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Aula 07 - Das pessoas naturais

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Aula 07
DAS PESSOAS NATURAIS
Da personalidade e da capacidade. (CC, art. 1° ao 10)
A palavra pessoa vem do latim = persona. 
Pessoa em sentido jurídico: é o ente físico ou moral, capaz de direito e obrigações. Nesse sentido, pessoa é sinônimo de sujeito de direito ou sujeito da relação jurídica. No direito moderno, todo ser humano é pessoa no sentido jurídico. Mas, além dos homens, são também dotadas de personalidade certas organizações ou coletividades, que tendem a consecução de obter fins comuns. 
Obs. Duas são as espécies de pessoas reconhecidas pela ordem jurídica: 
Pessoa natural = também chamada de pessoa física = ser humano.
Pessoa jurídica = pessoa moral ou pessoa coletiva = agrupamento humano visando fins de interesse comum. 
Pessoa natural = é o ente capaz de exercer direitos e contrair obrigações, ou seja, é o ente com personalidade jurídica. Personalidade jurídica = é aptidão para exercerem direitos e contrair obrigações, indispensáveis para a configuração da pessoa. 
Obs. para ser pessoa basta que o homem exista e para ser capaz, o ser humano precisa preencher os requisitos necessários para agir por si só como sujeito ativo ou passivo de uma relação jurídica. 
Obs. não devemos confundir personalidade jurídica com capacidade jurídica: personalidade jurídica = é conceito absoluto, uma vez que dela ninguém possui graus (ela existe, ou não existe). 
Capacidade jurídica = conceito relativo (pode ter mais capacidade jurídica ou menos). 
Todo aquele que tem personalidade jurídica tem também capacidade jurídica. Uma está vinculada à outra sendo que a capacidade jurídica representa uma limitação da personalidade jurídica. 
A capacidade jurídica que delimitam quais direitos e quais obrigações poderá ser exercida conforme requisitos específicos a serem preenchidos pela pessoa (incapaz, inteligência, distinguir lícito do ilícito, o conveniente, o prejudicial, a maturidade, etc.).
A capacidade, que é elemento da personalidade é a medida jurídica da personalidade, podendo ser classificada em: 
CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO = é aquela comum a toda pessoa humana, sem qualquer distinção, e que só se perde com a morte prevista no texto legal. Estende-se aos privados de discernimento e aos infantes em geral, independentemente de seu grau de desenvolvimento mental. 
CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO = é aquela relacionada com o exercício próprio dos atos da vida civil. Aptidão para exercer por si só, os atos da vida civil. Por faltarem a certas pessoas alguns requisitos, como a maioridade, saúde, desenvolvimento mental, etc. A lei com o intuito de protegê-las não lhes negue a capacidade de adquirir direitos, só nega-lhes o de se autodeterminarem, de exercê-los pessoalmente e diretamente, exigindo sempre a participação de outra pessoa que os representa ou assiste. 
Obs. toda pessoa tem capacidade de direito, mas não necessariamente a capacidade de fato, pois pode lhe faltar a consciência sã para o exercício dos atos da vida civil. Desse modo, a capacidade de direito não pode de maneira alguma ser negada a qualquer pessoa, podendo somente sofrer restrições quanto ao seu exercício. Assim sendo, a INCAPACIDADE consiste na restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, devendo ser sempre encarada estritamente, considerando-se o princípio de que a capacidade é regra e a incapacidade a exceção. 
Obs. quem tem as duas espécies de capacidade tem a capacidade civil plena. Quem só tem a capacidade de direito tem capacidade limitada. 
Obs. não se pode confundir capacidade com legitimação. 
Legitimação = condição especial para celebrar um determinado ato ou negócio jurídico, uma espécie de capacidade especial exigida em certas situações (CC Art. 496, 1749, I e 1647). A falta de legitimação alcança pessoas impedidas de praticar certos atos jurídicos sem serem incapazes. 
NASCITURO = é o ser concebido, mas que ainda se encontra no ventre materno por isso não possui personalidade jurídica. A lei não lhe confere o título de pessoa, mas resguarda-lhe desde logo os seus direitos futuros. Ex: CC Art. 542, 1.779, parágrafo único. ECA, Lei n 8.069/90 Art. 7° ao 14. CPC, Art. 877. CP, Art. 124 e 128.
 
Tutela = encargo (incumbência, responsabilidade, obrigação), conferido por lei a alguém para dirigir a pessoa e a administrar os bens dos menores, que não se acham sobre a autoridade de seus pais. Instituto de caráter assistencial que tem por finalidade de substituir o poder familiar. CC, Art. 1.728 e s. 
Curatela = encargo conferido por lei a alguém para dirigir a pessoa e a administrar os bens dos maiores que por si só não possam fazê-lo: 
Curatela dos adultos incapazes. CC, Art. 1.767 e s. 
Curatela do ausente, a do nascituro. CC, Art. 22 e 1.779.
Curadoria especial ou oficial = distingue-se pela finalidade específica: 
Instituída pelo testador para os bens deixados a herdeiro menor. CC Art. 1.733, parágrafo segundo.
A que se dá herança jacente. CC, Art. 1.819.
A que se dá ao filho, sempre que no exercício do poder familiar colidir os interesses do pai com os daqueles. CC, Art. 1.692. ECA, Art. 142 parágrafo único e Art. 148, parágrafo único.
A que se dá ao revel citado por edital ou com hora certa, que se fizer revel. CPC, Art. 9°. 
Representação = (CC Art. 115 a 120 fixam apenas alguns princípios gerais abrangentes as duas modalidades de representação: a legal e a voluntária ou convencional).
A representação dos menores, por seus pais, se estende até aos dezesseis anos quanto aos atos da vida civil. Para os adolescentes, entre dezesseis e dezoito anos, a lei prevê a assistência nos atos em que forem partes, não a representação, pois a vontade dos menores é apenas acrescida pela participação de quem detém o poder familiar e não substituída. CC Art. 1.634, V (Paulo Nader). 
Legal = pela representação legal que se especificam em judicial quando a nomeação se dá por ato do juiz, o poder de representar vem conferido pela lei, que expressamente descrimina a sua forma, a extensão e a finalidade. Decorrem especialmente da incapacidade do sujeito de declarar a própria vontade ou de realizar um negócio em face de sua menoridade, ou da enfermidade ou deficiência mental. 
Os limites da representação constam apontados na lei: CC Art. 1.634, V, 1.747, 24, 32, 1.772. 
Voluntária ou convencional = depara-se com uma convenção por meio da qual uma pessoa encarrega outra pessoa a substituí-la na realização de um negócio, declarando o ato de vontade em seu lugar. Normalmente, essa outorga de poder, se opera por meio um mandato, ou procuração, onde se inserem os poderes concedidos. 
SÃO ABSOLUTAMENTE INCAPAZES (ler CC, Art. 3°).
Aqueles que não podem por si mesmo, praticar quaisquer atos jurídicos. 
Obs. representarão o absolutamente incapaz: os pais, tutores, curadores – de forma que o absolutamente incapaz não comparece ao ato jurídico que envolve manifestação de sua vontade. Outra pessoa o faz representando-o. 
SÃO RELATIVAMENTE INCAPAZES (ler CC, Art. 4°)
A lei parte do princípio de que o grau de imaturidade do menor púbere é menor que a dos incapazes absolutos.
Obs. os maiores de dezesseis anos e menores de dezoito anos podem praticar certos atos sem a assistência:
Servir de testemunha. CC, Art. 228, I.
Testar. CC Art. 1.860, parágrafo único.
Alistar-se como eleitor. CF, Art. 14.
Casar com autorização dos pais ou responsável legal. CC, Art. 1.517.
Não se eximir de obrigação quando dolosamente ocultar a sua idade. CC, Art. 180. 
Obs. outros atos têm que estar assistido sob pena de ser anulado. CC, Art. 171, I.
Pródigo = aquele que comprovada, habitual e desordenadamente gasta e dilapidam seu patrimônio fazendo gastos excessivos, reduzindo-se a miséria. É tradicional no direito luso-brasileiro a curadoria ao pródigo. E ela se inspira num interesse social relevante, ou seja, de proteger a sua família. Com a interdição do pródigo privado estará ele dos atos quepossam comprometer seus bens, não podendo, sem a assistência de seu curador alienar, dar quitação, hipotecar. CC, Art. 1.767, V e 1.782.
Obs. atos praticados por ele que serão válidos: casamento, dar autorização para que os filhos menores contraiam matrimônio, emancipação. 
 
Silvícolas – índios = devido a sua educação ser lenta e difícil, no CC, Art. 4°, parágrafo único, remete a legislação especial, que poderá regular automaticamente a matéria. Lei n. 5371 de 5/12/1967 – institui a FUNAI (fundação nacional do índio). Que exerce poderes de representação e apoio ao indígena. Lei n. 6001 de 19/12/1973 (estatuto do índio), considera o indígena em princípio, agente absolutamente incapaz, reputando nulos os atos por eles praticados sem a devida representação. (CF, Art. 22, XIV, 231 e 232).
Conclusão: os pais detentores do poder familiar irão representar os filhos menores de dezesseis anos, ou assisti-los se maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Se tratar de menor, que não esteja sob o poder familiar competirá ao tutor representá-lo até os dezesseis anos, nos atos da vida civil e assisti-lo após essa idade, até que atinja a maioridade civil, nos atos em que for parte.
E, em se tratando de maior declarado interdito por deficiência mental, por incapacidade de exprimir sua vontade por alcoolismo, toxicomania, por desenvolvimento mental incompleto ou por prodigalidade, se for declarado absolutamente incapaz o seu curador irá representá-lo nos atos da vida civil, e se considerado relativamente incapaz seu curador irá assisti-lo.
Interdição = medida de proteção – procedimento especial de jurisdição voluntária, mediante o qual se apura a capacidade ou incapacidade de pessoa maior de dezoito anos. Constatada a incapacidade, decretar-se-á a proibição absoluta ou relativa, para que o interditado pratique, por si, ato jurídico, bem como lhe será nomeado curador, que deverá representar ou assisti-lo. 
EMANCIPAÇÃO = (ler CC, art. 5º).
Consiste na aquisição (antecipação) da capacidade civil antes da idade legal.
Extingue o poder familiar. CC, art. 1.635, II.
Cessa a condição de pupilo. CC, art. 1.763, I.
Obs: somente aos dezesseis anos completos. 
A emancipação poderá ser: 
Voluntária = CC, art. 5°, I – 1ª parte. 
Judicial = CC, art, 5°, I – 2ª parte. 
Legal ou automática = CC, art. 5°, II, III, IV e V.
FIM DA PERSONALIDADE = (Ler CC, Art. 6°). 
A existência da pessoa natural termina com a morte. A parada do sistema cardiorrespiratório com a cessação das funções vitais indica o falecimento do indivíduo. Tal aferição deverá ser feita por médico com base em seus conhecimentos clínicos. 
A morte deverá ser atestada por profissionais da medicina se houver no lugar, ou em caso contrário, de duas pessoas (testemunhas) qualificadas que tiverem presenciado ou verificado a morte (Lei n. 6015/1973, Art. 77 ao 88). 
Morte real = extinção do sopro de vida do ser humano.
Com a morte:
Dissolução do vínculo conjugal. CC, Art. 1571, § 1º.
A dissolução do poder familiar. CC, Art. 1635, I.
Abertura da sucessão. CC, Art. 1784.
Extinção dos contratos personalíssimos, como locação de serviços. CC, Art. 607.
Extinção da obrigação de pagar alimentos, que se transferem aos herdeiros do devedor. CC, Art. 1700. 
Obs. Todavia não é completo o aniquilamento do “de cujos”. Sua vontade sobrevive por meio do testamento, ao cadáver é devido respeito. Certos direitos produzem efeitos pós morte. Ex: direito moral, direito do autor. 
Morte civil = na antiguidade, aquele que perdia status liberatis (sua liberdade) reduzido à condição de escravo, os condenados a pena perpétua, eram considerados mortos para o mundo e assim tratados pelo direito. 
Obs. ainda hoje, no nosso direito positivo, podemos encontrar algum vestígio de morte civil. (CC, Art. 1814 a 1816). Indignidade – pena civil que priva do direito de herança o herdeiro, legatário que cometeu atos criminosos ou reprováveis, taxativamente numerados em lei, contra a vida, a honra e a liberdade do “de cujos”. 
Morte presumida = (ler CC, Art. 7°).
Dá-se pela decretação judicial da ausência de uma pessoa. (CC, Arts. 22 a 39 – CPC, Arts. 1161 e 1168). 
Se uma pessoa desaparece sem deixar notícia qualquer interessado na sua sucessão ou Ministério Público, poderá requerer ao juiz a declaração de sua ausência e a nomeação de curador. 
Ausência = é quem desaparece de seu domicílio sem que dele se tenha notícias. (ausência = não presença + falta de notícia + sentença judicial). 
COMORIÊNCIA = (ler CC, Art. 8°).
 O vocábulo comoriência provém do latim, commorientia, e significa morte simultânea de duas ou mais pessoas. Para efeitos jurídicos, notadamente em matéria de sucessões, às vezes é relevante à definição da ordem cronológica de falecimento, quando parentes são encontrados mortos. A questão tratada pelo Art. 8º do CC tem aplicação apenas quando as pessoas consideradas mantêm vínculo entre si capaz de influenciar na sucessão (Paulo Nader). 
Comoriência é a morte de duas ou mais pessoas na mesma ocasião e por força do mesmo evento ou acontecimento, sendo elas reciprocamente herdeiras uma das outras (Washington de Barros Monteiro). 
Comoriência ou morte simultânea é a morte de duas ou mais pessoas na mesma ocasião em razão do mesmo acontecimento. Embora o problema da comoriência, em regra, alcance casos de morte conjunta ocorrida no mesmo acontecimento, ele se coloca, com igual relevância, no que diz respeito ao efeito dependente de sobrevivência, à hipótese de pessoas falecidas em locais e acontecimentos distintos, mas em datas e horas simultâneas ou muito próximas (Maria Helena Diniz). 
ATO DO REGISTRO CIVIL (ler CC, Art. 9°).
Registro = conjunto de atos autênticos que demonstram prova segura e certa do estado das pessoas.
SERÃO AVERBADOS EM REGISTRO PÚBLICO (ler CC, Art. 10).
Importância da averbação = (escrever a margem do registro). 
Ao lado do registro, surge um ato específico, a averbação, ante a necessidade de se fazer exarar todos os fatos que venham atingir o estado da pessoa e, consequentemente o seu registro civil, alterando-o por modificarem ou extinguirem os dados dele constantes (Lei n. 6015/73, Art. 97, 98, 100 e 101). 
BIBLIOGRAFIA:
Maria Helena Diniz
Paulo Nader
Carlos Roberto Gonçalves.

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