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ANÁLISE ORGANIZACIONAL – AULA 04 – TIPOS TRADICIONAIS DE ORGANIZAÇÕES II Introdução O desenho organizacional constitui uma das prioridades da administração, pois define como a organização irá funcionar e como seus recursos serão distribuídos e aplicados. O desenho organizacional contribui com quatro maneiras diferentes para a organização, procurando atender aos requisitos fundamentais. Estrutura matricial Nasceu dentro da indústria aeroespacial, apoiada em tecnologia altamente sofisticada. Com o crescimento da especialização do trabalho, surgiram: a alta tecnologia, a urgência do tempo para conclusão dos projetos e a exigência de flexibilidade para combinar várias unidades. Segundo Vasconcellos e Hemsley (2002), a forma matricial apareceu como uma solução devido à inadequação da estrutura funcional para as atividades integradas, isto é, aquelas que para serem realizadas exigem interação entre as áreas funcionais. A matriz é uma forma de manter as unidades funcionais, criando relações horizontais entre elas. A matriz é uma forma de estruturar recursos provenientes de várias fontes com objetivo de desenvolver atividades comuns: projetos ou produtos. De acordo com Vasconcellos (1982), quando duas ou mais formas de estrutura são utilizados simultaneamente sobre os mesmos membros de uma organização, a estrutura resultante chama-se matricial. As características desse tipo de estrutura são: Matriz funcional É a matriz na qual o nível hierárquico do gerente de projetos é inferior ao do gerente funcional. Ele está subordinado a um dos gerentes funcionais. Este tipo de matriz é muito usado em organizações com poucos projetos interdisciplinares e com baixo grau de prioridade. Além disso, é mais apropriado quando os recursos são limitados. Condições que favorecem a utilização da matriz funcional: Matriz projetos É aquela em que os gerentes têm nível hierárquico superior aos gerentes funcionais. Geralmente, é utilizada quando os projetos interdisciplinares têm prioridade para o sucesso da organização. Nestas situações, muitas vezes os especialistas são transferidos fisicamente para o local próprio do projeto que se caracteriza por elevada dimensão de recursos e prazos relativamente longo. Condições que favorecem a utilização da matriz projetos: Balanceada Vasconcellos e Hemsley (2002) definem Matriz Balanceada aquela estrutura matricial que apresenta as seguintes características: Condições que favorecem a utilização da matriz balanceada: Matriz funcional x matriz de projetos Cumprimento de prazos: Acontece com maior precisão na Matriz Projetos, onde o gerente de projetos tem mais autoridade sobre os recursos. Qualidade técnica do produto: É maior na Matriz Funcional porque o nível de especialização e formatação técnica é superior neste tipo de estrutura. Eficiência no uso de recursos: É maior na Matriz Funcional porque há muita capacidade e duplicação de atividades na Matriz Projetos. Controle do orçamento do projeto: É maior na Matriz Projeto, na qual o gerente de projeto tem mais autoridade e controle para o orçamento. Satisfação no trabalho: É maior na Matriz Funcional para os técnicos que preferem especialização. É maior na Matriz Projeto para os técnicos que preferem diversificação de atividades e trabalham com grupos diferentes. Desenvolvimento de capacidade técnica na organização: É maior na Matriz Funcional, que é mais propicia à especialização, ao treinamento técnico e à formação de uma memória técnica. Organizações temporárias ou adhocráticas Segundo Chiavenato (2006, p. 226), nos últimos anos foram desenvolvidas soluções do tipo ad hoc (aqui e agora) para administrar a incerteza e a mudança. De acordo com o professor Agamêmnom Rocha Souza: “adhocracia é uma forma de organização baseada em numerosas unidades temporárias de trabalho, cuja composição, estrutura e dinâmica de funcionamento são extremamente flexíveis e estreitamente vinculadas aos desafios e necessidades de cada momento. Neste tipo de organização, manuais, normas escritas, descrições de cargo, organogramas e outros papéis tão valorizados no sistema burocrático perdem totalmente o sentido”. Ainda segundo o professor Agamêmnom, um bom exemplo de empresa adhocrática são as empresas de consultoria, cuja estrutura e funcionamento sejam adaptáveis às necessidades de cada momento. Ao fechar um determinado contrato com um cliente, a empresa monta uma estrutura, com consultores autônomos associados, trabalhadores temporários, equipamentos e instalações alugados ou cedidos pelo cliente. Quando o projeto chega ao fim, a estrutura é desmontada, podendo as pessoas envolvidas no projeto serem realocadas a outros serviços ou simplesmente ficar aguardando outra oportunidade, enquanto desenvolvem trabalhos em outras organizações. Organizações temporárias ou adhocráticas Características da adhocracia Equipes e grupos cooperativos: Resolvem problemas e desempenham atividades mutáveis de acordo com a situação. Os órgãos tradicionais (departamento, divisões ou seções) são substituídos por equipes, geralmente multifuncionais. Tarefas efêmeras: As posições e as tarefas não são permanentes nem especializadas, para que todos possam aprender continuamente com novas e diferentes atividades. Formas organizacionais flexíveis e livres: A hierarquia é substituída pela forte descentralização, as regras e os regulamentos são genéricos ou são reduzidos. A integração é fortemente impulsionada com comunicações informais e intensivas entre os participantes. Ênfase na missão a cumprir: Missões e problemas são o foco da adhocracia. A adhocracia existe para cumprir objetivos e resolver problemas. Comunidades de interesse: A adhocracia representa a junção de comunidades informais – ou mesmo formais – que se aglutinam em função de interesses comuns. Verifica-se que nesse tipo de estrutura, a colaboração dos participantes é fundamental: • requer pessoas com alto nível de qualificação e de responsabilidade por resultados conjuntos; • não é adequado que empresas carentes de pessoas capacitadas trabalhem em equipes. Estrutura em redes A estrutura em rede, ou organização em rede (network) é um tipo de macroestrutura organizacional que funciona segundo uma lógica de organograma circular ou em forma de estrela, no centro da qual está a organização principal. Em torno dessa organização principal estão diversas outras entidades que prestam serviços à primeira. EXEMPLO: Determinadas fases da produção, distribuição, sistemas de informação etc. Geralmente, o funcionamento desse tipo de organização assente em modernos sistemas informáticos e de telecomunicações que permitem a centralização da gestão e do controle de todos os processos. Conceitos : Para Chiavenato (2006, p. 227/228), a estrutura em rede pode ser utilizada para unidades organizacionais ou para equipes integradas: Organização virtual Robbins (2001, p. 189/190) afirma que a essência da organização virtual (também chamada de organização em rede ou modular) está na pergunta: “Por que ser dono quando se pode alugar?”. É uma organização pequena, de núcleo, que terceiriza as funções empresariais maiores. A organização virtual é altamente centralizada, com pouca ou nenhuma departamentalização. O autor cita como exemplo de estrutura virtual, o formato atual da indústria cinematográfica de Hollywood. Na era de ouro de Hollywood, os estúdios com MGM, Warner Brothers entre outros, possuíam enormes áreas de filmagem e empregavam milhares de especialistas em horário integral. Atualmente, a maioria dos filmes é feita por um grupo de indivíduos e pequenas companhias que se reúnem e fazem os filmes, projeto a projeto.
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