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Comunicacao e Discurso.apostila

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA - UVA
DISCIPLINA: Comunicação e discurso PROFA. ANA CRISTINA DOS SANTOS 
APOSTILA
Elaborada pela profa Cristina Varandas
O bom uso da língua influi na carreira. Um estudo feito em 39 empresas americanas mostrou que a chance de ascensão profissional está diretamente ligada ao vocabulário que a pessoa domina. Quanto maior seu repertório, mais competência e segurança ela terá para absorver novas ideias e falar em público. 
(Revista Veja, 12 de setembro de 2007.)
AULA : 1
Texto, discurso e comunicação
TEXTO: 
 
 Texto e os fatores de textualidade
Segundo Koch (2007), na construção dos sentidos considera-se que o texto é o resultado de uma atividade verbal, que tem fins sociais, inserida, em um contexto social de produção; também é uma atividade consciente e criativa, pois envolve escolhas para alcançar o objetivo pretendido. Sendo assim, a atividade verbal envolve as escolhas linguísticas, que constroem não apenas o significado semântico para a interação verbal, mas também contribuem para o processo cognitivo de acordo com as práticas socioculturais dos interlocutores.
Portanto, de acordo com Koch o texto não é um produto acabado, mas a partir da construção de sentidos por meio da informação dada, dos saberes acumulados, do conhecimento enciclopédico, do conhecimento de mundo, se estabelece o processamento estratégico, por meio da interação verbal entre os participantes da comunicação.
Para que ocorra sucesso no processamento estratégico, os princípios de textualidade são importantes, pois segundo Fávero (1985) a intencionalidade é o objetivo do locutor de produzir um texto com coesão e coerência, pois garante a interação entre locutor e alocutário, ou seja, contribui para a realização das intenções e consequentemente a produção de efeito no leitor.
Já a aceitabilidade é a disposição do alocutário de aceitar um texto que tem relevância para ele, quer seja pelo conhecimento transmitido pelo texto, como pela disposição de participar de um discurso e interagir com o propósito do locutário
Os efeitos de sentido que o texto pode provocar no leitor, como a compreensão, a consideração e a reação, vão depender da construção de sentidos, que é proporcionada pela intenção do locutor, e também pela aceitabilidade do interlocutor, na interação a partir do discurso. 
Quanto maior é o conhecimento em relação ao tema proposto, maior será a possibilidade de interação entre os interlocutores.
 Acredita-se que a intencionalidade e a aceitabilidade são importantes na interação verbal, pois facilitam a construção de sentidos, estabelece maior nível de inferências e relações com outros textos, e contribui para a intertextualidade.
SANTOS, Edcarmen Souza Loura dos. A INTENCIONALIDADE E A ACEITABILIDADE EM FOCO. In: SEMINÁRIO DO GEL, 57., 2009, Programação... Ribeirão Preto (SP): GEL, 2009. Disponível em: <http://www.gel.org.br/?resumo=5867-09>..
					Sujeito
					
 DISCURSO: 			
Ideologia
O QUE É O DISCURSO? 
O DISCURSO constitui-se no verdadeiro ponto de partida de uma "aventura teórica", expressão empregada por Denise Maldidier para referir-se à verdadeira obsessão de Michel Pêcheux por essa noção. É no discurso e na trama de seus fios que se encontram os nós que amarram essa rede discursiva e a sustentam. Por isso, não se pode falar em discurso sem mobilizar outros sentidos, sem acionar outros conceitos que lhe são constitutivos, como língua, sujeito e história . Assim, o discurso foi para Pêcheux e continua sendo para nós, analistas de discurso dessa vertente teórica, o objeto de uma busca infinita que nos instiga a prosseguir a pesquisa nesse complexo e infindável campo de estudos. Ao tematizar o discurso como objeto-fronteira que trabalha nas grandes divisões disciplinares, a Análise do Discurso lhe confere uma materialidade linguística e histórica, o que vai distingui-lo do modo imanente como a linguística trata a língua e do modo exterior como as ciências humanas usam a língua como instrumento para explicação de textos. O discurso é tanto um lugar privilegiado de observação das relações entre língua e ideologia, como é também um lugar de mediação, de imbricação dentro do dispositivo teórico-analítico, permitindo que se visualizem em seu funcionamento os mecanismos de produção de sentidos desse material simbólico. O discurso é também, de certa maneira, uma metáfora viva, pulsante, que requer, a cada construção, um transporte de um campo a outro. A noção de discurso que nos interessa investigar em nossos projetos apresenta-se como um objeto teórico, sem compromisso com qualquer evidência empírica. O discurso vai trazer indícios de ruptura que o trabalho do analista procura desvendar, compreender, interpretar, através de gestos de interpretação que tentam flagrar o exato momento em que o sentido faz sentido. O sujeito constituído pela linguagem, enquanto contradição e desejo, a história como processo de produção de sentidos e a língua como um corpo espesso e denso atravessado de falhas, são noções que em Análise do Discurso só podem prosperar e florescer, se remetidas à perspectiva do discurso. http://www.discurso.ufrgs.br/projetos.html
Argumentar, convencer, persuadir
Argumentar => É a arte de convencer e persuadir.
Convencer 
É saber gerenciar informação,é falar à razão do outro, demonstrando, provando
Etimologicamente , significa VENCER JUNTO COM O OUTRO e não contra o outro
Convencer é construir algo no campo das ideias. 
Quando convencemos alguém, esse alguém passa a pensar como nós.
Persuadir
É construir no terreno das emoções, é sensibilizar o outro para agir. 
Quando persuadimos alguém, esse alguém realiza algo que desejamos que ele realize
Sugestão de leitura:
ABREU, Antonio Suarez. A Arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. Cotia: ateliê Editorial, 2005
Comunicar
O que dizer
Para quem dizer
Por que dizer
 http://blogdogutemberg.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html
Leitura
 Leitura de mundo: os implícitos e explícitos
 
 WWW.odia.com.br 03/12 http://ricardo-gama.blogspot.com.br/2010_05_22_archive.html
Linguagem verbal e não verbal
Níveis de linguagem
Adequação X Inadequação
 
 
extra.globo.com/capas-jornal-extra/09-04-2012-4526074.html
AULA : 2 – Funções da linguagem / Tipologia textual/ gênero textual
	
	  WWW.pead.letras.ufrj.br
A multiplicidade de funções da linguagem verbal possibilita a cada homem participar da sociedade, integrando-se em um processo cultural mais amplo. Partindo do pressuposto de que a língua representa uma cultura e tem, portanto, um valor de representação, inúmeros linguistas desenvolveram hipóteses teóricas na tentativa de descrever um conjunto mais amplo de funções. Karl Buhler, linguista e psicólogo alemão, sistematizou as funções da linguagem tomando, como ponto de partida, a representação - característica, por excelência, da língua - e reconhecendo duas outras funções, a manifestação psíquica e o apelo.
Kainz, discípulo de Buhler, por considerar que a representação está presente em todo ato linguístico, introduziu uma alteração no quadro de seu mestre. Para Kainz, a representação está presente em três funções: a informação, a manifestação psíquica e o apelo.
Jakobson, por sua vez, manteve as três funções apontadas anteriormente, mas atribuiu-lhes novos nomes: referencial, emotiva e conativa, respectivamente. Além disto, introduziu três novas funções: fática, metalinguística e poética. Distinguiu, portanto,seis funções ao todo, relacionando cada uma delas a um dos componentes do processo comunicativo. Desta forma, em cada ato de fala, dependendo de sua finalidade, destaca-se um dos elementos da comunicação, e, por conseguinte, uma das funções da linguagem. 
	Elementos da Comunicação
	Funções da Linguagem
	contexto (referente) 
	referencial
	remetente
	emotiva 
	mensagem
	poética
	destinatário
	conativa
	contacto (canal)
	fática
	código
	metalinguística 
Quadro das Funções da Linguagem segundo Jakobson
É preciso esclarecer que as seis funções não se excluem - dificilmente temos, em uma mensagem, apenas uma dessas funções. Entretanto, é engano pensar que todas estejam presentes simultaneamente. O que pode ocorrer é o domínio de uma das funções; assim, temos mensagens predominantemente referenciais, predominantemente expressivas etc. 
Embora se reconheça que o estudo das funções da linguagem, centradas nos componentes do ato da fala, seja importante para perceber como o texto se constrói, é preciso lembrar que este estudo não deve se restringir a si mesmo, como é comum em diversos livros didáticos de Língua Portuguesa. Esta orientação tem trazido como consequência, para o estudante, uma visão estanque da linguagem, como se as funções pudessem existir independentes umas das outras, desvinculadas dos mecanismos de construção da textualidade.
Linguistas como Lyons (1977), Brown e Yule (1983) retomaram o estudo das funções da linguagem, com outras abordagens. 
Brown e Yule enfatizam a importância da análise da língua em uso e apontam apenas dois termos para definir as mais importantes funções da linguagem: a transacional - relacionada com a expressão do conteúdo - , e a interacional, que expressa relações sociais e atitudes pessoais.
Atualmente, a tendência é considerar duas grandes funções da linguagem: a cognitiva ou referencial e a pragmática ou interacional. 
	"A Pragmática é uma dimensão no estudo da linguagem que pretende compreender o estudo da língua como meio de ação, de atuação sobre os ouvintes ou leitores. Ela leva em conta os interlocutores e o contexto de situação. Quais são os elementos linguísticos capazes de atuar no leitor? Eles são variados e ocorrem nos diferentes níveis linguísticos, isto é, na seleção vocabular (léxico), na construção sintática, no uso de figuras (estilística) e nas estratégias semântico-pragmáticas ao apresentar ideias e argumentos." (Souza e Carvalho,1992) 
Ingedore Koch, em Linguagem e Interação, ao procurar descrever e explicar as estratégias linguísticas utilizadas pelo ser humano para interagir socialmente, discute as diferentes concepções de linguagem: 
	"A linguagem humana tem sido concebida, no curso da História, de maneiras bastante diversas, que podem ser sintetizadas em três principais: 
a) como representação ("espelho") do mundo e do pensamento;
b) como instrumento ('ferramenta") de comunicação;
c) como forma ("lugar") de ação ou interação. 
A mais antiga destas concepções é, sem dúvida, a primeira, embora continue tendo seus defensores na atualidade. Segundo ela, o homem representa para si o mundo através da linguagem e, assim sendo, a função da língua é representar (= refletir) seu pensamento e seu conhecimento de mundo. 
A segunda concepção considera a língua como um código através do qual um emissor comunica a um receptor determinadas mensagens. A principal função da linguagem é, neste caso, a transmissão de informações. 
A terceira concepção, finalmente, é aquela que encara a linguagem como atividade, como forma de ação, ação interindividual finalisticamente orientada; como lugar de interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais diversos tipos de atos, que vão exigir dos semelhantes reações e/ou comportamentos, levando ao estabelecimento de vínculos e compromissos anteriormente inexistentes. Trata-se, como diz Geraldi (1991), de um jogo que se joga na sociedade, na interlocução, e é no interior de seu funcionamento que se pode procurar estabelecer as regras de tal jogo." 
Essa interação se realiza de maneiras diferentes conforme a modalidade de uso da língua: na língua escrita, Por exemplo, o emissor não está em intercâmbio direto com o receptor, e, por isso, a explicitação de todos os elementos é fundamental para a compreensão da mensagem e o contexto extralinguístico deve ser descrito em detalhe; na conversação natural, são muitas as informações que não precisam aparecer sob a forma de palavras, já que o contexto situacional e os dados que falante e ouvinte dominam, um do outro, permitem a seleção das informações que serão subtendidas.
Na língua falada, portanto, a compreensão não depende apenas de uma decodificação linear dos componentes semânticos dos vocábulos utilizados no enunciado -- a compreensão deve ir mais além. É aí que surge o conceito de implicatura conversacional, exigindo inferências por parte do interlocutor -- esse é o espaço de estudo da pragmática. 
Quando alguém se dirige a outra pessoa, dizendo: "Ufa, que calor, hein!", pode estar querendo abrir a janela, ou ligar o ventilador, sem um pedido direto. A mensagem só será entendida se o interlocutor estiver ligado na situação, decodificando possíveis gestos e expressões faciais do falante. Também as piadas são textos que exigem inferências por parte do ouvinte, já que seu conteúdo ultrapassa o âmbito da mera significação das palavras, jogando sim com uma contextualização mais ampla e com dados que são de conhecimento restrito de um grupo social, de uma comunidade específica, de um momento histórico. Não é à toa que não entendemos piadas de americanos e ingleses, Por exemplo, que se consideram grandes humoristas. Por não dominarmos as referências culturais, contextuais ou situacionais das suas piadas, não conseguimos fazer as inferências necessárias.
Leia a expressão poética do linguista Hjelmslev sobre o conceito de linguagem:
"As funções da linguagem" , de Louis Hjelmslev.
	A linguagem - a fala humana -
é uma inesgotável riqueza de múltiplos valores.
A linguagem é inseparável do homem e
segue-o em todos os seus atos.
A linguagem é o instrumento graças ao qual
o homem modela o seu pensamento,
seus sentimentos,
suas emoções,
seus esforços,
sua vontade e seus atos,
o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado,
a base última e mais profunda da sociedade humana.
Mas é também o recurso último e indispensável do homem,
seu refúgio nas horas solitárias em que o espírito
luta com a existência,
e quando o conflito se resolve no monólogo do poeta
e na meditação do pensador.
Antes mesmo do primeiro despertar de nossa consciência,
as palavras já ressoavam à nossa volta,
prontas para envolver os primeiros germes frágeis de nosso pensamento
e a nos acompanhar inseparavelmente através da vida,
desde as mais humildes ocupações da vida quotidiana
aos momentos mais sublimes e mais íntimos
dos quais a vida de todos os dias retira,
graças às lembranças encarnadas pela linguagem, força e
calor.
A linguagem não é um simples acompanhante,
mas sim um fio profundamente tecido na trama do
pensamento;
para o indivíduo, ele é o tesouro da memória e
a consciência vigilante transmitida de pais para filho.
Para o bem e para o mal,
a fala é a marca da personalidade,
da terra natal e da nação,
o título de nobreza da humanidade 
Leituras Complementares sobre funções da linguagem 
KOCH, Ingedore, G. Vilaça. A inter-ação pela Linguagem. S.Paulo, Contexto, 1996 
OLIVEIRA, Elizabeth Brait et alii. Aulas de Redação. São Paulo. Atual, 1980, pp 22 / 31 
SOUZA, Luiz Marques e CARVALHO, Sérgio Waldeck de. Compreensão e produção de textos. Rio de Janeiro, Libro, 1992. pp 9 / 15. 
VAN DIJK. Cognição, discurso e interação. S.Paulo, Contexto, 1992. 
VANOYE, Francis .As funções da linguagem na expressão e na comunicação, In: Usos da linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1991. pp.52-58. 
	
 www.pead.letras.ufrj.br
	Nas atividades de leitura e produção de textos, torna-senecessário trabalhar com uma tipologia textual que possibilite a sistematização dos recursos linguísticos e dos objetivos que se pretende atingir com a produção de cada modalidade de texto. 
Costuma-se classificar os textos em gêneros que se estruturam com base em diferentes modos de organização do discurso: narração, descrição, exposição, argumentação, injunção e diálogo. 
Mas convém esclarecer que esses modos de organização do discurso podem se combinar para compor o texto, cada um desempenhando uma determinada função: a narração pode ser o eixo condutor do texto, entremeada por descrições de personagens ou cenários; a discussão de um problema pode ser entremeada por pequenas narrativas que ilustrem os argumentos contra ou a favor de um determinado ponto de vista e assim por diante. Há uma dominância de um tipo sobre os demais, definindo-se, portanto, o texto em função da categoria dominante. 
Os modos de organização do discurso podem ser diferenciados segundo alguns critérios, ampliando classificação proposta por Travaglia, 1991: primeiro critério: objetivo com que o texto é produzido 
	descrição
	caracterizar pessoas, lugares, coisas
dar detalhes 
	narração
	contar os fatos, os acontecimentos
	exposição
	refletir, explicar, avaliar, conceituar, expor ideias, analisar
	argumentação
	convencer, argumentar, mudar a opinião do leitor
	injunção
	dizer como fazer, requerer uma ação, levar à realização de uma situação.
segundo critério: perspectiva em que o locutor (enunciador) se coloca 
	descrição
	perspectiva do conhecimento do espaço 
	narração
	perspectiva da localização no tempo 
	exposição
	perspectiva do conhecimento, abstraindo-se do tempo e do espaço
	argumentação
	perspectiva da persuasão
	injunção
	perspectiva do fazer posterior ao momento da produção do texto 
Esses modos de organização do discurso mantêm determinadas semelhanças entre si, principalmente no que diz respeito ao tempo de ocorrência no mundo real: a exposição, a argumentação e a descrição apresentam simultaneidade das situações, enquanto a narração e a injunção exigem sequencialidade. 
Assim, a narração e a injunção são essencialmente discursos do fazer (ações) e do acontecer (fatos, fenômenos). A descrição é essencialmente o discurso do ser e do estar, a exposição é o discurso do ser e do conhecer, enquanto a argumentação é o discurso do convencer.
Uma outra semelhança que deve ser apontada diz respeito à presença do ponto de vista ou da opinião de quem os produz, seja de forma explícita, seja de forma implícita. Segundo Platão e Fiorin (1991), "o que distingue um do outro é o modo como esse ponto de vista ou essa opinião vêm manifestados: 
na exposição e na argumentação, o enunciador de texto manifesta explicitamente sua opinião ou seu julgamento, usando para isso conceitos abstratos; 
na descrição, o enunciador, pelos aspectos que seleciona, pela adjetivação escolhida e outros recursos, vai transmitindo uma imagem negativa ou positiva daquilo que descreve; 
na narração, a visão de mundo do enunciador é transmitida por meio de ações que ele atribui aos personagens, por meio da caracterização que faz deles ou das condições em que vivem, e, até mesmo, por comentários sobre os fatos que ocorrem. Todo texto narrativo é figurativo, e, por trás do jogo das figuras, sempre existe um tema implícito.(...) Geralmente, para depreender a visão de mundo implícita nas narrações, é preciso levar em conta que, por trás das figuras existem temas, por trás dos significados de superfície existem significados mais profundos." (Platão e Fiorin, 1991) 
 => FIORIN, José Luis; PLATÃO, S. Para entender o texto. São Paulo: Ática, 2000.
Leia o texto abaixo:
 MANUAL DE REDAÇÃO 2
 Joaquim ferreira dos Santos 
 A via de regra, a barriga do Cristo que morreu enforcado e a voz rouca das ruas. Evite-as
Calandra. Costumava ser uma brincadeira do primeiro dia de estágio na redação. O chefe de reportagem pedia ao estagiário que fosse até a oficina e pegasse a calandra. Era um cilindro de aço, impossível de ser carregado, mas o jovem só saberia disso quando todos os funcionários da oficina caíssem na gargalhada. Um trote. Acabou, da mesma maneira que não se escreve mais “a voz rouca das ruas” ou “estrepitosa vaia”. Carlinhos de Oliveira descreveu a partir desse pedido da calandra o romance de uma estagiária e um gráfico, esquentando a pena para mais tarde lançar seu clássico “Um novo animal na floresta”, a história do cruzamento sexosocial entre a patricinha e o traficante no Rio dos anos 1970. As redações eram mais ingênuas. Morria-se de rir com o trote de pedir ao estagiário que ligasse para o Zoológico e chamasse o Dr. Leão.
Jacaré. É o obituário feito com antecedência, para ser publicado só quando o personagem morrer. A origem é óbvia. Jacaré fica com a boca aberta no rio esperando o peixe passar. O jacaré do jornal espera o quase-morto falecer. Uma repórter do “Jornal do Brasil” foi até o Méier entrevistar o escritor Agripino Greco, já com 90 anos. Era um “jacaré”, mas evidentemente ela é que se fez de morta. Disse ao grande escritor satírico que era um perfil. Ao final da entrevista, Agripino, sempre tão mordaz
nas críticas à literatura brasileira, pediu ingênuo: “Me avisa quando sair, minha filha, porque eu só leio o ‘Diário de Notícias’”. A repórter do “JB” ficou penalizada, disse “hã-hã”, com aquela carinha sapeca que elas sempre tiveram, mas não deu detalhes, não abriu a macaca.
Macaca. É um pequeno texto destacado ao final da matéria, com dados complementares de serviço, coisas como horário, preço do ingresso etc. Um extra informativo. Pode vir cercado por fios ou em negrito, tendo surgido daí a sua preconceituosa definição. Dizem que a origem foi na reforma do “Jornal do Brasil”, no final dos anos 1950, pois a turma do concretismo gostava de mexer com essas variáveis tipográficas. Enfim, foi há muito tempo, quando os jornalistas brincavam de se jogar bolinhas de papel e o fechamento das sextas-feiras era regado a uísque servido entre as mesas. Uma noite, no mesmo “JB”, a repórter chegou da rua, encharcada pelo temporal de verão, e trocou de blusa no meio da redação.
Sutiã. Jornalistas passam a maior parte do dia trancados num prédio, e ali ficam, mergulhados com exclusividade na vida real. Ninguém viaja na maionese. De vez em quando, para não terem uma overdose de factual, gostam de dar asas à imaginação, praticar nas internas um jornalismo redbull. Foi aí que um deles resolveu chamar de sutiã, algo que não via há tempos, a linha informativa que antecede e explica, segura um título. A expressão, depois que as mulheres tomaram conta das redações, caiu respeitosamente em desuso. Hoje, chamamna de antetítulo. O próximo passo é acabar com a barriga.
Barriga. Uma notícia equivocada. Um jornal de São Paulo publicou uma barriga sobre Jesus Cristo e obrigou a redação no dia seguinte a uma errata antológica: “Diferentemente do dito aqui, Cristo não morreu enforcado, morreu na cruz”. Jornalistas cometem muitas barrigas. Escrevem todos os dias, às vezes sem tempo para uma apuração mais rigorosa, e seria natural que cometessem outras mais ainda. Infelizmente, relutam em reconhecê-las. Quase 40 anos atrás, o então jovem redator deste Manual informou ao distinto público que seria colocado abaixo o restaurante Assyrius, no Teatro Municipal. Barriga. Era o Bar Assirius, na mesma Avenida Rio Branco, mas uma espelunca fétida e cheia de moscas na Praça Mauá.
Descalabro. É uma daquelas palavras riscadas da pauta em prol (risque esta também) de um jornalismo mais objetivo e menos sensacionalista. Ninguém morre mais crivado de balas. Dá-se o número exato delas. Com essas expressões (saudades do “tresloucado gesto”, do “nosocômio”) foise também o ponto de exclamação, aquele raio que tentava colocareletricidade no título de matérias. O jornalista Tutty Vasques, defensor do jornalismo retrô, cunhou a expressão “Ô raça!!”, às vezes com dois, às vezes com cinco pontos de espanto, dependendo muito do humor que lhe vai nas veias. Regras existem para serem subvertidas, mas este breve Manual de Redação recomenda pudor com as que existem. Um dia, o copidesque de um vespertino, assoberbado de trabalho, ainda teve disposição para gritar com o autor do texto que estava lendo: “Ô fulano, via de regra lá em casa é outra coisa”. Evite. 
 http://sergyovitro.blogspot.com.br/2012/03/manual-de-redacao-2-joaquim-ferreira.html
 => Tipologia textual x Gênero textual
Tipologia:
Narração
Descrição
Dissertação
 http://escolafilintobg.blogspot.com.br/2010/05/generos-textuais-grupo-i.html
Observações:
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
AULA : 3 – Coesão e Coerência
 Estratégias Argumentativas do texto escrito
Coesão – Exercícios
	 Questão 1- Leia o texto abaixo, em que se comenta o modo como o escritor alemão J. W. Goethe e o físico inglês Isaac Newton compreenderam o fenômeno da cor.
Goethe estava interessado nas condições necessárias para que o fenômeno das
cores se manifeste. Para ele, não basta dizer que a cor surge da luz, mas como aparece
junto à luz. Na verdade já estava procurando distinguir as condições ou esferas
mediante as quais o fenômeno da cor se apresenta. Schopenhauer, continuando o
caminho de Goethe, é o primeiro a distingui-las claramente: "Do ponto de vista do
sentido visual, luz e cores são fenômenos de consciência (sensações e percepções) cujas
condições são ocorrências fisiológicas na retina e no sistema nervoso, sendo provocadas
por sua vez por processos físicos." A identidade da cor varia de acordo com os critérios
estabelecidos para sua compreensão enquanto fenômeno de consciência, fenômeno na
retina ou fenômeno físico.
Newton, ao contrário de Goethe e Schopenhauer, preocupou-se somente em
estabelecer os critérios para a produção da cor enquanto fenômeno físico. Nesse
aspecto, embora as críticas de Goethe se revelassem posteriormente inconsequentes, o
principal mérito de sua análise é ter mostrado que a cor também existe como fenômeno
que escapa à física. Assim, essas duas interpretações diversas do fenômeno cromático
não devem ser pensadas como necessariamente incompatíveis, mas como pontos de
vista que se baseiam em critérios, ou métodos de comparação, inteiramente distintos.
(Giannotti, M. Prefácio à edição brasileira de A Doutrina das Cores, de J.W. Goethe,
São Paulo: Nova Alexandria, 1993)
Responda, agora, às seguintes questões, baseando-se no texto:
A) No que diz respeito ao fenômeno da cor, o que distingue basicamente a abordagem de Newton daquela de Goethe, mais tarde desenvolvida por Schopenhauer? 
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
B) Na opinião do autor, como devem ser compreendidos os diferentes caminhos tomados por Newton e Goethe no exame do fenômeno da cor? 
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
	
Questão 2- Leia o fragmento de Mário de Andrade:
Fale fala brasileira
Que você enxerga bonito
Tanta luz nessa capoeira
tal e qual numa gupiara.
Misturo tudo num saco,
Mas gaúcho maranhense 
Que pára no Mato Grosso, 
Bate este angu de caroço
Ver sopa de caruru ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo: Martins, 1955. p. 333-4.
Em português, a relação de causalidade pode ser expressa pela conexão de duas orações em que uma apresenta a causa que acarreta a consequência contida na outra. Esta relação pode ser explicitada através de diversas formas estruturais.
Transcreva do trecho abaixo a frase que apresenta uma relação de causalidade, expressa por duas formas estruturais diferentes.
	Toda noite dá vontade de dizer: ‘Esse é o verdadeiro Brasil’. Mas talvez seja mesmo ocioso procurar o país numa só pessoa e num só lugar. Ele é esse e aquele, não esse ou aquele. O que tem de melhor é a variedade. Ele é especial por ser diverso, é singular porque plural.
	VENTURA, Zuenir. Jornal do Brasil, Caderno B, 27/6/98. p.10.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Questão 3- No trecho abaixo, há relações de comparação que estão linguisticamente marcadas por formas diferentes. Transcreva os termos correspondentes de apenas uma destas relações de comparação.
	A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo. Da mesma forma que instituições justas e racionais revelam um povo grande e livre, uma língua pura, nobre e rica anuncia a raça inteligente e ilustrada.
	ALENCAR, José de. Pós-Escrito. Diva. Rio de Janeiro, Aguilar, 1965,
V. I, p. 399,400, 01.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Questão 4- Compare as opiniões expressas nos textos abaixo e escreva um parágrafo de aproximadamente cinco linhas, estabelecendo relação entre a língua e a nacionalidade. 
I- A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo. Da mesma forma que instituições justas e racionais revelam um povo grande e livre, uma língua pura, nobre e rica, anuncia a raça inteligente e ilustrada. ALENCAR, José de. Pós-Escrito. Diva. Rio de Janeiro, Aguilar, 1965, V. I, p. 399,400, 01.
II- LÍNGUA É VIDA. Faz parte de toda a gama de nossos comportamentos sociais, como comer, morar, vestir-se etc. Não é uma realidade à parte, algo que se esquece tão logo se saia da sala de aula, das provas, dos concursos. LUFT, Celso Pedro. Língua & liberdade. Porto Alegre: L&PM, 1985. p.74.
III- O Movimento de 1922 não nos deu - nem nos podia dar- uma ‘língua brasileira’, ele incitou os nossos escritores a concederem primazia absoluta aos temas essencialmente brasileiros [...] e a preferirem sempre palavras e construções vivas do português do Brasil a outras, mortas e frias, armazenadas nos dicionários e nos compêndios gramaticais. (CUNHA, Celso. Língua portuguesa e realidadebrasileira.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1970)
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Questão 5- Leia os trechos abaixo e faça o que se pede.
Tome as orações do trecho sublinhado abaixo e una-as de modo a que formem apenas dois períodos. Faça as adaptações necessárias, mas mantenha todas as informações.
      A atmosfera terrestre é diariamente bombardeada por toneladas de corpos celestes.
A maior parte deles se desintegra no ar. Alguns conseguem alcançar a superfície. Estes
geram um impacto de magnitude considerável. A frequência com que impactos desse
tipo ocorrem é de milhões de anos. O risco de acontecerem agora ou em um futuro
próximo é pequeno.
(texto extraído e adaptado de Ciência Hoje - agosto de 2000,http://www.uol.com.br/cienciahoje/ch.htm) 
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Questão 6- O texto abaixo reproduz a fala de um professor universitário em uma aula sobre administração de empresas. Mantendo todas as informações dadas, transforme essa fala em um texto adequado à modalidade ESCRITA, em registro FORMAL.
"[...] Tem uma distinção hoje... bastante grande... entre a figura do proprietário e a figura... hã...do administrador... não significa que o proprietário não... possa administrar sua empresa... né... mas ele deve administrar ela de acordo com técnicas gerenciais [...]"
(Fragmento extraído e adaptado de Callou, D. (org.) A linguagem falada culta
na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ, 1991)
Obs.: As reticências marcam pausas no fluxo da fala.
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Questão 7- Nos seguintes períodos, há excesso de construções subordinadas, com uso enfadonho de "quês". Reescreva-os, eliminando todos os "quês" destacados. Faça as alterações necessárias, mas mantenha o sentido original. (Não é permitido substituir "que" por "o qual", "a qual" e respectivas flexões). 
Estudos recentes indicam que o riso é um dos melhores remédios para os males da alma. Os cientistas descobriram que ele é um dos principais processos que deflagram a produção da serotonina, que é a substância que é responsável pela sensação de bem-estar. Gargalhadas e sorrisos francos fazem com que aumente a quantidade de serotonina que o organismo libera, podendo evitar que as pessoas entrem em estados depressivos.
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Questão 8- Suponha que o texto abaixo vá ser divulgado em um site da Internet sobre o tratamento da dor e que você é o revisor encarregado de garantir a qualidade da redação. Reescreva-o, eliminando TRÊS problemas de redação apresentados. 
A dor faz com que o paciente, já debilitado em consequência da enfermidade, vê-se incapacitado de realizar as mais simples atividades que está habituado, tais como cuidar da higiene pessoal, alimentar-se e levantar-se do leito. É necessário, então, cuidados muito especiais, para evitar piora na qualidade de vida do paciente.
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	  WWW.pead.letras.ufrj.br
São variadas as maneiras como os diversos autores descrevem e classificam os mecanismos de coesão. Consideramos que é necessário perceber como esses mecanismos estão presentes no texto (quando estão) e de que maneira contribuem para sua tecitura, sua organização. 
Para Mira Mateus (1983), "todos os processos de sequencialização que asseguram (ou tornam recuperável) uma ligação linguística significativa entre os elementos que ocorrem na superfície textual podem ser encarados como instrumentos de coesão." Esses instrumentos se organizam da seguinte forma: 
	COERÊNCIA
As metarregras de coerência ditadas por Charolles
  1º Metarregra da repetição 
Para que um texto seja (microestruturalmente) coerente é preciso que ele comporte em seu desenvolvimento restrita recorrência.
Falar em "elementos de recorrências" é tocar na questão dos diferentes tipos de retomadas, ou os diferentes modos de voltar a uma parte anterior do texto para estabelecer com ela um tipo qualquer de ligação.
Neste sentido esta claro que se trata aqui daquela relação coesiva que chamamos de reiteraçãoCharolles chama de ‘repetição', segundo Charolles, esta primeira regra cobre a ideia intuitiva que acerca de um texto coerente, a saber: seu caráter sequenciado; seu desenvolvimento homogêneo continuo; ausência de ruptura.
 
2º Meterregra da Progressão
 
Para que um texto seja insento microestruturalmente ou macroestruturalmente coerente é preciso que seu desenvolvimento contenha elementos semânticos constantemente renovados.
Essa segunda regra completa primeiro, já que ela estipula um texto, para ser coerente, não deve repetir indefinidamente(ou circularmente) o mesmo conteúdo. Ou seja, um texto coerente exige progressão semântica. Por outras palavras: a produção de um texto coerente supõe equilíbrio entre continuidade temática e progressão semântica.
 
3º Metarregra da Não-Contradição    
 
Um texto é microestruturalmente ou macroestruturalmente num âmbito para ser coerente é preciso que em seu desenvolvimento não se introduza nenhum elemento semântico que contradiga um conteúdo posto ou pressuposto anteriormente.
Na verdade, existe diferente tipo de contradições, que não vamos, no momento, descriminar. De qualquer forma, vale a pena destacar dos parâmetros para avaliar a natureza das contradições são as pecepções, as crenças que alimentamos e que constituem nosso repertorio de representações do mundo.
 O individuo não inventa livremente suas convicções sobre o estado do mundo; ele as constróina vivencia com as praticas sociais que realiza; ou seja; ele as constrói no meio em que vive. 
 
 
4º metarregra da relação
 
O texto microestruturalmente ou macroestruturalmente deverá ser coerente, tornando-se preciso que os fatos que ele expressa esteja relacionado o mundo representado.
Essa metarregra é fundamentalmente pragmática ela estabelece que os indivíduos, os fatos, as ações, as ideias, os acontecimentos ativados em um texto sejam percebidos como congruentes, isto é, guardem algum tipo de ligação. 
As metarregras da coerência textual mantêm visíveis ligações com as determinações da coesão. Isto é, elas corroboram os princípios; fundamental de que coesão e coerência são propriedades que conjugam elementos linguísticos e elementos pragmáticos.
De qualquer forma, um texto é coerente (ou "bem formado"), para um determinado sujeito, numa determinada situação. Nunca no vazio da não identidade ou do desproposito. Por isso, é que o estudo da frase é limitante e não corresponde aos diferentes usos  que fazemos da linguagem verbal.
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TEXTO I 
Diário de um Louco
    Era noite e o sol raiava no horizonte. Estava eu andando parado e sentado numa pedra de algodão.
    Longe dali e bem perto, havia um bosque sem árvores, onde os passarinhos pastavam, vacas pulavam de galho em galho e os elefantes tomavam sol à sombra de um pé de alface. Mais à direita, seguindo pela esquerda, havia um lago com solo pedregoso, no qual os peixinhos nadavam e aos poucos morriam afogados.
    Resolvi voltar pra casa e entrei pela porta da frente, que ficava nos fundos. Entrei sem sair do meu quarto, onde deitei o paletó na cama e pendurei-o no cabide. Passei a noite em claro pois esqueci a luz acesa.
    Almocei no banheiro e, assim que terminei o almoço, senti um gosto horrível na boca, e concluí que havia almoçado um guardanapo e limpado a boca com o bife.
    Fui rápido e vagarosamente para o jardim onde, na falta de flores, substituí-as por canetas bic e encontrei um papel em branco onde estava escrito (...) Autor Anônimo 
TEXTO II
Oi Dinho! 
Tudo bem? Como está aí, já se acostumou? Estou com saudades. Não te mandei nada por e-mail porque estou sem internet, mas assim que der eu mando algo, viu? E aí, estudando muito? Aqui tá bem puxado, mas estou amando o curso. Estou tendo muitos trabalhos para fazer, mas os resultados têm me deixado feliz! Cada vez tenho mais certeza de que era este o meu “destino”.
E os três reis magos? Ainda se falam? Eu fiquei sabendo de cada história das férias... é verdade o que falaram sobre a barraquinha de churros? Olhe lá, hein!
Pode ter certeza de que todos aqui estão sentindo tua falta... Você vem pra cá no feriado? Se vier nos avise para podermos nos ver. Agora que você e a Nica foram embora, sobraram poucas pessoas para bater um papo um pouco mais interessante... Só consigo isto com o Juan e com o Roger. Pois é, eu continuo com o cara dos três sax e estamos nos dando super bem!
Falando da Nica, ela foi chamada na federal, mas resolveu ficar mesmo. Ela já está instalada lá, trabalhando, fazendo música. Além disso, os pais dela não querem ela aqui. Ligue para ela qualquer dia!
Você não sabe o que me aconteceu ontem! Eu caí de bicicleta naquela avenida em frente a minha casa, aquela que tem uma cratera gigantesca e cheia de ônibus! Ainda bem que eu caí na calçada e só ralei o joelho e as mãos. 
Bom, eu vou parando por aqui... Vê se não esquece das amizades, OK? 
Beijos da amiga,
Jana 
 (http://ead1.unicamp.br/e-lang/supletivo/c6a1p.php?c=6&ati=12&ativa=1&tipo=p&titulo=Coesão e Coerência)
AULA : 4- O texto narrativo / crônica
CHEGOU O OUTONO - Rubem Braga
Não consigo me lembrar exatamente o dia em que o outono começou no Rio de Janeiro neste 1935. Antes de começar na folhinha ele começou na Rua Marquês de Abrantes. Talvez no dia 12 de março. Sei que estava com Miguel em um reboque do bonde Praia Vermelha. Nunca precisei usar sistematicamente o bonde Praia Vermelha, mas sempre fui simpatizante. É o bonde dos soldados do Exército e dos estudantes de medicina. Raras mulatas no reboque; liberdade de colocar os pés e mesmo esticar as pernas sobre o banco da frente. Os condutores são amenos. Fatigaram-se naturalmente de advertir os soldados e estudantes; quando acontece alguma coisa eles suspiram e tocam o bonde. Também os loucos mansos viajam ali, rumo do hospício. Nunca viajou naquele bonde um empregado da City Improvements Company: Praia Vermelha não tem esgotos. Oh, a City! Assim mesmo se vive na Praia Vermelha. Essenciais são os esgotos da alma. Nossa pobre alma inesgotável! Mesmo depois do corpo dar com o rabo na cerca e parar no buraco do chão para ficar podre, ela, segundo consta, fica esvoaçando pra cá, pra lá. Umas vão ouvir Francesca da Rimini declamar versos de Dante, outras preferem a harpa de Cecília. A maioria vai para o Purgatório. Outras perambulam pelas sessões espíritas, outras à meia-noite puxam o vosso pé, outras no firmamento viram estrelinhas. Os soldados do Exército não podem olhar as estrelas: lembram-se dos generais. Lá no céu tem três estrelas, todas três em carreirinha. Uma é minha, outra é sua. O cantor tem pena da que vai ficar sozinha. Que faremos, oh meu grande e velho amor, da estrela disponível? Que ela fique sendo propriedade das almas errantes. Nossas pobres almas erradas!
Eu ia no reboque, e o reboque tem vantagens e desvantagens. Vantagem é poder saltar ou subir de qualquer lado, e também a melhor ventilação. Desvantagem é o encosto reduzido. Além disso os vossos joelhos podem tocar o corpo da pessoa que vai no banco da frente; e isso tanto pode ser doce vantagem como triste desvantagem. Eu havia tomado o bonde na Praça José de Alencar; e quando entramos na Rua Marquês de Abrantes, rumo de Botafogo, o outono invadiu o reboque. Invadiu e bateu no lado esquerdo de minha cara sob a forma de uma folha seca. Atrás dessa folha veio um vento, e era o vento do outono. Muitos passageiros do bonde suavam. No Rio de Janeiro faz tanto calor que depois que acaba o calor a população continua a suar gratuitamente e por força do hábito durante quatro ou cinco semanas ainda.
Percebi com uma rapidez espantosa que o outono havia chegado. Mas eu não tinha relógio, nem Miguel. Tentei espiar as horas no interior de um botequim, nada conseguindo. Olhei para o lado. Ao lado estava um homem decentemente vestido, com cara de possuidor de relógio.
- O senhor pode ter a gentileza de me dar as horas?
Ele espantou-se um pouco e, embora sem nenhum ar gentil, me deu as horas: treze e quarenta e oito. Agradeci e murmurei: chegou o outono. Ele deve ter ouvido essa frase tão lapidar, mas aparentemente não ficou comovido. Era um homem simples e tudo o que esperava era que o bonde chegasse a um determinado poste.
Chegara o outono. Vinha talvez do mar e, passando pelo nosso reboque, dirigia-se apressadamente ao centro da cidade, ainda ocupado pelo verão. Ele não vinha soluçando les sanglots longs dês violons de Verlaine, vinha com tosse, na quaresma da cidade gripada.
As folhas secas davam pulinhos ao longo da sarjeta; e o vento era quase frio, quase morno, na Rua Marquês de Abrantes. E as folhas eram amarelas, e meu coração soluçava, e o bonde roncava.
Passamos diante de um edifício de apartamentos cuja construção está paralisada no mínimo desde 1930. Era iminente a entrada em Botafogo; penso que o resto da viagem não interessa ao grosso publico. O próprio começo da viagem não interessa ao grosso público. O próprio começo da viagem creio que também não interessou. Que bem me importa. O necessário é que todos saibam que chegou o outono. Chegou às treze horas e quarenta e oito, na Rua Marquês de Abrantes, e continua em vigor. Em vista do quê, ponhamo-nos melancólicos.
Texto II – Mercado São PedroJoaquim Ferreira dos Santos
Amigos cruzam a Ponte Rio-Niterói para contar histórias
Não está acontecendo nada, é apenas um sábado de coração vagabundo, e meia dúzia de amigos com o dia idem pega seus carros, cruza a ponte Rio-Niterói, sai à direita e logo está contando histórias, nem todas verdadeiras, quase todas divertidas, numa mesa gabaritada do segundo andar do Mercado São Pedro. Nada a fazer, todas as repartições fechadas, carimbos e computadores desligados. Os amigos bebem, investigam os peixes, falam pelos cotovelos.
Um deles havia estado na véspera com a juíza Denise Frossard numa mesa de aniversário com outra meia dúzia de amigos, e ela narrara a incrível tarde em que exercia sua profissão numa vara do Fórum do Rio de Janeiro. O réu agendado para depor já estava com mais de 150 anos de condenação. Nada teria a perder com mais aquele processo. Foi nesse momento de consciência, de que um ano a mais, uma década que fosse, nada lhe iria mudar o destino de permanecer até o fim atrás das grades — foi aí que se deu o causo narrado por Denise Frossard.
Contou a digníssima juíza, na mesa de conversa do aniversário, que o réu, em meio ao depoimento de mais aquele crime lamentável, abriu sem maiores delongas a braguilha e silenciosamente projetou para fora da calça o pênis. A juíza diz que se manteve impávida. Ouvia-se uma mosca cortando o salão. Foi aí que Denise Frossard virou-se para o escrivão e, com todo o esgar de eficiência e frieza que o prolongado exercício da profissão lhe rendera, ditou: “Que neste momento o réu foi expulso da sala ao abrir a calça e colocar para fora o seu pênis diminuto”.
São meia dúzia de amigos no Mercado São Pedro, profissionais de diversas categorias, todas carregadas em algum momento da necessidade de contar histórias, reais ou inventadas, seja em forma de livros, filmes, músicas, reportagens ou peças de teatro. Um deles, com a taxa de triglicerídeos batendo os 1.200 pontos, não bebe mais cerveja, e para onde vai, como naquela tarde, se faz acompanhar de duas garrafas de vinho e duas taças numa bolsa térmica azul, a mesma que anteriormente embalara um Peru Sadia no Natal. Trouxe também uma estilosa bolsa de gelo. Ele foi até Niterói de táxi e agora conta o que lhe assucedeu na viagem.
O motorista, depois de ouvir no rádio o anúncio de um título de capitalização, disse que só uma vez ganhou alguma coisa em jogo. Numa manhã, acordara bastante aborrecido porque sonhara estar transando com a própria e já falecida avó. Passou pelo ponto do jogo do bicho e o do meio-dia já havia corrido, tendo dado o porco. Um sujeito disse-lhe então que depois do porco vinha a vaca. O motorista lembrou-se acabrunhado que o número da sepultara da avó, o 2797, era vaca, e mais uma vez com repugnância pela associação de uma coisa com a outra, depois de ter transado em sonho com a pobre senhora, apostou na memória da mesma. Deu vaca na cabeça. O motorista, cruzando a Ponte Rio-Niterói, ainda vibrava com a sorte, socando o volante, e dizendo que aplicou todo o rendimento na contratação de uma empresa para lhe bater a laje na casinha humilde em Duque de Caxias. Diz que na fachada colocou, em azulejaria, a inscrição “Obrigado, vovó Maria”.
É sábado à tarde no Mercado São Pedro, um lugar onde se compra o peixe no andar de baixo e cozinha-se em restaurantes no segundo andar. No Rio, desde que nos anos 1960 algum prefeito demolidor botou abaixo o mercado de peixe da Praça XV, não há nada igual. Por isso os amigos cruzam a baía, encomendam ostras, sobem com elas pingando pela escada e sentam-se no bar Temporal, pedindo que dona Ciça agilize o cozimento de outras lulas, mexilhões, ovas e um robalo. O resto do tempo é o batuque de histórias caindo no tampo da mesa.
Um dos amigos comprou nas cercanias do mercado um punhado de pimentas diversas e fazia uma salada com elas, quando se lembrou do famigerado dia em que, neófito na tarefa, depois de manusear e picar dezenas de pimentas cabeçudas, precisou ir ao banheiro para o ordinário ato de um pipi. Na cena seguinte da história, ele está dando entrada no Hospital Miguel Couto com o pênis — novamente ele em cima da mesa — inchado em proporções patológicas, um efeito quase Viagra provocado pela irritação da pimenta na pele sensível.
São causos que não acabam mais, estes que regam uma peixada no Mercado São Pedro, nem todos comuns nos jornais, nem todos dignos da honra de serem entronizados na glória da História impressa — mas aí é que está a graça dessa pimenta vadia num sábado à tarde de pirão.
A eleição do Papa e os royalties do petróleo ficaram do lado de fora. Um dos amigos chama um sujeito parrudo que a tudo assiste de longe. Antes pede que ninguém na mesa puxe pelo passado controverso do cidadão. Ele foi segurança do bicheiro Luisinho Drummond, mas não fala disso. O sujeito senta-se à mesa e, perguntado como andam as coisas, diz na primeira frase: “Eu não sei se vocês sabem, mas eu fui segurança do Luisinho” — e a partir daí é tiro para tudo que é lado.
Houve muitas outras histórias, mas relatá-las daria a impressão de que merecem um lugar nos arquivos impressos da nação. Era só meia dúzia de amigos observando a multiplicação dos peixes no inestimável Mercado São Pedro. Regam as ostras e a vida com o sumo delicioso das desimportâncias. Não está acontecendo nada, é o que se quis dizer. De vez em quando isso é fundamental. 
 (O Globo – 18 de março de 2013)
	
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Narrativa:
Situação inicial
Conflito
Clímax
Desfecho
“A crônica é algo para ser lido enquanto se toma o café da manhã, pois ela busca o pitoresco ou o irrisório no cotidiano de cada um. É o fato miúdo: a notícia em que ninguém prestou atenção, o acontecimento insignificante, a cena corriqueira. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nessa perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança, num incidente doméstico, torno-me simples espectador”.
Fernando Sabino. (Trecho presente em COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica: 2008)
AULA : 6- O texto descritivo
O parágrafo descritivo é uma sequência de impressões sensoriais, indicando os pormenores caracterizadores do objeto percebido pelos sentidos, ou das significações que este desperta ao observador.
O parágrafo narrativo tem como centro de interesse um fato real ou fictício: conta-se alguma coisa, ocorrida (ou imaginada) em um determinado tempo e espaço.
4 - O PARÁGRAFO DESCRITIVO
Conforme bem define Gélson Clemente dos Santos (1983:183), a “descrição é a reprodução de uma realidade – é a representação verbal de um aspecto, ou sequência de aspectos. Na descrição, o emissor provoca na mente do receptor uma impressão sensível, procura fazer com que o leitor ‘veja’ na sua mente um objeto material ou um processo espiritual”. Do conceito, aprende-se o objetivo da descrição: compor um “retrato” de uma ideia, fazendo a representação simbólica da imagem por meio de palavras: seja a pessoa (vista em seu interior ou perscrutada no campo psicológico), seja o ambiente (físico ou emotivo), seja a natureza (estética ou espiritual) o redator vai dando à linguagem impressões que permitam ao receptor “ver” o que está sendo descrito.
Leiam-se as amostras:
1. “Estavam no pátio de uma fazenda sem vida. O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono. Certamente o gado se finara e os moradores tinham fugido.
Fabiano procurou em vão perceber um toque de chocalho. Avizinhou-se da casa, bateu, tentou forçar a porta,. Encontrando resistência, penetrou num cercadinho cheio de plantas mortas, rodeou a tapera, alcançou o terreiro fundo, viu um barreiro vazio, um bosque de catingueiras murchas um pé de turco e o prolongamento da cercado curral. Trepou-se no mourão do canto, examinou a caatinga, onde avultavam as ossadas e o negrume dos urubus. Desceu, empurrou a porta da cozinha. Voltou desanimado içou um instante no copiar, fazendo tensão de hospedar ali a família. Mas chegando aos juazeiros, encontrou os meninos adormecidos e não quis acordá-los”.
(Graciliano Ramos apud Carreter e outros, 1963:29)
2. “Comprida, tortuosa, ora larga, ora estreita, a Rua do Siriri se estende desde o alto de São Cristóvão até a avenida Barão de Maroim. Mas o seu trecho principal, porque mais habitado, vai da Rua das Laranjeiras até a da Estância.
Aí, não há mais casas de palha. São de taipa ou de tijolo, cobertas de telha. Às vezes pequeninas, porta e janela apenas, sem reboco, pouco mais alta que um homem. Outras melhores, são largas, acaçapadas, com grandes beirais . Aqui e ali, uma construção mais nova de platibanda e enfeitadas de cornijas dá ao local um tom mais elegante e mais alegre”.
(Armando Fontes, apud Othon Garcia, 1975:459)
3. “O gaúcho, o pealador valente, e, certo, inimitável, numa carga guerreira; precipitando-se, ao ressoar estrídulo dos clarins vibrantes, pelos pampas, com o conto da lança enristada, firme no estribo; atufando-se loucamente nos entreveros; desaparecendo, com um grito triunfal, na voragem do combate, onde, espadanam cintilações de espadas; transmudando o cavalo em projétil e varando quadrados e levando de rojo o adversário no rompão das ferraduras ou tombando, prestes na luta, em que entra com despreocupação soberana pela vida”.
(Cunha 1956:106)
4. “O jagunço e o homem que, sem abandonar o seu roçado ou o seu curral de bois de cria, participa de lutas armadas ao lado de amigos ricos ou pobres. Observadores apressados costumam ver o jagunço como um tipo de parte, na sociedade do vale, trajando-se diferente dos outros, vivendo uma vida à margem das outras vidas. Mas não há engano maior, pois o jagunço é um homem como os outros. O seu chapéu de couro é o mesmo que o vaqueiro usa. O mesmo homem que campeia, perseguindo os bois na vaquejada, quando necessário, despe oi gibão e o jaleco, tira as perneiras e solta o gado, troca a vara-de-feijão por um fuzil, quebra o chapéu de couro na rente e vai brigar como um guerreiro antigo. Não é preciso tirar carta de valente para ser jagunço. Jagunço todo mundo é pois no sertão os covardes nascem mortos”. 
(Lins, 1952:136)
Multiplicam-se os exemplos, mas as características básicas da estrutura descritiva permanecem. Coteje o leitor os fragmentos textuais acima e encontre os traços comuns da descrição, a saber:
1. Frases curtas com muitas elipses verbais, dando mais impressões do que dizendo ações.
2. Verbos predominantemente no presente e no imperfeito do indicativo (o imperfeito é o tempo da fantasia, a ação continuada e repetida).
3. Abundância e adjetivação – denotativos ou conotativos –, os adjetivos funcionam com atributos do ser ou da coisa descritos.
4. Vigor nas especificações, procurando captar a essência do objeto descrito. Diferentes são os tipos de descrição, no tocante à postura do redator e do objeto descrito.
Lendo os exemplos, percebera o leitor as diferenças de estilos. 
No texto 1, Graciliano abusa do verbo no perfeito (consummatum est), por ser o tempo da narrativa. Trata-se de uma descrição narrativa. Os elementos são desprovidos de sensações subjetivas porque ele pinta os pormenores significativos com uma quase indiferença que choca, como chocante e o abandono trazido pela seca. Os adjetivos “deserto”, “arruinado”, “mortas”, “vazio”, “murchas”, dão um toque de realidade crudelíssima pelo clima de fatalidade que pesa sobre o nordestino.
No texto 2, Armando Fontes faz uma descrição objetiva, tendo os adjetivos força denotativa e de especificação. E como se o observador estivesse fora do campo de observação, registrando a cena sem a interferência de suas emoções. Predomina a linguagem rápida, com muitas elipses, pintando os dados essenciais do objeto descrito.
No texto 3, Euclides da Cunha da à descrição um tom vigoroso, direto, conciso, repleto de símbolos, imagens e metáforas. A linguagem é bonita e rica, permitindo ao leitor “sentir” certo ufanismo tipo regionalista, sem entender, no entanto, muitas vezes, o sentido dos vocábulos, em pouco uso. A descrição tem um tom de realidade objetiva, permeada de atributos grandiloquentes, guardando neles uma proposta dissertativa da descrição.
No texto 4, Wilson Lins tece uma descrição dissertativa,em tom quase didático. O autor jornalista, traz à descrição o seu jargão: descreve objetivamente o quadro, permeando-o de comentários, mais permitindo ao leitor compor o retrato de sua mente.
Variegadas são pois, as formas descritivas e as atitudes do observador. Estática ou dinâmica, realista ou idealista, histórica ou topográfica psicológica ou social, o que importa na descrição é captar os elementos essenciais do objeto descrito, descrevendo-o em parágrafos curtos, rápidos, em linguagem direta e concisa, pontificando os verbos ligativos, e na presença da predicação verbal contém-se a ação para fincar a impressão obtida pelos verbos no presente e no imperfeito, nos quais os atributos são mais importantes do que as circunstâncias adverbiais.
 (DAMIÃO, Regina Toledo; HENRIQUES, Antonio. Curso de português jurídico. São Paulo: Atlas, 2010)
Exercícios-
1- Leia o texto abaixo:
Dançar funk no trabalho não dá justa causa
A Transportadora e Industrial Autobus Ltda terá que reformar demissão por justa causa dada a dois funcionários por terem dançado funk no local de trabalho. A decisão, em primeiro grau, do juiz Claudio José Montesso, titular da 2ª Vara do Trabalho de Petrópolis (RJ), determinou que a empresa homologue a dispensa e arque com os direitos trabalhistas dos ex-empregados.
A Autobus entendeu que os dois, ainda uniformizados, expuseram a empresa no momento em que praticaram passos de dança, que simulavam gestos sexuais, no local de trabalho e à vista do público. Afirmou ainda ser agravante o fato da exibição ter sido divulgada na internet, por isso, a justa causa.
A dupla se defendeu alegando que no momento do ocorrido não estavam com mais nada que identificasse a empresa. No entanto, ao analisar o vídeo, o juízo percebeu que eles estavam mesmo uniformizados mas, entendeu tratar-se de uma brincadeira de gosto duvidoso e certo apelo sexual, concluindo-se que os maiores prejudicados com a exposição das imagens na rede mundial de computadores foram os próprios reclamantes.
Segundo uma testemunha da transportadora, o fiscal que presenciou o episódio advertiu os funcionários, comunicando o fato no dia seguinte à direção. Porém, a demissão só ocorreu um mês depois, quando o vídeo ganhou projeção na rede de dados. Antes, a empresa havia entendido que o fato não seria gerador de demissão.
"Dessa forma - afirmou o magistrado - ainda que o Juízo considerasse o comportamento dos reclamantes reprovável e incompatível com o local de trabalho, é preciso reconhecer que não há gravidade suficiente para determinar a demissão, mesmo porque não foi a dança que levou à justa causa, mas sim a divulgação e repercussão na internet, situações para as quais os funcionários não participaram."
De acordo com o juiz, "o comportamento dos reclamantes não é algo que se possa considerar absolutamente isento de sanção. Não é o comportamento que se espera no ambiente de trabalho, ainda uniformizados e identificados como empregados da empresa.
Assim, foi decidido afastar a justa causa, reconhecendo que os dois ex-empregados já foram punidos pelo comportamento duvidoso, devendo a reclamada pagá-los as verbas da rescisão contratual, como aviso prévio, férias proporcionais, 13º proporcional, indenização de 40%, além da liberação do FGTS depositado e do seguro-desemprego.
Com informações do TRT-RJ
Descreva a cena que causou a demissão dos funcionários.
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Casa de prostituição infanto-juvenil e venda de drogas é estourada no Parque Proletário – 
POR VANIA CUNHA (ODia-07/11/12)
Rio -  Policiais da UPP Parque Proletário, no complexo da Penha, estouraram uma casa de prostituição e venda de drogas na comunidade, na manhã desta quarta-feira.A denúncia repassada à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) informava que o local, no alto da favela, tinha presença de menores de idade. Ao chegar no imóvel, policiais encontraram oito pessoas, sendo cinco menores (dois garotos e três meninas).A cena que mais chocou os militares foi presenciada em um dos quartos: 
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2- Dê três exemplos de adjetivos ou locuções adjetivas que possam caracterizar fisicamente os seguintes substantivos: 
Olhos: __________________________________________________________________________
Cabelos: _________________________________________________________________________
Nariz: __________________________________________________________________________
Pele: __________________________________________________________________________
Cabeça: _________________________________________________________________________
3-Em muitos casos, a quantidade e a seleção de elementos descritivos prendem-se aparentemente à posição física do observador. Imagine-se, Por exemplo, dentro de um quarto de hotel, com uma janela, que se abre sobre uma paisagem. Descreva:
O quarto do hotel
A paisagem
O observador
4- São basicamente três as finalidades de um texto descritivo: identificar, localizar e qualificar. Descreva a rua em que mora utilizando as finalidades apontadas
AULA: 7- Adequação de vocabulário/Discurso direto e indireto
Adequação de Vocabulário
Preencha as lacunas com uma das opções entre parênteses, aquela que julgar mais adequada ao contexto.
Da janela do apartamento, a menina _________________________ uma boneca maravilhosa, que seria a rainha das outras. (apresentava – exibia)
Ele está fazendo __________________ (sucesso- êxito)
Ficarei muito _____________________ caso me faças tal obséquio. (agradecido- grato)
Vocês riram num momento _______________________. (incompetente- impróprio)
Os jogos foram _______________________________ em várias cidades do México. (feitos- realizados- executados)
Respeitável público, lamento ___________________ que nosso cômico Pipoca deixou de comparecer, prejudicando nosso espetáculo (comunicar- dizer-declarar)
Quase todos os alunos, nesta classe, _____________________sempre boas notas. (ganharam – obtiveram)
Com que __________________vou chegar peto da Julia? (expressão – cara- rosto- aparência).
Os concorrentes deverão ___________________tarefas bem penosas. (cumprir – executar – desempenhar)
O verdadeiro esportista ___________________ dos vícios (abstém-se – priva-se)
O título de rei, que me deram, foi uma ________________ generosa, que recebi em nome, principalmente, do meu amor ao esporte. (oferta- oferenda).
Às oito horas _____________________ o espetáculo. ( começou- principiou).
O contínuo ficou envergonhado por não ter _____________________ o discurso do chefe. (entendido – percebido).
Durante a reunião, senti necessidade de ______________________ calada. (manter-me – sustentar-me).
Esse é um assunto que não me _______________________ (compete - abrange).
– Preencha as lacunas com palavras adequadas aos novos contextos, derivados da substituição dos vocábulos em destaque.
Exemplo: O aluno deixou repentinamente a carteira
O soldado deixou repentinamente o ____________________________
O camelô deixou repentinamente o _____________________________
O automóvel deixou repentinamente a _________________________
O passageiro do avião deixou repentinamente a _________________
 Exemplo: O turista ficou alegre com a feliz notícia.
O turista ficou _________________ com a repentina notícia.
O turista ficou _________________ com a trágica notícia.
O turista ficou_________________ com a misteriosa notícia.
O turista ficou _________________ com a infeliz notícia.
O menino chegou com a roupa molhada da de chuva.
O menino chegou com a roupa______________ de sereno.
O menino chegou com a roupa ______________ de tinta.
O menino chegou com a roupa ______________ de óleo.
O menino chegou com a roupa ______________ de lama
Ergueu o polegar com símbolo de sucesso.
Ergueu a espada com símbolo de_________________________
Ergueu a taça como símbolo de _________________________
Ergueu a cruz como símbolo de _________________________
Ergueu a bandeira como símbolo de ____________________
Resolveu mandar embora a empregada
Resolveu ______________ o funcionário.
Resolveu ______________ o ministro.
Resolveu _______________ o operário.
Resolveu _______________ o presidente.
O artista pretendia escrever um romance.
O artista pretendia__________________ um quadro a óleo.
O artista pretendia__________________ uma peça em pedra-sabão
O artista pretendia__________________ bonecos de barro.
O artista pretendia__________________ uma ópera
O artista pretendia__________________ um boneco de pano.
O político falava alto.
O político ______________________ baixinho.
O político ______________________ descontente
O político ______________________ o dia inteiro
O político ______________________ enraivecido
Seguindo o modelo, substitua o verbo ter por outro de sentido mais específico, fazendo as alterações necessárias.
Exemplo: Tenho dez minutos para almoçar.
		Disponho de dez minutos para almoçar
Meu avô tem um sítio em Minas.
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Ontem à tarde, tinha um sujeito correndo na Lagoa.
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O que ele tem? ________________________________________________________
Tenha a gentileza de entrar!
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Espero que tenhamos boas férias!
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Os turistas tiveram momentos de angústia.
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O porteiro tinha asma desde criança. _____________________________________
Cada pacote tinha dez livros ____________________________________________
Substitua o adjetivo pequeno nas frases a seguir, por outros adjetivos de significado equivalente.
Homem pequeno __________________________________________
Pequena lembrança _______________________________________
Pequena viagem _________________________________________
País pequeno ___________________________________________
Pequena passagem ______________________________________
Dia pequeno ____________________________________________
Corpo pequeno _________________________________________
Folha pequena __________________________________________
Substitua o verbo fazer nas frases abaixo por outros de significados mais específicos.
A árvore faz sombra na parede. _________________________________
Ontem meu irmão fez dez anos. _________________________________
O governo vai fazer as escolas prometidas ________________________
Faz frio em Copacabana. ______________________________________
O rapaz fez a carta em pedacinhos. _____________________________
Ele se fez de bobo _________________________________________
Maria fez o jantar _________________________________________
A empregada fez a camabem cedo _____________________________
Não devemos fazer mal a ninguém. _____________________________
Fizemos seis pontos na loteria _________________________________
Fez a barba de manhã _______________________________________
Ela fez fama entre os pintores _________________________________
10 – Substitua a palavra coisa nas frases abaixo, fazendo as modificações necessárias.
Não sei o que é esta coisa estranha na minha pele. ______________________
Nesta bolsa vão as coisas necessárias _______________________________
Embriagar-se é uma coisa reprovável _________________________________
Tenho que comunicar a vocês uma coisa esplêndida! _____________________
Brigaram diante de todos, uma coisa reprovável ________________________
Esfregar o chão é uma coisa chatíssima. _____________________________
Não foi ao jogo por uma série de coisas. _____________________________
 (CARNEIRO, Agostinho D. Redação em construção: a escritura do texto)
Utilizando os recursos de coesão, substitua os elementos repetidos quando necessário:
a- O Brasil vive uma guerra civil diária e sem trégua. No Brasil, que se orgulha da índole pacífica e hospitaleira de seu povo, a sociedade organizada ou não para esse fim promove a matança impiedosa e fria de crianças e adolescentes. Pelo menos sete milhões de crianças e adolescentes, segundo estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), vivem nas ruas das cidades do Brasil.
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B- Todos ficam sempre atentos quando se fala de mais um casamento de Elizabeth Taylor. Casadoura inveterada, Elizabeth Taylor já está em seu oitavo casamento. Agora, diferentemente das vezes anteriores, o casamento de Elizabeth Taylor foi com um homem do povo que Elizabeth Taylor encontrou numa clínica para tratamento de alcoólatras, onde ela também estava. Com toda pompa, o casamento foi realizado na casa do cantor Michael Jackson e a imprensa ficou proibida de assistir ao casamento de Elizabeth Taylor com um homem do povo. Ninguém sabe se será o último casamento de Elizabeth Taylor.
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C- A poesia às vezes se impõe por sua própria força. Mesmo quem nunca leu Carlos Drummond de Andrade sabe que ele é um grande poeta. Drummond marcou não só a literatura brasileira, mas também a vida cotidiana de muitas pessoas com suas crônicas publicadas no Jornal do Brasil. Sua poesia também se preocupou com a nossa vida diária. Nesses momentos a poesia de Drummond nos faz refletir sobre sentimentos advindos de certos fatos que, ditos de outra forma, não nos teriam tocado tanto.
 
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D- O rio Mississipi, Pai de Todos os Rios, como dizem os americanos, é uma serpente caudalosa que rasga os Estados Unidos de norte a sul. Das Montanhas Rochosas aos Montes Apalaches, o rio Mississipi abastece-se de afluentes menos famosos em 31 dos cinquenta Estados americanos. o rio Mississipi tem 3 800 quilômetros de extensão e irriga as terras mais férteis do planeta, na região que se convencionou chamar de meio-oeste. Planta-se milho, soja e trigo com baixos custos de adubagem e excelente produtividade, e os agricultores aceitam de bom grado as cheias periódicas do rio Mississipi, um fenômeno que se repete desde as eras glaciais. São elas que. Fertilizam o solo e tornam excepcionais as colheitas.
 (Adaptado da Revista Veja, 28 jul. 1993.)
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E. Todas as descobertas para emagrecer sem fazer muito esforço não passam de falsas promessas. Todas? Uma nova droga ainda em testes, o Orlistat, parece fugir à regra. O Orlistat, que está sendo desenvolvido pelo laboratório Hoffmann- La Roche, funciona mesmo como uma mágica. O Orlistat provoca uma rápida redução de peso, ainda que o paciente saia do sério na dieta. Em vez de inibir o apetite ou acelerar a queima de calorias pelas células, como fazem outras drogas desenvolvidas nas últimas décadas, O Orlistat impede que a gordura caia na corrente sanguínea e se acumule na cintura e nos culotes. O Orlistat, além de promissor, promete ser uma mina de ouro para seus fabricantes dentro de alguns anos, quando provavelmente deve chegar às prateleiras das farmácias. Enquanto isso, pesquisadores tentam mapear todos os possíveis efeitos colaterais do Orlistat, que ainda não são totalmente conhecidos.
(Adaptado da Revista Veja,28 jul. 1993.)
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 (Fonte: Roteiro de argumentação – lendo e argumentando)
Discurso Direto e Indireto
Reescritura de textos
1- Leia o seguinte texto:
Um músico ambulante toca sua sanfoninha no viaduto do Chá, em São Paulo.
Chega o “rapa” e o interrompe:
— Você tem licença?
— Não, senhor.
— Então me acompanhe.
— Sim, senhor. E que música o senhor vai cantar?
Reescreva o diálogo que compõe o texto, usando o discurso indireto. Comece com:
O fiscal do “rapa” perguntou ao músico...
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AULA : 8- Concordância/ Texto informativo
Texto I Cidade ainda só recicla 1% de seu lixo
O programa municipal de coleta seletiva de São Paulo ainda deixa muito a desejar. É positivo que tenha passado de um sistema caro, insustentável, no início dos anos 90, para um programa realista, baseado na inserção dos tradicionais coletores de materiais recicláveis – os catadores – de forma cooperativada. 
Ocorre que, na prática, a coisa não funciona tão bem. Após sete anos, o programa da maior cidade do País ainda é inexpressivo, reciclando menos de 1% do lixo. O número de cooperativas conveniadas está muito aquém do necessário, deixando grande parte da cidade sem atendimento. E o município ainda gasta milhões com isso. Onde está o erro?
A coleta seletiva com a inserção de catadores é possível. E justa. Pode ser duradoura

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