuação do Ministério Público como “ Fiscal da Lei”. Segundo o dispositivo, compete ao Ministério Público intervir:
Nas causas em que há interesse de incapazes;
Nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência, disposições de última vontade;
Nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que há interesse publico evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte.
Uma questão importante em relação à essa ultima competência citada, é a vedação da possibilidade do Ministério Público intervir na qualidade de fiscal da lei naqueles casos em que uma das partes é o Estado. A Constituição Federal veda expressamente no seu art. 129, IX, essa possibilidade do Ministério Público atuar como “advogado do Estado”.
1.2.3 – OS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Os membros do Ministério Público são os únicos encarregados de exercer as funções institucionais do Ministério Público. Eles são integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição, disposições estas previstas no §2º do art. 129 da /CF. O ingresso na carreira do Ministério Público, far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito no mínimo três anos de atividades jurídicas e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.
As garantias dos membros do Ministério Público estão reservadas no art. 128, §5º da CF. São eles: vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade de subsídio. Tanto as garantias, como as prerrogativas reconhecidas aos membros do Ministério Público correspondem, em linhas gerais, àquelas reconhecidas expressamente desde o plano constitucional para os magistrados e, como elas têm o mesmo caráter instrumental, ou seja, as garantias e prerrogativas dos membros do Ministério Público da União são inerentes ao exercício de suas funções e irrenunciáveis.
No plano infraconstitucional são presentes, no art. 236 da Lei Complementar nº 75/1993, os seguintes deveres para os membros do Ministério Público da União:
Cumprir prazos processuais;
Guardar segredo sobre assunto de caráter sigiloso, se conheça em razão de cargo ou função;
Velar por suas prerrogativas institucionais e processuais;
Prestar informações aos órgãos da administração superior do Ministério Público, quando requisitadas;
Atender ao expediente forense e participar dos atos judiciais, quando for obrigatória a sua presença, ou assistir a outros, quando conveniente ao interesse do serviço;
Declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei.
Adotar providências cabíveis em face das irregularidades de que tiver conhecimento ou que ocorrerem nos serviços a seu cargo;
Tratar com urbanidade as pessoas com as quais se relacione em razão do serviço;
Desempenhar com zelo e probidade as suas funções;
Guardar decoro pessoal.
O descumprimento dos deveres e das vedações impostas aos membros do Ministério Público enseja à aplicação de sanções que variam desde a advertência até a demissão ou, se for o caso, a cassação da aposentadoria ou disponibilidade.
Os integrantes do Ministério Público recebem nomes diferenciados consoante ao cargo e a função que ocupam. Esta identidade não é rígida entre os nomes que descrevem as mesmasfunções exercidas no âmbito do Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal e no âmbito do Ministério Público Federal.
No Ministério Público Estadual, os membros que atuam perante a primeira instância são chamados de “promotores de justiça”, na segunda instância, isto é, perante os Tribunais de Justiça dos Estados, recebem o nome de “Procuradores de Justiça”. No âmbito do Ministério Público Federal, seus integrantes recebem denominação consoante ao grau de jurisdição que atuam. Os que atuam junto aos Tribunais Superiores são os “Subprocuradores-gerais da República”, já os que atuam no âmbito dos Tribunais Regionais Federais são os “Procuradores Regionais da República	, e perante a terceira instância, isto é, perante a justiça federal, são os “Procuradores da República”.
1.2.4 – CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
O Conselho Nacional do Ministério Público é um órgão vocacionado a exercer o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e de cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:
Zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providencias;
Zelar pela observância do art. 37, da CF que trata dos fundamentos administração pública, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, apreciando ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
Receber e conhecer as reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avençar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço, ou aplicar outras sanções administrativa, assegurada a ampla defesa;
Rever, de oficio ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados, julgados a menos de um ano;
Elaborar relatório anual, propondo as providencias que julgam necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho.
O Conselho Nacional do Ministério Público é composto de quatorze membros nomeados pelo presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução.
Toda regulamentação do Conselho Nacional do Ministério Público se encontra no art. 130-A da Constituição Federal, introduzido pela Emenda Constitucional nº 45/2004.
1.3 – ADVOCACIA E O ADVOGADO
Nos termos do art.133 da CF, o advogado é função essencial à justiça. Segundo esse artigo, o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão nos limites da lei. Essa mesmo diretriz é reforçada no plano infraconstitucional, no art. 2º da Lei nº 8.906/1994, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, esclarecendo nos seus dois primeiros parágrafos: “No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social” e “No processo judicial, o advogado contribui na postulação da decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, os seus atos constituem múnus público.” Os próprios deveres éticos impostos ao advogado são vinculados ao atingimento deste máster mais amplo, onde o advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia, além de manter independência em qualquer circunstância no exercício da profissão, não pode ter nenhum receio de desagradar o magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão.
O advogado é profissional que exerce a advocacia; atividade privativa daquelas pessoas regularmente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil.
A Lei nº 8906/1994, é a lei que regula as condições mínimas para assegurar ao advogado a criação de condições do exercício de sua atividade, que é considerada “pública”, “essencial à administração da justiça”. Essas prerrogativas estão previstas no art. 7º desta mesma lei. São elas:
Exercer, com liberdade, a profissão em todo território nacional;
Ter respeitada, em nome da liberdade de defesa e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de busca e apreensão determinada por magistrado e acompanhada de representante da OAB;
Ingressar livremente nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados, nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e do registro, em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado, em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais, locais onde o advogado poderá permanecer sentado ou em pé, e retirar-se independente de licença, dirigir-se diretamente aos magistrados, na sala e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada;
Usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou duvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas;
Reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;
Falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo;
Examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública e geral, autos de processos fundos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos;
Ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais, dando destaque à possibilidade de chamada “carga rápida”, introduzida nesta ultima dispositivo pela Lei nº 11.969/2009;
Ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão de advogado;
Recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcione ou deva funcionar, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional;
Retirar-se do recinto onde se encontra aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado, e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deve presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo;
Para representar os interesses do jurisdicionado, o advogado deve apresentar a chamada “procuração”, que é o instrumento, a comprovação, de um especifico contrato, o “mandato”. A regra é que o advogado, só seja admitido a atuar trazendo prova do mandato, mas há exceção que conduz a situação de urgência. Mesmo assim, é fundamental que o advogado exiba a procuração no prazo de quinze dias, prorrogáveis por outrosquinze dias pelo magistrado, sob pena de os atos por ele praticados serem desconsiderados, sem prejuízo de o advogado ser responsabilizado por perdas e danos.
Em determinadas situações, o advogado passa a exercer atividade incompatível com o exercício da advocacia, quando lhe passa a ser vedado integralmente a atuação como advogado. Em outros casos, a vedação é parcial, dando ensejo do impedimento ao exercício da advocacia. Essas situações estão descritas no art. 30 da Lei nº 8906/94. E as situações de incompatibilidade estão listadas no art. 28 do mesmo Estatuto.
1.3.1 – ADVOCACIA PÚBLICA
Não existe uma diferença ontológica entre advocacia pública e privada, isto está expressamente previsto no art. 3º, §1º da Lei 8.906/1994, que diz: “Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio a que se subordinam, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional.”
Entretanto, a Constituição Federal de 1988 procurou tratar da advocacia pública diferente das constituições anteriores, para isso previu a possibilidade de o Ministério Público atuar no processo civil, na qualidade de advogado da União Federal ou de eventuais entidades pertencentes aos quadros da Administração Pública Federal, representando os interesses daquelas pessoa jurídicas de direito público ou de seus próprios órgãos. A Constituição de 1988 criou, para a União Federal, uma entidade própria, voltada especificamente para o desempenho desta tarefa e para outras que lhe são correlatas, a Advocacia-Geral da União, art. 131, Constituição Federal de1 1988.
A Advocacia- Geral da União é uma instituição que representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, ainda, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo Federal. Essa instituição tem como chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República, dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. O ingresso em sua carreira far-se-á mediante concurso público de provas e títulos. Dentre as diversas atribuições do Advogado- Geral da União, elencadas no art. 4º da Lei Complementar nº 73 de 1993.
1.3.2 - 	ADVOCACIA PRIVADA
A Advocacia privada, também nos termos da Constituição de 1988, é instituição indispensável à administração da justiça e representa os particulares – pessoas físicas ou jurídicas – perante os órgãos do Poder Judiciário. É disciplinada pela Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994, que, inclusive, dispõe sobre a Ordem dos Advogados do Brasil.
 A advocacia é uma profissão delicada no momento em que influencia estritamente na consciência do homem. É quem dá base para o exercício das outras funções da justiça, sendo fundamental à justiça por trata concomitantemente sobre a ética, política, arte e ação. Neste sentido, a Constituição Federal considera o advogado como parte indispensável para a administração jurisdicional, ficando este fato exposto em seu artigo 133 e ainda no artigo 2º do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8906/94).
O advogado, mesmo que na defesa de um interesse privado, atua realizando serviço público e desempenhando sua função social, como disposto no § 1º do artigo 2º da lei supracitada, “no seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social”. 
As prerrogativas e direitos dos advogados estão assegurados por lei, a fim de que estes possam exercer a sua função social plenamente, usufruindo da independência e inviolabilidade que lhes cabe. São garantias geradas pela própria sociedade que, ao final, também exigirá deles uma atuação disciplinada e baseada nos preceitos éticos correspondentes. O Estatuto que rege a advocacia privada fica por conta do Estatuto dos Advogados, também chamado de OAB (a Ordem dos Advogados do Brasil). 
 Os artigos 31 e 33 do Estatuto da Advocacia e da OAB descrevem sobre os preceitos éticos a serem seguidos pelo advogado.
Não é possível a licitude do exercício de atividade privativa de advocacia, como profissional liberal ou advocacia contratual sem que este não esteja inscrito na OAB, é o a lei dispõe. Sendo assim é só através da inscrição que se obtém a capacidade postulacional em face da qual o inscrito pode contratar a prestação de seus serviços advocatícios e exercer a profissão de advogado ou a advocacia liberal ou privada. Art. 3º Lei 8906/1994. “O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.”
Ao lado da advocacia privada, ainda que de interesse público a teor do disposto no art. 2º, § 1º, Lei nº 8.906/94, exercida pelo profissional liberal, isto é, pelo Advogado a que se refere o art. 133, da Carta Paradigma, cuidou esta, também, de outra modalidade de advocacia, denominada pelo Estatuto da Advocacia e da OAB e por seu Regulamento Geral, de advocacia pública, chamada assim provavelmente pelo fato de ser estipendiada pelos cofres públicos, isto é, a exercida pelos membros das Instituições essenciais à justiça, em face das suas incumbências institucionais, e por agentes da administração pública, direta ou indireta, com atribuição de postular ao Juízo. 
Segundo o Art. 10. do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, “Os integrantes da advocacia pública, no exercício de atividade privativa prevista no art. 1º do Estatuto, sujeitam-se ao regime do Estatuto, deste Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina, inclusive quanto às infrações e sanções disciplinares. ”
As vedações no exercício de advocacia para com os cargos que tem relação com administração pública, são de certa forma uma maneira de garantir a segurança do Estado e da sociedade, tendo em vista que as informações sigilosas e estratégicas da Administração Pública Federal poderiam ser vazadas ao setor privado, pelos seus próprios servidores, se estes tivessem acesso ao exercício da advocacia privada. 
1.3.3 – ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), é regulada pela Lei nº 8.906/1994, que em seu art. 44, caput, diz: “Serviço público dotado de personalidade jurídica e forma federativa”. O Supremo Tribunal Federal deferiu, a respeito da natureza jurídica da OAB, que ela não é um autarquia, mesmo que, sui generis, elas não integra, portanto os quadros da Administração Pública, razão pela qual ela não precisa realizar concursos públicos para preenchimento de seus cargos.
É insuficiente pensar que a OAB, limita-se a um “órgão de classe”, um 	“órgão de representação e disciplina da profissão advogado no território brasileiro”, pois alem de exercer essa função, a OAB, também desempenha uma atuação institucional, sua própria razão de ser vai muito alem. O art. 44 da Lei nº 8.906/1994 dispõe as finalidades da OAB. São elas:
Defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;
Promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil.
1.3.4 -	 HONORÁRIOS DE ADVOGADOS
De acordo com o art. 22 da Lei nº 8.906/1994, a prestação de serviço profissional assegura aos advogados direito dos honorários convencionados, isto é, aqueles ajustados contratualmente entre a parte e o advogado. Os honorários são fixados por arbitramento judicial, quando não há consenso com relação a esta fixação e aos de “sucumbência”, que são aqueles que derivam do resultado da atuação processual. O direito é reconhecido, inclusive ao advogado que faz às vezes dos membros da Defensoria Pública, certo, todavia, que os defensores públicosnão podem receber honorários de advogado das pessoas cujos interesses representam em juízo, ou fará dele.
Os honorários advocatícios, segundo julgamento recente da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, deve ser tratado com verba alimentar, porque representam, por definição, a contraprestação de um serviço prestado e, como tal, têm como finalidade primeira a de prever a subsistência do profissional que os prestou e de sua família. Os honorários sucumbenciais por sua vez estão fixados entre o mínimo de dez por cento e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação.
1.4 - DEFENSORIA PÚBLICA
A Defensoria Pública deve ser entendida como instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados. É portanto, um passo fundamental que foi dado pela Constituição Federal em prol da construção e aperfeiçoamento de um novo Estado Democrático de Direito para o país.
Foi institucionalizado pelo art. 134 da CF de 1988. Antes desse dispositivo a tutela jurídica do hipossuficiente era não só incipiente mas, também, feita quase que casuisticamente pelos diversos membros da Federação. A partir da institucionalização daquela função, houve uma maior racionalização na atividade de conscientização e de tutela jurídica da população carente, providencia inafastável para o engrandecimento de um verdadeiro Estado o do fortalecimento de suas próprias instituições, inclusive as relativas à Justiça.
A organização da Defensoria Pública esta regulada no plano infraconstitucional pela Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994, editada por força do § 1º do art. 134 da CF.
1.4.1 – O DEFENSOR PÚBLICO
O defensor público é o membro da Defensoria Pública que atua como “órgão de execução”, isto é, de realização concreta das funções institucionais da Defensoria Pública. É o verdadeiro advogado daquele que não tem condições econômicas de pagar por um.
Embora o defensor público seja advogado, não pode exercer “advocacia” nem pública, nem privada, pois seu múnus de defensor público absorve integralmente a sua atuação profissional de advogado. A “advocacia”, no caso do defensor público, é voltada única e exclusivamente para realização das funções institucionais à qual ele pertence.
Os cargos de carreira na Defensoria Pública são adquiridos por realização de concurso público de provas e títulos. Sua remuneração observará o que dispõe o art. 39 § 4º, da CF, de acordo com o art. 435 da mesma carta. Entretanto, isto não quer dizer que sendo a Defensoria Pública um órgão institucional, e o defensor público, como agente executor deste órgão, não possa receber honorários de advogado derivados da sua atuação judicial.

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