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RESUMO DE LINFÓCITOS II

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RESUMO DO CASO 03, MÓDULO 08 
Aluno: João Paulo Gomes da Silva 
 
LINFÓCITOS B 
Os linfócitos B se originam de células-tronco pluripotentes da medula óssea, que dão 
origem às células progenitoras mielóides e linfóides. Os progenitores linfóides, por sua vez, 
dão origem aos linfócitos B, T e células NK. Os linfócitos B são inicialmente produzidos no saco 
vitelino, posteriormente, durante a vida fetal, no fígado e finalmente na medula óssea. Na 
medula óssea a sequência de rearranjos das imunoglobulinas e as alterações fenotípicas 
ocorrem durante a ontogenia das células B, de maneira análoga às células T do timo. As células 
que vão diferenciar-se em linfócitos B (LB) permanecem na medula óssea durante seu 
processo de maturação ao contrário dos LT que migram para o timo. Após a maturação as 
células B deixam a medula e caem na circulação, migrando para os órgãos linfóides 
secundários. 
 
 Os LB, diferentemente dos LT que dependem da apresentação de peptídeos pelo MHC, 
são capazes de reconhecer antígenos solúveis na sua forma nativa. As moléculas responsáveis 
pelo reconhecimento de antígenos nos LB são as imunoglobulinas de membrana IgM e IgD. O 
complexo do receptor de células B (BCR) inclui, além da imunoglobulina de membrana, duas 
cadeias peptídicas, denominadas Iga (CD79a) e Igb (CD79b), que se associam de modo não 
covalente, e têm função de dar início à sinalização intracelular após o encontro com o 
antígeno. 
Ativação da célula B e produção de anticorpos 
Processo Geral: As respostas imunes humorais são iniciadas pelo reconhecimento direto do 
antígeno (que pode ser a parte de uma proteína, polissacarídeos, lipídio ou outras 
macromoléculas) pelo BCR (IgM/IgD de membrana do LB) que entram nos órgãos linfoides pela 
linfa ou no baço pelo sangue ou ainda, antígenos que são reciclados pelas células dendríticas e 
expostos intactos nas suas membranas para reconhecimento pelo LB. O reconhecimento do 
antígeno leva a ativação do LB de modo dependente ou independente da célula T. Após 
ativação, ocorre a expansão clonal das células B específicas para o antígeno e a diferenciação 
em plasmócitos secretores de anticorpos e em células B de memória. 
Maturação de afinidade dos anticorpos: As células B que foram ativadas por LT são induzidas 
a proliferar no interior do folículo primário, formando uma zona escura, onde ocorre um 
processo acelerado de mutações nos genes IgV destas células B onde então, migram para a 
zona clara, dentro deste mesmo folículo, onde encontram células dendríticas foliculares 
exibindo o antígeno intacto. As células B que possuem receptores Ig de maior afinidade aos 
antígenos exibidos pelas células foliculares são selecionadas para sobreviver e diferenciam-se 
em células secretoras de anticorpos e em células B de memória. 
 
Respostas contra antígenos não proteicos (independente de LT) 
São respostas frente a antígenos como polissacarídeos e glicolipídeos que não podem 
ser apresentados via MHC ao LT, mas que são capazes de realizar várias ligações cruzadas com 
o BCR (antígenos polivalentes) amplificando o sinal de ativação do LB. Este tipo de resposta é 
iniciado no baço, na medula, na cavidade peritonial e nos sítios mucosos, gerando anticorpos 
de baixa afinidade (IgG e IgM), porém oferecem imunidade protetora prolongada. 
PLAQUETAS 
As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos de megacariócitos e não possuem 
núcleo. A forma é discóide, com um diâmetro normalmente de 2 a 3 μm, espessura em torno 
de 1 μm e volume de 7 fL. Após serem liberadas da medula óssea (MO), as plaquetas são 
sequestradas no baço por 24 a 48 horas. 
O baço contém cerca de 30% da massa circulante plaquetária. Seu período de vida é de 
aproximadamente 8 a 14 dias, sendo removidas da circulação sanguínea pelos macrófagos. Em 
condições normais, estão em número de 140.000 a 400.000/μL no sangue periférico. 
Apesar da aparência morfológica simples na microscopia óptica, as plaquetas possuem 
estrutura funcional complexa, permitindo-lhes rápido reconhecimento da lesão vascular, a fim 
de dar início à formação do trombo plaquetário. 
Formação do trombo plaquetário 
Sob circunstâncias normais, as plaquetas não aderem ao endotélio, porém após lesão 
vascular são capazes de responder rapidamente às propriedades trombogênicas das células 
endoteliais para que ocorra a formação do trombo plaquetário. A primeira camada de 
plaquetas ligase ao endotélio através do estágio inicial de adesão, enquanto que o 
subsequente crescimento do trombo depende da ativação e agregação plaquetária. 
Adesão plaquetária 
A adesão plaquetária é estimulada pela lesão do endotélio do vaso, que 
imediatamente expõe o colágeno subendotelial às plaquetas circulantes. O mecanismo de 
adesão entre as plaquetas e o subendotélio depende da interação entre a GPIa/IIa, da 
membrana da plaqueta, com as fibrilas do colágeno. 
Ativação plaquetária 
A ativação plaquetária é modulada por agonistas que ao se ligarem em seus receptores 
desencadeiam a liberação de constituintes dos grânulos plaquetários e a síntese de novos 
agonistas, amplificando o fenômeno de ativação. Os principais agonistas fisiológicos da 
ativação plaquetária são representados pelo colágeno, ADP, tromboxano A2, trombina, 
epinefrina, serotonina, vasopressina e o fator de ativação plaquetária. 
Agregação plaquetária 
A agregação é mediada pela GPIIb/IIIa e utiliza como ponte as moléculas de 
fibrinogênio que se encontram solúveis no plasma. Nas plaquetas inativas, as moléculas de 
GPIIb/IIIa são incapazes de se ligar ao fibrinogênio. A ativação plaquetária promove uma 
alteração conformacional necessária para que estes receptores interajam com o fibrinogênio 
circulante, permitindo a agregação e, consequentemente, a formação do trombo plaquetário. 
Coagulação 
O processo de coagulação sanguínea envolve complexas interações entre proteases 
plasmáticas e seus cofatores, que culminam na gênese da enzima trombina, que por proteólise 
converte o fibrinogênio solúvel em fibrina insolúvel. 
A via extrínseca é iniciada pelo fator tecidual (FT), uma lipoproteína presente nas 
células endoteliais. Na membrana celular, o fator VII se liga ao seu cofator, o FT, e é convertido 
em fator VIIa. Na superfície plaquetária, o complexo fator VIIa/FT ativa o fator X, produzindo o 
fator Xa. 
A via intrínseca é iniciada pelo contato do sangue com superfícies de cargas elétricas 
negativas, tal como o colágeno subendotelial. Nestas superfícies, o cininogênio de alto peso 
molecular (CAPM) ativa o fator XII. O fator XIIa converte a pré-calicreína (PK) em calicreína (K) 
que, por sua vez, acelera a ativação do próprio fator XII – um mecanismo de retroalimentação 
positiva. O fator XIIa é capaz de converter o fator XI em fator XIa. Este último, converte fator IX 
em fator IXa. Na superfície das plaquetas, o fator IXa ativa o X, na presença de um cofator – o 
fator VIIIa. O produto desta reação é o fator Xa. 
A via comum é a interseção entre as vias extrínseca e intrínseca, pela continuidade da 
“cascata” a partir do fator Xa. O fator Xa converte protrombina (fator II) em trombina (fator 
IIa), na presença de um cofator – o fator Va. A trombina transforma o fibrinogênio em fibrina, 
que reveste e estabiliza o trombo plaquetário. 
Sistema fibrinolítico 
Fibrinólise pode ser definida como a degradação da fibrina, mediada pela plasmina. O 
sistema fibrinolítico é composto por proteínas (serino-proteases e inibidores), que regulam a 
geração de plasmina. A plasmina possui uma alta capacidade de degradar os polímeros de 
fibrina em pequenos fragmentos, os produtos de degradação da fibrina (PDF). 
 
Ativadores da fibrinólise 
São conhecidos 2 ativadores fisiológicosdo plasminogênio: o ativador do 
plasminogênio do tipo tecidual (t-PA) e o do tipo uroquinase (u-PA). Os 2 ativadores têm alta 
especificidade de ligação com o plasminogênio e por hidrólise o transformam em plasmina. 
A plasmina é formada na superfície do trombo, pois tanto o t-PA quanto o u-PA têm 
um efeito mais eficaz no plasminogênio ligado à rede fibrina do que no plasminogênio 
circulante livre. Nesta reação o plasminogênio liga-se aos resíduos de aminoácido lisina da 
fibrina. Portanto, a fibrina também desempenha o papel de cofator na ativação do 
plasminogênio. 
 
ANATOMIA E HISTOLOGIA DO BAÇO 
O baço humano possui uma forma oval, pesando cerca de 150 gramas. Possui 
consistência esponjosa, com uma cápsula de tecido conjuntivo denso, dividindo o parênquima 
em compartimentos incompletos. Apresenta algumas fibras musculares, e a contração delas 
provoca a expulsão do sangue acumulado. 
O baço possui duas polpas, que são constituídas por tecido mole. Polpa branca faz 
parte do sistema de defesa, composta por nódulos linfáticos. Entre os nódulos há polpa 
vermelha, que é constituída pelo tecido sanguíneo (glóbulos vermelhos e brancos). 
Polpa branca 
A polpa branca é formada por tecido linfóide e é onde os linfócitos são produzidos e 
armazenados. 
Polpa vermelha 
A polpa vermelha é responsável pela destruição de hemácias idosas defeituosas, 
armazena células de defesa, liberando-as na circulação quando necessário. 
Os macrófagos fagocitam os microorganismos da circulação. Os glóbulos vermelhos conferem 
cor característica. A polpa vermelha pode armazenar até 200 mL de sangue contido nos seios 
venosos, o que pode compensar a perda de sangue em uma hemorragia. 
Funções 
Produção de linfócitos e granulócitos. Durante o período fetal são produzidas 
hemácias. 
Destruição de glóbulos vermelhos com vida média de 120 dias 
Atua no sistema de defesa, pois possui linfócitos T e B 
Armazena sangue na estrutura esponjosa da polpa vermelha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. H. I. V. Imunologia celular e molecular. 7. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.. Anatomia orientada para a clínica. 5. ed.. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2007. 
UNQUEIRA, L. C. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 8ª Edição. Rio de Janeiro.

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