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Resumo do livro dos delitos e das penas

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RESUMO DO LIVRO DOS DELITOS E DAS PENAS
 A presente obra filosófica mostra na época tese de que as penas constituíam uma vingança a aqueles que cometiam crime, aplicando penas desproporcionais aos delitos cometidos pelas pessoas.
 Busca-se com ao trabalho, segundo Casare Beccaria qual é a origem das penas, e qual o fundamento do direito de punir? Quais serão as punições aplicáveis aos diferentes crimes? Será a pena de morte verdadeiramente útil, necessária, indispensável para a segurança e a boa ordem da sociedade? Serão justos os tormentos e as torturas? Conduzirão ao fim que as leis se propõem? Quais os melhores meios de prevenir os delitos? Serão as mesmas penas igualmente úteis em todos os tempos? Que influência exercem sobre os costumes?
 Ao consultar os princípios dos seres humanos, encontraremos o fundamento de punir, pois o homem que vivia em sociedade não gozava de segurança pública, e para garantir tal status foi preciso que cada homem entregasse parte de suas liberdades para se afastarem dos temores que os torneavam e para garantir a Ordem Pública formou-se então uma Nação Soberana, aquele que foi encarregado pelas leis do depósito das liberdades e dos cuidados da administração foi proclamado o soberano do povo.
O conjunto de todas essas pequenas porções de liberdade é o fundamento do direito de punir. Todo exercício do poder que se afastar dessa base é abuso e não justiça; é um poder de fato e não de direito; é uma usurpação e não mais um poder legítimo e as penas que se afastam de tal finalidade passa ser então injusta.
Surge como consequência desses princípios que só as leis podem fixar as penas de cada delito e que o direito de fazer leis penais não pode residir senão na pessoa do legislador, que representa toda a sociedade unida por um contrato social não pode o Magistrado usurpa tal função por que senão a pessoa seria condenada duas vezes pela pena antiga e a nova criado pelo magistrado não compete a este julgar além do que prescreve lei criada pelo poder soberano. 
 Não pode aquele que fez a lei, decidir porque haverá um conflito de interesse entre o poder soberano e o homem, um dizendo que houve violação ao contrato social e outro alegando que não violou, por está razão cabe a um Magistrado de forma imparcial decidir se houve ou não quebra do contrato social o que não justifica aplicação de penas cruéis, pois ai sim estaria violando o contrato social firmado pela sociedade.
 No que tange a interpretação dessa lei, não cabe ao juiz interpretar a lei, mas apenas obedecê-la, pela razão de não serem legisladores maior deve ser a lei geral; a menor, a ação conforme ou não à lei; a consequência, a liberdade ou a pena. Se o juiz for constrangido a fazer um raciocínio a mais, ou se o fizer por conta própria, tudo se torna incerto e obscuro. 
Com leis penais executadas à letra, cada cidadão pode calcular exatamente os inconvenientes de uma ação reprovável; e isso é útil, porque tal conhecimento poderá desviá-lo do crime. Gozará com segurança de sua liberdade e dos seus bens; e isso é justo, porque é esse o fim da reunião dos homens em sociedade.
 É verdade, também, que os cidadãos adquirirão assim um certo espírito de independência e serão menos escravos dos que ousaram dar o nome sagrado de virtude à covardia, às fraquezas e às complacências cegas; estarão, porém, menos submetidos às leis e à autoridade dos magistrados.
 Não podem as leis ser imprecisas, devem ser acessíveis ao povo de forma clara e precisa, e quanto mais tiverem conhecimento de seus atos menos crimes praticaram.
 Enquanto o texto das leis não for um livro familiar, uma espécie de catecismo, enquanto forem escritas numa língua morta e ignorada do povo, e enquanto forem solenemente conservadas como misteriosos oráculos, o cidadão, que não puder julgar por si mesmo as consequências que devem ter os seus próprios atos sobre a sua liberdade e sobre os seus bens, ficará na dependência de um pequeno número de homens depositários e intérpretes das leis.
 No que refere a prisão dar-se-á ao magistrado a discricionariedade de retirar a liberdade dos cidadãos por motivos contrário a ordem pública
 A lei deve estabelecer, de maneira fixa, por que indícios de delito um acusado
pode ser preso e submetido a interrogatório e mais a prisão não deveria deixar nenhuma nota de infâmia sobre o acusado cuja inocência foi juridicamente reconhecida, mas o estado para demos tratar o senso de poder, coloca o suspeito inocente e o acusado convicto em mesma situação de masmorra sendo que a prisão entre nós é um meio de suplicio em vez de ser uma medida para deter o acusado sendo assim conservamos ainda a barbárie e as ideias ferozes dos caçadores do norte, nossos selvagens antepassados. 
As leis e os costumes de um povo estão sempre atrasados de vários séculos
em relação às luzes atuais conservando ainda as babáreis dos nossos antepassados.
 Os indícios deixados pelo delito, podem distinguir-se em provas perfeitas e provas imperfeitas. As provas perfeitas são as que demonstram positivamente que é impossível que o acusado seja inocente. As provas são imperfeitas quando não excluem a possibilidade da inocência do acusado.
 Uma única prova perfeita é suficiente para autorizar a condenação; se se quiser, porém, condenar sobre provas imperfeitas, como cada uma dessas provas não estabelece a impossibilidade da inocência do acusado, é preciso que sejam em número muito grande para valerem uma prova perfeita, isto é, para provarem todas juntas que é impossível que o acusado não seja culpado.
 Uma legislação sábia é aquela cujos efeitos são sempre felizes é a que prescreve que cada um seja julgado por seus iguais; porque, quando se trata da fortuna e da liberdade de um cidadão, todos os sentimentos inspirados pela desigualdade devem silenciar quando do julgamento.
 Não menos importante em uma boa legislação, darmos um certo grau de confiança as testemunhas, todo homem razoável, isto é, todo homem que puser ligação em suas ideias e que experimentar as mesmas sensações que os outros homens, poderá ser recebido em testemunho. Mas, a confiança que se lhe der deve medir-se pelo interesse que ele tem de dizer ou não dizer a verdade.
 É, pois, por motivos frívolos e absurdos que as leis não admitem em testemunho nem as mulheres, por causa de sua franqueza, nem os condenados, porque estes morreram civilmente, nem as pessoas com nota de infâmia, porque, em todos esses casos, uma testemunha pode dizer a verdade, quando não tem nenhum interesse em mentir.
 Para Casare Beccaria acusações secretas são abusos manifesto, mais que em algumas nações fazem necessário pela franqueza de sua constituição.
 Em bora respeita-se a constituições alguns Estados que permitiam as acusações secretas sua opinião era contrário pois utiliza-se das palavras de Montesquieu: as acusações públicas são conformes ao espírito do governo republicano, no qual o zelo do bem geral deve ser a primeira paixão dos cidadãos.
A tortura é uma barbaria, utilizada pelas maiorias dos Governos quando para retirar a verdade do acusado utiliza-se da força, compelindo a pessoa contra a sua vontade a confessar um crime que não cometeu, um homem não pode ser considerado culpado antes da sentença do juiz.
 Constatado um delito deve-se conceder ao acusado lapso temporal de um processo, tempo mínimo para que possam demostrar sua inocência lapso temporal de um processo, cabe exclusivamente às leis fixar o espaço de tempo que se deve empregar para a investigação das provas do delito, e o que se deve conceder ao acusado para sua defesa o que varia de acordo com o delito praticado.
 Os castigos têm por fim único impedir o culpado de ser nocivo futuramente à sociedade e desviar seus concidadãos da senda do crime. Entre as penas, e na maneira de aplicá-las devem proporcionalmente aos delitos, cometidos pelas pessoas (proporcionalidade das penas).
 Os homens que viviam naquela época em sociedade cederam parte de sua liberdadepara um ente soberano com a finalidade de que este mantenha a Ordem Pública aplicando penas razoáveis aos delitos, em momento algum outorgou o poder para esse ente soberano pudesse retirar sua vida. O castigo deve ser inevitável ao direito das graças, o direito de conceder graça é sem dúvida a mais bela prerrogativa do trono; é o mais
 Precioso atributo do poder soberano; mas, ao mesmo tempo, é uma improbação tácita. Das leis existentes.
 Quando a pratica de um deleito, não é justo colocar a cabeça das pessoas a prêmio, até por que pode ocorrer que um inocente seja confundido com o delinquente e pague pelo delito que não cometeu.
 Os meios que a legislação emprega para impedir os crimes devem, proporcionais, ser mais fortes à medida que o delito é mais contrário ao bem público e pode tornar-se mais comum. Deve, pois, haver uma proporção entre os delitos e as penas.
 Classifica-se os delitos em subcategorias sendo que se uma ação humana não pertencer nenhuma dessa categoria não haverá delito por falta de tipificação. Todos os delitos que destrói a sociedade têm que esta prevista no Ordenamento Jurídico.
Injúrias pessoais se caracterizam por serem contrário à honra do homem, portanto a ideia da honra é uma ideia complexa, formada não somente de várias ideias simples, mas também de várias ideias complexas por si mesma.
Duelos consistiam em confrontos pessoais entre pessoas para defender a sua honra, sendo que um homem que recusava um duelo era desprezado pela sociedade esse mecanismo era uma forma arbitraria de resolução de conflito, denominado como exercício arbitrário das próprias razões.
 Um roubo cometido sem violência só deveria ser punido com uma pena pecuniária. A pena mais natural do roubo será, pois, essa espécie de escravidão, que é a única que se pode chamar justa, isto é, a escravidão temporária, que torna a sociedade senhora absoluta da pessoa e do trabalho do culpado, para fazê-lo expiar, por essa dependência, o dano que causou e a violação do pacto social.
 O Contrabando é um verdadeiro delito que ofende o soberano e a nação, e também gerado pelas próprias leis, porque, quanto mais se aumentam. Os direitos, tanto maior é a vantagem do contrabando. O confisco das mercadorias proibidas, e mesmo de tudo o que se acha apreendido com objetos de contrabando, é uma pena justíssima.
 No que refere as falências o Legislador que percebe o preço da boa fé nos contratos, e que quer proteger a segurança do comércio, deve dar recurso aos credores sobre a pessoa mesma dos seus devedores, quando estes abrem falência. Importa, porém, não confundir o falido fraudulento com o que é de boa-fé, se a fraude do falido for muito duvidosa, será melhor optar por sua inocência. 
 Os delitos que perturbem a ordem pública, são definidos como tumultos de pessoas que se batem na via pública, destinados ao comércio e à passagem dos cidadãos que ofendem o repouso e a tranquilidade.
 Há governos que sofrem com a ociosidade, no seio do trabalho e da indústria uma que é contraria ao fim político e social, são em pessoas inúteis que não dão nem trabalho e nem riquezas a sociedade, quero dizer pessoas que não conhecem a necessidade de administrar ou aumentar as comodidades da vida indiferentes as prosperidades do estado só inflamam por opiniões que lhes agradam.
 Suicídio é um delito que parece não poder ser submetido a nenhuma pena propriamente dita; pois essa pena só poderia recair sobre um corpo insensível e sem vida, ou sobre inocentes. Ora, o castigo que se aplicasse contra os restos inanimados do culpado não poderia produzir outra impressão sobre os espectadores senão a que estes experimentariam ao verem fustigar uma estátua.
 Se a pena é aplicada à família inocente, ela é odiosa e tirânica, porque já não há liberdade quando as penas não são puramente pessoais.
 Toda lei que não é forte por si mesma, toda lei cuja execução pode ser impedida em certas circunstâncias, jamais deveria ser promulgada. Uma lei que tentasse tirar aos cidadãos a liberdade de abandonar seu país, seria uma lei inútil Trata-se de um crime que só Deus pode punir, após a morte do culpado.
Há crimes praticados na sociedade que são difíceis de constatar ou seja de provar devido sua finalidade como por exemplo: adultério, a pederastia, o infanticídio
Cada classe social terá um posicionamento diferente as luzes da religião, diria O adultério é produzido pelo abuso de uma necessidade constante, comum a todos os mortais, anterior à sociedade ao passo que os outros delitos, que tendem mais ou menos à destruição do pacto social, são antes o efeito das paixões do momento do que das necessidades da natureza.
 Em uma espécie particular de delito homens vivo serviam de alimentos as chamas, em que a multidão feroz comprazia em ouvir os gemidos abafados dos infelizes, em que cidadãos corriam para ver o espetáculo agradável e contemplar a morte de seus irmãos em lugares pública sendo a violência se opondo a razão da autoridade.
 As falsas ideias que os legisladores tiveram da utilidade são fontes de erros e injustiça. Ter falsas ideias de utilidade é ocupar-se mais com inconvenientes particulares do que com inconvenientes gerais; podem considerar-se igualmente como contrárias ao fim de utilidade as leis que proíbem o porte de armas, pois só desarmam o cidadão pacífico, ao passo que deixam o ferro nas mãos do celerado, bastante acostumado a violar as convenções mais sagradas para respeitar as que são apenas arbitrárias. Em fim também podem chamar-se de falsas ideias de utilidade as que separam o bem geral dos interesses particulares, sacrificando as coisas e as palavras.
Se as disposições cruéis e os outros vícios das leis penais foram aprovados pelos legisladores mais esclarecidos, nas repúblicas mais livres, é que se considerou o Estado antes como uma sociedade de famílias do que como a associação de um certo número de homens.
 Nas sociedades compostas por famílias, as crianças ficam subordinadas a autoridade do chefe. Nas sociedades republicanas os cidadãos são subordinados por um contrato social firmado em que as famílias estão sujeitas a este contrato.
 Há muito tempo atrás as penas impostas tinham caráter de fisco quero dizer todas as penas eram pecuniárias.
 Por fim Cesare Beccaria dizia que o melhor meio é prevenir o delito é evitar antes que aconteça, uma boa legislação não é senão a arte de proporcionar aos homens o maior bem-estar possível e preservá-los de todos os sofrimentos que se lhes possam causar, segundo o cálculo dos bens e dos males desta
vida, porém os meios que são empregados são em geral insuficientes ou contrário ao fim que se propõe. Ora, quanto mais se estender a esfera dos crimes, tanto mais se fará que sejam cometidos. Porque se verão os delitos multiplicar-se à medida que os motivos de delitos especificados pelas leis forem mais numerosos, sobretudo se a maioria dessas leis não passarem de privilégios, isto é, de um pequeno número de senhores.
 Diz ainda para prevenir os crimes devem as leis ser simples e claras se prodigalizardes luzes ao povo, a ignorância e a calúnia desaparecerão diante delas, a autoridade injusta tremerá, só as leis permanecerão inabaláveis, todo-poderosas; e o homem esclarecido amará uma constituição cujas vantagens são evidentes, uma vez conhecidos seus dispositivos, e que dá bases sólidas à segurança pública.
 Mas a principal maneira de prevenir o delito está na educação tem que as aperfeiçoas. Um grande homem, que esclarece os seus semelhantes e que é por estes perseguidos, desenvolveu as máximas principais de uma educação verdadeiramente útil.
Bibliografia:
Dos Delitos e das Penas (1764) Cesare Beccaria

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