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Transformadores De acordo com ALFONSO MARTIGNONI (1983) as exigências técnicas e econômicas impõem a construção de grandes usinas elétricas, em geral situadas muito longe dos centros de aproveitamento, pois devem utilizar a energia hidráulica dos lagos e rios das montanhas. Surge assim a necessidade do transporte da energia elétrica por meio de linhas de comprimento notável. Por motivos econômicos e de construção, as seções dos condutores destas linhas devem ser mantidas dentro de determinados limites, o que torna necessária a limitação da intensidade das correntes nas mesmas. Assim sendo, as linhas deverão ser construídas para funcionar com uma tensão elevada, que em certos casos atinge a centenas de milhares de volts. Estas realizações são possíveis em virtude de a corrente alternada poder ser transformada facilmente de baixa para alta tensão e vice-versa, por meio de uma máquina estática, de construção simples e rendimento elevado, que é o transformador. Os geradores instalados nas usinas geram a energia elétrica com a tensão de aproximadamente 6000 volts. Para efetuar-se o transporte desta energia, eleva-se a tensão a um valor oportuno por meio de um transformador-elevador. Na chegada de linha, outro transformador executa a função inversa, isto é, reduz a tensão ao valor necessário para a utilização. Podem então ser escolhidas as três tensões, isto é, de geração, de transporte e de distribuição, com plena liberdade, dando-se a cada uma o valor que se apresenta mais conveniente. Naturalmente, nestas transformações o valor de intensidade de corrente sofrerá a transformação inversa à da tensão, pois o produto das mesmas, isto é, a potência elétrica, deve ficar inalterada. 1.2 Características de um transformador ideal O transformador básico é formado por duas bobinas isoladas eletricamente e enroladas em torno de um núcleo comum. Para se transferir a energia elétrica de uma bobina para a outra usa- se o acoplamento magnético. A bobina que recebe a energia de uma fonte CA é chamada de primário. A bobina que fornece energia para uma carga CA é chamada de secundário. O núcleo dos transformadores usados em baixa freqüência é feito geralmente de material magnético, comumente se usa aço laminado. Os núcleos dos transformadores usados em altas freqüências são feitos de pó de ferro e cerâmica ou de materiais não magnéticos. Algumas bobinas são simplesmente enroladas em torno de fôrmas ocas não magnéticas como, por exemplo, papelão ou plástico, de modo que o material que forma o núcleo na verdade é o ar. Se se asssumir que um transformador funcione sob condições ideais ou perfeitas, a transferência de energia de uma tensão para outra se faz sem nenhuma perda. 1.6 Perdas e rendimento de um transformador Os transformadores reais apresentam perdas no cobre e perdas no núcleo. • Perda no Cobre: Os enrolamentos primários e secundários do transformador apresentam inevitavelmente uma determinada resistência elétrica. Estas resistências são chamadas brevemente de resistência primária e secundária do transformador e são normalmente indicadas, em cada fase, com R1 e R2. Estas exercem sobre o funcionamento do transformador um duplo efeito. Em primeiro lugar, determinam uma queda de tensão chamada queda ôhmica primária e secundária: em segundo lugar, produzem uma perda de energia por efeito Joule, cuja potência constitui a perda no cobre primário e secundário do transformador. Para conter esta perda em limites convenientes é necessário tornar suficientemente pequenas as resistências primárias e secundárias, escolhendo-se oportunamente a seção dos condutores do enrolamento. O enrolamento A.T. (Alta Tensão) que possui um número maior de espiras com menor seção, apresenta sempre uma resistência maior que a do enrolamento B.T. (Baixa Tensão). As resistências são, em geral, proporcionadas de maneira que, no funcionamento com carga normal, as perdas nos dois enrolamentos resultam sensivelmente iguais entre si, isto é: R1 * I1 2 ≅ R2* I2 2 As perdas no cobre variam ao variar da carga do transformador e precisamente em proporção ao quadrado da corrente fornecida: no funcionamento a vazio, as perdas produzidas pela corrente a vazio verificam-se somente na resistência primária, tornando-se, portanto, desprezíveis. O cálculo das perdas no cobre resulta muito simplificado quando for referido ao peso do cobre e à perda específica, isto é, a perda em watt por cada quilo de material. As perdas por efeito Joule, num condutor com comprimento de 1 metro e seção de S mm2, são expressas por: Fórmulas para perdas - Colocar Perda no núcleo. As perdas no núcleo têm origem em dois fatores: perdas por histerese magnética e perdas por correntes parasitas. A perda por histerese se refere à energia perdida pela inversão do campo magnético no núcleo à medida que a corrente alternada de magnetização aumenta e diminui e muda de sentido. A perda por corrente parasitas ou correntes de Foucault resulta das correntes induzidas que circulam no material do núcleo. Perda por correntes parasitas: Numa massa metálica sujeita à variação de fluxo, geram-se f.e.m. (Força Eletro Motriz) que produzem, dentro da própria massa metálica condutora, correntes muito intensas, chamadas correntes parasitas. Estas correntes produzem uma força magneto-motriz que se opõe à causa que a produz, isto é, ao fluxo. Assim sendo, o efeito destas correntes constitui uma perda de potência. A fim de se reduzir esta perda de potência é necessário construir-se o núcleo com lâminas de ferro isoladas entre si. Com esta construção, o valor da f.e.m. produzida em cada lâmina é pequeno e atua sobre um circuito elétrico de pequena seção, o que reduz consideravelmente o valor das correntes parasitas e a correspondente perda de potência. A perda de potência produzida pelas correntes parasitas é expressa em watts pela seguinte equação: Perda por histerese magnética : Por qualquer núcleo magnético sujeito a magnetizar-se percorre um ciclo de histerese todas as vezes que o campo magnetizante varia de + BM a – BM E deste novamente pra + BM, sendo a potência perdida proporcional à superfície do ciclo. Esta perda foi interpretada como sendo necessária para vencer os atritos entre os magnetos
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