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ESTRUTURA DA NORMA JURÍDICA - Art. 59, parágrafo único, CF – Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. LEI COMPLEMENTAR Nº 95/98. Art. 1º, § 2º. Na numeração das leis serão observados, ainda, os seguintes critérios. I – as emendas à Constituição Federal terão sua numeração incorporada a partir da promulgação da Constituição; II – as leis complementares, as leis ordinárias e as leis delegadas terão numeração sequência em continuidade às séries iniciadas em 1946. - PARTE DA NORMAL I. Preliminar Epígrafe, a ementa, a preâmbulo, o anunciado do objeto e a indicação do âmbito de aplicação das disposições normativas. - Epígrafe – LEI COMPLEMENTAR Nº 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998 - Ementa – “dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do Art. 59 da Constituição Federal e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona. ” - Preâmbulo – O PRESIDENTE DA REPÚBLICA faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei complementar. II. Normativa 1º artigo da lei: I. único objeto II. vedação de matérias estranha III. âmbito de aplicação da norma IV. o mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei, exceto quando a subsequente se destine a complementar a lei considerada básica, vinculando-se a esta por remissão expressa. III. Final - Vigência da lei – indicação de forma expressa e de modo a complementar o prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” para as leis de pequena repercussão. - Contagem do prazo – inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. - CLÁUSULA DE REVOGAÇÃO – deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogantes. EXEMPLO: Art. 2.045. Revogam-se a Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916 – Código Civil e Parte Primeira do Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850 ARTICULAÇÃO E DA REDAÇÃO DAS LEIS EXEMPLO: Lei 2009/2009 Art. 1º. Aqui virá o caput, que é o enunciado do artigo § 1º. Aqui virá o texto do parágrafo único, que é um desdobramento do artigo, que terminará com dois-pontos porque será complementado pelo inciso abaixo: I – Aqui virá o texto do inciso I, que será desdobrado na alínea abaixo: a) aqui virá o texto da alínea a, que conterá os itens abaixo: 1. informação do primeiro item; 2. informação do segundo item. Art. 1º a 9º: ordinal Art. 10 e seguintes: cardinal Incisos: números romanos: I, II, III, IV, V... Alíneas: letras minúsculas: a, b, c, d... Parágrafos: § ou parágrafo único Itens: 1, 2, 3, 4... AGRUPAMENTO DE ARTIGOS - Parte - Livre - Título - Capítulo - Seção - Subseção Normas deverão ser redigidas com clareza, precisão e ordem lógica. - CLAREZA: expressões de uso comum, frases curtas e diretas, uso do tempo presente ou futuro. - PRECISÃO: linguagem para a compreensão do objetivo da lei, usar a mesma palavra no texto, evitar expressões regionais, siglas devem ser explicadas. - ORDEM LÓGICA: a) reunir sob as categorias de agregação – subseção, seção, capítulo, título e livro – apenas as suposições relacionadas com o objeto da lei; b) restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único assuntou ou princípio; c) expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por este estabelecida; d) promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, alíneas e itens. ALTERAÇÃO DAS LEIS - A alteração da lei será feita: I – Mediante reprodução integral em novo texto, quando se tratar de alteração considerável; II – Mediante revogação parcial; III – Nos demais casos, por meio de substituição, no próprio texto, do dispositivo alterado, ou acréscimo de dispositivo novo, observadas as seguintes regras: - Manter a numeração. EX: Art. 475 - A - Vedado o uso de numeração de artigo revogado ou declarado inconstitucional; - Reordenação interna do artigo é possível acompanhada de NR CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS - A consolidação consistirá na integração de todas as leis pertinentes a determinada matéria num único diploma legal, revogando- se formalmente as leis incorporadas à consolidação, sem modificação do alcance nem interrupção da força normativa dos dispositivos consolidados. VIGÊNCIA DA LEI NO ESPAÇO - Soberania estatal: a norma aplica-se no espaço delimitado pela fronteira. - Vigência espacial limitada: no território do Estado, nas suas águas e sua atmosfera. - Diante das relações do estado moderno: os Estados permitem a aplicação de normas estrangeiras para conciliar duas ou mais ordens jurídicas - ADOTAMOS A TEORIA DA TERRITORIALIDADE MODERADA: 1. Princípio da territorialidade: a norma aplica-se no território do Estado, inclusive ficto. Ex: embaixadas, consulados, navios de guerra, navios mercantes em alto mar, navios estrangeiros em águas territoriais e aviões no espaço aéreo do Estado. a) Regime de bens e obrigações: aplica-se a lei do local do bem (lex rei sitae) ou do lugar da celebração do negócio (locus regit actum). Art. 8º LINBD Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. § 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. Art. 9º LINBD Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem. § 1º . Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. b) A prova de fato ocorridos em território estrangeiro rege-se pela lei do local (locus regit actum). Art. 13. LINDB A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 2. Princípio da extraterritorialidade: aplica-se a norma em território estrangeiro, segundo os princípios e convenções internacionais. a) Estatuto pessoal: situação jurídica que rege o estrangeiro pela lei do país de origem. Art. 7º LINDB: A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. - Domicílio: lugar onde reside com ânimo definitivo. b) Competência da autoridade judiciária: o judiciário brasileiro pode conhecer de todas as causas que figure um réu domiciliado no Brasil ou se obrigação tiver que ser cumprida no Brasil. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. - LIMITE à EXTRATERRITORIALIDADE: Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderema soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes RACIOCÍONIO JURÍDICO CONTEMPORÂNEO - Escola do positivismo: elimina do direito elementos externos que traziam subjetividade à aplicação do Direito (tais como justiça, ética e moral, e outros valores sociais e políticos), para assim evitar sua variabilidade. - Ao concentrar-se em critérios de legalidade e validade da norma jurídica, o magistrado aplica o direito posto sem qualquer objeção, conforme critérios previamente estabelecidos pela lei. - A objetividade do julgamento garantia um tratamento isonômico a todos, ao levar uma igualdade formal sem atentar-se para as peculiaridades de cada relação humana. SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: queda do positivismo com a reinserção da moral no direito. - A objetividade conduziu a coisificação do ser humano. - Pós-Positivismo: a lei não esgota o direito, uma vez que há um conjunto de valores que o legislador está obrigado a promover, inclusive a justiça. - O raciocínio jurídico não é mais a simples submissão dos fatos à lei, mas também não pode ser apenas a busca de uma solução equitativa. - O juiz, assim, deverá buscar uma decisão que considere o valor da solução sem se desligar de sua conformidade com o direito, do contrário estaria a praticar atividade típica do poder Legislativo, e a causar inegável insegurança jurídica. Pós positivismo não tem o objetivo de criar um caos no direito, por isso demanda-se alguns métodos de interpretação e coerência argumentativa. - TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO - visa questionar e demonstrar a possibilidade e a validade de uma fundamentação racional do discurso jurídico, mediante regras e formas. - A possibilidade de justificação racional do discurso jurídico é primordial para a cientificação do direito e para a solidez de um Estado Democrático de Direito. - Fundamentar suas decisões: controlar arbitrariedade nas decisões exigindo a apresentação dos motivos. - CF Art. 93, IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, (...) Chaïm Perelman (1912-1984): LÓGICA JURÍDICA - Como saber se uma decisão judicial foi correta? JUÍZO DE REALIDADE (COMPROVADO EMPIRICAMENTE) X JUÍZO DE VALOR (NÃO EXISTE REFERENCIAL CONFIRMATÓRIO). - Perelman: “não havia lógica específica dos juízos de valor, mas que nas áreas examinadas, bem como em todas aquelas em que se trata de opiniões controvertidas, quando se discute e delibera, recorre-se a técnicas de argumentação. ” (p. 138) - No direito, fazemos JUÍZOS DE VALOR. O FATO SOCIAL por mais claro e certo que seja tem sempre mais de um ponto de vista. A INTERPRETAÇÃO DO FATO é que levará ao argumento, sem se descuidar de que essa interpretação deverá analisar o contexto. - É com tal análise que se chegará à “verdade”, e a depender da carga valorativa do intérprete – e também do ouvinte – essa verdade será uma ou outra. - A correção/’verdade’ da decisão judicial resultaria da aceitabilidade do seu resultado = quantidade de pessoas que consegue persuadir = Conceito de adesão. - CONCEITO DE AUDITÓRIO: O discurso deverá ser adaptado ao auditório para que a persuasão seja maior. - “O raciocínio jurídico manifesta-se, por excelência, no processo judiciário. ” (PERELMAN, 2000, p. 209). - Necessidade de motivar as decisões judiciais: motivar é dar as razões da decisão. Afasta a arbitrariedade. - Auditório do juiz: as partes, os juristas e a sociedade. - O magistrado deverá, em suas sentenças, aplicar a lei escrita e emanada do poder Legislativo, vez que esse poder é contido por representantes do povo na democracia, conciliando-a com os valores predominantes na sociedade de seu tempo. O que fazer quando a solução mais aceita pela sociedade é diferente daquela disposta na lei? Para Perelman, o juiz deve buscar um meio de conciliar a fidelidade à lei com uma solução justa. “A paz judicial só se restabelece definitivamente quando a solução, a mais aceitável socialmente, é acompanhada de uma argumentação jurídica suficientemente sólida” (2000, p. 191). - A busca dessas argumentações é o relevante trabalho da doutrina e jurisprudência que, a contribuir para a evolução do direito, cria novas teorias e faz construções jurídicas para justificar as decisões da Corte. ROBERT ALEXY - TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO - Alexy estabelece uma diferença entre norma e texto. - NORMA é sempre um produto da interpretação do enunciado linguístico em face de um determinado caso concreto. - TEXTO é um ponto de partida para chegar a uma norma, assim pode-se chegar a normas diferentes oriundas de um mesmo texto. Existe diversos elementos da realidade que vão determinar qual é a norma no caso concreto. EX: é proibido usar roupa de banho. Limites Imanentes Enunciado/ texto Literalidade Norma Produto de Interpretação do direito A norma é um PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO desses textos a luz de um caso concreto e essa interpretação vai ter que nos proporcionar o que ele chama de ‘enunciados deônticos’ ou ‘funtores deônticos’: - Pode obrigar a fazer algo, proibir de fazer algo ou autorizar uma conduta. - Precisa-se de um método para conferir racionalidade a esse processo de construção de um sentido da norma. - Não se pretende garantir uma racionalidade absoluta porque ainda existem várias respostas racionais para uma mesma pergunta. Fala-se me racionalidades possíveis ou racionalidade fraca/débil. - Alexy então parte PARA TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA PAUTADA NOS PRINCÍPIOS. PRINCÍPIOS: são normas jurídicas que geram funtores deônticos (obrigação, proibição e permissão). Ao gerar deveres, não podem fazê-lo sem controle ou racionalidade. - Regras são aplicadas por subsunção = lógica do tudo ou nada. Critérios de antinomia quando em conflito. - Princípios são aplicados por ponderação/sopesamento. - SANCHIS: ponderar é buscar a melhor decisão quando na argumentação ocorrem razões conflitivas e de mesmo valor. (P. 142) - Relação de precedência no caso concreto: qual princípio naquela situação prevalece.
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