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Direito Constitucional I

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A República Federativa do Brasil é um Estado composto por Federação, razão pela qual possui como característica principal a existência de uma Constituição.
Para a criação de uma Constituição ou sua modificação o Ordenamento Jurídico reconhece a existência do Poder Constituinte que tem como titular o povo.
O Poder Constituinte é responsável pela criação e modificação de uma Constituição, se apresentando da seguinte espécie: originário, derivado, decorrente e difuso.
Poder Constituinte Originário – É aquele que faz surgir uma Nova Ordem Constitucional, ou seja, cria Constituição. Esse Poder Originário possui 3 características: é ilimitado, incondicionado e inicial.
Será ilimitado porque poderá ser exercido de forma ampla, fazendo constar na Nova Constituição o que entender importante.
É incondicionado em razão da não observância de qualquer processo de elaboração constitucional anterior.
É inicial porque faz surgir um Novo Ordenamento Constitucional.
Poder Constituinte Derivado – É o responsável pela modificação das normais constitucionais, ou seja, criará as emendas constitucionais. 
O Poder Constituinte Derivado sofre limitações impostas pelo Poder Constituinte Originário, essas limitações são: temporal, circunstancial, material e formal.
A limitação temporal não mais se apresenta no nosso ordenamento, vez que o Art. 3 do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais) estabelecia um prazo de 5 anos para modificação da Constituição, o que já foi ultrapassado.
A limitação circunstancial é aquela que impede que o Poder Constituinte Derivado elabore emendas durante a Intervenção Federal, o estado de defesa e estado sítio (Art. 60 € 1).
A limitação material proíbe que o Poder Constituinte Derivado elabore emendas com finalidade de extinguir certas matérias protegidas pelo Art. 60 € 4).
A limitação formal é aquela que impõe ao Poder Constituinte Derivado a observância do Processo Legislativo estabelecido pelo Art. 60 € 2, 3 e 5 para a elaboração das emendas.
As propostas de emenda a Constituição somente serão apresentadas pelas pessoas enumeradas no Art. 60 Inc. I, II e III, podendo também a Câmara Legislativa do Distrito Federal de somar as Assembleias Legislativas dos Estados para apresentação de propostas.
Para aprovar a emenda, precisa (Art. 60)
1/3 da Câmara dos Deputados. 
Presidente da República. 
Mais da metade da Assembleia Legislativa e dos antes da Federação.
Cabe esclarecer que o povo não é legitimado para apresentação de proposta de emenda da Constituição, podendo apenas apresentar projeto de Lei Complementar ou Ordinário (Art. 61).
Poder Constituinte Decorrente – É aquele conferido aos Estados para a criação e a modificação de suas Constituições, (Art. 25).
O Poder Constituinte Decorrente no primeiro momento será exercido como institucionalizador, vez que cria Constituição do Estado.
Todavia em razão da possibilidade da sua modificação teremos o Poder Constituinte Decorrente de reforma.
O Distrito Federal possuí Lei Orgânica é híbrida porque também se apresenta como Constituição, quando os seus dispositivos tratar a matéria de competência de Estado (Art. 32 € 1).
Os Municípios possuem Poder Constituinte Decorrente, em razão de possuir Lei Orgânica, conforme Art. 29.
Poder Constituinte Difuso – É uma forma imprópria de modificação de Texto Constitucional, vez que esse poder ocorre através de interpretação do STF a uma Norma constitucional, no qual permite a sua modificação sem contudo ocorra alteração no Dispositivo Constitucional. 
O Poder Constituinte Difuso é o que chamamos de Mutação Constitucional.
Nova Ordem Constitucional e Ordenamento Jurídico Pretérito 
A Nova Constituição ao iniciar o Novo Ordenamento Jurídico, poderá ocorrer 3 fenômenos, em razão do Ordenamento Jurídico já existente. Esses fenômenos são: recepção, repristinação e desconstitucionalizador.
Recepção – É a possibilidade de Leis ou Atos Normativos editados anteriores a Constituição, continuar produzindo efeitos no Novo Ordenamento Jurídico, ou seja, as Leis e os Atos Normativos que possui harmonia com a Constituição são recepcionados, todavia, caso não haja compatibilidade serão revogados de forma tácita.
As Leis e os Atos Normativos editados após a Constituição, que não haja harmonia serão considerados inconstitucionais. 
Repristinação – Significa que uma Lei Revogada volta ao Ordenamento Jurídico para produzir seus efeitos, em razão da Lei Revogadora ter sido Revogada por uma Nova Lei, tendo estas o seu próprio texto restabelecido os efeitos da Primeira Lei Revogada.
A repristinação não se aplica no nosso Ordenamento Jurídico, vez que não se encontra tal previsão de forma expressa no Texto Constitucional.
Observação: A repristinação não se aplica, porém o Ordenamento Jurídico reconhece a existência dos efeitos repristinatórios de uma Lei, em razão de decisão do STF em ação direta de inconstitucionalização (Art. 11 € 2 da Lei 9868/99).
Desconstitucionalização – A desconstitucionalização que Normas de uma Constituição anterior compatível com a Nova Ordem Constitucional serão rebaixadas (desconstituídas) para a condição de Leis Ordinárias e após são recepcionadas. 
Classificação das Normas Constitucionais 
As Normas Constitucionais quanto ao seu efeito, são classificadas segundo José Afonso da Silva em: Normas de Eficácia Plena, Normas de Eficácia Contida e Normas de Eficácia Limitada.
Normas de Eficácia Plena – São aquelas que produzem seus efeitos de forma imediata, sem que haja qualquer atuação infraconstitucional (Art. 5 Inc. 68).
Normas de Eficácia Contida – São Normas de aplicação imediata, porém os seus efeitos podem ser reduzidos pelo Legislador infraconstitucional (Art. 5 Inc. 13).
Normas de Eficácia Limitada – São Normas que somente produzirão seus efeitos após a atuação do Legislador infraconstitucional.
Essas Normas são classificadas em:institucionalizadoras e programáticas.
Normas de Eficácia Limitadas Inconstitucionalizadoras – São aquelas que dependem do Legislador Ordinário para a criação de uma entidade ou de um órgão. 
Normas de Eficácia Limitada Programáticas – São Normas que somente produzem seus efeitos após o Legislador Ordinário estabelecer programas para a sua aplicação como por exemplo o que dispõe o Art. 196.

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