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O que são os precursores de linguagem? A linguagem verbal não é um evento que surge de forma automática. Entre o nascimento do bebê humano e o uso da linguagem verbal há um caminho sofisticado feito pela cognição. São etapas do desenvolvimento indispensáveis que nos ajudam a rastrear os riscos do desenvolvimento da criança e muitas vezes chegar ao diagnóstico do TEA. Quando nos dispomos à alfabetizar uma criança com TEA precisamos antes de tudo realizar uma avaliação do seu desenvolvimento, em especial do desenvolvimento pedagógico. Os precursores de linguagem serão convocados durante todo o tempo no processo de aquisição de leitura e escrita e por isso, acreditamos que esta orientação pode ser útil aos participantes deste curso. Quais são os precursores de linguagem? O olhar O sorriso responsivo Movimentos antecipatórios Atenção conjunta e compartilhada Uso do dedo indicador, envolvendo o apontar declarativo e imperativo. Imitação, dentre outros. Quais são os indispensáveis durante a alfabetização e de que forma podem colaborar? O olhar É o início da comunicação humana e uma sofisticada forma de interação social. O olhar é indispensável na alfabetização para o reconhecimento e grafia de letras, palavras e frases. Será necessário que o aluno em processo de alfabetização seja convidado a olhar na direção correta e também para a nossa face. Os sentimentos que expressamos através do olhar serão importantes na interpretação e nas relações intersubjetivas. O movimento de nossa boca na articulação dos fonemas, serão percebidos pelo olhar da criança. Caso a criança ainda não faça uso do olhar adequadamente, o pai, o professor ou terapeuta pode: Conduzir o olhar da criança na direção adequada com uma lanterna; Movimentos antecipatórios Espera-se que o bebê antecipe com gestos o desejo de ir para o colo do adulto ou buscar algo que não esteja ao seu alcance. Este gesto é acompanhado do olhar. Na alfabetização necessitaremos deste precursor para que a criança receba uma atividade ou material que será utilizado na leitura e na escrita. Ao se antecipar ele também se mostrará motivado para a interação e para a produção escolar. Caso a criança não apresente este precursor, você pode: Segurar um objeto que ela gosta e fazer um leve movimento em sua direção para que ela tenha interesse em buscá-lo. Caso a criança use a mão do adulto como ferramenta, inverter a posição das mãos, colocando a mão do adulto sobre a da criança para que ela perceba que pode pegar e buscar objetos com autonomia. Uso do apontar Esta etapa envolve olhar para onde o adulto aponta e apontar de forma autônoma. Existe uma sutil diferença quando o adulto aponta, mas um examinador bem treinado conseguirá perceber o detalhe. A criança típica, em via de regra, olha para o objeto que é apontado e a criança com TEA olha para a ponta do dedo do examinador. Quando o apontar é feito pela criança, temos dois tipos: o apontar declarativo e o apontar imperativo. O apontar declarativo é utilizado para mostrar algo interessante. A criança deseja compartilhar com o seu interlocutor o que considera interessante. O apontar imperativo se difere do declarativo por representar um pedido, uma solicitação. A criança insiste no seu propósito até ser atendida ou ter ao menos a atenção do adulto. Caso a criança não utilize o dedo indicador, você pode: Fazer pinturas somente com o dedo indicador. Apontar em objetos eletrônicos com a ajuda do adulto, personagens preferidos. Atenção conjunta e compartilhada Ser orientado a olhar para um lugar ou objeto apenas pelo olhar do adulto ou dividir a atenção entre um brinquedo ou seu interlocutor são atividades sofisticadas de interação social que representam um ensaio para uma futura conversação e consciência da alternância de turno. Para a alfabetização precisaremos que a criança compartilhe a atenção entre o professor, mediador, atividade lúdica ou escrita, sem perder o foco da atenção. Até a conquista da atenção sustentada. Caso ela não tenha este precursor, haverá prejuízos no transporte da informação do plano vertical para o horizontal e como consequência, a dificuldade para reter a informação. Caso a criança não tenha estes precursores, você pode: Brincar de jogar um novelo ou rolo de barbante colorido com pelo menos dois adultos e o aluno, fazendo um grande emaranhado e despertando o interesse da criança acompanhar enquanto o objeto é jogado para os participantes. Imitação A imitação é uma das habilidades mais importantes para o processo de aprendizagem. Na alfabetização este precursor ocupa um lugar de muita importância uma vez que o aluno necessitará desta habilidade para ler, reproduzir, copia, escrever. A imitação reúne uma série de outras habilidades como memória, atenção, interação social. Para ajudar seu aluno a imitar, você pode: Imitar seus gestos; Imitar vídeos e cenas de desenhos. Trabalhar em frente ao espelho. Apresentar vídeos com imagens de pessoas conhecidas. A literatura sobre os precursores é vasta e abaixo você encontra um link para pesquisar mais sobre o assunto. Para iniciar a alfabetização dos alunos com TEA eles são indispensáveis! Boas leituras, ótimo trabalho. Para saber mais, acesse: https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/arti cle/view/25379 http://www.psicopatologiafundamental.org/upload s/files/revistas/volume08/n1/corpo_formas_movim entos_e_ritmo_como_precursores_da_emergencia_ da_intersubjetividade_e_da_palavra_no_bebe_uma _reflexao_sobre_os_inicios_da_linguagem_verbal.p df http://www.fai.com.br/portal/ojs/index.php/omnia saude/article/view/466 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103- 166X2007000100012&script=sci_arttext
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